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Política

Planalto já tem plano para acabar de vez com o PL da Anistia na Câmara

Planalto quer colocar um ponto final na gritaria dos bolsonaristas que buscam perdão aos criminosos golpistas do 8/1, que, por tabela, livraria Bolsonaro da cadeia. Entenda o método.

A tramitação do Projeto de Lei da Anistia, que busca perdoar os criminosos golpistas do 8 de Janeiro de 2023 e favorecer Jair Bolsonaro, encontra-se em uma situação delicada na Câmara dos Deputados. O governo Lula acredita que o projeto da extrema direita está fadado ao fracasso, após desenvolver um plano para bloquear sua aprovação. Os bolsonaristas conseguiram reunir 265 assinaturas para um requerimento de urgência, superando o mínimo de 257 necessário. No entanto, a inclusão do PL em pauta urgente depende da anuência do presidente da Câmara, Hugo Motta, que inicialmente era contra, mas mudou sua postura após uma postagem nas redes sociais, sugerindo que a decisão seria submetida a uma votação informal entre os líderes do Congresso, o que poderia facilitar a aprovação da anistia.

Perante isso, o governo federal analisou a situação e decidiu adotar uma estratégia para desviar o foco do projeto, que tem causado entraves desnecessários na política nacional. Essa tática envolve considerar as adesões ao requerimento de urgência do PL.

A coordenação política do governo reconhece que a votação plenária é o verdadeiro teste de apoio, não apenas a assinatura da lista. Mesmo com 265 assinaturas, sendo 146 de supostos partidos governistas, o governo considera que, se retirar entre 12 a 15 votos desses “governistas”, o projeto da anistia não será aprovado, garantindo uma vitória clara para o Planalto na votação. Assim, a articulação do governo visa minimizar os apoios ao projeto, afirmando que a legislação não deve ser discutida, dada sua natureza controversa e absurda.

A implementação do PL da anistia no Congresso pode ser alcançada através de uma estratégia simples, envolvendo ajustes nas nomeações para cargos desejados e a liberação de emendas para as bases eleitorais dos deputados. Especialistas consultados pela Fórum sugerem que muitos parlamentares que assinaram a lista de urgência do projeto fizeram isso conscientemente, prevendo que o governo usaria essa assinatura como uma moeda de troca. Essa situação não seria considerada anormal, devido à natureza comum das negociações políticas.

Fontes ligadas ao governo e ao Congresso garantem que o plano tem altas probabilidades de sucesso, uma vez que a maioria dos signatários da lista não é composta por parlamentares de visões extremistas. Além disso, muitos moderados têm sido alvo de pressão intensa por parte da bancada bolsonarista, o que pode influenciar suas decisões. A expectativa é de que, com a oferta de cargos e a liberação de emendas, um número significativo de deputados possa reconsiderar sua posição, optando por retirar seus nomes da lista e, consequentemente, votar contra o projeto no plenário.

Em resumo, a estratégia de negociações políticas em torno do PL da anistia envolve a manipulação das nomeações e a liberação de recursos para garantir apoio, aproveitando-se da vulnerabilidade de certos parlamentares diante da pressão política. Isso poderia criar um cenário onde, uma vez formalizadas as propostas, muitos se sentiriam inclinados a mudar suas posições, ajudando o governo a contornar obstáculos legislativos. A combinação de ofertas atraentes e a situação delicada de alguns deputados poderia facilitar uma reviravolta significativa na votação do projeto.

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Política

Agente da Abin afirma ter sido obrigado a trazer relógios do Qatar para Ramagem

O agente teria sido ‘constrangido’ por uma assessora de Ramagem para que trouxesse os itens.

Um funcionário da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) disse à Polícia Federal (PF) que foi obrigado a trazer três relógios de luxo do Qatar para o Brasil, para entregá-los a Alexandre Ramagem, então diretor do órgão. A informação é do jornalista Aguirre Talento, do portal UOL.

A informação é investigada no inquérito da “Abin paralela” e já está em sua fase final. Na próxima quinta-feira (17), a PF vai colher o depoimento de Luiz Fernando Corrêa, o atual diretor da agência, que está sob suspeita de ter permitido a destruição de provas.

Segundo o UOL, Ramagem disse em depoimento à PF que os relógios foram recebidos, catalogados pela Abin e encaminhados ao museu da instituição.

Transporte dos relógios
O agente que transportou os relógios disse que foi constrangido por uma das assessoras de Ramagem para trazer os relógios para o Brasil.

De acordo com sua declaração, durante uma de suas viagens, a assessora “determinou ao declarante que levasse o presente de Ramagem”. O agente, contudo, não deu detalhes sobre como entrou no Brasil com os itens. Caso tenha entrado no país sem ter declarado o material, pode ser que tenha havido uma sonegação fiscal.

Outro ponto investigado pela PF é a ligação dos funcionários da Abin nomeados por Ramagem, com uma empresa contratada pela agência. Na fase atual, a investigação tenta identificar se eles receberam pagamentos dessa empresa.

*ICL

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Brasil Mundo

Moraes cobra explicação da Espanha após veto à extradição de Eustáquio

A atitude contraria, segundo o magistrado, o princípio da reciprocidade previsto no tratado firmado entre Brasil e Espanha.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), intimou a Embaixada da Espanha no Brasil, que tem à frente a diplomata Mar Fernández-Palacios, a explicar a decisão do governo espanhol de se recusar a extraditar o blogueiro bolsonarista Oswaldo Eustáquio, foragido naquele país. A atitude contraria, segundo o magistrado, o princípio da reciprocidade previsto em tratado firmado entre Brasil e Espanha.

A reação de Moraes se soma a outra: ele decidiu suspender, nessa terça-feira (15/4), o processo de extradição do cidadão búlgaro Vasil Georgiev Vasilev, que foi solicitado pela Espanha.

A suspensão foi fundamentada no entendimento de que, em casos de extradição, é necessário que os países envolvidos respeitem o princípio da reciprocidade. Isso significa que um Estado só está obrigado a atender um pedido de extradição de outro país se este também cumpre pedidos semelhantes.

Como a Espanha recusou o envio de Eustáquio, como antecipou o Metrópoles, na coluna de Paulo Cappelli, Moraes entendeu que o Brasil não está obrigado a seguir com o pedido espanhol.

Moraes ainda determinou aos ministérios da Justiça e das Relações Exteriores para que notifiquem a representação diplomática do governo espanhol no Brasil.

O processo contra Vasilev envolve um caso de tráfico de drogas. De acordo com informações da Interpol, em outubro de 2022 ele teria transportado 52 quilos de cocaína em malas por Barcelona. A droga deveria ser entregue a outro suspeito, que foi preso no dia seguinte. Vasilev foi detido no Brasil, em fevereiro de 2025, e interrogado no mês seguinte.

Na decisão, Moraes cita o artigo I do Tratado de Extradição entre Brasil e Espanha, que determina que ambos os países se comprometem, de forma mútua, a entregar pessoas acusadas ou condenadas por crimes, desde que respeitadas as regras do tratado e as legislações locais, segundo Giovanna Estrela e Manoela Alcântara, Metrópoles.

A negativa da extradição de Eustáquio por parte da Espanha foi comunicada recentemente ao governo brasileiro. Em resposta, a Advocacia-Geral da União (AGU), o Ministério da Justiça e o Itamaraty informaram que pretendem recorrer da decisão.

Oswaldo Eustáquio é investigado por crimes como ameaça, perseguição, incitação ao crime, associação criminosa e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.

Segundo a Polícia Federal, ele divulgou dados de autoridades envolvidas nas investigações contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus filhos, espalhou desinformação sobre as eleições e participou de atos antidemocráticos. Atualmente, Eustáquio está na Espanha.

Prazo de 5 dias
Com a suspensão do processo de extradição de Vasilev, o ministro do STF determinou que o governo espanhol se manifeste em até cinco dias e comprove que segue o princípio da reciprocidade em matéria de extradição. Caso contrário, o pedido poderá ser rejeitado definitivamente.

Enquanto isso, Vasilev terá a prisão preventiva convertida em prisão domiciliar com uso de tornozeleira eletrônica. Ele só poderá sair de casa com autorização judicial, exceto em emergências médicas, e será monitorado continuamente. O descumprimento dessas condições poderá levá-lo de volta à prisão comum.

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Brasil

Vídeo: PMs de SP queimam cruz ao estilo Ku Klux Klan com apologia nazista

As forças especiais da Polícia Militar (PM) de São Paulo (SP) publicou um vídeo nesta terça-feira (15) em que aparecia os agentes do 9º Batalhão de Ações Especiais de Polícia (Baep) queimando uma cruz e fazendo uma saudação lida como nazista. A publicação foi apagada após a repercussão.

Confira o vídeo publicado pelo 9º Batalhão de Ações Especiais de Polícia (Baep):

Em meio à escuridão da noite, a cerimônia acontece no que parece um campo. As cenas são iluminadas com a luz do fogo e dos faróis das viaturas ao fundo. Uma passarela ao centro liga uma cruz sendo consumida pelo fogo e os quatro carros da PM.

A cruz em fogo era usada em cerimônias para causar inspiração e comoção entre os membros da Ku Klux Klan (KKK) — grupo reacionário e extremista que defende a supremacia branca e o nacionalismo branco.

“Ela [a cruz] enviará uma emoção de inspiração a todos os membros de clãs nas colinas”, escreveu Thomas Dixon Jr., em The Clansman: A Historical Romance of the Ku Klux Klan (1905).

Na sequência aparece dois agentes com os braços levantados na altura do ombro, formando um ângulo de 90º. Esse é um dos poucos momentos “normais” do vídeo. Esse movimento pode ser o de juramento à bandeira ou o de cobrir. A julgar pela situação é mais provável que seja um juramento.

Na sequência do vídeo completo aparece um homem levantando o braço acima da altura do ombro. Existem duas possibilidades para esse movimento: o agente errou um dos movimentos mais básicos do militarismo ou ele fez uma saudação a Hitler, em clara apologia nazista.

Na imagem montada pela TVT News é possível ver com clareza que o braço do agente está acima do ombro. Na direita há uma imagem da população alemã reunida realizando a saudação nazista, de praxe, os braços estão acima do ombro em um ângulo similar a 145º.

Ao servir para uma instituição militar, seja exército, aeronáutica, PM ou até em escolas cívicos-militares, a ordem é: faça o movimento em 90º, qualquer coisa alteração é criticada e mal vista, por ser considerada desleixada.

Apesar de ser possível imaginar que foi um erro desleixado do agente da PM, o contexto leva para o lado mais negativo.

Uma referência a KKK junto a um símbolo nazista no mesmo vídeo não parece ser uma simples coincidência num mundo cada vez mais extremo politicamente.

A instância responsável pela defesa da população se associa ao movimento político responsável pelo Holocausto, responsável pelas mortes sistemáticas de judeus, negros, LGBTQIAPN+ e outras minorias. Nos Estados Unidos, Elon Musk fez o mesmo.

Movimento de PM em comparação a saudação nazista:

pms-queimam-cruz-ao-estilo-kkk-com-apologia-nazista-movimento-de-policial-em-comparacao-a-saudacao-a-hitler-durante-a-alemanha-nazista-fotos-wiki-commons-reproducao-tvt-news

*TVTNews

 

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Política

Transfobia de Estado: Governo Trump trata Érika Hilton por pronome masculino em visto para Harvard

O governo Donald Trump ignorou documentos brasileiros e registrou Erika Hilton com o “sexo masculino” ao conceder visto diplomático para que a parlamentar participasse da Brazil Conference at Harvard & MIT 2025, ocorrida no último dia 12.

“É transfobia de Estado. Trump transformou o governo americano em máquina de perseguição a minorias”, acusa Hilton, que diz ter acionado o Itamaraty e já articula uma ação jurídica internacional contra Trump e a política de transfobia de estado adotada pelo governo americano.

Segundo a assessoria da deputada, documentos obtidos junto ao consulado dos EUA em Brasília mostram que o governo Trump registrou seu “sexo biológico” como masculino, desconsiderando sua certidão de nascimento retificada e passaporte brasileiro que atestam seu gênero feminino.

A parlamentar, que integrava missão oficial autorizada pela Câmara dos Deputados, deveria palestrar no dia 12 de abril no painel “Diversidade e Democracia” ao lado de outras autoridades brasileiras.

“É muito grave o que os Estados Unidos tem feito com as pessoas trans que vivem naquele país e quem lá ingressa. É uma política higienista e desumana que além de atingir as pessoas trans também desrespeitam a soberania do governo brasileiro em emitir documentos que devem ser respeitados pela comunidade internacional”, diz.

Em 2023, a mesma embaixada havia emitido visto à deputada respeitando sua identidade feminina. A mudança ocorre após o decreto assinado pelo presidente Donald Trump em janeiro de 2025, que não reconhece pessoas trans para o estado americano. Com Forum.

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Política

Requerimento de urgência do PL da Anistia usa velhinhas com a Bíblia na mão como reféns

PL que quer anistiar acusados e condenados de participação no 8/1 é protagonizado por pastores políticos.

Sem anistia, ainda que sejam velhinhas com a Bíblia na mão que participaram dos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 e cometeram os crimes de dano qualificado, deterioração de patrimônio público tombado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, associação criminosa e outras delinquências em nome de Jesus.

Os proponentes do PL da Anistia querem fazer crer que atuam por elas, as velhinhas sem noção. Tiraram do foco os generais e o núcleo duro do bolsonarismo que forjaram o golpe e colocaram estrategicamente na vanguarda das linhas revolucionárias de combate as meigas e consagradas velhinhas de Bíblia na mão, assim como dissimularam, explorando a imagem da cabeleireira que teve a ideia de maquiar a estátua no STF com batom, pasmem, vermelho.

Parece uma cena cinematográfica. Criminosos acuados e cercados por forças policiais colocam os reféns na frente e assim negociam, usando vidas inocentes como escudo. A dramaticidade aumenta quando os reféns são frágeis, crianças, gestantes, deficientes físicos e idosos. O final feliz depende do negociador habilidoso que entra em cena para preservar as vidas dos reféns e consegue também alcançar e penalizar os criminosos.

Sem anistia para os golpistas, ainda que tentem utilizar o sensacionalismo das vózinhas de oração que pensavam estar exorcizando os prédios dos Três Poderes. Balela, jogo de cena, conversa fiada dos vândalos que planejaram e executaram a tentativa de golpe.

No caso dos pastores signatários do pedido para votar urgência do projeto de anistia do 8/1, protocolado nesta segunda-feira (14) no sistema da Câmara dos Deputados, fazem das suas ovelhas reféns. Os pastores estão colocando velhinhas com a Bíblia na mão na frente, usando como escudo, para esconder os artífices do golpe.

Alguns dos signatários do PL da Anistia que são pastores: Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), Marco Feliciano (PL-SP), Pastor Eurico (PL/PE), José Olimpio (PL/SP), Pastor Diniz (UNIÃO/RR), Jefferson Campos (PL/SP), Otoni de Paula (MDB/RJ), Vinicius Carvalho (REPUBLICANOS/SP), Lincoln Portela (PL/MG), Silas Câmara (REPUBLICANOS/AM), David Soares (UNIÃO/SP), Cezinha de Madureira (PSD/SP), Marcelo Crivella (REPUBLICANOS/RJ), Pastor Gil (PL/MA), Pastor Sargento Isidório (AVANTE/BA) e Márcio Marinho (REPUBLICANOS/BA).

Provavelmente, na lista de 262 signatários do requerimento de urgência do PL da Anistia há outros pastores, mas os citados são bem representativos do manejo de ovelhas como moeda de troca política. A instrumentalização da igreja como comitê, célula, aparelho político do bolsonarismo contra as instituições democráticas, é repugnante.

Jesus distingue o bom pastor do mercenário. “O ladrão não vem senão a roubar, a matar, e a destruir; eu vim para que tenham vida, e a tenham com abundância. Eu sou o bom Pastor; o bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas. Mas o mercenário, e o que não é pastor, de quem não são as ovelhas, vê vir o lobo, e deixa as ovelhas, e foge; e o lobo as arrebata e dispersa as ovelhas. Ora, o mercenário foge, porque é mercenário, e não tem cuidado das ovelhas” (João 10.10-13).

Para os pastores proponentes do requerimento de urgência do PL da Anistia, as ovelhas, na figura de velhinhas com a Bíblia na mão, servem de escudos para os militares de alta patente e o núcleo duro do bolsonarismo que forjou a tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado. Mercenários! Coom ICL.

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Política

Juristas divulgam carta aberta em defesa do mandato de Glauber Braga

Documento reúne assinaturas de professores universitários, advogados e representantes de entidades jurídicas.

Um grupo de juristas divulgou, nesta terça-feira (15), uma carta aberta ao Congresso Nacional em defesa do deputado Glauber Braga (Psol-RJ), alvo de um processo de cassação aprovado pelo Conselho de Ética da Câmara. O documento, que reúne assinaturas de professores universitários, advogados e representantes de entidades jurídicas, alerta para os riscos institucionais que a medida representa.

Na avaliação dos signatários, o caso de Glauber abriria um precedente perigoso para a democracia e os mandatos populares. Segundo o texto, a recomendação de cassação representa uma interpretação mais rigorosa da quebra de decoro parlamentar e sinaliza uma intensificação polarizada de antagonismos políticos.

“A decisão do Conselho de Ética de recomendar a cassação de Glauber Braga, mesmo diante de precedentes em que penalidades mais brandas foram aplicadas, indica uma interpretação mais rigorosa da quebra de decoro parlamentar neste caso específico, mais ainda, indica um afastamento que só se justifica por uma intensificação polarizada de antagonismos políticos, que acaba por retirar justa causa ao sistema de sanções principalmente no plano ético”, diz documento.

A carta ainda defende que “a intensificação da sanção sem observância dos precedentes, da proporcionalidade e da função ético-pedagógica da pena pode ser caracterizada como violação do princípio da legalidade material, do devido processo substancial e da dignidade da pessoa humana. Além disso, pode configurar uma punição com viés político ou simbólico excessivo”.

A iniciativa é liderada por José Geraldo de Sousa Jr., ex-reitor e professor emérito da Universidade de Brasília, e tem apoio de nomes como o ex-ministro da Justiça Tarso Genro, o ex-ouvidor das Polícias do Estado de São Paulo Benedito Mariano e o procurador do Estado de São Paulo Pedro Armando Egydio de Carvalho. 247.

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A Múmia Armínio

Armínio Fraga, presidente do Banco Central de FHC, que elevou a taxa de juros a mais de 45%, é referência de quê e para quem?

Essa pauta de Armínio contra o salário mínimo é de outros carnavais.

Para quem já foi o homem forte de FHC no Banco Central, essa volúpia tecnocrata é até meio boboca. Pior, repetitiva, o que mostra que a direita é um samba de uma nota só.

A finada casta tucana já foi enterrada pelo povo faz tempo.

Mas algumas múmias artísticas insistem em se levantar da tumba e soltar um pum para dizer que ainda vive.

Armínio Fraga é um dos quadros mais medíocres da “direita cordial”.

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Defesa do Parlamento

Manuel Domingos Neto*

A defesa do mandato de Gláuber Braga é ponto inescapável da luta pela democracia.

Não se trata apenas de solidariedade a um valente parlamentar perseguido. Trata-se de manter a dignidade mínima do Legislativo.

Não sabemos exatamente como surgiram e evoluíram os Estados, mas sabemos que, em seu formato moderno, ocidental e burguês, legisladores autônomos são inerentes ao preceito de soberania popular.

A degradação dos Parlamentos, que não controlam aparelhos repressivos, antecede golpes de Estado.

A cassação de Glauber culminaria o descredenciamento contínuo da atividade parlamentar iniciado após a Constituinte de 1988.

Durante a ditadura militar, os governantes dominavam o Congresso silenciando opositores, censurando e concedendo aos seus apoiadores o papel de negociantes de obras e serviços que lhes beneficiassem eleitoralmente.

Os generais exigiam do político fidelidade e habilidade no agenciamento de verbas. Tal prática garantiu-lhes maioria parlamentar confortável.

A luta pela democracia permitiu que reformistas sociais abrissem cancha nas casas legislativas. Assim começou a desintegração do regime. As mudanças nas regras eleitorais não bastaram para sustentar o arbítrio castrense.

A minoria de esquerda, facilmente identificada, logrou avanços legislativos. Sua força advinha das bandeiras esperançosas que empunhavam, não do uso de recursos públicos para campanhas eleitorais.

Isso mudou nas últimas décadas. Para o sucesso eleitoral, o agenciamento de verbas públicas voltou a preponderar.

O reformismo legislativo perdeu impulso em favor do velho clientelismo, que anula a distinção entre o público e o privado. Logo apareceram novas oligarquias. Novas dinastias políticas deixaram o sistema eleitoral parecido com o da República Velha.

A economia mundial pode virar furdunço, a ordem mundial se despedaçar, o meio ambiente se degringolar, as perspectivas alvissareiras para a sociedade desaparecerem, a concentração da renda pode recrudescer… Nada importa ao político voltado para a busca de verbas que lhe possibilite renovar o mandato e agasalhar os seus.

Há alguns anos, o Congresso Nacional está dominado por essa gelatina parlamentar. Evito o termo “centrão” porque a prática de uso do orçamento público para a reprodução de mandatos contamina todo o espectro político.

Trata-se de um Parlamento volúvel: tanto respalda um presidente fascista quanto um líder popular que tenta assistir os de baixo.

Glauber está ameaçado porque denunciou procedimentos parlamentares fraudadores da soberania popular. Denunciou corajosamente expedientes legalizadores da corrupção eleitoral.

A ameaça ao seu mandato não decorre de ofensas a quem quer que seja. Aliás, excessos verbais, injúrias e mentiras são comezinhas em parlamentos. Bolsonaro provou que até a defesa da tortura em plenário é aceitável. Não perdeu o mandato e alçado à presidência.

Os mandões da Câmara querem o cancelamento de Glauber porque esse parlamentar denunciou o sistema eleitoral. Meteu a mão em casa de marimbondos.

Glauber poderia até ser advertido por descontrole verbal e pelo chute no traseiro de um provocador fascista, quando ficou evidente que a direção da Casa não garante proteção aos seus integrantes.

As acusações contra Glauber são irrelevantes. O mandato desse deputado está ameaçado porque sua atuação incomodou os ávidos de verbas, preferentemente secretas. O corporativismo dos deputados atua contra Glauber.

Quem pode ajudar a preservar o mandato de Glauber é a mobilização dos democratas. A sociedade precisa reagir à degradação do Parlamento; deve lembrar que o princípio da soberania popular não é eliminado apenas por fileiras armadas. Legisladores também atuam contra a democracia.

A representação parlamentar não pode persistir como um descarado balcão de negócios. Parlamento degenerado é antessala da ditadura.

Se Glauber for cassado, a bamboleante democracia ficará ainda mais fragilizada.

Neste momento, quem gosta da democracia tem uma tarefa prioritária: defender o mandato de Glauber Braga.

*Manuel Domingos Neto é doutor em História pela Universidade de Paris. Autor de O que fazer com o militar – Anotações para uma nova Defesa Nacional

*Viomundo

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Política

Gilmar Mendes, em Harvard, enfurece bolha extremista ao desmascarar Bolsonaro

Ministro do STF falou sobre o que é o tal PL da anistia, que pretende perdoar extremistas, e explicação deixou claro qual será o destino de todos, inclusive do ex-presidente.

O ministro Gilmar Mendes, decano do Supremo Tribunal Federal, participou nos últimos dias do evento Brazil Conference, em Harvard, nos EUA, e de lá deu uma declaração que desmascarou por completo Jair Bolsonaro e o furdunço instalado no país por conta do Projeto de Lei da anistia apresentado na Câmara dos Deputados, patrocinado por ele, que tem por finalidade perdoar os golpistas extremistas que participaram do fatídico 8 de janeiro de 2023.

Falando à reportagem da Folha de S.Paulo, Mendes foi direto e objetivo em relação à proposta, que segundo ele é uma espécie de manobra que disfarça uma outra intenção: a de livrar Bolsonaro da cadeia por sua tentativa de golpe de Estado, usando como desculpa o ato isolado ocorrido em 8 de janeiro, que foi apenas o ponto final da empreitada golpista.

“Aquilo que está se usando é o pretexto do 8 de janeiro para, na verdade, tentar anistiar aqueles que são os mentores do golpe e que tiveram agora a denúncia da procuradoria-geral da República recebida pela primeira turma”, disparou o magistrado do Supremo, referindo-se explicitamente ao ex-presidente e aos outros sete homens que eram seus principais e mais poderosos colaboradores, que figuram ao seu lado agora no banco dos réus para serem julgados como integrantes do chamado “núcleo crucial do golpe”.

Sobre eventuais mudanças nas penas dos golpistas de baixo clero já presos e condenados, que têm sido usadas também como pretexto, Mendes explicou o óbvio. Já há mecanismos legais para isso no Brasil e as pessoas podem pedir revisão e também receberem benefícios de progressão, assim como decisões mais favoráveis em razão de questões humanitárias. Nada disso precisa ser exigido por meio de uma lei de anistia.

“Eu não vejo sentido em nenhum processo de anistia e entendo que eventuais ajustes vão ser feitos no próprio contexto da progressão de regime ou mesmo análises que se façam de justificativas de prisões humanitárias nesses casos”, acrescentou ainda o ministro.

Nas redes sociais, a bolha de extrema direita que sustenta Bolsonaro e o bolsonarismo se enfureceu com Gilmar Mendes. Sempre repetitivos, eles afirmam que o magistrado não seria imparcial, não poderia “falar fora dos autos”, ou mesmo se manifestar sobre o assunto. Os ataques ao ministro se seguiram durante toda esta segunda-feira (14) nas caixas de comentários dos veículos que noticiavam sua declaração.