Os escândalos que envolvem Bolsonaro há muito deixaram de ser exclusividade do Brasil. Hoje, suas patifarias ganharam dimensão globalizada e sua situação só se agrava a cada dia de CPI da Covid.
O áudio de sua ex-cunhada, Andrea Siqueira Valle, disponibilizado pelo Uol, revelando a origem de suas práticas de corrupção, não só reforça o que a CPI já desvendou sobre seus esquemas, como traz dados que se tornaram padrão para chegar à situação em que o Brasil se encontra com mais de meio milhão de vítimas fatais da covid.
Certamente, se abrir uma CPI sobre os incêndios da Amazônia, sobre a farsa do meio ambiente, envolvendo, sobretudo grilagem e exportação ilegal de madeira, se chegará a um resultado semelhante ao da CPI do genocídio.
Na verdade, o que diferencia o Bolsonaro de hoje do que iniciou a dinastia do esquema de corrupção, peculato, roubo continuado do erário, através de fantasmas e laranjas que usava para saquear os cofres públicos, herdado pelos filhos, comparado aos esquemas que ele montou ao assumir a presidência da República, é apenas o volume de dinheiro dos cofres públicos que está em jogo.
Talvez por isso, o clã Bolsonaro sequer se importou com o escândalo inevitável que geraria a compra de uma mansão por Flávio, num dos metros mais caros de Brasília e, consequentemente do Brasil .
Respaldado na ideia de que as nossas instituições não têm força para derrubá-lo e a sociedade impedida pela pandemia de se manifestar, Bolsonaro teve a certeza de que o mundo não tinha propriamente ferramentas que pudessem não só lhe tirar do poder, como impor-lhe uma punição, uma condenação, uma prisão.
É fato que seu governo virou uma central do mercado, e quanto mais se vê enfraquecido, mais avança o mercado e seus tentáculos nas instituições. Parece mesmo ser este um dos motivos de Arthur Lira não colocar em votação um dos mais de cem pedidos de impeachment.
Todos nós sabemos das mazelas do centrão e como ele se torna poderoso com a sua aliança com o mercado. Esse bando de congressistas sabe como poucos farejar e interpretar o momento de sua presa para “propor” políticas de interesse do mercado, como vemos o caso do desmonte do país com as privatizações que vão piorar e muito a vida dos brasileiros.
Isso também revela a clara contradição da mídia. Se de um lado, pede a cabeça de Bolsonaro, do outro, apoia a agenda antipovo de Paulo Guedes.
O fato é que todos os interesses em torno de Bolsonaro acabam cheirando igual, cheirando mal.
Tivéssemos instituições verdadeiramente interessadas no bem-estar da população ou de uma boa causa nacional, Bolsonaro já teria sido arrancado da cadeira da presidência e, inevitavelmente, teria um encontro com a justiça para, sem sombra nenhuma, pagar por seus crimes.
Mas como ele vem fazendo as reformas claramente voltadas para prejudicar a população, o país e beneficiar os grandes rentistas e banqueiros, o máximo que assistimos são os discursos de oposição as suas atuações na Saúde, seja pelo morticínio, seja pela corrupção, mas a tolerância com essas práticas no universo institucional, mostra que o Estado brasileiro, se não todo, está com as instituições de controle quase todas tão envenenadas quanto o próprio governo Bolsonaro.
Por isso, os Brasileiros já entenderam que se não militarem nas ruas fazendo um movimento para mudar esse estado de coisas, primeiro tirando Bolsonaro e, depois, fazendo as instituições funcionarem a contento, o Brasil ficará até 2022 vendo centenas de milhares de pessoas serem mortas pela covid diante de instituições capturadas pelo mercado.
“O desastre do governo militar, que se afoga num mar de corrupção e morticínio ao mesmo tempo em que arruína o país, já se reflete na perda de prestígio dos militares e na queda da confiança da população nas Forças Armadas”, escreve Jeferson Miola.
Ao atuarem como facção político-partidária que detém o poder e comanda o país, os militares ficaram, naturalmente, sujeitos a maior escrutínio público. Segredos, lendas e “mistérios” da vida castrense guardados a 7 chaves no mundo hermético em que se encapsulam e escapam ao controle civil, agora vêm ao conhecimento geral.
Encobertos pelo manto do falso-moralismo, do falso-profissionalismo e do falso-legalismo das Forças Armadas, ao longo de décadas os militares lograram sedimentar na sociedade brasileira a auto-imagem de baluartes “puros, incorruptíveis e competentes”.
Consideram-se fundadores da consciência nacional e tutores da Nação. Estão convencidos de que incumbe a eles, e não aos civis “impuros, corruptos e incompetentes”, a tarefa de conduzir a Nação ao encontro com seu destino.
O conhecimento, entretanto, de privilégios, corrupção, nepotismos e desvios anti-republicanos mostra que a realidade é bastante diferente.
A sociedade finalmente está descobrindo a opulência nos quartéis bancada com dinheiro público: alta litragem de uísque 12 anos, conhaque de grife e cervejas; toneladas de lombo de bacalhau, picanha e de outros cortes nobres de carne; leite condensado a preço de ouro e outros caprichos do gênero.
Mais de 85% das verbas do ministério da Defesa são destinadas ao pagamento de salários, aposentadorias e pensões. Ao redor de 87 bilhões de reais do orçamento nacional são carreados todo ano para a “família militar”, que é composta por 805 mil integrantes, dentre militares da ativa [358 mil], da reserva [189 mil] e pensionistas [257 mil].
Para se ter noção da magnitude deste valor, basta comparar com o orçamento do SUS em 2021, de R$ 145 bilhões para atender 210 milhões de brasileiros/as.
O investimento na defesa da soberania deve ser uma prioridade nacional. O enorme sacrifício da sociedade brasileira em canalizar altas somas do orçamento nacional [R$ 100,9 bi] para gastos militares não tem assegurado, apesar disso, uma eficaz política de defesa nacional, visto que a quase totalidade do orçamento militar do país dirige-se ao pagamento de salários, aposentadorias e pensões de dependentes de militares.
Reportagem do jornal Estadão mostrou que 137,9 mil pensões são pagas a filhas de militares mortos. Dezenas delas recebem acima do teto constitucional de R$ 39,3 mil. A matéria menciona que “em fevereiro deste ano, eram 14 casos de pensionistas que ganhavam mais de R$ 100 mil líquidos, já depois dos descontos”. A pensão mais antiga data do ano 1930 do século passado.
É notório o caso da neta do ditador Emilio Garrastazu Médici, adotada por ele como filha poucos meses antes do seu falecimento em 1985, o que assegura a ela uma pensão mensal vitalícia de R$ 32,6 mil. Lamentavelmente, burlas e fraudes como esta não são incomuns.
Neste período de governo militar, os militares infestaram o aparelho de Estado com mais de 10 mil oficiais em cargos técnicos de natureza civil. Criaram artifícios para receberem salários “duplex” e extra-teto. Afora casos de nepotismo cruzado, mordomias, favorecimentos e, claro, de “tenebrosas transações”, negociatas e esquemas bilionários de corrupção, como no ministério da Saúde comandado por ninguém menos que um general da ativa do Exército.
Enquanto aprovam no Congresso o congelamento dos salários do funcionalismo civil das três esferas de governo, os militares se concedem ganhos salariais. Eles aumentam a idade mínima para aposentadoria e reduzem os proventos dos trabalhadores civis dos setores público e privado, ao mesmo tempo em que ficam imunes à reforma previdenciária e garantem condições vantajosas para a “família militar”.
Mas nem só de corrupção é feito o governo militar. O morticínio que já se aproxima das 530 mil vidas perdidas é um legado catastrófico que ficará marcado para sempre na história do Brasil.
Os generais da ativa e da reserva, chefes políticos do governo militar, são os reais responsáveis pelo extermínio de centenas de milhares de compatriotas, e deveriam, por isso, estar respondendo pelos seus crimes e negligências na CPI da pandemia. Mas, por enquanto, estão conseguindo se safar. A revelação, contudo, dos esquemas mafiosos de oficiais do Exército e do líder do governo com o conhecimento do Bolsonaro, poderá levar à investigação e responsabilização deles na CPI.
O país está sendo devastado em todos sentidos. Está em curso um feroz e brutal processo de desmanche do Brasil. Nesta verdadeira guerra de saqueio das riquezas nacionais, liquidação do patrimônio estatal e pilhagem dos fundos públicos, o Exército atua como a força de ocupação que oportuniza a perpetração deste terrível ataque à soberania nacional.
O desastre do governo militar, que se afoga num mar de corrupção e morticínio ao mesmo tempo em que arruína o país, já se reflete na perda de prestígio dos militares e na queda da confiança da população nas Forças Armadas. A repulsa à presença dos militares na política é cada vez mais amplificada nas mobilizações de rua pelo Fora Bolsonaro!.
A interrupção deste processo de desmanche, corrupção e morticínio é a maior urgência deste período histórico dramático.
O primeiro passo para isso é o impeachment do Bolsonaro, o biombo que esconde por trás de si os reais responsáveis pela hecatombe nacional – os chefes políticos que conspiraram contra a democracia, emparedaram as instituições e partidarizaram as Forças Armadas, transformando-as em facção política da extrema direita.
“Bora reservar o jaguar e uma casa em Brasília. kkkkk…”, escreve o próprio Dominguetti a um interlocutor.
Nas mensagens em poder da CPI da Pandemia, uma em especial revela como os golpistas que tentavam vender supostas vacinas ao governo de Jair Bolsonaro já sonhavam com uma vida de luxos, carros importados em mansões em Brasília.
No dia 15 de março, em plena negociação com o Planalto e com o Ministério da Saúde, os parceiros do policial militar Luiz Paulo Dominguetti disparavam mensagens ao operador da Davati já comemorando a mudança de vida.
“Bora reservar o jaguar e uma casa em Brasília. kkkkk…”, escreve o próprio Dominguetti a um interlocutor identificado como “Amauri Vacinas Embaixada”.
O próprio Amauri responde: “Já te falei que não quer Jaguar”, diz o interlocutor enviando, na sequência, uma foto de outro caro importado de luxo.
Um link com anúncio de carro é enviado a Dominguetti, numa evidência de que a turma já pensava até em como torrar o dinheiro das vacinas.
Em outra troca de mensagens de Dominguetti, dessa vez com um interlocutor identificado como “Andrei Compra Vacina”, o grito era de libertação. “Últimos dias de pobre! kkk”, diz o interlocutor.
Há os que não querem admitir que sempre estiveram na direita ao lado de Bolsonaro.
Lembram do dia da votação do impeachment de Dilma na Câmara dos Deputados, Bolsonaro elogiando o torturador e assassino, Brilhante Ustra?
Se tivesse sido cassado e preso depois dessa sua fala, não teria sido eleito e, consequentemente, não teria matado mais de meio milhão de brasileiros e não seria reconhecido como o maior corrupto da história da República, junto com seus filhos delinquentes.
Como a direita teve oportunidade de expurgar esse furúnculo do seu lado na geografia política e não o fez para que o PT fosse aniquilado, como era o sonho dessa mesma direita, agora, todos esses golpistas que estiveram juntos para saquear o mandato de Dilma, pagam um preço alto.
Ninguém ali estava preocupado com a democracia, muito menos o Supremo, tanto que ontem, depois de cinco anos, Barroso deu uma declaração que, em outras palavras, sempre teve a percepção de que Dilma sofreu um golpe, porque não havia nada de criminoso em seu comportamento político, apenas resolveram tratá-la como alguém que poderia ser descartado e, depois, esse ato ser visto pela sociedade como uma coisa normal. Não foi e não é visto assim por quem tem um mínimo de bom senso.
Daí a saraivada de críticas que Barroso sofreu nas redes sociais após a sua fala infeliz, além do resultado pífio dos candidatos da direita à presidência da República, classificados como terceira via, como se não parecessem com quem de fato parecem, com Jair Bolsonaro.
O que é preciso ficar bem claro é que as pesquisas têm mostrado que o atual modelo cívico brasileiro, com Bolsonaro, que chegou a esse nível de selvageria, foi herdado do modelo cívico cultural, do modelo cívico político do golpe contra Dilma, porque ali todos estavam subordinados aos interesses do mercado e seria essencial sacar Dilma da presidência para que a territorialização corporativa fosse total.
Ao contrário do que disse Barroso, ali o que houve não foi um cálculo político, mas econômico que tinha que ser instalado contra os trabalhadores, os pobres, os negros e os índios.
Qualquer análise minimamente imparcial dirá claramente que ali o que esteve presente foi uma perspectiva de lucros maiores do mercado em nome da desintegração de direitos dos trabalhadores, do esfacelamento das estatais e a liberdade total do sistema financeiro para esfoliar toda a sociedade brasileira e, de forma mais efetiva, contra os pobres que, hoje, encontram-se em situação de risco alimentar.
Por isso, o governo Bolsonaro, no campo da economia, foi o papel xerox de Temer apenas com fermento neoliberal. Os desempregados que atualmente apresentam-se cada vez mais em volume maior, são a somatização dessa tragédia política que o golpe proporcionou.
Cai também em desgraça diante dos olhos da sociedade toda aquela espetacularização da mídia com Moro, com direito a prisões de petistas transmitidas ao vivo pela Globo para estabelecer uma confusão política e, com isso, a sociedade não esboçar reação ao ataque à democracia, como não esboçou.
Hoje, tudo isso se expressa nos resultados dessa série de pesquisas divulgadas nos últimos dias, mesmo que os poderosos do mercado não sejam citados, como nunca são. Os brasileiros querem a reconstrução da sua nação com o retorno de políticos que realmente se voltam aos mais pobres e entendem que só há um caminho, o de eleger Lula presidente, devolver a democracia e a esperança para o Brasil.
*Carlos Henrique Machado Freitas
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Um post em que o Ministério da Economia divulga o resultado de uma campanha de arrecadação de agasalhos entre os servidores da pasta viralizou nas redes nesta segunda-feira. Em uma foto divulgada nas redes, o ministro Paulo Guedes e a primeira-dama Michelle Bolsonaro agradecem a doação de 148 agasalhos para a campanha “Pátria Voluntária”. Os internautas questionaram a necessidade de divulgação por causa do número baixo de roupas arrecadadas.
#DOAÇÃO | A ação fez parte do programa Pátria Voluntária, que organizou a campanha do agasalho com o objetivo de contemplar, por meio de instituições da sociedade civil cadastradas na Plataforma do Programa, as pessoas que se encontram em situação de vulnerabilidade
— Ministério da Fazenda (@MinFazenda) July 5, 2021
“148 itens? Um mês de rachadinha da família Bolsonaro compra milhares de vezes isso daí”, escreveu o deputado estadual Flávio Serafini (PSOL-RJ).
“Qualquer organização social arrecada bem mais do que isso em 24hs. E tá fazendo muito mais do que isso sem verba pública. Publicar isso como se fosse um grande feito é até vergonhoso”.
Pesquisa Ipsos encomendada pelo DEM mostra ainda que Lula venceria em uma disputa direta contra todos os nomes da “terceira via”.
Pesquisa Ipsos encomendada pelo DEM mostra que o ex-presidente Lula possui ampla vantagem sobre Jair Bolsonaro em um eventual segundo turno.
Na disputa direta entre os dois, o petista tem 58% a 25% dos votos. Brancos e nulos somam 13%. 4% não responderam.
No primeiro turno, Lula aparece com 48% das intenções de voto, contra 22% de Jair Bolsonaro.
Atrás de Bolsonaro, estão Sergio Moro, com 5% das intenções de voto, Ciro Gomes, com 4%, e João Doria, com 2%.
Guilherme Boulos, Luiz Henrique Mandetta, Luiza Trajano e João Amoedo aparecem empatados, com 1% das intenções de voto.
Lula venceria também em uma disputa direta contra todos os nomes da “terceira via”. Contra Sergio Moro, seria 57% a 20%. Contra Mandetta, o resultado seria 60% a 12%.
Segundo órgão de combate à lavagem de dinheiro, Francisco Maximiano transferiu mais de meio milhão de reais para ex-diretor do fundo de pensão dos funcionários da Petrobras; advogados negam irregularidade.
Segundo matéria de Paulo Cappelli e Leandro Prazeres, O Globo, relatório do Coaf, órgão de combate à lavagem de dinheiro, enviado à CPI da Covid revela movimentações consideradas atípicas envolvendo Francisco Maximiano, dono da farmacêutica Precisa, que assinou um contrato de R$1,6 bilhão sob suspeita para fornecer a vacina indiana Covaxin ao Ministério da Saúde. O documento sigiloso, obtido pelo GLOBO, aponta que empresas controladas por Maximiano teriam repassado mais de meio milhão de reais para Newton Carneiro da Cunha, ex-diretor da Petros, fundo de pensão dos funcionários da Petrobras, e réu na Operação Lava-Jato.
A defesa de Francisco Maximiano disse que manteve uma “relação privada, de prestação de serviços” com Newton Carneiro da Cunha, mas não explicou que serviços seriam esses. Procurada, a defesa de Newton Carneiro da Cunha disse que entrou em contato com o ex-diretor da Petros, mas que ele ainda não havia se manifestado sobre o assunto.
Em um relatório de 16 páginas, o Coaf mapeou negócios e pessoas ligadas a Maximiano. Dentre as operações que chamaram atenção do órgão de combate à lavagem de dinheiro, estão repasses feitos pelas empresas Precisa e 6 M Participações, de Maximiano, para Newton Carneiro da Cunha no valor total de R$ 514 mil. O documento, que analisou transações realizadas entre outubro de 2015 e dezembro de 2020, não especificou a data exata da operação considerada atípica.
Alvo da Operação Lava-Jato, Newton Carneiro da Cunha chegou a ser preso em 2018 por suspeita de fraude no fundo de pensão dos funcionários da Petrobras (Petros). Ele foi denunciado e virou réu por supostamente integrar uma organização criminosa que desviou dinheiro da construção da sede da Petrobras em Salvador. Maximiano, por sua vez, já foi alvo de investigação por suspeitas de irregularidades no fundo de pensão dos Correios (Postalis).
Além de dono da Precisa, Maximiano é sócio da Global Gestão em Saúde, que, em 2015, firmou um contrato de R$ 549 milhões com a Petrobras para fornecer remédios a funcionários da estatal. A Petrobras, porém, rescindiu o acordo por entender que o programa de medicamentos continha falhas. Em janeiro deste ano, a empresa multou a Global em R$ 2,3 milhões e a proibiu a de firmar novos contratos.
Maximiano ganhou notoriedade após uma de suas empresas, a Precisa, assinar em 25 de fevereiro deste ano um contrato de R$ 1,6 bilhão com o Ministério da Saúde como intermediadora da vacina indiana Covaxin. A aquisição do imunizante, considerado o mais caro, entrou na mira da CPI da Covid após virem à tona denúncias de suspeitas de irregularidades — e foi suspenso pelo governo Bolsonaro. O acordo previa o fornecimento de 20 milhões de doses.
Por conta da suspeita de irregularidades na aquisição da Covaxin, Maximiano chegou a ser convocado para depor na CPI da Covid. Após a Polícia Federal instaurar um inquérito para apurar o caso, o empresário, porém, conseguiu no Supremo Tribunal Federal (STF) o direito a permanecer em silêncio na comissão parlamentar para não se autoincriminar.
Com a decisão do STF, os senadores da CPI da Covid avaliaram que não fazia mais sentido convocar Maximiano para prestar depoimento, já que ele poderia ficar em silêncio. Entre os questionamentos que seriam feitos, está a relação do empresário com o líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP-PR), e com o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ).Procurada, a defesa de Maximiano negou qualquer irregularidade nas transações financeiras apontadas pelo Coaf.
“Trata-se de uma relação privada, de contratação de prestação de serviços. O fato de o senhor Newton Carneiro ter sido citado pela Lava Jato não o impede de trabalhar. Pelo contrário: presumir que alguém não possa trabalhar porque foi investigado pela Lava Jato é fruto de uma mentalidade que já se provou excessiva e danosa para nosso país, além de ser uma forma de condenação antecipada”, dizem em nota os advogados Ticiano Figueiredo e Pedro Ivo Velloso. Newton Carneiro da Cunha ainda não se manifestou.
Não importa o que Arthur Lira diz, que ainda não há elementos para abrir o impeachment de Bolsonaro. Sua rejeição dispara, ou seja, sua queda de popularidade despenca como um bonde descendo a ladeira na banguela, e sem freio mesmo, porque ontem não só Bolsonaro, os filhos e os “jornalistas” pagos com dinheiro público da Secom, tiveram sequer coragem de tocar no assunto que envolve a ex-cunhada, Andrea Siqueira Valle, que, em áudios vazados, delata o esquema corrupto em que o irmão e o tio, oficial do exército, faziam parte da estrutura corrupta de Bolsonaro. Estrutura ampliada pelo mesmo esquema adotado pelos filhos.
Flávio foi o único que mencionou o caso, praticamente confirmando tudo o que ali foi dito, quando reclama que a justiça não deveria permitir que um áudio como esse vazasse. Em momento nenhum ele desmentiu o conteúdo do áudio.
Para piorar, está estampado em vários sites e blogs que a ex-mulher, ou seja, a irmã da personal, conforme reportagem da Época, enquanto casada com Bolsonaro, comprou 14 imóveis, sendo parte deles com dinheiro vivo.
Ou seja, o mesmo modus operandi que o MP do Rio mostrou no caso que envolve Flávio Bolsonaro e sua imobiliária com dinheiro da loja de chocolate, assim como a mansão de Brasília.
O fato é que a rede de corrupção de Bolsonaro, como vem revelando a CPI, é muito maior que a do Ministério da Saúde. E não há dúvidas de que Ricardo Salles, do Meio Ambiente, era um mero pau mandado de Bolsonaro, assim como Pazuello, em todas as formas de crimes de corrupção que cometeu à frente da pasta.
O fato é que Bolsonaro está completamente nulo e, por mais que arrote golpe, por puro diversionismo, ele sabe, assim como os filhos, que está com os dias contados.
Os áudios da ex-cunhada de Bolsonaro foi o tiro de misericórdia num governo empencado de denúncias de corrupção das mais variadas em que só os coronéis envolvidos já passam de 5, o que está sendo exposto pela CPI ao sol do meio dia.
Daí que, falar do clã Bolsonaro e seu esquema de rachadinhas que, na verdade, é peculato, lavagem de dinheiro e roubo do erário, é eufemismo.
O governo que aí está, ao que tudo indica, é corrupto do que toda a corrupção somada da história da República. Isso fica cada dia mais evidente.
O destino de Bolsonaro rumo ao cadafalso, está selado e ele não tem mais para onde fugir.