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Mundo

Vídeo: Assassinado candidato à presidência do Equador a 11 dias da eleição

A notícia foi confirmada pelos assessores do candidato à presidência

O candidato à presidência do Equador, Fernando Villavicencio, foi assassinato na noite desta quarta-feira, 9, com três tiros na cabeça. Ele saía de um encontro político na cidade de Quito quando foi baleado, de acordo com as agências de notícia do país.

Segundo o g1 e CNN, a notícia foi confirmada pelos assessores do candidato à presidência. O primeiro turno das eleições no Equador acontecem no dia 20 de agosto, para troca de presidente, vice-presidente e 137 parlamentares.

Villavicencio era um dos principais candidatos à presidência do Equador. Nas pesquisas de opinião, ele oscilava entre a segunda e a quinta colocação. As avaliações de tendências eleitorais do país é deficiente em comparação a outros países sul-americanos como Argentina, Uruguai e Brasil, que possuem institutos com maior índices de acerto.

Em junho, segundo o Centro de Estratégico Latinoamericano de Geopolítica (Celag), Villavicencio estava em quarto lugar, com 8% das intenções de voto, atrás de Luisa González, do partido Revolução Cidadã (30%), Otto Sonnenholzner, da aliança Atuamos (13%) e Yaku Pérez, da coligação “Claro que é possível” (11%).

Em 20 de julho, a Cedatos, empresa de pesquisa aprovada pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) do Equador, apontou que Villavicencio estava em segundo, com 13,2%, atrás apenas de Gonzáles (26,6%) e à frente de Pérez (12,5%) e Sonnenholzner (7,5%).

O pleito acontece no próximo dia 20, de forma antecipada, depois que o presidente Lasso decretou a chamada “morte cruzada”, que decretou a dissolução da Assembleia Nacional e reduziu o tempo de seu próprio mandato.

Vídeo nas redes sociais mostram o momento do atentado.

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Justiça

Zanin pede à Justiça Eleitoral do Acre que investigue fala de Bolsonaro em 2018

Declaração do então candidato a presidente contra integrantes do PT foi feita em Rio Branco, durante a campanha eleitoral.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Cristiano Zanin enviou à Justiça Eleitoral do Acre um pedido para que o ex-presidente Jair Bolsonaro seja investigado por fala em discurso na capital do estado, Rio Branco. Durante a campanha eleitoral de 2018, o então candidato à Presidência da República declarou que iria “fuzilar a petralhada” do Acre e mandá-la para “a Venezuela”.

“Vamos fuzilar a petralhada toda aqui do Acre. Vamos botar esses picaretas pra correr do Acre. Já que eles gostam tanto da Venezuela, essa turma tem que ir pra lá. Só que lá não tem mortadela galera, vão ter que comer é capim mesmo”, disse o candidato Bolsonaro, com um tripé nas mãos, simulando uma arma.

Com a decisão, Zanin atende a um pedido da Procuradoria-Geral da República(PGR), feito naquele ano e que esteve parado durante os quatro anos de mandato de Bolsonaro no Palácio do Planalto. O órgão defendeu no Supremo o envio do caso para instâncias inferiores. A relatoria do caso estava com o ex-ministro Ricardo Lewandowski, que se aposentou compulsoriamente, abrindo a caga ocupada por Zanin.

O novo magistrado entendeu que, com o fim do mandato de Bolsonaro, sem mandato e inelegível por oito anos, houve a perda do foro privilegiado, cabendo o julgamento do caso em instâncias inferiores. “Com o advento do término do mandato de Presidente da República, no qual se encontrava investido o representado Jair Messias Bolsonaro, e não sendo ele reeleito para pleito subsequente, houve a superveniente causa de cessação da competência jurisdicional do Supremo Tribunal Federal”, declarou.

O pedido de investigação chegou ao Supremo ainda em 2018. Partidos que integravam a coligação de Fernando Haddad (PT), então adversário de Bolsonaro, pediram à Corte que o então deputado fosse investigado pelos crimes de injúria eleitoral, ameaça e incitação ao crime.

A solicitação ficou suspensa ao longo do mandato presidencial de Bolsonaro porque, de acordo com a Constituição, o presidente tem imunidade processual, ou seja, não pode ser responsabilizado por atos que não estão ligados ao exercício de suas funções durante o curso da gestão.

Este ano, a PGR enviou manifestação ao Supremo na qual defendeu a incompetência do STF para analisar o caso após a saída de Bolsonaro do Planalto. Sem analisar se houve crime na conduta de Bolsonaro, a vice-procuradora-geral da República Lindôra Araújo declarou que o caso está em “estágio embrionário” e que não avançou na notificação do ex-presidente, já que o processo estava suspenso.

*Com O Tempo

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Opinião

Saiu no lucro: Foi preso tarde demais

O depoimento de um servidor que apontou direcionamento em blitz da PRF no Nordeste contra Lula, arquitetada por Silvinei Vasques em sua tabelinha com Bolsonaro, não tem qualquer novidade, sequer precisa investigar, todos viram e muitos denunciaram a patifaria comandada por esse sujeito no dia 30 de outubro de 2022, quando do terceiro turno.

Apesar disso, Silvinei não foi preso em flagrante, o que deveria ter acontecido e parecia que essa questão estava trancada em alguma gaveta, hoje reaberta nove meses depois do crime praticado por um servidor contra a democracia.

Ou seja, para quem diz que Moraes tem agido com intolerância, convenhamos, tem que dobrar a língua, pois mais paciência com um sujeito como esse.

Alexandre de Moraes ameaçou prender Vasques, caso ele continuasse sabotando a constituição através de blitz da PFR no dia do segundo turno que impedia eleitores de Lula circularem livremente para exercerem o direito de votar.

Vasques, que foi preso em Santa Catarina e conduzido à Brasília nesta quarta-feira, está no lucro, não tem do que reclamar.

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Política

Criança Esperança, da Globo, é acusado de capacitismo por pessoas com deficiência

Artistas e integrantes do segmento cultural com deficiência estão acusando a Globo de capacitismo pela forma como o Criança Esperança apresentou histórias desse público durante o programa, na noite de segunda (7).

Para eles, as narrativas exibidas na atração mostraram as pessoas com deficiência (PcD) em uma posição de “coitadas” ou como “seres iluminados”. Procurada, a Globo não se pronunciou até a conclusão deste texto.

“Queridos envolvidos com essa megaprodução [Criança Esperança], para fazer inclusão PcD com essa surra de capacitismo era melhor manter invisível mesmo”, criticou o cineasta Pedro Henrique França, em suas redes sociais.

“Essa narrativa quer nos manter nesse lugar de ‘coitados que vieram para dar exemplo de superação ao mundo'”, diz ele à coluna. “Não é isso o que queremos colocar para a sociedade enquanto comunidade”, acrescenta.

Na publicação, França também questiona a falta de pessoas com deficiência atuando como roteiristas ou diretoras neste tipo de atração. Ele cita ainda o Teleton, programa exibido no SBT, e que segue modelo semelhante ao do Criança Esperança, diz Mônica Bergamo, Folha.

A crítica feita por França foi repostada por outros artistas, a exemplo dos atores Tabata Contri e Gigante Léo.

“A gente merece muito mais do que essa visão assistencialista”, diz a atriz à coluna.

“Não estou dizendo que caridade é ruim. É um programa para arrecadar recursos. Mas a gente precisa de oportunidade, de acessibilidade, de ter o nosso direito de ir e vir sendo respeitado”, completa.

Ela diz concordar com França sobre a ausência de pessoas com deficiência inseridas no audiovisual para mudar esse olhar.

“Existe um lema dentro da comunidade de pessoas com deficiência que é muito importante: ‘Nada sobre nós sem nós’. Ou seja, não dá para decidir ou definir nada sobre uma pessoa com deficiência sem ela junto”, pontua Tabata.

“A gente precisa empoderar a pessoa com deficiência”, afirma. “Não precisamos que chorem ou sintam pena de nós. A gente precisa olhar para a pessoa com deficiência e sentir orgulho da história dela”, completa.

Pedro França também ressalta ser inadmissível que, ainda em 2023, atores sem deficiência sejam escolhidos para interpretar personagens cegos ou com nanismo, por exemplo. “Não dá mais para a gente admitir a desculpa que não existem profissionais”, diz.

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Política

PF encontra provas de que operações da PRF no segundo turno foram para prejudicar Lula

A Polícia Federal localizou provas de que as operações realizadas pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) no dia do segundo turno da eleição presidencial de 2022 no Nordeste tiveram como objetivo atrapalhar os eleitores do presidente Lula (PT) e, portanto, prejudicar a votação do então candidato. Estas provas, segundo Valdo Cruz, do g1, basearam o pedido de prisão do ex-diretor da PRF Silvinei Vasques, o que ocorreu nesta quarta-feira (9).

“Os investigadores apreenderam imagens em celulares de policiais rodoviários com o mapeamento das cidades onde o então candidato à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, teve mais de 75% dos votos no primeiro turno no Nordeste. Em suas investigações, a PF também localizou conversas tratando de uma reunião da cúpula da PRF, na qual Silvinei Vasques teria determinado um ‘policiamento direcionado’ no dia do segundo turno nas cidades do Nordeste onde Lula teve mais de 75% dos votos no primeiro turno”, conta o jornalista.

Durante seu testemunho perante a CPMI dos Atos Golpistas, Silvinei Vasques refutou a ideia de ter emitido qualquer instrução nesse sentido. Neste momento, a CPMI está considerando convocar Vasques para um novo depoimento.

Os investigadores também afirmam que a PF avançou nas investigações envolvendo o ex-ministro da Justiça Anderson Torres, que testemunhou na CPI dos Atos Golpistas na terça-feira (8). Em seu depoimento aos legisladores, Torres negou ter participado de qualquer encontro relacionado ao direcionamento das operações de fiscalização no Nordeste em áreas onde Lula era o candidato favorito nas eleições.

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Política

GSI abrirá apuração sobre envio de detalhes da segurança de Lula a Cid; envolvidos serão afastados, diz Amaro

A informação do envio foi relevada pelo portal Metrópoles. As mensagens do GSI foram enviadas de 6 a 13 de março deste ano. Cid recebeu os detalhes de segurança dos seguintes eventos oficiais de Lula: Pequim e Xangai, na China; Brasília; Foz do Iguaçu (PR); e Boa Vista (RR).

O Gabinete de Segurança Institucional (GSI) do presidente da República deve abrir um investigação para apurar o envio de detalhes da segurança do presidente Lula (PT) a Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL) até o fim do mandato, segundo o Blog da Andreia Sadi.

“Vamos abrir uma sindicância, afastar das funções as pessoas citadas e desligar da presidência. Vamos continuar apurando, sendo feita a sindicância para apurar as responsabilidades”, disse o general Marcos Antônio Amaro dos Santos, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI).
A informação do envio dos detalhes foi relevada pelo portal Metrópoles. As mensagens do GSI foram mandadas de 6 a 13 de março deste ano. Cid recebeu os detalhes de segurança dos seguintes eventos oficiais de Lula: Pequim e Xangai, na China; Brasília; Foz do Iguaçu (PR); e Boa Vista (RR).

Ao ser questionado pelo blog sobre a entrega, Amaro disse ao blog: “pode ter sido uma falha de permanência de lista de distribuição, estamos apurando. Não isenta a responsabilidade de culpa, mas vamos apurar”.

Os e-mails partiram de três militares do GSI: Márcio Alex da Silva, do Exército; Dione Jefferson Freire, da Marinha; e Rogério Dias Souza, da Marinha. Os três trabalharam no Gabinete de Segurança Institucional de Bolsonaro.

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Bolsonaro, Anderson Torres e Mauro Cid, peças de um enredo infame

Acareação para saber quem mente

Como Anderson Torres, ex-ministro da Justiça de Bolsonaro, se eu recebesse uma minuta de golpe também guardaria. Mas com diferenças em relação ao que ele fez. A primeira: publicaria, para que o distinto público soubesse que se tramava um golpe, ou que se tramou. E dada à gravidade do caso, revelaria como a obtive.

Torres levou a minuta para casa. Em depoimento à CPI do Golpe, disse que a minuta era “imprestável”, “uma aberração jurídica” e que seria “jogada no lixo”. Apesar disso, guardou-a em um armário do seu quarto “por mero descuido”. Como a obteve? Recebeu-a de uma pessoa, cuja identidade não lembra.

É possível acreditar em história tão rocambolesca? Os bolsonaristas acreditam, ou dizem acreditar. Ou porque são idiotas ou porque se fingem de idiotas para não parecer golpistas. Por sinal, muitos dos presos do 8 de janeiro disseram que invadiram o prédio do Congresso só para orar pelo Brasil acima de tudo.

Outros form descobertos por tentar conectar seus celulares à rede Wi-Fi da Câmara. Assim poderiam transmitir o golpe ao vivo e fazer selfies. Um reclamou de ter sido preso por uma polícia que tanto amava, e que ensinou seus filhos a amarem; uma polícia que o escoltou delicadamente até a Praça dos Três Poderes.

Por que Torres não deu voz de prisão na hora que a pessoa lhe entregou a minuta do golpe? Tinha autoridade para prendê-la. Tinha obrigação de prendê-la. Por que o tenente-coronel Mauro Cid, ajudante de ordem de Bolsonaro, não pediu a prisão dos militares que lhe enviaram mensagens falando em golpe?

Ora, se Bolsonaro, como presidente, limitou-se a apenas ouvir o deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ) e o senador Marcos Do Val (Podemos-ES) discutirem na sua frente a possibilidade de um golpe, por que Torres e Mauro Cid deveriam ter se comportado de outra maneira? Todos foram peças de um enredo infame.

Torres contou que ao embarcar para os Estados Unidos na véspera do golpe, não fora alertado por ninguém sobre o que estava prestes a acontecer. Ele já assumira a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal. Foi alertado, sim. Em Miami, teria perdido seu celular. É mais verossímil que tenha dado um sumiço nele.

*Blog do Noblat

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Política

Ex-diretor da PRF Silvinei Vasques é preso em investigação sobre interferência nas eleições

De acordo com o inquérito, foi realizado patrulhamento ostensivo e direcionado à região Nordeste para prejudicar o deslocamento de eleitores. Há também dez mandados de busca em SC, RS, DF e RN.

O ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques foi preso na manhã desta quarta-feira por suspeita de interferência nas eleições presidenciais. De acordo com as investigações da Polícia Federal, integrantes da PRF teriam direcionado recursos humanos e materiais com o intuito de dificultar o trânsito de eleitores no segundo turno, diz O Globo.

Ainda segundo o inquérito, os crimes apurados teriam sido planejados desde o início de outubro daquele ano, sendo que, no dia do segundo turno, foi realizado patrulhamento ostensivo e direcionado à região Nordeste do país.

Ao pedir à Justiça a prisão de Vasques, a PF argumentou que existe a possibilidade de ele interferir nos depoimentos dos demais servidores, já que ainda exerce influência sobre alguns. Os mandados de busca e apreensão cumpridos hoje têm o objetivo de apurar se houve alguma interferência até agora.

Além do mandado de prisão preventiva contra Vasques, os agentes cumprem dez mandados de busca e apreensão expedidos pelo Supremo Tribunal Federal, nos estados de Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Distrito Federal e Rio Grande do Norte.

Os demais alvos são:

  • Wendel Benevides, ex-corregedor-geral;
  • Djairlon Henrique Moura, ex-diretor de Operações;
  • Luis Carlos Reischak, ex-diretor de Inteligência;
  • Rodrigo Cardozo Hoppe ex-diretor de Inteligência Substituto;
  • Anderson Frazão, ex-coordenador-geral de Gestão Operacional;
  • Antonio Melo Schlichting Junior, ex-coordenador-geral de Combate ao Crime;
  • Bruno Nonato, ex-PRF e hoje na Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).

A operação conta com o apoio da Corregedoria Geral da PRF, que determinou ainda a oitiva de 47 policiais rodoviários federais.

Em nota, a PF informou que os fatos investigados configuram, em tese, os crimes de prevaricação e violência política, previstos no Código Penal Brasileiro, e os crimes de impedir ou embaraçar o exercício do sufrágio e ocultar, sonegar, açambarcar ou recusar no dia da eleição o fornecimento, normalmente a todos, de utilidades, alimentação e meios de transporte, ou conceder exclusividade dos mesmos a determinado partido ou candidato, do Código Eleitoral Brasileiro.

Explicações: Ex-diretor da PRF disse à CPI do 8 de janeiro que ‘nunca usou cargo’ para ajudar Bolsonaro, mas tirou foto por sentir ‘orgulho’ dele.

O nome da “Operação Constituição Cidadã” é uma referência à Lei Maior do Brasil, promulgada em 1988, a qual, pela primeira vez na história do país, garantiu a todos os cidadãos o direito ao voto, maior representação da Democracia.

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Política

Desculpa de Bolsonaro de ganhar na loteria ecoa a de um ‘Anão do Orçamento’

Jair Bolsonaro justificou a transferência de R$ 14.268,04 para um ramo de sua família em Eldorado (SP) alegando que era para pagar apostas que fez na Mega-Sena através da lotérica de um sobrinho, e que ganhou duas vezes na quadra. Não há registro de que bolsonaristas, tão céleres em refutar declarações de petistas sobre casos de corrupção, tenham ficado constrangidos com a desculpa.

Vale lembrar que loterias já foram usadas por políticos interessados em lavar dinheiro ou esconder recursos oriundos de roubo, como no escândalo dos Anões do Orçamento. Após o icônico caso de João Alves, que completa 30 anos, Bolsonaro vai entender se não acreditarmos na sua narrativa sem que uma investigação seja feita.

O Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) jogou Pinho Sol sobre as movimentações bancárias do ex-presidente, revelando que ele recebeu R$ 17,1 milhões via PIX. Jair diz que os recursos vieram de seguidores e aliados para pagar multas e condenações.

Como não é inocente, ao contrário de muitos que nele acreditam, investiu na renda fixa uma parte da grana

O jornal O Estado de S.Paulo mostrou que ele fez transferências à família (além da lotérica do sobrinho Angelo Bolsonaro, a ex-primeira dama Michelle recebeu R$ 56 mil). Após isso, Jair veio a público dizer que as transferências não vieram de doações, mas de seus próprios rendimentos.

“[Foram] 17 PIX para meu sobrinho que trabalha em lotérica em Eldorado (SP). A maioria dos depósitos são múltiplos do valor da aposta de 7 números da Mega Sena. Por duas vezes fiz a quadra nos últimos meses, daí, na contabilidade, os valores não múltiplos”, postou.

A CPI dos Anões do Orçamento (assim batizada porque envolvia parlamentares pouco relevantes) investigou 37 parlamentares por conta de um esquema multimilionário de aprovação de emendas para favorecer empreiteiras e desviar recursos para entidades fantasmas. Sim, parece hoje, mas foi em 1993.

Um dos principais anões, o então deputado federal João Alves repetia que seu patrimônio havia sido obtido graças ao sobrenatural e à sorte. Dizia que havia conseguido ganhar 200 vezes em loterias. Segundo ele, “Deus me ajudou e eu ganhei muito dinheiro”.

Acabou renunciando por conta da CPI, após exercer oito mandatos pelo Estado da Bahia, tendo sido da base de sustentação da ditadura no Congresso. Faleceu em 2004.

Jair deve ser mesmo um homem de sorte – tanto que empurrou um país para 700 mil mortes na pandemia e não foi cassado, bastando para isso rezar regularmente para Santo Aras e São Lira. Mas apostar R$ 14 mil na Mega-Sena não é algo comum, tampouco acertar duas vezes a quadra.

O alerta de Jair com relação à fonte dos recursos serve apenas para a Polícia Federal e a CPMI dos Atos Golpistas passarem um pente fino sobre suas movimentações. Ele aponta que foram doações, e está claro que uma parte foi mesmo. Mas todos os recursos também são?

Ou ele se aproveitou das doações dos que defendem as mesmas barbaridades que ele para travestir outros tipos de remessas? Há recursos desviados do cartão corporativo? Há “devolução” por parte de figuras que foram beneficiadas pelo seu governo? Há no meio dinheiro da venda de algum presente recebido pela Presidência da República que o tenente-coronel Mauro Cid tenha vendido?

O próprio Bolsonaro deu a senha para isso ao banalizar a tentativa de seu ex-faz-tudo de fazer dinheiro com o Rolex que ele recebeu de presente da Arábia Saudita. “Não vejo nenhuma maldade em você cotar o preço de alguma coisa. É natural. ‘Quanto é que vale isso aí?’ É natural”, disse.

Natural são joias dadas ao país ficarem com o Estado, não serem embolsados.

Em meio a tudo isso, estranha que o uso de loterias para justificar transferências e renda não choque os bolsonaristas hoje como chocou o pessoal que denunciou corrupção no Congresso há 30 anos. O que mudou no meio tempo?

*Leonardo Sakamoto/Uol

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Política

Insanidade: Separatistas aplaudem falas de Zema sobre frente Sul-Sudeste

Em redes sociais, separatistas compartilham imagens de mapas dividindo o país em dois e apoiam falas do governador mineiro.

A criação de uma frente política em defesa do “protagonismo” de Estados do Sul e do Sudeste, recém-anunciada pelo governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), tem sido defendida por grupos que pregam uma separação definitiva entre Sul e Norte do Brasil, segundo a Folha.

Em entrevista do jornal O Estado de S. Paulo no domingo (6), o governador mineiro anunciou o novo Cossud (Consórcio Sul-Sudeste) e comparou o país a um produtor rural que dá “tratamento bom para as vaquinhas que produzem pouco e deixa de lado as que estão produzindo muito”.

As primeiras seriam Estados do Norte e Nordeste, enquanto as últimas seriam Estados do Sul e Sudeste.

As falas, que tiveram forte reação em Brasília, também rendem debate intenso nas redes sociais.

Pelo Twitter, um mapa do Brasil com as palavras “muro já” separando Estados ao Sul e ao Norte junto à frase “força Zema, apoiamos você” foi curtido e compartilhado quase 10 mil vezes.

“Já passou da hora de pensarmos na possibilidade de independência dos Estados do Sul e Sudeste. Chega de pagar a conta de Estados que não querem nada a não ser sugar até a última gota de sangue de quem trabalha e produz”, reagiu o perfil de um grupo separatista paulista no Facebook, junto a um link para a entrevista do governador de Minas Gerais.

A Constituição brasileira não permite a independência de Estados da Federação.

Questionado pela reportagem sobre o apoio de movimentos separatistas às falas do Zema, o governo de Minas Gerais encaminhou link para um tuíte em que o governador afirma que “a união do Sul e Sudeste jamais será pra diminuir outras regiões” (veja mais abaixo).