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Bolsonarismo

Vídeo: Bolsonaristas fuzilam viatura da PRF no PA em ação contra bloqueio de estrada

Veículos oficiais ficaram crivados de balas e imagens mostram o banditismo armado dos seguidores do atual presidente. Uma criança passou mal e foi levada para o hospital.

Manifestantes bolsonaristas que ocupam trecho da BR-163 em Novo Progresso (Pará) desde o último dia 30 de outubro receberam agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) com tiros, rojões e pedras nesta segunda-feira (7). Um policial ficou ferido e uma criança presente no bloqueio também passou mal, mas foi socorrida e recebeu alta médica.

Manifestantes bolsonaristas que ocupam trecho da BR-163 em Novo Progresso (Pará) desde o último dia 30 de outubro receberam agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) com tiros, rojões e pedras nesta segunda-feira (7). Um policial ficou ferido e uma criança presente no bloqueio também passou mal, mas foi socorrida e recebeu alta médica.

Em gravação feita por manifestante, é possível ver pelo menos dez viaturas da PRF fugindo às pressas do local, enquanto bolsonaristas atiram todo tipo de material sobre os veículos e comemoram a saída dos agentes. Na última semana, a ordem judicial para desocupação da via já tinha sido emitida, mas um tenente da Polícia Militar paraense se recusou a retirar a manifestação golpista e acabou afastado do cargo.

À CNN Brasil, o coordenador de comunicação da PRF, Cristiano Vasconcellos da Silva, informou que os agentes negociavam uma saída pacífica antes do conflito. No entanto, com a recusa dos termos por parte dos manifestantes, a PRF orientou que crianças e idosos fossem retirados do local, uma vez que teriam que utilizar da força bruta para cumprir a ordem. Ele relatou, ao vivo, que os agentes foram atacados na hora em que se preparavam para desmobilizar o bloqueio.

O presidente Jair Bolsonaro (PL) obteve 83% dos votos válidos no município, em 30 de outubro, que também é conhecido como um dos principais focos do atual incêndio florestal de grande proporção que atinge a floresta amazônica em faixa que se estende do sul do Pará a Rondônia.

Assista:

*Com Uol

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Lula é alertado por aliados sobre “risco Lira”: “Caneta na mão do inimigo”

Possibilidade de Lula e PT endossarem a reeleição de Lira para presidente da Câmara está longe de ser unânime entre congressistas petistas.

A possibilidade de o PT fechar apoio, com a bênção do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, à reeleição de Arthur Lira (PP-AL) para a presidência da Câmara dos Deputados está longe de ser unanimidade dentro do partido. Há, entre congressistas filiados à legenda, quem defenda que um eventual endosso à candidatura de Lira seja um “tiro no pé” e que o gesto simbolizaria “dar a caneta na mão do inimigo”, conforme confidenciou um parlamentar petista ao Metrópoles.

O pessimismo de petistas com a possibilidade da recondução de Lira à presidência da Casa deve-se à proximidade de um dos pilares do Centrão de Jair Bolsonaro (PL) e às dificuldades que a bancada do PT enfrentou sob o comando do atual presidente da Câmara.

Além disso, existe o temor de que se repita o ocorrido com a ex-presidente Dilma Rousseff (PT), destituída do cargo acusada de ter cometido “pedaladas fiscais”. Caberá a Lira, se reeleito, debruçar-se sobre a análise de pedidos de impeachment contra Lula.

Jair Bolsonaro e Arthur Lira

Nos primeiros dois anos de Lira na presidência da Casa, não houve disposição do deputado em dar tramitação aos pedidos movidos contra Bolsonaro. Em contrapartida, internamente, há uma avaliação de que o parlamentar não teria a mesma “boa vontade” em blindar o presidente petista como teve com o atual mandatário da República.

Mesmo ciente dos riscos, a alta cúpula do PT tem acenado positivamente para o atual presidente da Câmara nos últimos dias. Os gestos se intensificaram após o discurso de Lira, nas horas seguintes à confirmação do resultado das eleições de domingo (30/10).

Como foi a conversa entre Lula e Arthur Lira

Conforme noticiado pela coluna Guilherme Amado, nos últimos dias, aliados do deputado fizeram chegar ao PT que o alagoano nunca viu Lula como inimigo, mas apenas como adversário na corrida eleitoral deste ano. E que, na presidência da Câmara, não criará obstáculos para pautar matérias consideradas importantes pelo governo.

Recentemente, em claro aceno, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, afirmou que a bancada não terá candidato ao posto hoje ocupado pelo deputado. A avaliação é que o passado mostra que o desgaste da disputa não fez bem ao partido, como quando Eduardo Cunha, então no MDB, derrotou o PT no governo de Dilma Rousseff.

Tanto para parlamentares petistas quanto para aliados do presidente da Câmara, a declaração de Gleisi dá sinais de que o partido não deseja bater de frente com o deputado. Mais ainda, a fala foi recebida como gesto de reconhecimento ao cenário favorável a Lira na Casa e desfavorável para o PT.

Isso porque existe a possibilidade de que, a partir do próximo ano, PP e União Brasil consigam, em caso de fusão, concentrar a bancada mais numerosa da Casa. Lira ainda teria um número considerável de votos do PL de Bolsonaro – partido com mais deputados eleitos para o próximo mandato.

Sendo assim, uma eventual indisposição com Lira poderia sentenciar o andamento de propostas de interesse do novo governo na Câmara, configurando um risco, segundo avaliam os deputados ouvidos pela reportagem, maior a Lula do que caso o cacique do Centrão consiga se reeleger para o comando da Casa legislativa.

*Com Metrópoles

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Cultura

Vídeo: Dilma é aplaudida de pé no show de Chico Buarque em Porto Alegre

Show do cantor Chico Buarque em Porto Alegre, no último sábado (5). (Foto: Reprodução)

Durante show da turnê “Que tal um samba?” do cantor Chico Buarque, em Porto Alegre, no sábado (5), a ex-presidente Dilma Rousseff que estava na plateia, foi aplaudida de pé pelo público quando o cantor anunciou sua presença.

Apesar do nome, no show Chico traz blues, baião, bossa nova, valsa, romantismo, nostalgia e bom humor. Acompanhado da cantora Mônica Salmaso, o espetáculo celebra todas as décadas de Chico, com mais de 30 composições.

Com apresentações desde a última quinta-feira (3) na capital do Rio Grande do Sul, no Auditório Araújo Vianna, a apresentação no sábado encerrou a turnê no estado gaúcho.

Na apresentação de sexta-feira (4), o cantor fez uma referência as eleições ao dizer que “não posso fazer feio, especialmente em um dia como hoje, que estamos todos muito emocionados. É quase uma reestreia, nosso primeiro show”.

Chico então passou a dedilhar no violão a melodia de Lula Lá, e foi acompanhado pela plateia, que entoou os versos.

“Este show foi concebido, desde o primeiro ensaio, com a perspectiva da vitória. Se por acaso viesse o resultado adverso, acho que não estaria aqui hoje, acho que esse show não faria mais sentido”, disse o cantor, que ergueu com Mônica uma bandeira do PT entregue por uma pessoa da plateia.

Confira

*Com DCM

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Opinião

Todo mundo quer pegar carona no Expresso BRICS

Comecemos com o que é de fato um conto sobre o comércio do Sul Global entre dois membros da Organização de Cooperação de Xangai (OCX). Em seu cerne está o já notório drone Shahed-136 – ou Geranium-2, em sua denominação russa: o AK-47 da guerra aérea pós-moderna.

Os Estados Unidos, em mais um característico ataque histérico transbordando de ironia, acusou Teerã de armar as Forças Armadas Russas. Tanto para Teerã quanto para Moscou, o drone superstar, de ótimo custo-benefício e terrivelmente eficiente, usado no campo de batalha ucraniano, é um segredo de estado: seu uso desencadeou uma tempestade de negativas de ambos os lados. Se esses drones são made in Iran, ou se o projeto foi comprado e a fabricação tem lugar na Rússia (a opção mais realista) não faz a menor importância.

Os registros mostram que os Estados Unidos armam até o pescoço a Ucrânia contra a Rússia. O Império, na verdade, é um combatente na guerra, por intermédio de um bando de “consultores”, conselheiros, treinadores, mercenários, armamento pesado, munições, inteligência via satélite e guerra eletrônica. E, no entanto, os funcionários imperiais juram que não participam da guerra. Eles, mais uma vez, mentem.

Bem-vindos a mais um exemplo explícito da “ordem mundial baseada em regras” em operação. É sempre o Hegêmona quem decide quais regras aplicar, e quando. Qualquer um que se contraponha a ele é um inimigo da “liberdade” e da “democracia”, ou qualquer outro chavão, deverá ser – o que mais seria? – punido com sanções arbitrárias.

No caso do Irã, há décadas sancionado até a exaustão, o resultado foi, como seria de se esperar, uma outra rodada de sanções. O que é irrelevante. O que importa é que, segundo o Corpo de Guarda Revolucionário Islâmico do Irã, nada menos que 22 países – lista que vem crescendo – estão fazendo fila para pegar o bonde do Shahed.

Até mesmo o líder da Revolução Islâmica, o Aiatolá Ali Khamenei, alegremente entrou na onda, comentando que o Shahed-136 não precisa photoshop.

A corrida rumo ao BRICS+

O que o novo pacote de sanções contra o Irã realmente “conseguiu” foi desfechar mais um golpe na cada vez mais problemática assinatura do ressuscitado acordo nuclear em Viena. Mais petróleo iraniano no mercado, na verdade, seria um alívio para as dificuldades de Washington após a recente e épica esnobada da OPEC+.

No entanto, um imperativo categórico continua existindo. A iranofobia – da mesma forma que a russofobia – sempre fala mais alto para os defensores da guerra straussianos-neocons que comandam a política externa americana e para seus vassalos europeus.

Então, aqui temos mais uma escalada hostil nas relações do Irã tanto com os Estados Unidos quanto com a União Europeia, uma vez que a junta não-eleita de Bruxelas também sancionou três generais iranianos.

Compare-se isso com o destino do drone turco Bayraktar TB2 – que, diferentemente das “flores no céu” (os gerânios russos) mostrou um péssimo desempenho em campo de batalha.

Kiev tentou convencer os turcos a usarem uma fábrica de armamentos da Motor Sich na Ucrânia ou abrirem uma nova empresa na Transcarpátia/Lviv para construir Bayraktars. O oligarca presidente da Motor Sich, Vyacheslav Boguslayev, de 84 anos de idade, foi acusado de traição por suas ligações com a Rússia, e talvez seja trocado por prisioneiros de guerra ucranianos.

Ao final, a negociação fracassou em razão do excepcional entusiasmo mostrado por Ancara em trabalhar para a construção de um novo centro de produção de gás na Turquia – uma sugestão pessoal do Presidente russo Vladimir Putin a seu colega turco Recep Tayyip Erdogan.

O que nos leva à interconexão cada vez maior entre os BRICS e os nove membros da OCX – à qual essa instância russa-iraniana de comércio militar está inextricavelmente ligada.

A OCX, liderada pela China e pela Rússia, é uma instituição paneurasiana cujo foco original era o combate ao terrorismo, mas que agora se volta cada vez mais para a cooperação geoeconômica – e geopolítica. Os BRICS, liderados pela tríade Rússia, Índia, e China, superpõem-se à agenda da OCX em termos geoeconômicos e geopolíticos, expandindo essa agenda para a África, América Latina e mais além: esse é o conceito do BRICS+, analisado em detalhe em um recente relatório do Clube Valdai , e plenamente abraçado pela parceria estratégica Rússia-China.

O relatório pesa os prós e contras de três cenários relacionados a possíveis candidatos ao BRICS+ no futuro próximo:

Primeiro, os países que foram convidados por Pequim para fazer parte da cúpula do BRICS de 2017 (Egito, Quênia, México, Tailândia, Tajiquistão).

Segundo, os países que fizeram parte do encontro de chanceleres do BRICS, em maio do corrente ano (Argentina, Egito, Indonésia, Cazaquistão, Nigéria, UEA, Arábia Saudita, Senegal, Tailândia).

Terceiro, as principais economias do G20 (Argentina, Indonésia, México, Arábia Saudita, Turquia).

E há também o Irã, que já demonstrou interesse em se juntar aos BRICS.

O Presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, confirmou recentemente que “diversos países” estão morrendo de vontade de ingressar nos BRICS. Entre eles, um importantíssimo ator do Oeste Asiático: a Arábia Saudita.

O que é ainda mais surpreendente é que, há apenas três anos, no governo do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump, o Príncipe Muhammad bin Salman (MbS) – o verdadeiro governante do país – estava resolvido a se juntar a uma espécie de OTAN árabe, na condição de aliado privilegiado do Império.

Fontes diplomáticas confirmam que no dia seguinte à retirada das tropas americanas do Afeganistão, os enviados de MbS começaram a negociar seriamente com Moscou e Pequim.

Supondo-se que o BRICS alcancem o consenso necessário para a aprovação da candidatura de Riad em 2023, mal se pode imaginar as consequências avassaladoras dessa decisão para o petrodólar. Ao mesmo tempo, é importante não subestimar a capacidade dos controladores de criarem o caos.

A única razão pela qual Washington tolera o regime de Riad é o petrodólar. Não se pode permitir que os sauditas persigam uma política externa independente e verdadeiramente soberana. Se isso acontecer, o realinhamento geopolítico não irá afetar apenas a Arábia Saudita, mas também todo o Golfo Pérsico.

Mas é cada vez mais provável que isso aconteça, depois de a OPEC+ ter de fato escolhido o caminho BRICS/OCX liderado pela Rússia e pela China – no que pode ser interpretado como um preâmbulo brando para o fim do petrodólar.

A tríade Riad-Teerã-Ancara

O Irã comunicou seu interesse em ingressar nos BRICS antes mesmo da Arábia Saudita. Segundo fontes diplomáticas do Golfo Pérsico, eles já estão engajados em um canal algo confidencial com a mediação do Iraque, na tentativa de se organizarem para tal. A Turquia virá em seguida – no BRICS, certamente, e possivelmente na OCX, onde Ancara hoje tem o status de observador extremamente interessado.

Agora, imaginem essa tríade – Riad, Teerã, Ancara – estreitamente ligadas a Rússia, Índia e China (o verdadeiro cerne dos BRICS), e futuramente na OCX, onde o Irã é, até agora, o único país do Oeste Asiático aceito como membro pleno.

O golpe estratégico desferido contra o Império quebrou todos os récordes. As discussões que levam ao BRICS+ focam o desafiador caminho rumo a uma moeda global lastreada em commodities capaz de superar a primazia do dólar.

Diversos passos interligados apontam para uma simbiose cada vez maior entre os BRICS+ e a SCO. Os estados-membros desta última já chegaram a um acordo quanto a um roteiro para o aumento gradual do comércio em moedas nacionais com base em acordos mútuos.

O Banco Estatal da Índia – o maior emprestador do país – vem abrindo contas especiais em rúpias para o comércio relacionado com a Rússia.

O gás natural russo enviado à Turquia será pago 25% em liras turcas, com um desconto de 25% que Erdogan pediu pessoalmente a Putin.

O banco russo VTB lançou transferências para a China em yuans, contornando o SWIFT, enquanto o Sberbank começou a emprestar dinheiro na moeda chinesa. A gigante de energia russa Gazprom combinou com a China que os pagamentos por fornecimento de gás devem mudar para rublos e yuans, meio a meio.

O Irã e a Rússia estão unificando seus sistemas bancários para conduzir comércio em rublos/rials.

O Banco Central do Egito está tomando providências para estabelecer um índice para a libra egípcia – usando um grupo de moedas e o ouro – com o objetivo de afastar a moeda nacional do dólar.

E, também, há a saga do TurkStream. .

O presente do centro de gás

Ancara, há anos, vem tentando se posicionar como um centro privilegiado de gás Oriente-Ocidente. Após a sabotagem dos Nord Streams, Putin entregou de bandeja à Turquia a possibilidade de aumentar o fornecimento de gás para a União Europeia usando esse centro. O Ministério da Energia turco afirmou que Ancara e Moscou, em princípio, já chegaram a um acordo.

Na prática, isso significa que a Turquia irá controlar o fluxo de gás não apenas da Rússia, mas também do Azerbaijão e de grande parte do Oeste Asiático, talvez incluindo até mesmo o Irã e a Líbia, no nordeste da África. Terminais de GNL no Egito, na Grécia e na própria Turquia irão completar a rede.

O gás russo se desloca através dos gasodutos TurkStream e Blue Stream. A capacidade total dos gasodutos russos é de 39 bilhões de metros cúbicos ao ano.

O TurkStream foi inicialmente projetado como um gasoduto de quatro linhas, com uma capacidade nominal de 63 bilhões de metros cúbicos ao ano. Nas atuais circunstâncias, apenas duas linhas – com capacidade total de 31,5 bilhões de metros cúbicos – foram construídas.

Portanto, uma extensão, em tese, é mais praticável – com a totalidade dos equipamentos de fabricação russa. O problema, mais uma vez, é a instalação dos dutos. Os navios a serem usados pertencem ao Allseas Group – e a Suíça faz parte da demência das sanções. No Mar Báltico, embarcações russas foram usadas para concluir a construção do Nord Stream 2. Mas, para uma extensão do TurkStream, seria necessária operar em profundidade oceânica muito maior.

O TurkStream não seria capaz de substituir completamente o Nord Stream, pois ele comporta volumes muito menores. A boa notícia para a Rússia é não ser alijada do mercado europeu. É evidente que a Gazprom só assumiria o significativo investimento necessário para a construção de uma extensão se houver garantias férreas quanto a sua segurança. A desvantagem é que a extensão também transportaria gás dos concorrentes da Rússia.

Aconteça o que acontecer, resta o fato de que o combo Estados Unidos-Reino Unido ainda exerce uma forte influência sobre a Turquia – e a BP, a Exxon Mobil e a Shell, por exemplo, participam de praticamente todos os projetos de extração de petróleo em todo o Oeste Asiático. Eles, portanto, certamente iriam interferir na operação dos centros de gás turcos, como também na determinação do preço do gás. Moscou tem que pesar todas essas variáveis antes de se comprometer com o projeto.

A OTAN, é claro, ficará lívida de ódio. Mas nunca subestimem o Sultão Erdogan, especialista em minimizar riscos. Sua história de amor tanto com os BRICS quanto com a OCX está apenas começando.

*Pepe Escobar/247

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Lula presidente

Imagem do Brasil renasce no exterior com a eleição de Lula

Assim que Lula saiu vitorioso das urnas, o país ganhou um novo status internacional. A começar pelas manifestações imediatas de chefes de Estado, como Biden, e o convite para o presidente eleito participar da COP27.

A vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) desagradou aos mais radicais que pedem até um golpe militar. Mas a derrota do presidente Jair Bolsonaro (PL) — que tem uma péssima imagem no exterior — reverberou positivamente no cenário internacional e recolocou o Brasil em uma posição de protagonista global em vez de pária, devido ao desmatamento recorde na Amazônia, ao aumento da pobreza e ao grande número de mortos pela covid-19: quase 700 mil, que colocaram o país na vice-liderança global, atrás apenas dos Estados Unidos.

O reconhecimento do presidente eleito por grandes líderes globais ocorreu antes mesmo de Bolsonaro, um marco na diplomacia global na defesa da democracia. A percepção do Brasil no exterior mudou da água para o vinho, até mesmo o tratamento entre diplomatas de representações do Brasil em território estrangeiro. Com isso, um novo Brasil está emergindo com Lula, que disse em seu discurso da vitória que vai recuperar o protagonismo do país na política externa e combater o desmatamento das florestas.

A confirmação de Lula e da ex-ministra do Meio Ambiente e deputada eleita Marina Silva (Rede-SP), na Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas (ONU), em Sharm el-Sheikh, no Egito, a COP 27, a partir deste domingo e vai até o dia 18 (leia mais na página 6), será o palco para o presidente brilhar como estadista e para ambos confirmarem o compromisso do país em zerar o desmatamento no país a partir de 2023, de acordo com especialistas ouvidos pelo Correio.

Fontes da chancelaria brasileira contaram que o clima já mudou lá fora e há maior receptividade em relação ao país antes mesmo da troca de governo. A expectativa entre eles é de aumento do interesse de vários países em reatar os laços com a maior economia da América Latina, que estava escanteada nos encontros multilaterais, a partir de 2023. No Itamaraty, técnicos já consideram que a posse de Lula deverá ser bastante concorrida, com a presença de vários líderes, sobretudo (mas não apenas) de países latinos-americanos. Em 1º de janeiro de 2019, 10 chefes de Estado e de governo participaram da posse de Bolsonaro, incluindo os primeiros-ministros de Israel, Benjamin Netanyahu, que acabou de ser eleito para retornar ao poder, e da Hungria, Viktor Orbán, ambos de extrema direita.

Na avaliação do economista Otaviano Canuto, ex-vice-presidente do Banco Mundial, o Brasil vai deixar de ser pária internacional à medida em que a política ambiental de Bolsonaro for revertida. “Haverá o trabalho de reconstrução do que o governo atual destruiu, algo não imediato. Um indicador importante estará, entre outros, no ritmo de desmatamento conforme capturado por satélites. Nessa correção de rumo ambiental repousa a manifestação imediata de chefes de Estado após as eleições, assim como em seu desejo de ver encerrada a deterioração institucional do período Bolsonaro”, explica.

*Com Correio Braziliense

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Lula presidente

Eleito há uma semana, Lula já fez mais pela Amazônia do que Bolsonaro em 4 anos

Semana foi marcada por volta do Fundo Amazônia, convite para Lula ir à Cúpula do Clima e otimismo dentro e fora do país.

O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nem começou, mas os reflexos de sua eleição na área ambiental já começaram a aparecer. Durante a campanha, o petista já havia se comprometido em desfazer o desmonte da política ambiental promovido pelo governo de Jair Bolsonaro (PL).

A semana seguinte ao resultado eleitoral foi marcada por sinalizações positivas de países parceiros na preservação ambiental. Houve ainda manifestações de organizações dos povos indígenas e de ONGs que atuam na preservação da Amazônia. As entidades preveem uma virada positiva no combate ao desmatamento, mas prometem cobrar ações efetivas do novo governo.

Fundo Amazônia reativado

Do ponto de vista prático, o principal efeito do resultado das urnas é a reativação do Fundo Amazônia, a maior política financeira de preservação ambiental do mundo. Há R$ 3,2 bilhões parados à espera de um governo que queira investir na preservação do bioma. Os projetos incluem regularização de imóveis rurais, aperfeiçoamento de monitoramento por satélite, combate a incêndios e estímulo à economia sustentável. O dinheiro financia projetos conduzidos ONGs, governos municipais e estaduais, além de órgãos federais, como Funai e Ibama.

Agora, tudo indica que o Fundo Amazônia voltará a receber recursos. Um dia após a vitória de Lula, a Noruega, maior doador do Fundo, afirmou que vai reativar os repasses. No dia seguinte, foi a vez da Alemanha sinalizar que deve desbloquear as verbas a partir de 2023. Os países, únicos financiadores da iniciativa, estão preocupados com o papel das queimadas no agravamento da crise climática.

O Fundo Amazônia foi sabotado em 2019 pelo então ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles, que extinguiu os comitês gestores responsáveis por definir a destinação dos recursos. O governo Bolsonaro queria passe livre para usar o dinheiro para indenizar proprietários de terras englobadas por unidades de conservação, mas os países financiadores não concordaram.

“Tivemos uma colaboração muito boa e próxima com o governo antes de Bolsonaro, e o desmatamento no Brasil caiu muito sob a presidência de Lula. Depois tivemos a colisão frontal com Bolsonaro, cuja abordagem era diametralmente oposta em termos de desmatamento”, explicou o ministro norueguês do Meio Ambiente, Espen Barth Eide.

Os mais de R$ 3 bilhões que já estão parados no Fundo Amazônia poderão ser destravados ainda em 2022, caso o governo Bolsonaro cumpra a determinação do Supremo Tribunal Federal (STF) expedida na quinta-feira (3). Por 10 votos a 1, os ministros acataram uma ação proposta por partidos do campo democrático e ordenaram que o governo federal reative o Fundo em 60 dias. Apenas o ministro Kássio Nunes Marques, indicado por Bolsonaro, divergiu do teor da ação, que considera a administração Bolsonaro omissa por engavetar os recursos.

“É muito bom que a Justiça tenha determinado a recomposição dos comitês, mas esse é apenas um dos pilares. Não é suficiente, porque é preciso reduzir o desmatamento. Mas este governo está acabando, espero que o próximo retome os princípios originais”, disse Carlos Minc, então ministro do Meio Ambiente em 2008, quando o Fundo foi lançado.

Indígenas celebram

O entusiasmo com a vitória de Lula apareceu também nas manifestações de organizações indígenas. “Vamos reconstruir o Brasil!”, publicou no Twitter a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), que apoiou formalmente a candidatura do petista. Na linha de frente da preservação ambiental, os povos originários pagaram com as vidas pelo desmonte das políticas ambientais do governo Bolsonaro.

A Apib tem em sua base centenas de organizações indígenas regionais e locais espalhadas pelo território brasileiro. O apoio deu legitimidade a Lula para representar os anseios dos mais de 1 milhão de indígenas de todo o Brasil. O petista prometeu durante a campanha criar um ministério dos povos originários, e uma das cotadas seria a primeira deputada estadual indígena eleita por São Paulo, Sônia Guajajara (Psol), coordenadora executiva da Apib.

No exterior, Lula já é presidente

O histórico e as intenções de Lula o levaram a ser convidado, mesmo antes de assumir a presidência, a participar da tradicional Cúpula do Clima, cuja 27ª edição será realizada em novembro, no Egito. O convite para a COP27 foi feito pelo país anfitrião e pelo Consórcio de Governadores da Amazônia Legal.

Com isso, Lula poderá começar desde já a articular acordos internacionais de combate ao desmatamento e redução na emissão de gases que causam as mudanças climáticas, isolando ainda mais Bolsonaro. Durante o evento, o petista será, na prática, o presidente do Brasil.

As passagens de Bolsonaro pelo evento, que ocorre anualmente, foram desastrosas, marcadas por mentiras sobre os índices de desmatamento e promessas não cumpridas.

Brasil voltará ao protagonismo na agenda climática

A reaproximação entre Lula e a ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva (Rede), símbolo da luta socioambiental no país, serviu para consolidar o apoio de especialistas, pesquisadores e ONGs. Marina comandou o Ministério do Meio Ambiente no período do governo petista em que o desmatamento caiu 70% na Amazônia. Não foi apenas a maior queda já registrada na devastação ambiental, mas também uma das maiores reduções de emissões de gases do efeito estufa já operadas na história recente, o que levou o Brasil a se transformar em um protagonista na agenda climática. No governo Lula, o Brasil foi o primeiro país em desenvolvimento a assumir voluntariamente uma meta de redução de emissões.

“E essa atitude do governo Lula acabou mobilizando a China para essa posição. Ela também apresentou uma meta de redução. E a postura desses países, com o peso que eles têm, elevou o patamar de consenso internacional sobre o enfrentamento às mudanças climáticas para o acordo de Paris, que foi uma mudança muito importante”, explica o sócio-fundador do Instituto Socioambiental (ISA), Márcio Santilli.

Otimismo das principais ONGs ambientais

O Greenpeace, uma das organizações pioneiras na questão socioambiental, afirmou que o governo Lula terá que promover uma profunda reconstrução de todas as políticas ambientais sabotadas por Bolsonaro. “Também sabemos que a composição do Congresso Nacional continua representando ameaças à pauta social e ambiental, e, para mudarmos os rumos do país, será preciso que os compromissos assumidos por Lula saiam do campo das promessas e sejam concretizados”, publicou a ONG.

Outra ONG de relevância mundial, a WWF declarou que o resultado das urnas prova que os brasileiros querem a proteção da natureza. A entidade reconheceu que os esforços do futuro governo devem se concentrar no combate à fome, mas frisou que a questão socioambiental é tão urgente quanto a insegurança alimentar.

“O duplo desafio de combater a fome de hoje e a fome de amanhã exigem a convergência do desenvolvimento econômico com a sustentabilidade e a preservação ambiental, motivo pelo qual acreditamos que Lula liderará essa agenda, podendo deixar um valioso legado para o país”, escreveu a WWF.

Desmatamento zero é possível, diz Marina

Uma das propostas mais ambiciosas de Lula é atingir o “desmatamento zero” na Amazônia. O ex-metalúrgico falou em retomar o monitoramento e a vigilância no bioma, além de combater toda e qualquer atividade ilegal. “Seja garimpo, mineração, extração de madeira ou ocupação agropecuária indevida”, disse. A proposta é ousada, mas factível, segundo Marina Silva. “Nós sabemos como fazer [diminuir o desmatamento]”, garantiu a ex-ministra de Lula ao programa BdF Entrevista exibido no começo de outubro.

*Com Brasil de Fato

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Simone Tebet e um ministério em que possa deixar uma marca

Aliados de Simone Tebet no MDB lhe sugeriram trabalhar por ministério que lhe dê projeção para 2026.

Aliados de Simone Tebet no MDB recomendaram que a senadora se articule para tentar assumir um ministério em que possa imprimir uma marca pessoal.

O entorno de Tebet avalia que a Agricultura é uma pasta que caminha sozinha, dando pouca margem para que se deixe uma marca própria, que ajude a alavancar Tebet para 2026.

Entre as opções em que isso seria possível, estão o Ministério do Meio Ambiente, o da Cidadania ou a Educação, todos com forte entrega de políticas públicas e, não à toa, também no raio de interesse do PT.

A presença de Tebet já é dada como certa pelo entorno de Lula. Além de prestigiar uma aliada importante no segundo turno contra Bolsonaro, a participação dela no governo ajudará na relação do governo com forças políticas majoritariamente avessas ao PT, como o agronegócio.

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Opinião

Bolsonaro precisa ser julgado e punido por crimes que cometeu

Futuro ex-presidente perderá foro privilegiado e não pode ser premiado com anistia.

Faltam 56 dias para a posse do presidente Lula. Jair Bolsonaro pode fugir da cerimônia, mas não poderá levar a faixa para casa. Também terá que deixar para trás o palácio, as mordomias e a proteção do foro privilegiado.

A lei brasileira não oferece blindagem a ex-presidentes. De volta à planície, eles ficam ao alcance de procuradores e juízes de primeira instância. Nos últimos anos, isso abriu caminho para as prisões de Lula e Michel Temer. Em 2023, poderá chegar a vez de Bolsonaro.

No poder, o capitão fez de tudo para evitar o impeachment e fugir da polícia. No front político, comprou a cumplicidade do presidente da Câmara com os bilhões do orçamento secreto. No jurídico, nomeou um procurador-geral omisso e subserviente. Sem a proteção de Arthur Lira e Augusto Aras, ele terá que responder por seus atos. Não faltarão motivos para processá-lo e julgá-lo.

Só a CPI da Covid propôs o indiciamento de Bolsonaro por nove crimes. A lista vai de infração de medida sanitária a uso irregular de verba pública, passando por prevaricação e charlatanismo. Somadas, as acusações poderão resultar em penas de até 65 anos. Em janeiro, deverão ser remetidas à Justiça Federal de Brasília.

O capitão também poderá ser responsabilizado por crimes contra o Estado Democrático de Direito. No ano passado, ele sancionou a norma que substituiu a velha Lei de Segurança Nacional. Agora arrisca ser enquadrado no texto por sua pregação golpista contra as instituições e o sistema eleitoral.

Lula anunciou que governará sem revanchismo, o que significa que a nova gestão não se mexerá para punir Bolsonaro. Mas uma de suas promessas mais repetidas, a revogação dos sigilos de cem anos, deverá expor o adversário a problemas com a Justiça.

O futuro ex-presidente distorceu a Lei de Acesso à Informação para encobrir sua participação em escândalos. Num dos casos mais rumorosos, negou-se a informar quantas vezes os pastores Arilton Moura e Gilmar Santos o visitaram no Planalto. A liberação desses registros ajudará a esclarecer sua ligação com o balcão de propinas no MEC. O ex-ministro Milton Ribeiro já confirmou à polícia que recebia os dois trambiqueiros a pedido do chefe.

A remoção dos sigilos também fornecerá detalhes sobre a interferência de Bolsonaro em órgãos públicos para fins particulares. Ele avacalhou a Polícia Federal, a Receita e a Abin para salvar a pele do primeiro-filho. Depois emparedou o Exército para impedir que o general Eduardo Pazuello fosse punido por indisciplina.

O capitão ainda terá que responder pela enxurrada de crimes eleitorais que praticou na tentativa de se perpetuar no poder. A delinquência poderá torná-lo inelegível nos próximos pleitos, obrigando a direita a apostar em candidatos mais civilizados.

Por fim, Bolsonaro terá encontro marcado com duas ações penais que já tramitavam no Supremo antes de sua posse e foram suspensas graças à imunidade prevista na Constituição. O futuro ex-presidente é réu por injúria e incitação ao estupro. Ao fim do mandato, os processos serão remetidos à primeira instância.

Aliados do capitão já discutiram diferentes manobras para evitar que ele seja punido nos próximos anos. Temer chegou a propor uma “anistia do passado”, a pretexto de pacificar o país. O perdão aos crimes da ditadura foi o que permitiu o retorno do golpismo fardado. Um perdão aos crimes de Bolsonaro não pacificaria nada — só serviria como prêmio e incentivo à reincidência.

*Bernardo Mello Franco/O Globo

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Intolerância

VÍDEO: Pastor de Igreja Batista prega contra nordestinos e incita ódio ao povo da região

Luiz Antonio Vieira, da Primeira Igreja Batista de Piabetá, sediada em Magé (RJ), fez um culto recheado de xenofobia contra o Nordeste por conta da expressiva votação de Lula por lá.

Um pastor identificado como Luiz Antonio Vieira, líder da Primeira Igreja Batista de Piabetá, sediada em Magé, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, proferiu um forte discurso xenofóbico contra nordestinos durante um culto da denominação que ocorreu na última quinta-feira (3), por conta da derrota monumental sofrida por Jair Bolsonaro (PL) naquela região, na disputa em que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) saiu como vencedor, em 30 de outubro.

Vieira começa dizendo que “não tem nada contra os irmãos que nasceram no Nordeste”, citando inclusive o nome de uma mulher que seria do Recife (PE), sua fiel, para na sequência desfilar um repertório xenófobo e ofensivo ao povo da região.

“No domingo eu falei aqui que eu iria na convenção da assembleia da ordem dos pastores pra falar. Eu vou esperar para quando a assembleia da ordem for em outro lugar. Não vou gastar um centavo em nenhum hotel do Nordeste, não vou comer em nenhum restaurante do Nordeste, não vou comprar nada no Nordeste”, disse o pastor.

Luiz Antonio Vieira, da Primeira Igreja Batista de Piabetá, sediada em Magé (RJ), fez um culto recheado de xenofobia contra o Nordeste por conta da expressiva votação de Lula por lá.

Um pastor identificado como Luiz Antonio Vieira, líder da Primeira Igreja Batista de Piabetá, sediada em Magé, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, proferiu um forte discurso xenofóbico contra nordestinos durante um culto da denominação que ocorreu na última quinta-feira (3), por conta da derrota monumental sofrida por Jair Bolsonaro (PL) naquela região, na disputa em que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) saiu como vencedor, em 30 de outubro.

Vieira começa dizendo que “não tem nada contra os irmãos que nasceram no Nordeste”, citando inclusive o nome de uma mulher que seria do Recife (PE), sua fiel, para na sequência desfilar um repertório xenófobo e ofensivo ao povo da região.

“No domingo eu falei aqui que eu iria na convenção da assembleia da ordem dos pastores pra falar. Eu vou esperar para quando a assembleia da ordem for em outro lugar. Não vou gastar um centavo em nenhum hotel do Nordeste, não vou comer em nenhum restaurante do Nordeste, não vou comprar nada no Nordeste”, disse o pastor.

O clérigo bolsonarista intensifica as ofensas e chama o povo nordestino de preguiçoso e fala ainda que ele vive de migalhas.

“É um povo que estão (sic) lá, preguiçosos. Porque os que não são vieram embora pra cá, vieram trabalhar. O nordestino é preguiçoso, gosta de viver das migalhas. Não é para você sentir ódio. Não é nordestinofobia. Não tenho fobia de nordestino, mas a grande verdade é essa”, completa.

Em inúmeros registros em vídeo, o pastor Vieira aparece “pregando” com imagens de Jair Bolsonaro ao fundo, ou então com adereços que remetiam à candidatura do presidente derrotado de extrema direita. Na manhã deste domingo (6), o perfil de sua igreja no Facebook tinha sido tirado do ar.

*Com Forum

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