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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, nesta sexta-feira, que “um deputado” fez campanhas com inverdades que ajudaram o crime organizado.
A declaração é uma referência ao que o secretário especial da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, afirmou após as operações deflagradas ontem contra a atuação do Primeiro Comando da Capital (PCC) em atividades da economia formal.
Na ocasião, Barreirinhas defendeu que as fake news envolvendo o Pix no início do ano impediram que o governo ampliasse a fiscalização das fintechs, que se tornaram um dos principais “braços financeiros” do PCC.
“Tem um deputado que fez campanha contra as mudanças que a Receita Federal propôs. E, agora, está provado que o que ele estava fazendo era defender o crime organizado. E nós não vamos dar trégua ao crime organizado”, disse o presidente, em entrevista concedida à Rádio Itatiaia.
Em janeiro, uma publicação do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) sobre o monitoramento e possível taxação do Pix foi apontado por bolsonaristas como o motivo do recuo do governo sobre a medida anunciada pela Receita. Após o episódio, à época, o parlamentar superou o presidente Lula em número de seguidores no Instagram.
O petista também aproveitou para elogiar as ações policiais realizadas nesta quinta-feira. De acordo com Lula, a operação conjunta foi “a mais importante de 525 anos do Brasil”.
O presidente abordou a importância do Governo Federal atuar juntamente dos governadores locais, além de provocar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
“A gente vai mostrar a cara de quem faz parte do crime organizado neste país, e o ex-presidente que tome cuidado”,disse. “O crime organizado, hoje, é uma coisa muito sofisticada. Ele está na política, no futebol, na Justiça, em todo lugar. É um braço internacional muito poderoso, com relações com o mundo inteiro, verdadeiras multinacionais”, completou.
PEC da Segurança De acordo com Lula, a atuação do governo na megaoperação deflagrada contra o PCC demonstra seriedade com com o combate ao crime organizado, o que “ajuda muito” o avanço da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública, chamada de PEC da Segurança.
O texto já foi aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, em junho, mas ainda precisa ser votado pelo plenário e analisado pelo Senado.
A PEC altera artigos da Constituição que aumentam o papel da União na elaboração de diretrizes de políticas de segurança pública. A proposta é a principal aposta do governo Lula para organizar e intensificar o combate ao crime organizado, mas enfrenta resistência de governadores e políticos da oposição, que alegam risco de eventuais prejuízos à autonomia dos estados.
Nesta quinta-feira, em coletiva de imprensa realizada após a ação policial, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), e o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, também utilizaram a ocasião para defender a aprovação da PEC da Segurança. Segundo eles, o projeto é forma de ampliar a colaboração entre os entes federativos.
*Yago Godoy — O Globo
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A coroa de rei da fintech/PCC/Fundos de investimento enfiada na cabeça de Tarcísio é o maior queima filme que o traidor da pátria poderia receber.
Segundo a Receita, uma fintech atuava como banco paralelo da organização e movimentou sozinha R$ 46 bilhões não rastreáveis no período.
Além disso, pelo menos 40 fundos de investimentos foram utilizados como estruturas de ocultação de patrimônio.
O esquema usava fintechs e fundos de investimento para facilitar as fraudes, movimentações finaneiras e lavagem de dinheiro.
Operação Carbono Oculto foi deflagrada nesta ultima quinta 29 e teve 42 alvos na Faria Lima.
Segundo a Receita Federal, trata-se da ‘maior operação contra o crime organizado da história do País em termos de cooperação institucional e amplitude’
Lembra?
Faria Lima, do PCC, é aquela ruazinha dos “donos da terra” que está em campanha intestina por Tarcísio de Freitas.
Por que será?
Só sei que o sol não pode ser tapado com peneira e até o Globo sapecou em garrafais hoje sobre o reduto político de Tarcísio: “Operação sobre máfia dos combustíveis mostra como a Faria Lima virou terra sem lei”
Pois é, essa terra sem lei está mergulhada de cabeça na campanha de Tarcísio. Para qualquer coisa, seja para presidente, seja para sua reeleição de governador de SP.
O ôme é o Bem Amado da Faria Lima/PCC e sabe lá mais o quê.
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Sim, segundo informações publicadas em 29 de agosto de 2025, Jair Bolsonaro pode cumprir até sete anos em regime fechado caso receba a pena máxima de 43 anos pelos crimes apontados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) no processo da trama golpista.
Ele é acusado de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.
A pena mínima prevista é de 12 anos, mas circunstâncias agravantes, como liderança da organização criminosa, podem elevar a punição.
Especialistas indicam que, para penas superiores a 8 anos, o cumprimento inicial deve ser em regime fechado, com progressão para o semiaberto após 16% a 25% da pena, o que, na pena máxima, equivale a cerca de sete anos.
Como ex-presidente, Bolsonaro teria direito a uma cela especial, chamada “sala de Estado-Maior”, possivelmente na Papuda ou na Polícia Federal em Brasília. Sua defesa pede absolvição ou, no máximo, 14 anos de pena.
No julgamento, o cálculo da eventual pena passará por uma análise complexa dos cinco ministros da Primeira Turma do Supremo, envolvendo tanto critérios objetivos como subjetivos, segundo especialistas. Para o cálculo final das penas, serão levadas em conta também eventuais divergências entre os integrantes da turma sobre cada uma das acusações analisadas no julgamento.
Além das penas mínimas e máximas para cada conduta, há circunstâncias que podem aumentar ou atenuar as penas imputadas a Bolsonaro e aos demais réus do caso, que trata da tentativa de golpe de Estado após a derrota para o presidente Lula (PT) em 2022, segundo José Marques, ICL.
Por exemplo, no caso da acusação de liderar uma organização criminosa armada, a PGR afirma que esse grupo é composto de funcionários públicos, que se valeram dessa condição.
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O ex-presidente Jair Bolsonaro e o julgamento da ação penal na qual ele é acusado de liderar uma suposta tentativa de golpe de Estado são o foco da capa da revista britânica The Economist desta semana.
Na publicação, o ex-presidente é retratado com o rosto pintado com as cores do Brasil e com um chapéu igual ao que usava o “viking do Capitólio”, um dos apoiadores do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que ficou conhecido por ter participado assim da invasão ao Congresso americano em 6 de janeiro de 2021.
Em suas páginas, a revista traz uma longa reportagem sobre a trajetória política brasileira e a investigação contra Bolsonaro e seus aliados.
Em um segundo texto, com tom opinativo, a Economist discute ainda as diferenças entre a forma como os Estados Unidos lidaram com as ameaças contra a sua democracia, após os ataques ao Capitólio em 2021, e a conduta adotada pelo Brasil nos últimos meses.
Chamado de “polarizador” e “Trump dos trópicos”, segundo a revista, o ex-presidente brasileiro e “seus aliados, provavelmente, serão considerados culpados” pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A “The Economist” ainda afirma que “o golpe fracassou por incompetência, e não por intenção”.
“Isso torna o Brasil um caso de teste para a recuperação de países de uma febre populista”, diz a reportagem, enumerando exemplos de outros países como os EUA, Reino Unido e Polônia.
Entre os argumentos apresentados para justificar a manchete – “O que o Brasil pode ensinar para a América” –, a revista enumera ações recentes do governo Donald Trump.
*BBC/G1
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“O pessoal está tímido ainda, mas vou mostrar como é que faz”.
“Tarcísio vai apenas resolver a vida do pessoal da Faria Lima”, disse Eduardo a Jair Bolsonaro, em julho, por WhatsApp, falando sobre possíveis saídas para o encalacrado clã e descartando como uma delas o ex-ministro de Bolsonaro que virou governador de São Paulo com ajuda de um “pessoal do agro” ligado a lavagem de dinheiro para o PCC.
A trama na qual aparece o nome da pecuarista Maribel Schmittz Golin, sexta maior doadora da campanha de Tarcísio em 2022, envolve até um consórcio entre o PCC e a máfia italiana ‘Ndrangheta para a saída de cocaína para a Europa pelo porto de Paranaguá, no Paraná.
Quando a ligação de Maribel Golin com o PCC veio à tona, Tarcísio disse que não sabia quem era Maribel. Mas o De Olho Nos Ruralistas mostrou que o governador sabia muito bem.
Quanto ao pessoal cuja vida Tarcísio está aí pra resolver, um pessoal da Faria Lima que entrou recentemente na bolsa de valores é a Reag Investimentos, umas das maiores gestoras independentes do país. Há uma bela foto da estreia da Reag no mercado acionário, em janeiro, com a turma toda da firma reunida no balcão da B3, o mesmo que Tarcísio quase pôs abaixo, várias vezes, batendo com raiva o martelo de leiloeiro quando vendeu estradas públicas a consórcios formados pelo capital construtor junto e misturado com o capital gestor do capital.
Nesta quinta-feira, 28, a Reag foi um dos alvos da Operação Quasar, da Polícia Federal, por suspeita de lavagem de dinheiro e ocultação de patrimônio para o PCC. Segundo a PF, o PCC controla pelo menos 40 fundos de investimentos com capital somado de R$ 30 bilhões e por meio dos quais a máfia de São Paulo adquiriu seis fazendas, usinas sucroalcooleiras, mansões e até um terminal portuário.
É bom lembrar que, segundo a PF, a pecuarista que deu meio milhão para a campanha de Tarcísio tem quatro empresas sem funcionários registrados mas com movimentação de mais de R$ 1,4 bilhão entre 2020 e 2022.
O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, disse que as Operações Quasar e Carbono Oculto, desencadeadas nesta quinta contra o PCC, são, juntas, a maior ação contra o crime organizado da história do Brasil. A Carbono Oculto mostrou, por exemplo, que o PCC importou milhões de litros de metanol irregularmente para misturar o composto, em nível muito acima do permitido, à gasolina vendida em mil postos de combustíveis controlados pelos mafiosos.
O metanol irregular entrava no Brasil com documentação falsa, sob pretexto de uso industrial, e entrava pelo porto de Paranaguá, o mesmo por onde saía a cocaína do esquema entre máfias no qual pintou o nome da sexta maior financiadora da campanha de Tarcísio para o Palácio dos Bandeirantes.
Quando a turma do PCC teve a ideia de se unir ao “pessoal da Faria Lima”, e vice-versa, a turma toda deve ter dito entre si o mesmo que Tarcísio de Freitas disse à sua turma, na B3, no dia 14 de março de 2023, momentos antes bater o martelo com força, sete vezes, para dar como vendido ao fundo de investimento Via Appia o trecho norte do Rodoanel:
“O pessoal está tímido ainda, mas vou mostrar como é que faz”
*Come Aananás
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Secretário da Receita diz que norma sobre fintechs teve de ser revogada após onda de fake news; ‘Operações mostram quem ganhou com essas mentiras’, diz
O secretário especial da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, disse nesta quinta, 28, em São Paulo, que a circulação de fake news impediu que o governo ampliasse já no início deste ano a fiscalização
das fintechs, que se tornaram um dos principais braços de atuação da facção criminosa PCC. Embora não tenha dito nomes, a referência era ao famoso vídeo do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG),
que viralizou fortemente em janeiro, com a tese de que Lula iria taxar o Pix, e obrigou a gestão federal a revogar norma que aumentava o rigor sobre as operações dessas empresas financeiras.
“Publicamos essa instrução em setembro do ano passado, para valer a partir de janeiro. O que aconteceu em janeiro todos nós sabemos. A Receita Federal recebeu o maior ataque da história dela, de mentiras, de fake news dizendo mentirosamente que aquela instrução normativa tratava de tributação de meios de pagamento”, disse, durante entrevista coletiva com outros membros da Operação Carbono Oculto, que realizou várias ações de busca e apreensão contra fintechs nesta quinta-feira.
Segundo ele, o governo tentou manter a norma, que era positiva para o país e para combater o crime organizado, mas foi obrigado a recuar em razão da forte repercussão negativa nas redes sociais. “Essas fake news foram tão fortes, que apesar de todo o esforço da Receita Federal, nós não conseguimos seguir essas mentiras, por conta da força de quem as impulsionava, o que já estava, inclusive, prejudicando o uso dos meios de pagamento instantâneo. Nós tivemos que dar um passo atrás e revogar essa instrução normativa. E as operações de hoje mostram quem ganhou com essas mentiras, com essas fake news, completou.
Ele voltou a lembrar que a norma revogada da Receita previa estender às fintechs as mesmas obrigações de outros agentes do sistema financeiro. “Depois de muito debate com o sistema financeiro, com as instituições financeiras, fizemos o óbvio: publicamos uma instrução normativa estendendo às fintechs as mesmas obrigações de transparência, as mesmas obrigações de prestação de informações que todas as instituições financeiras têm há mais de 20 anos no Brasil”, disse.
Recuo O vídeo de Nikolas sobre o Pix atingiu centenas de milhões de visualizações e ajudou a espalhar pelas redes sociais, inclusive por meio de outros políticos de oposição, a falsa informação de que o governo queria monitorar quem usasse o método de pagamento para arrecadar mais do contribuinte. O efeito mais danoso foi o início do boicote ao Pix por vários comerciantes, temerosos de que poderiam ser taxados.
O estrago obrigou gente graúda do governo, como o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a dar entrevistas e gravar vídeos para as redes sociais dizendo que esse não era o objetivo. Ainda assim, diante do alto desgaste político, que impactou até a aprovação do governo, Lula decidiu recuar e, no dia 15 de janeiro, revogou a norma da Receita Federal.
À época, o governo prometeu enviar uma medida provisória sobre o tema. “Não queremos que a oposição continue levando desinformação sobre o Pix. Os estragos causados por inescrupulosos no caso Pix, incluindo senador e deputado, está feito”, disse Haddad em coletiva.
*Veja
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Segundo fontes do Judiciário próximas a Moraes, ministro pretende ordenar que Bolsonaro cumpra pena em cela especial na Papuda, em Brasília
O ministro do STF Alexandre de Moraes planeja ordenar que Jair Bolsonaro cumpra a pena no Complexo da Papuda, em Brasília, caso seja condenado no inquérito do golpe.
O julgamento do ex-presidente no âmbito da ação golpista está marcado para começar na terça-feira (2/9) e seguir até o dia 12 de setembro, na Primeira Turma do Supremo.
Inicialmente, especulou-se que Bolsonaro poderia cumprir pena em uma unidade do Exército — o ex-presidente é militar da reserva — ou em uma sala na superintendência da Polícia Federal.
Fontes graduadas do Judiciário próximas a Moraes garantem, porém, que o ministro já indicou que, inicialmente, ordenará que Bolsonaro cumpra a pena em uma cela especial na Papuda, diz Igor Gadelha, Metrópoles.
Segundo essas fontes, a sala que chegou a ser preparada pela PF em Brasília seria apenas para o caso de Moraes decretar a prisão preventiva de Bolsonaro em regime fechado antes do julgamento.
Integrantes da cúpula da Polícia Federal admitem que, a rigor, o Código de Processo Penal prevê que autoridades fiquem reclusas em unidades especiais apenas em casos de prisão cautelar.
O plano do ministro do Supremo, de acordo com aliados, é também mandar para a Papuda outros condenados no inquérito do golpe, criando o que aliados do ministro chamam de “ala golpista”.
“Só um milagre ou uma crise grave de saúde tiram Bolsonaro da Papuda após o julgamento definitivo”, disse à coluna um ministro com acesso direto a Moraes.
Desde o início de agosto, Bolsonaro está detido em prisão domiciliar, por ordem de Moraes. A decisão, no entanto, não se enquadrou como prisão preventiva, embora, na prática, funcione como tal.
De acordo com fontes do Alto Comando do Exército, apesar de Bolsonaro ser capitão da reserva, não há obrigação de ele ser preso em unidade militar. A decisão, segundo a Força, cabe ao juiz do caso.
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Bolsonaro estudou pelo menos três países como possíveis rotas de fuga e entrou no radar da polícia antes de julgamento no STF O ex-presidente Jair Bolsonaro voltou a ser alvo direto da atenção do Supremo Tribunal Federal (STF). Ontem, o ministro Alexandre de Moraes determinou que a Polícia Federal intensifique a vigilância sobre o capitão reformado para evitar uma possível tentativa de fuga do Brasil, às vésperas do julgamento em que pode ser condenado por envolvimento em uma tentativa de golpe.
A medida surgiu após um parecer do procurador-geral da República, Paulo Gonet, que considerou “de bom alvitre” reforçar a vigilância diante dos indícios de que Bolsonaro já traçou planos para deixar o país. Moraes acatou a recomendação e classificou a iniciativa como “adequada e necessária” para assegurar a aplicação da lei penal.
Manobras frustradas no Supremo Nas últimas semanas, Bolsonaro e sua defesa fizeram de tudo para tentar adiar ou modificar o rumo do julgamento, previsto para começar na próxima semana. Primeiro, tentaram retirar o processo da alçada do Supremo. Depois, pediram que o caso saísse da Primeira Turma e fosse transferido ao plenário. As tentativas não tiveram sucesso.
Se no campo jurídico as manobras seguiram os limites institucionais, nos bastidores a estratégia acabou rompendo fronteiras. O ex-presidente passou a buscar apoio externo em ações que, na prática, representaram um ataque direto às instituições brasileiras.
Pressões externas e alianças arriscadas Em meio ao impasse, Bolsonaro recorreu à Casa Branca. O governo de Donald Trump, aliado histórico do bolsonarismo, não apenas elevou tarifas sobre produtos brasileiros como também suspendeu vistos, numa tentativa de pressionar o STF. A ofensiva incluiu ainda a aplicação da Lei Magnitsky contra Alexandre de Moraes — legislação criada nos Estados Unidos para punir ditadores e terroristas.
A proximidade política entre os dois líderes reacendeu a hipótese de que Bolsonaro poderia buscar refúgio em solo americano. Não seria novidade: no fim de 2022, ele embarcou para a Flórida antes mesmo de encerrar seu mandato, permanecendo por meses fora do país.
Rotas alternativas: Hungria e Argentina Os Estados Unidos, no entanto, não são a única opção considerada. Em 2023, após ter o passaporte apreendido, Bolsonaro se abrigou por duas noites na embaixada da Hungria, em Brasília. Temendo uma ordem de prisão, cogitou pedir asilo ao primeiro-ministro ultradireitista Viktor Orbán, um dos principais aliados internacionais de sua gestão.
Mais recentemente, a Polícia Federal encontrou no celular do ex-presidente o rascunho de outro pedido de asilo político, desta vez direcionado ao governo de Javier Milei, na Argentina. O plano, revelado na semana passada, reforçou a percepção de que Bolsonaro buscava alternativas concretas para deixar o Brasil diante da pressão judicial.
Contradições e vigilância redobrada Publicamente, Bolsonaro nega que tenha planos de fugir. Ainda assim, cumpre prisão domiciliar em Brasília, a apenas 15 minutos da região que concentra as embaixadas estrangeiras. A proximidade alimenta a preocupação de que uma tentativa repentina de refúgio diplomático não esteja descartada.
O próprio ex-presidente deixou escapar uma frase que hoje soa como prenúncio: no dia em que recebeu a tornozeleira eletrônica, afirmou que “sair do Brasil é a coisa mais fácil que tem”, segundo o Cafezinho.
Com o julgamento se aproximando e a vigilância reforçada, cresce a expectativa sobre os próximos movimentos do capitão, que já demonstrou disposição para recorrer a aliados internacionais em busca de proteção. Para investigadores e analistas políticos, o cerco se fecha em torno de um ex-presidente que, pela primeira vez, pode não ter mais para onde correr.
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