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Política

Assista ao depoimento do coronel Helcio Bruno, citado como intermediador da Davati

A CPI da Covid ouve hoje o tenente-coronel da reserva e presidente do Instituto Força Brasil, Hélcio Bruno de Almeida. O militar é apontado por representantes da Davati como intermediador de um encontro entre eles e o então secretário-executivo do Ministério da Saúde, coronel Élcio Franco.

A ministra do STF (Supremo Tribunal Federal) Cármen Lúcia concedeu a Hélcio o direito de ficar em silêncio e não produzir provas contra si mesmo após a defesa dele entrar com pedido de habeas corpus no tribunal. No entanto, o militar não poderá silenciar sobre os demais questionamentos. A ministra negou pedido para que Hélcio pudesse faltar ao depoimento.

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Economia

Inflação de julho tem maior alta em 19 anos e chega a 8,99% em 12 meses

Índice acelerou e subiu 0,96% no mês, pressionado por reajuste da bandeira tarifária de energia. Resultado amplia distância frente ao teto da meta de 5,25%.

A inflação acelerou em julho e subiu 0,96% em relação a junho, segundo dados divulgados pelo IBGE nesta terça-feira. É a maior alta para o mês desde 2002, quando registrou 1,19%.

O avanço é resultado, principalmente, do aumento na conta de luz, em razão do reajuste da bandeira tarifária, e da alta nos preços de combustíveis.

Em 12 meses, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumula alta de 8,99%. É a maior alta nessa base de comparação desde maio de 2016, quando o indicador chegou a 9,32%.

Com o resultado, o indicador permanece acima do teto da meta de inflação estabelecida para o ano. A meta de inflação do Banco Central para 2021 é de 3,75%, podendo variar entre 2,2% e 5,25%.

Analistas ouvidos pela Reuters projetavam alta de 0,93% para o mês e 8,97% em 12 meses.

Energia elétrica e combustíveis pressionam indicador

Dos nove grupos pesquisados, oito tiveram alta em julho. A maior variação e o maior impacto vieram do grupo Habitação com a alta da energia elétrica, que acelerou em relação ao mês anterior, com alta de 7,88% do item em julho.

O resultado é consequência dos reajustes tarifários em cidades como São Paulo, Curitiba e Porto Alegre.

— Além dos reajustes nos preços das tarifas em algumas áreas de abrangência do índice, a gente teve o reajuste de 52% no valor adicional da bandeira tarifária vermelha patamar 2 em todo o país. Antes o acréscimo nessa bandeira era de, aproximadamente, R$ 6,24 a cada 100kWh consumidos e, a partir de julho, esse acréscimo passou a ser de cerca de R$ 9,49 — explica o analista da pesquisa, André Filipe Guedes Almeida.

A segunda maior contribuição do mês veio dos transportes, puxados pelas passagens aéreas, cujos preços subiram 35,22% após queda de 5,57% em junho.

Os preços dos combustíveis também aceleraram, com alta de 1,24% após subir 0,87% em junho. Somente a gasolina teve alta de 1,55%, após ter subido 0,69% no mês anterior.

Para analistas do mercado, já era esperado que itens como energia e combustíveis pressionassem o indicador. Isso porque começam a se refletir o recente reajuste da Petrobras, nos preços da gasolina, diesel, gás de botijão e gás canalizado, e o reajuste de 52% no valor da bandeira tarifária de energia pela Aneel, que impactam o consumidor.

Inflação dos mais pobres supera IPCA

O IBGE também divulgou o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede a inflação percebida por famílias com renda entre um e cinco salários mínimos mensais.

O indicador chegou a 1,02%, superando o avanço de 0,96% no IPCA. No ano, o indicador acumula alta de 5,01% e, em 12 meses, de 9,85%.

Em 12 meses, essa é a maior variação desde março de 2016, quando o índice acumulado chegou a 9,91%.

*Com informações de O Globo

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Política

Tenente-coronel Helcio Bruno, alvo da CPI, intermediou mais de US$ 33 milhões com Defesa

O tenente-coronel da reserva Hélcio Bruno de Almeida, que é ouvido hoje na CPI da Covid, já intermediou ao menos três negociações envolvendo milhões de dólares no Ministério da Defesa.

Especialista e “consultor de Defesa e Segurança”, segundo seu currículo Lattes atualizado até o dia 29 de junho de 2020, Hélcio se apresenta nas redes sociais como representante sênior da empresa Suntech Soluções de Inteligência, adquirida pela companhia israelense Verint Systems.

Nos contratos junto ao Exército, Hélcio Bruno teria atuado como facilitador da empresa junto à área militar. O lobby feito pelo militar da reserva teria rendido contratos milionários da Verint junto ao Ministério da Defesa nos últimos anos. O Exército, porém, nega que ele tenha atuado como lobista (leia mais abaixo).

Contratos

Em 8 de outubro de 2018 é publicado no Diário Oficial da União um “extrato de inexigibilidade de licitação” de um contrato no valor global de mais de US$ 11,9 milhões.

A quantia desembolsada serviria para que o Exército Brasileiro adquirisse uma solução integrada “para a ampliação e atualização de sistemas de hardware e software da plataforma Verint”. A manutenção contratada é feita pela mesma empresa por se tratar de tecnologia de ponta e com programas exclusivos da companhia.

O documento, assinado pelo então chefe do Departamento de Ciência e Tecnologia, Edson Pujol, e pelo então comandante da Força, Eduardo Villas Bôas, apresenta como justificativa a “necessidade de atualização do sistema e inviabilidade de competição entre fornecedores para a aquisição”. Posteriormente, Edson Pujol se tornou comandante do Exército.

Dois meses antes, o Centro de Comunicações e Guerra Eletrônica do Exército havia feito um acordo de compensação com a Verint que contemplava “16 projetos de compensação” concordados no ano anterior. O valor desembolsado foi de US$ 10,5 milhões e o pagamento ocorreu por meio da CEBW (Comissão do Exército Brasileiro em Washington).

A soma de dois dos três contratos que basearam o acordo de compensação, contudo, totaliza US$ 8 milhões. A reportagem não teve acesso ao valor do último contrato citado.

Já em 2020, um outro aditivo também teria contado com a influência de Hélcio Bruno. Assinado pelo então comandante de Comunicações e Guerra Eletrônica, Carlos Alberto Dahmer, três projetos de compensação firmados em 2019 custaram à União quase US$ 10,8 milhões.

Procurado, o Centro de Comunicação Social do Exército disse que Hélcio Bruno “não intermediou nem atuou de qualquer forma como representante das empresas citadas”.

“Cabe destacar que o Exército Brasileiro conduz os seus processos de compra cumprindo rigorosamente os princípios da Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência”, afirmou em comunicado.

*Lucas Valença/Uol

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Bolsonaro já queria tanques na Esplanada em março passado

O desfile de blindados pela Esplanada dos Ministérios que Jair Bolsonaro terá na manhã desta terça-feira foi exatamente o que ele pediu ao então comandante do Exército, Edson Pujol, em março passado, no auge da crise que levou à demissão do ministro da Defesa, general Fernando Azevedo e Silva, e dos três comandantes das Forças Armadas.

Na época, Pujol se negou a atender Bolsonaro – assim como Azevedo e Silva, que não encampou a ideia do presidente de promover um voo rasante com os caças suecos Gripen pela Esplanada.

Ao deixar o cargo, exonerado pelo presidente em 30 de março, Azevedo e Silva afirmou a auxiliares que havia saído porque não queria reviver maio de 2020. Referia-se ao sobrevoo de helicóptero que fez com o presidente sobre a Esplanada dos Ministérios durante uma manifestação pelo fechamento do STF e por intervenção militar.

Na ocasião, os comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica decidiram seguir Azevedo e Silva e colocar seus cargos à disposição, mas foram surpreendidos ao saber pelo novo ministro, Walter Braga Netto, que já estavam sendo exonerados.

A história dos apupos de Bolsonaro foi contada na ocasião pelos participantes da crise a pessoas próximas. Ontem, diante da notícia de que a Marinha promoveria um desfile de blindados na Esplanada, no mesmo dia em que a Câmara deve derrubar a adoção do voto impresso, dois desses interlocutores me confirmaram a informação.

Na época, o presidente da República estava em choque com o Supremo Tribunal Federal em razão das decisões da corte que permitiram a ação de governadores no combate à pandemia de Covid-19.

Referindo-se às medidas de isolamento social como um estado de sítio decretado pelos governadores, Bolsonaro passou a defender medidas de exceção e insistir com o ministro da Defesa e com os comandantes militares, especialmente o do Exército, para que fizessem demonstrações de força em seu apoio.

Os comandantes anteriores se negaram a fazê-lo, mas os atuais pelo jeito não se importam. Embora do desfile desta manhã seja uma iniciativa apenas da Marinha, cujos blindados estão de passagem por Brasília a caminho de Formosa, em Goiás, as outras forças participarão das manobras militares previstas para o dia 16 de agosto.

Em tese, a parada em Brasília, considerada por oficiais das próprias forças como “inusitada”, servirá para que o presidente receba o convite da Marinha para assistir ao exercício militar em Formosa.

Na prática, servirá como uma mensagem ao Congresso de que o presidente não aceita a derrota prevista para hoje no plenário da Câmara, que deve derrubar a adoção do voto impresso nas eleições de 2022.

Nas últimas semanas, Bolsonaro tem atacado as urnas eletrônicas e já declarou mais de uma vez que, se necessário, agirá “fora das quatro linhas” da Constituição. Também vem fazendo ataques pessoais ao presidente do TSE, Luís Roberto Barroso. O agravamento da crise fez com que o presidente do STF, Luiz Fux, cancelasse o encontro entre os chefes do Três Poderes que estava programando.

Ontem, depois das críticas ao evento, o Palácio do Planalto enviou um convite aos chefes de poderes para participar, dizendo que “Brasília é passagem obrigatória” para Formosa e destacando ser o “Chefe Supremo das Forças Armadas”.

Malu Gaspar/O Globo

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Oposição prepara ato contra tanques e intimidação de Bolsonaro

Como reação à tentativa de intimidação de Jair Bolsonaro, parlamentares de oposição estão preparando para esta terça-feira (9) a realização de um ato político em defesa da democracia na rampa do Congresso Nacional em Brasília.

A ideia do ato é fazer frente ao evento planejado por Jair Bolsonaro. Ele participará de um desfile do Exército com carros blindados e tanques de guerra, que se posicionarão em frente ao Palácio do Planalto durante a votação da PEC do voto impresso – que já foi derrotada em comissão especial.

Por volta das 8h30, o comboio militar vai desfilar pelas avenidas na Praça dos Três Poderes e estacionar em frente ao Planalto, onde generais vão entregar a Bolsonaro e ao ministro da Defesa, Walter Braga Netto, convites para a demonstração operativa da Operação Formosa.

Políticos e partidos da oposição têm interpretado o ato de Bolsonaro como uma tentativa de intimidação e até mesmo um ensaio golpista contra a iminente derrota do voto impresso na Câmara. O presidente tem defendido a pauta como forma de tumultuar o processo eleitoral, visto que ele já deu sinalizações de que não aceitará o resultado da eleição de 2022 caso perca o pleito.

“Bolsonaro mais uma vez rebaixa as Forças Armadas ao papel de milícia presidencial. O desfile de blindados é uma violência contra o Poder Legislativo e o Estado de Direito. Não nos intimidaremos c/ as ameaças de um presidente delinquente. Vamos derrotar o golpe do voto impresso”, afirmou Marcelo Freixo (PSB-RJ), líder da Oposição na Câmara.

O horário do ato dos parlamentares contra Bolsonaro ainda não foi definido.

Requerimento de informações

O líder da bancada do PT na Câmara, deputado Elvino Bohn Gass (RS), prepara nesta segunda-feira (9) um requerimento de informações a ser enviado ao ministro da Defesa, general Braga Netto, para que ele explique a manobra militar planejada em Brasíia.

O parlamentar pedirá informações como custos com diárias, combustíveis, nomes dos comandantes envolvidos e o motivo da realização da operação.

A depender da resposta do ministro, Bohn Gass cogita acionar o Tribunal de Contas da União (TCU) e o Ministério Público contra o evento.
Tanques já estão posicionados

Os tanques e blindados que Jair Bolsonaro deve exibir em uma tentativa de intimidação nesta terça-feira (10) já estão, nesta segunda-feira (9), posicionados em Brasília, próximos à Esplanada dos Ministérios.

O flagrante dos veículos estacionados foi feito pela deputada federal Erika Kokay (PT-DF).

“Os tanques de guerra p/ o exibicionismo golpista de Bolsonaro já estão posicionados no Grupamento dos Fuzileiros Navais, localizado próximo à Esplanada dos Ministérios. Bolsonaro está dobrando a aposta e a reação dos democratas desse país precisa ser enérgica!”, escreveu a parlamentar, junto a um vídeo que mostra os carros militares posicionados.

Ações na Justiça

O PSOL protocolou junto à Justiça do Distrito Federal, nesta segunda-feira (9), um mandado de segurança para impedir a manobra militar que o ministro da Defesa, general Walter Braga Netto, e Jair Bolsonaro planejam em Brasília nesta terça-feira (9).

“A informação de que haverá uma manobra militar amanhã na Esplanada dos Ministérios é grave. O PSOL decidiu entrar com um Mandado de Segurança na Justiça do DF para proibir qualquer presença de veículos ou tropas militares durante as votações no Congresso Nacional”, disse o presidente do PSOL, Juliano Medeiros.

Quem também entrou na Justiça contra o ato militar atípico encampado por Bolsonaro no dia da análise da PEC do voto impresso foi o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE).

“Pedi à Justiça que impeça o gasto de recursos públicos em uma exibição vazia de poderio militar. As Forças Armadas, instituições de Estado, não precisam disso”, informou o congressista.

“Os brasileiros, sofrendo com as consequências da pandemia, também não. O Brasil não é um brinquedo na mão de lunáticos”, completo

Assista:

*Com informações da Forum

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Política

O cerco se fecha: TSE apresenta ao STF nova notícia-crime contra Bolsonaro

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) encaminhou no final da tarde desta segunda-feira (9) ao Supremo Tribunal Federal (STF) nova notícia-crime contra Jair Bolsonaro, acusado de divulgar informações confidenciais do inquérito da Polícia Federal que investiga um ataque hacker sofrido pelo tribunal em 2018.

O pedido de investigação tem como alvos ainda o deputado federal Filipe Barros (PSL), relator da PEC do Voto Impresso, e o delegado responsável pelo inquérito.

“O crime que se busca apurar é o de divulgação de segredo, tipificado no Artigo 153, parágrafo 1º-A, cominado com o parágrafo 2º do Código Penal brasileiro”, diz a peça.

O documento, assinado pelo presidente do TSE e ministro do STF, Luís Roberto Barroso, e demais integrantes da Corte eleitoral lista “elementos comprobatórios da existência de informações sigilosas ou reservadas”. São eles:

  • (i) a menção, na portaria de instauração do inquérito, à existência de informações sigilosas do TSE,
  • (ii) a explícita anotação de sigilo no despacho do Juiz Auxiliar da Presidência deste TSE que encaminhou subsídios da apuração administrativa à Polícia Federal,
  • (iii) a advertência lançada pelo mesmo Juiz Auxiliar da Presidência deste TSE de que todas as comunicações com a Secretaria de Tecnologia da Informação do Tribunal tinham caráter reservado;
  • (iv) a tarja de sigilo lançada em todas as páginas encaminhadas pelo Tribunal à Polícia Federal; e
  • (v) a autuação do inquérito policial perante a Justiça Federal da 1a Região sob segredo de justiça.

Segundo a notícia-crime, os dados sigilosos foram divulgados “após o levantamento do sigilo, aparentemente indevido, pelo delegado de Polícia Federal que preside as investigações” e posterior encaminhamento dos respectivos autos ao deputado Felipe Barros”.

*Com informações do 247

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Política

Encurralado, a Bolsonaro só resta tumultuar, xingar

Jair Bolsonaro está encurralado e, a esta altura, só lhe resta tumultuar o ambiente. Já prevê, como disse hoje, a derrota na votação da PEC do voto impresso no plenário da Câmara. Mas não vai poder retaliar os deputados que votarem contra, já avisou o presidente da Casa, Arthur Lira – aquele que está sentado sobre uma centena de processos de impeachment.

No Judiciário, também bateu no muro. Em sua cruzada contra ministros do STF e do TSE, Bolsonaro está gerando diariamente novos elementos para alimentar os inquéritos abertos contra ele nas duas Cortes, onde está sendo investigados por propagar fake news contra a urna eletrônica e a eleição, caluniar autoridades, usar recursos da máquina governamental eleitoralmente, etc. Pode até não acreditar no prosseguimento dessas ações, já que tem costas quentes com o PGR Augusto Aras, mas está dando tiros diários no pés com sua atitude.

A poucos quilômetros acima da Praça dos Três Poderes, no QG do Exército, têm sido emitidos sinais discretos de que o Alto Comando das Forças Armadas não moverá um milímetro no rumo de um golpe para impedir as eleições de 2022 ou para desrespeitar seu resultado, ganhe quem ganhar. Por mais bolsonarista que seja o ministro da Defesa, isso já ficou claro.

Fora da ilha brasliense, o presidente da República também colheu péssimas notícias. As elites econômicas do país assinaram manifesto que começou com 200 assinaturas e está chegando a 20 mil repudiando suas ameaças às eleições. Tradução: o PIB, que já andava há tempos escabriado, desembarcou de vez de Bolsonaro.

A alternativa que resta ao capitão é tumultuar, xingar, chutar canelas, tentar botar os bolsominions nas ruas para aparentar uma força que, todo mundo sabe, ele não tem. Não se pode, é claro, subestimar a capacidade de um presidente arruaceiro. Pode fazer barulho, assustar, promover o conflito nas ruas e tentar chegar a uma convulsão social que supostamente justificasse uma intervenção das forças militares — a seu serviço.

Bolsonaro fará um primeiro teste de baderna no próximo sete de setembro, numa espécie de ensaio para a invasão tupiniquim do capitólio quando perder as eleições. É bom ficar de olho. Mas também é possível prestar atenção e não cair em armadilhas, adotando, desde já, uma estratégia contra provocações. A turma de Bolsonaro é barulhenta, mas é minoria — nas ruas e nas instituições.

*Helena Chagas/247

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Política

Indígenas denunciam Bolsonaro em Haia por genocídio e citam ex-Iugoslávia

Indígenas brasileiros apresentam hoje ao TPI (Tribunal Penal Internacional) uma denúncia contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) por crimes contra a humanidade e genocídio. Marcando o Dia Internacional dos Povos Indígenas, o documento de quase 150 páginas aponta como, na avaliação dos autores da denúncia, o governo agiu de forma deliberada para “exterminar” etnias e povos e estabelecer um Brasil sem indígenas.

A denúncia foi preparada pela Apib (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil), que reúne entidades como a Apoinme (Articulação dos Povos Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo), Conselho do Povo Terena e Coordenação das Organizações Indígenas da Ama.

“Está em curso uma política de genocídio dos povos indígenas no Brasil, combinada com a prática de diferentes crimes contra a humanidade. São crimes que estão, neste momento, sendo praticados”, alerta o documento.

Esse é o terceiro caso que o TPI recebe contra Bolsonaro por conta da situação dos povos indígenas. Para que uma investigação formal seja aberta, a procuradoria da corte precisa concluir que tem o mandato para tal e que a denúncia é sólida o suficiente para justificar o inquérito.

A denúncia amplia a pressão internacional contra o governo brasileiro, com sua reputação minada por atitudes do presidente consideradas como inaceitáveis no campo do meio ambiente, na pandemia e em direitos humanos.

Os indígenas, desta vez, apresentaram ao TPI um documento que relata especificamente o papel do presidente na “destruição intencional, no todo ou em parte, de povos indígenas no Brasil, através da imposição de graves ofensas à integridade física e mental e sujeição intencional a condições de vida tais que acarretem sua destruição física ou biológica”.

“A política anti-indígena em curso no Brasil hoje é dolosa. São atos articulados, praticados de modo consistente durante os últimos dois anos, orientados pelo claro propósito da produção de uma nação brasileira sem indígenas, a ser atingida com a destruição desses povos, seja pela morte das pessoas por doença ou por homicídio, seja pela aniquilação de sua cultura, resultante de um processo de assimilação”, explica.

Bolsonaro também acusado de “extermínio e a perseguição a povos indígenas através de um ataque generalizado e sistemático contra os povos indígenas, bem como a imposição de outros atos inumanos, tipificados respectivamente como genocídio e crimes contra a humanidade pelo Estatuto de Roma”.

O documento traz o que, na avaliação dos indígenas, seria uma cronologia de atos e supostos crimes que formariam uma “política anti-indígena criada e implementada pelo presidente Jair Bolsonaro, diretamente ou com uso da máquina governamental, através inclusive de massiva e sistemática destruição do meio ambiente e dos elementos essenciais para a sobrevivência dos povos indígenas”.

Segundo eles, discursos, atos normativos, administrativos e omissões por parte do presidente fazem parte da política anti-indígena, realizada de forma “explícita, sistemática e intencional e encabeçada pelo presidente Jair Bolsonaro, desde 1o de janeiro de 2019, primeiro dia de seu mandato presidencial”.

“Esta política consiste em ataques sistemáticos aos povos indígenas, seja diretamente aos seus corpos, seja às suas terras, resultando no seu desaparecimento físico e no extermínio de modos de existência, com vistas, em casos específicos, a sua destruição”, denunciam.

A comunicação descreve como esta política anti-indígena incitou, facilitou e deixou de combater as invasões às terras indígenas, o garimpo ilegal, o desmatamento e a contaminação – por mercúrio, minérios ou Covid-19 -, afetando a vida, a saúde, a integridade e a própria existência dos povos indígenas no Brasil.

Sua política, portanto, seria marcada pelo “desmantelamento das estruturas públicas de proteção ambiental e aos povos indígenas”. “Os órgãos e as políticas públicas, antes voltadas ao respeito e proteção dos povos indígenas, foram transformadas em ferramentas de perseguição contra esses povos”, apontam.

Isso desencadeou invasões a terras indígenas, desmatamento e incêndios nos biomas brasileiros, aumento do garimpo e da mineração em terras indígenas.

“Os ataques às terras e aos povos indígenas estão evidenciados em múltiplos fatos, que perpassam desde a explícita recusa em demarcar novas terras, até projetos de lei, decretos e portarias que tentam legalizar as atividades invasoras, estimulando os conflitos”, apontam.

Um capítulo é ainda dedicado à pandemia da covid-19 que, segundo os indígenas “aparece como uma oportunidade para que o presidente continue com sua política anti-indígena”. “Ademais da intencionalidade do presidente Jair Bolsonaro na propagação do vírus pelo país, atos específicos atingiram especialmente os povos indígenas”, diz o documento, que ainda cita a recusa sistemática de realizar as barreiras sanitárias de proteção para evitar que a doença chegasse às aldeias.

Os números da morte

O documento ainda traz números concretos dessa destruição e morte. Até o dia 30 de junho de 2021, 56.174 indígenas foram infectados pela covid-19 e 1.126 morreram, sendo que o vírus já afetou 163 povos indígenas diferentes. O índice de letalidade entre os povos indígenas é de 9,6%, enquanto na população brasileira geral ele é de 5,6%. Ou seja, os dados apontam que a contaminação dos povos indígenas possui praticamente o dobro de letalidade se comparada com a população branca.

Já o desmatamento na Amazônia cresceu 70% na gestão Bolsonaro: entre 2009 e 2018, o INPE registrou uma média de desmatamento de 650.000 hectares por ano, ao passo que, durante o governo Bolsonaro, a média foi de 1.060.850 hectares por ano. “O cenário continua piorando, e muito. De acordo com o Boletim de Desmatamento da Amazônia Legal, desenvolvido pela Imazon, o Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) detectou 810 km2 de desmatamento na Amazônia Legal apenas no mês de março de 2021, um aumento de 216% em relação a março de 2020”, apontou.

Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), praticamente não havia desmatamento nessa terra indígena antes de 2016. A devastação foi de 2 km2 naquele ano para 13 km2 em 2017, 16 km2 em 2018 e explodiu em 2019, chegando a 119 km2.

Com base nos dados públicos oficiais, verificou-se, no primeiro ano do mandato do presidente um aumento, por exemplo, de 650% de invasões à Terra Indígena Ituna-Itatá, onde vivem índios isolados.

Segundo a Apib, os discursos do presidente Jair Bolsonaro contra os povos indígenas e a demarcação de suas terras tiveram consequências imediatas: de janeiro a setembro de 2019, o Conselho Indigenista contabilizou 160 ataques a terras indígenas, 51 a mais que em todo o ano de 2018.

Há ainda uma intensificação de registros na categoria “invasões possessórias, exploração ilegal de recursos e danos ao patrimônio”: de 109 casos registrados em 2018, saltou para 256 casos em 2019. Trata-se de um crescimento de 135%.

A denúncia ainda cita uma pesquisa realizada pelo Instituto Escolhas e concluída em fevereiro de 2021 revelou que, atualmente, mais de 6 milhões de hectares dentro de Terras Indígenas e Unidades de Conservação estão ameaçados pela mineração. Até abril de 2020, o país já tinha 6,2 milhões de hectares ameaçados pela busca pelo ouro em áreas protegidas da Amazônia Legal, o que equivale a dois países do tamanho da Bélgica. Desses, 6,2 milhões de hectares ameaçados apenas pela busca pelo ouro, 3,8 milhões estão em Unidades de Conservação e 2,4 milhões estão em Terras Indígenas. O estudo mostra também que, desde 2018, houve um progressivo aumento de pedidos de mineração em terras indígencom um recorde de 31 pedidos em 2020.

Segundo os alertas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), 72% de todo o garimpo realizado na Amazônia entre janeiro e abril de 2020 ocorreu dentro de áreas que deveriam ser “protegidas” – terras indígenas e as unidades de conservação. Nos quatro primeiros meses de 2020, a área de desmatamento para garimpo aumentou 13,44% dentro das terras indígenas da Amazônia brasileira em relação ao mesmo período do ano anterior, passando de 383,3, em 2019, para 434,9 hectares em 2020.

*Jamil Chade/Uol

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Política

É inédito o nível de insatisfação com Augusto Aras na cúpula do Ministério Público

A crescente adesão de subprocuradores a manifestos e representações cobrando providências do Procurador-Geral da República, Augusto Aras, contra os ataques de Jair Bolsonaro à urna eletrônica e ao STF, mostra que a insatisfação da cúpula do Ministério Público Federal com o líder da instituição atingiu níveis inéditos.

Só as duas últimas manifestações – uma divulgada na última sexta-feira e outra, em meados de julho – reúnem assinaturas de 36 subprocuradores. Há ainda um grupo menor, de quatro a cinco, que não subscrevem documentos, mas atuam na mobilização dos colegas. Somados, são entre 40 e 41 subprocuradores, de um total de 73 em atividade. Os subprocuradores são membros do MP que atuam nas cortes superiores, como o Supremo Tribunal Federal e o Superior Tribunal de Justiça.

A primeira representação enviada à Aras, em abril de 2020, contava com o apoio de 18 subprocuradores. Vivia-se o início da pandemia de Covid-19 e os membros do MP queriam que Aras entrasse com uma ação no Supremo para que a campanha publicitária intitulada “O Brasil não pode parar”, contra o isolamento social, fosse considerada inconstitucional.

Aras respondeu que não cabia aquele tipo de ação no Supremo e enviou o pedido ao Ministério Público do Rio, que já investigava possíveis crimes do governo na pandemia. Mas a Rede Sustentabilidade entrou com essa mesma ação no STF e a campanha foi proibida pelo ministro Luis Roberto Barroso. Depois, o governo desistiu da campanha e as ações foram extintas.

Desde então, os subprocuradores vem entrando em choque contra Aras, sempre com o mesmo argumento, expresso na manifestação de sexta-feira: a passividade do Procurador-Geral da República em relação às iniciativas do governo Bolsonaro. Houve também uma série de divergências por questões internas do Ministério Público, como o fim das forças-tarefa, especialmente as da Lava Jato.

Em caráter reservado, os subprocuradores que lideraram a elaboração desses documentos e representações dizem que, além de coagir Aras a cumprir seu papel de fiscal da lei e protetor da democracia, pretendem enviar um sinal aos procuradores que atuam na primeira e na segunda instância do Judiciário que suas ações não serão abandonadas quando chegarem às cortes superiores.

Às vezes funciona. Em algumas ocasiões, Aras não teve alternativa senão agir.

Em janeiro deste ano, por exemplo, o procurador-geral primeiro disse que não era sua atribuição investigar a ação do governo na pandemia de Covid-19. Quando os subprocuradores que integravam o Conselho Superior do Ministério Público rebateram Aras e disseram que era, sim, sua atribuição constitucional fiscalizar o cumprimento da lei. Dias depois, o procurador-geral acabou requisitando a abertura de um inquérito.

Como, por lei, cabe ao Procurador-Geral da República propor ações e opinar em processos em tramitação contra o presidente e ministros no STF e no STJ, na prática Aras tem formado uma barreira de proteção a Bolsonaro ao não propor processos e pedir o arquivamento de ações, como ocorreu com o ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles. O caso foi reaberto pelo ministro do STF Alexandre de Moraes.

Embora Aras seja a autoridade maior do MP, os membros da instituição tem autonomia, e por isso não se pode dizer que seja o chefe dos subprocuradores. Sua reação aos apupos dos colegas, porém, quase sempre vem com medidas administrativas.

A última foi indicar que não fará eleições para a escolha das chefias regionais do MP e os procuradores eleitorais. As eleições não são mandatórias, mas tem sido feitas por quase todos os antecessores de Aras desde os anos 90.

Nos bastidores, o PGR tem dito que vai escolher pessoalmente tanto os chefes como os procuradores que vão fiscalizar as eleições de 2022. “Nunca tivemos tamanho conflito com PGR”, comenta um dos subprocuradores que liderou a coleta de assinaturas nos manifestos mais recentes.”Nem com a Raquel Dodge, que não foi escolhida pelos colegas, era assim. Discutíamos muito, mas ela não fazia as bobagens que o Aras faz”, comentou o subprocurador.

Nesta última manifestação, os subprocuradores escreveram que Aras não podia “assistir passivamente aos estarrecedores ataques àquelas Cortes e a seus membros”, que poderiam “configurar crimes comuns e de responsabilidade e que são inequívoca agressão à própria democracia.”

Aras, porém, disse num encontro com o presidente do Supremo, Luiz Fux, que não vê risco à democracia. E ainda afirmou que trabalharia pela volta à normalidade nas relações entre o Supremo e Bolsonaro. A continuar nessa toada, o conflito entre Aras e seus colegas da cúpula do Ministério Público só vai aumentar.

*Malu Gaspar/O Globo

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Levar a plenário PEC do voto impresso é ideia típica de idiota com atitude

Luis Costa Pinto – Em política, ter por aliado um idiota com atitude pode se revelar a antessala do 5º patamar do inferno. Na próxima terça-feira, caso não ocorra um recuo inesperado da estratégia traçada às pressas pelos acacianos conselheiros do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira levará a plenário a decisão de arquivar ou manter a tramitação a proposta de emenda constitucional que obriga a impressão dos votos da urna eletrônica. São necessários 308 votos a favor da iniciativa, em dois turnos, para que ela siga viva como tocha incendiária nas mãos de Jair Bolsonaro. Com ela numa mão, e na outra os despojos da Constituição que rasgou, o presidente inflama a cena política nacional. Todos os muros de contenção de desatinos que foram erguidos nos últimos 33 anos para preservar a Carta Magna de bandoleiros e aventureiros como são os bolsonaristas já ardem em chamas.

Num esforço de retórica primitivo, como sói acontecer a tudo que é da lavra do parlamentar alagoano, uma espécie de jagunço das volantes de Eduardo Cunha, Lira anunciou que levaria a proposta para ser votada em plenário apesar de ela ter sido derrotada por 23 votos contrários e escassos 11 favoráveis na Comissão Especial criada para debatê-la e à sua constitucionalidade. À entrada do plenário da Câmara dos Deputados a estátua de bronze de Ulysses Guimarães, em tamanho natural, não se furta de lembrá-lo: a manobra é antirregimental, oportunista, imoral ilegal e só poderia sair da cabeça de um presidente de Parlamento que se curva qual capacho ao chefe do Poder Executivo. O argumento equestre de Arthur Lira – de cavalo xucro, firme-se em tempo – é o de que a proposta será arquivada com o voto da maioria da Casa legislativa e isso não apenas calará o comandante dele, o candidato a autocrata que conspurca a harmonia entre os poderes da República, como também pacificará o ambiente institucional.

Decidido a obnubilar o horizonte sem nuvens dos agostos brasilienses para surgir como único a portar um farol de milha capaz de iluminar ao longe (em que pese cobrar a quilometragem de uso de tal farol qual um parlamentar de mandato uberizado), o presidente da Câmara vende facilidades e cria dificuldades. Na contabilidade da noite do domingo, 8 de agosto, está certo: o bode do voto impresso, argumento de Bolsonaro ar manter tenso o ambiente e coesas suas tropas milicianas, sairá derrotado do bate-chapa em plenário. Mas, e se a proposta de voto impresso tiver menos de 200 votos? Caso o placar seja esse, e não é impossível que isso ocorra, Arthur Lira e Jair Bolsonaro terão um novo e imenso problema em seus colos agrestes e escamosos.

Deitado num confortável colchão de 127 pedidos de impeachment os quais não despacha nem para que avancem, nem para que sejam arquivados, porque deles emanam as bandeiradas do taxímetro que o conecta ao Palácio do Planalto, Lira argumenta que processos de impedimento do presidente da República não encontram eco na Câmara. Se isso é verdade, a tese do voto impresso a partir da qual Bolsonaro incendiou o País, terá mais de 200 votos, talvez próximo a 260. Placar inútil para fazê-la tramitar, daria enfim o argumento decisivo para que se comece a virar a página com todos fingindo que o debate teria enobrecido a Democracia – o que é mentira, mas, seria vendido como verdade. Vendido, note-se bem.

Entretanto, e se a estapafúrdia proposta de imprimir voto eletrônicos e pôr o Brasil na vanguarda do atraso dos processos eleitorais tiver menos de 200 votos? Isso significaria em tese que, faltando 29 votos, ou menos, para o número cabalístico de 171 apoiadores incondicionais necessários a qualquer presidente que deseje escapar de um impeachment, Bolsonaro estará em péssimos lençóis. Pior que isso: ver-se-á enrolado nas cobertas incendiárias deitado de conchinha com Arthur Lira. Cada movimento milimétrico para fugir da autocombustão terá um preço estratosférico – tipo assim, tarifa de gás de cozinha ou de litro de gasolina em bomba de posto nesses tempos de hiperinflação bolsonarista.

Revelando o tamanho da base de Bolsonaro na Câmara dos Deputados depois da conflagração total com as instituições, com a Avenida Faria Lima e com a mídia tradicional que estavam obsequiosamente genuflexos e calados ante os evidentes arreganhos da Besta em seus cascos trôpegos, a pro-atividade de Arthur Lira ao levar a plenário o que já foi derrotado e comissão será a cunha definitiva para impedir o fechamento da janela do 5º patamar do inferno bolsonarista. A atitude do uber-deputado que preside a Câmara tende a ser uma idiotice excessivamente cara para Bolsonaro e, paradoxalmente, útil para todos nós que exigimos impeachment, já.

*Luis Costa Pinto/247

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