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Racismo religioso aumenta no RJ e gera violência contra terreiros de matriz africana

Estudo realizado na zona oeste do Rio de Janeiro e na Baixada Fluminense mostra que 75% dos terreiros de religião de matriz africana abordados já foram alvo de algum tipo de violência. Os resultados também revelam que a segurança pública é tema de discussão recorrente pelos frequentadores desses espaços.

A pesquisa foi idealizada pela Iniciativa Direito à Memória e Justiça Racial (IDMJRacial), organização não governamental que atua promovendo debates e atividades com foco na Baixada Fluminense. O desenvolvimento do estudo contou com a parceria do Centro Cultural de Tradições Afro-brasileiras Yle Asé Egi Omim, criado em 2008, no bairro de Santa Teresa, no Rio de Janeiro. Os resultados obtidos estão reunidos em relatório lançado neste sábado (30) com o título de Egbé, palavra do idioma iorubá que significa sociedade ou comunidade.

De acordo com o pesquisador que atuou na coordenação do trabalho, Patrick Melo, as duas regiões foram escolhidas por terem registrado, nos últimos anos, grande número de casos de ataques a terreiros de religião de matriz africana. A Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) tinha, até 2019, registros de 200 casas de axé que foram alvo de agressões, considerando também a zona norte da capital fluminense. Como nem todos os casos são notificados, o número certamente é maior.

As ocorrências envolvem ameaças, injúria racial, agressões físicas e até expulsões de seus próprios territórios determinadas por milícias ou organizações do tráfico. Em alguns episódios, o alvo se repete.

O estudo cita o caso emblemático da casa Xwe Nokun Ayono Avimaje, fundada há 10 anos em Nova Iguaçu, que já foi invadida e depredada três vezes. Há também registros de violações à liberdade religiosa, como por exemplo a imposição de horários restritos para que casas de axé possam promover seus rituais sagrados.

Diante dessa realidade, o objetivo do estudo foi entender como as comunidades enxergam a política de segurança pública. A metodologia envolveu a realização de grupos, durante um mês, com 10 a 12 participantes cada um. Os encontros, que contavam com um ou dois moderadores, ocorreram em quatro casas de axé localizadas no município de Nova Iguaçu e na zona oeste de capital fluminense. Os presentes puderam interagir e propor discussões, ao passo que os pesquisadores observavam as conversas, os comportamentos, as tensões.

Além da organização dos grupos focais, um formulário online foi preenchido por lideranças dos terreiros envolvidos. Através dos dados colhidos, foi traçado um perfil dos terreiros, que possuem em média 11 anos de fundação em seus territórios. Constatou-se também que as lideranças possuem idades entre 35 e 55 anos e são compostas por homens e mulheres em proporção igual.

Conforme os resultados divulgados, em todos os grupos focais, evidenciou-se um total descrédito com as instituições policiais para fins de proteção e segurança. O estudo indica que as denúncias de violações resultam em desapontamento. As autoridades policiais tendem a minimizar as agressões, classificando-as como briga de vizinhos e problemas de ordem pessoal, afastando assim o enquadramento como crime de ódio.

 

Segundo Patrick Melo, os dados obtidos no estudo indicam que as violações estão diretamente relacionadas com a omissão do Estado na defesa dos direitos humanos e dos direitos dos povos de religião de matriz africana. Observou-se que o tema da segurança pública aparece como uma preocupação de destaque no cotidiano dessas populações. Sem a devida proteção do poder público, elas buscam outros caminhos para enfrentar o cenário. “Essas comunidades atuam e se organizam de forma muito autônoma em rede, buscando o fortalecimento conjunto com outros terreiros”, diz Patrick.

Ele avalia que os registros policiais refletem uma incapacidade do Estado de reconhecer que os episódios envolvem manifestação de ódio contra essas comunidades religiosas de matriz africana. Ao mesmo tempo, considera que os territórios estão sendo dominados cada vez mais por grupos criminosos que perseguem quem não professa a fé cristã.

“Estamos falando sempre a partir de um viés moral cristão, a partir da qual há uma demonização das pessoas. A figura das comunidades de terreiro ou das manifestações religiosas de matrizes africanas é colocada inimiga daquele território. São endemoniados que vão tirar a paz daquele lugar. E aí, por isso, agridem aquelas pessoas”, acrescenta.

A crescente associação entre o crime e a fé cristã tem chamado atenção de diferentes especialistas em segurança pública. Em junho desse ano, a pesquisadora Viviane Costa deu uma entrevista à Agência Brasil sobre o lançamento do seu livro Traficantes Evangélicos, em que analisa a forma do uso de símbolos e narrativas neopentecostais entre grupos criminosos. Em 2015, um outro livro intitulado Oração de Traficante: uma etnografia, assinado pela socióloga Christina Vital Cunha, já chamava atenção para o fenômeno.

Racismo religioso
Patrick sustenta ser necessário denunciar com mais ênfase a ocorrência do racismo religioso nos episódios de violação aos terreiros de religião de matriz africana. Uma das reflexões levantadas no relatório divulgado se relaciona com o conceito de intolerância religiosa. Embora seja mais difundido, ele apresentaria algumas limitações para explicar a dimensão do problema.

“Ele mascara e não dá conta do que acontece, especificamente, com as religiões de matrizes africanas. O conceito de intolerância religiosa traz também uma falsa simetria, e é equivalente à contradição de que o Brasil, em tese, deveria ser um Estado laico, mas na prática, as religiões relacionadas com a herança colonial seguem entranhadas nas instâncias institucionais. Quantos casos de ataques a terreiros denunciados nas delegacias de polícia foram investigados, apurados e julgados? Quantas dessas situações tiveram justiça feita?”, questionam os pesquisadores, que advogam pelo uso do conceito de racismo religioso.

*Com Agência Brasil

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Milicianos ameaçam e cobram taxas de empresas de energia solar na Região Metropolitana do Rio

Criminosos cobram mensalidades de empresas do segmento e exigem contratação de serviços feitos por eles.

Com alto índice de insolação, geografia plana e disponibilidade de conexão com a rede, a Região Metropolitana do Rio, incluindo cidades como Seropédica e Itaguaí, é bastante atraente para a implantação de fazendas solares. O local se torna ainda mais sedutor para empresas do mercado fotovoltaico porque o estado, além de ter uma tarifa de energia elétrica alta, oferece incentivos fiscais para renováveis. Um componente típico do ecossistema fluminense, entretanto, tem afastado as companhias dali: a presença da milícia.

O Globo ouviu funcionários de companhias do segmento, que estiveram à frente de projetos de instalação de usinas, e os relatos sobre a dinâmica das milícias na região são semelhantes. Em condição de anonimato, eles contam que é inviável empreender ali sem pagar uma mensalidade aos criminosos em troca da “segurança” no local. Além dessa cobrança, os milicianos exigem a contratação de serviços de suas próprias empresas ou das indicadas por eles — desde a alimentação dos encarregados da obra até máquinas para terraplenagem e diárias de drone. A abordagem, em geral, começa de forma mais sutil, passa pela intimidação com homens armados até chegar a ameaças e crimes com crueldade.

O engenheiro Pedro (nome fictício), de 32 anos, esteve à frente da implantação de uma fazenda em Seropédica em 2019. Os problemas começaram logo na primeira etapa do projeto, durante a prospecção de terrenos para arrendar e erguer a usina. Um analista fundiário terceirizado, que circulava pelas fazendas em busca da área, recebeu uma mensagem pelo WhatsApp questionando os motivos pelos quais estava ali. Em determinado trecho, o emissário alertava: “Imagino que você seja de fora e não conheça os costumes da região”.

— Se analisar friamente, não era nada muito crítico, parecia uma preocupação de quem mora na zona rural. Naquele momento, não levantei nenhuma bandeira, achei que era mais pelo jeito bronco desse analista — conta Pedro, que então viajou para Seropédica para assumir a missão.

Mensalidade de R$ 15 mil
Doutor em sociologia e professor da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), José Cláudio Souza Alves conta que os milicianos chegaram à região em meados de 2014. Alves mora em Seropédica há dez anos e é um dos precursores nos estudos sobre o tema. Há 20 anos, seu livro “Dos Barões ao extermínio” descortinou a origem das milícias na Baixada Fluminense. Para ele, a milícia atual é a grande articuladora da estrutura política daquelas cidades, participando de contratos, licitações e financiamentos de terceirizados.

Nenhum pedido de propina foi aceito pela empresa, uma multinacional com normas de governança corporativa, mas a obra avançou mesmo assim porque o dono do terreno cobrou mais do que o negociado antes, “provavelmente para arcar com essas despesas”, segundo Pedro. Quando a empreiteira subcontratada deu início à construção, homens num tom relativamente pacífico, mas com armas aparentes na cintura, chegaram ao canteiro para comunicar que uma mensalidade de R$ 15 mil teria de ser paga, por se tratar de “uma zona rural, perigosa”.Bruno Paes Manso, doutor em Ciência Política e autor do livro “A República das Milícias”, explica que o comportamento é característico das milícias, que se valem do controle territorial para extrair o máximo de receitas ilegais, com a conivência das autoridades e de grupos políticos.

— Isso é feito no fio do bigode, na informalidade, sem um contrato formal de segurança, mas uma extorsão. Eles cobram segurança contra eles próprios. E dizem: “Você me paga para eu não te atrapalhar”. É um tipo de chantagem. Além da cobrança por proteção, tem a lei do silêncio. Se alguém denunciar, corre o risco de morrer nos territórios — afirma Manso.

Até a quentinha
Pedro conta que, na terceira semana após o começo da obra, uma mulher contratada para fornecer as refeições dos encarregados chegou “desesperada” ao canteiro. A milícia havia batido em sua porta e a proibido de trabalhar. A alimentação, a partir daquele momento, deveria ser fornecida por uma empresa indicada por eles. A construção seguiu assim, com praticamente todos os serviços subcontratados de empresas de milicianos ou de pessoas indicadas por eles, diz Pedro.

A obra acabou atrasando e, no primeiro mês que a empreiteira não pagou a tal mensalidade, a usina foi invadida. As três mil placas solares tiveram seus cabos de conexão cortados, um prejuízo de cerca de R$ 1,8 milhão.

— Eles foram cirúrgicos, sabiam o que estavam fazendo. Não dava para emendar. As placas não serviam para mais nada — explica Pedro.

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VÍDEO: Indígenas são amarrados em árvores por garimpeiros dentro da reserva Yanomami

Indígenas relatam que duas crianças e um adolescente yanomami foram amarrados a troncos de árvores e ameaçados por garimpeiros dentro da reserva.

No meio da floresta da Terra Yanomami, enquanto filmavam, um homem gritava: “Tira o cartucho, tira o cartucho, traz o celular, traz o celular. Cadê o celular? Pode amarrar. Vá buscar os cartuchos da espingarda”. Em outro momento, os três indígenas estavam amarrados a postes de madeira.

Os vídeos foram registrados na tarde de terça-feira (19) pelos próprios garimpeiros em território indígena Yanomami, na região de Surucucu. Em uma parte das gravações, os invasores acusam os yanomami de terem roubado celulares. Na tentativa de recuperar os objetos, os garimpeiros os amarraram e proferiram ameaças.

A Associação Hutukara Yanomami enviou um ofício ao Ministério Público Federal, à Polícia Federal, à Funai e ao Ibama, destacando que não foi possível determinar o desfecho do episódio, mas enfatizando a gravidade do caso, que exige uma resposta imediata das forças de segurança.

“Ocorreu uma violência brutal na região de Hakoma, onde isso aconteceu, e as crianças estão em perigo naquela área. Os garimpeiros amarraram as crianças. Recebemos essa informação. Por esse motivo, estamos profundamente preocupados. Exigimos uma investigação urgente dessa violência grave que está ocorrendo na Terra Yanomami”, afirmou Dario Kopenawa, vice-presidente da Hutukara Associação Yanomami.

A Associação Hutukara Yanomami enviou um ofício ao Ministério Público Federal, à Polícia Federal, à Funai e ao Ibama, destacando que não foi possível determinar o desfecho do episódio, mas enfatizando a gravidade do caso, que exige uma resposta imediata das forças de segurança.

“Ocorreu uma violência brutal na região de Hakoma, onde isso aconteceu, e as crianças estão em perigo naquela área. Os garimpeiros amarraram as crianças. Recebemos essa informação. Por esse motivo, estamos profundamente preocupados. Exigimos uma investigação urgente dessa violência grave que está ocorrendo na Terra Yanomami”, afirmou Dario Kopenawa, vice-presidente da Hutukara Associação Yanomami.

O maior território indígena do Brasil tem sido alvo de garimpeiros ilegais por décadas, e nos últimos anos enfrentou um aumento descontrolado dessa atividade em seu território. Em 2022, a devastação aumentou em 54% em comparação com o ano anterior, embora tenham ocorrido ações para conter a situação desde janeiro de 2023. No entanto, de acordo com dados

*Com DCM

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Vídeo: Raio atinge e mata mulher em praia no México

Uma turista e um vendedor de artesanato foram mortos na queda de um raio na praia de Marauta, na cidade de Aquila, estado de Michoacán, no México. Outro turista que estava perto registrou as imagens.

O raio atingiu em cheio a turista Elvia de Jesus, de 33 anos, e ricocheteou no homem que passava ao lado vendendo seus produtos, de nome Félix. Os dois caíram no chão com o impacto da descarga elétrica.

O prefeito da cidade, Jose Maria Valencia, lamentou o acidente e a morte das duas pessoas, ocorrido na sexta-feira (15), mas só divulgado nesta semana.

Com informações de g1 

 

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Estudantes de medicina fazem “punhetaço” diante de atletas femininas e provocam revolta na internet

Masturbação coletiva foi simulada por alunos de medicina da Universidade Santo Amaro, em São Paulo.

Estudantes do curso de Medicina da Universidade de Santo Amaro (Unisa), localizada em São Paulo, causaram revolta depois de serem flagrados cometendo atos de importunação sexual durante uma partida de vôlei feminino, que fazia parte da competição esportiva Intermed, envolvendo universidades da região. O incidente chocante aconteceu no último sábado, dia 16 de setembro, quando mais de 20 acadêmicos do curso de Medicina protagonizaram um comportamento inaceitável.

Nas imagens amplamente divulgadas nas redes sociais, os estudantes foram capturados correndo na quadra com suas calças abaixadas, encenando o que foi descrito como uma “Volta Olímpica”, enquanto tocavam suas partes íntimas. Outra gravação revelou que alguns estudantes estavam na plateia assistindo ao jogo feminino e também simulando atos de masturbação. O caso gerou revolta nas redes:

https://twitter.com/i/status/1703755532803133901

*247

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Vídeo: Servidor é flagrado cobrando propina em Florianópolis

Um servidor da Fundação Municipal de Meio Ambiente (Floram) foi preso na manhã desta sexta-feira (15) em operação da Polícia Civil que investiga a cobrança de propina para que obras irregulares não sejam demolidas.

O servidor Felipe Pereira teria abordado um construtor envolvido em obras irregulares na área do Ribeirão da Ilha, na região Sul da Ilha de Santa Catarina.

Segundo a prefeitura, o empresário já possuía histórico de obras irregulares na cidade, inclusive com multas e decisões de demolição.

No vídeo, o servidor afirma que o valor acertado seria de R$ 90 mil caso o pagamento fosse realizado à vista, ou R$ 110 mil se fosse parcelado, diz o G1.

Durante a conversa, o construtor rebate que o valor acertado seria de R$ 30 mil à vista para cada unidade ou R$ 35 mil parcelado. O dinheiro em conversa, segundo a Polícia Civil, seria para a liberação de uma construção sem licença.

Felipe nota um carro estranho na frente do local e demonstra nervosismo. “Tem uma caminhonete”, diz o servidor. O construtor o tranquiliza: “É do meu funcionário”, garante.

A prefeitura informou em nota que foi informada pela investigação de que o servidor teria procurado um construtor com obras irregulares no Ribeirão da Ilha, na região Sul da cidade, e que não havia recebido informações sobre servidor praticando irregularidades. Também afirmou que no começo deste ano fez mudanças na estrutura de fiscalização com a reforma administrativa, separando a estrutura de fiscalização da emissão de alvarás. A ideia seria, de acordo com a prefeitura, dificultar eventuais cobranças e pagamentos de propina.

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Vídeo: dupla pisa na cabeça de mulher desmaiada em frente a bar no DF

A confusão generalizada ocorreu na manhã deste sábado (16/9) na saída de um bar localizado na QNM 2/4 de Ceilândia.

Uma mulher foi espancada por dois homens na saída do bar After Lounge, na QNM 2/4 de Ceilândia. A confusão generalizada ocorreu na manhã deste sábado (16/9).

Imagens registradas por testemunhas no local mostram a vítima, vestida com um short preto e blusa branca, sendo agredida com socos, chutes e pontapés pela dupla.

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Gilmar Mendes diz que, após morte de menina no Rio, existência da PRF precisa ser repensada

O ministro do SFT (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes afirmou que a existência da Polícia Rodoviária Federal (PRF) precisa ser repensada, ao comentar a morte neste sábado (16) da menina Heloisa dos Santos Silva, de 3 anos, baleada em uma ação da PRF no último dia 7 de setembro.

O magistrado citou ainda a morte de Genivaldo Santos asfixiado em um ccarro da PRF e a atuação da corporação durante o segundo turno das eleições do ano passado, quando montou blitze em locais em que o presidente Lula (PT) tinha feito mais votos no primeiro turno —na época, o chefe da corporação era Silvinei Vasques, indicado do então presidente Jair Bolsonaro (PL), segundo o Uol.

Gilmar afirmou que, em casos de “violações estruturais”, é necessário pensar em “medidas também estruturais”.

“Ontem, Genivaldo foi asfixiado numa viatura transformada em câmara de gás. Agora, a tragédia do dia recai na menina Heloisa Silva. Para além da responsabilização penal dos agentes envolvidos, há bem mais a ser feito. Um órgão policial que protagoniza episódios bárbaros como esses —e que, nas horas vagas, envolve-se com tentativas de golpes eleitorais —, merece ter a sua existência repensada”, escreveu na rede social X, antigo Twitter.

Heloísa foi baleada na nuca e no ombro durante uma ação da PRF no Arco Metropolitano, na Baixada Fluminense, Rio de Janeiro.

A criança estava na unidade de tratamento intensivo do Hospital Municipal Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias, para onde foi levada depois de ter sido ferida. Quando foi atingida pelos disparos, ela estava com a família indo para casa, em Petrópolis, na região serrana.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) usou rede social para se manifestar sobre a morte da criança. No texto, disse que a pequena Heloisa foi atingida por tiros de quem deveria cuidar da segurança da população. “Algo que não pode acontecer”.

A dor de perder uma filha é tão grande que não tem nome para essa perda. Não há o que console. Meus sentimentos e solidariedade aos pais e demais familiares”, escreveu Lula.

O ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB), publicou a nota de pesar divulgada pela PRF e lamentou o ocorrido.

“Quanto à apuração de responsabilidade administrativa, reitero que o processo administrativo foi instaurado no mesmo dia da ocorrência. Minha decisão só pode ser emitida ao final do processo, como a lei determina”, disse.

O ministro, que chefia a pasta responsável pela PRF, também mencionou que já está em curso um inquérito da Polícia Federal para apurar o caso e que o resultado da apuração será enviado ao MPF (Ministério Público Federal) e à Justiça.

Dino é o responsável pela nomeação do chefe da corporação, atualmente comandada por Antônio Fernando Oliveira.

O advogado-geral da União, Jorge Messias, também usou as redes sociais para lamentar a morte de Heloísa. “É preciso apurar com rigor as causas e as responsabilidades dessa tragédia. Determinei à Procuradoria-Geral da União que acompanhe imediatamente o caso para avaliar eventual responsabilização na seara cível”, escreveu.

A primeira-dama, Janja, também pediu justiça pela morte de Heloísa, e criticou a ação das forças de segurança. “Basta de ver nossas crianças morrerem. Quem deveria proteger, mata”, escreveu, nas redes sociais. Segundo relatos de parentes e testemunhas, uma viatura da PRF passou a seguir o carro em que a menina estava e os agentes abriram fogo após o pai da criança, William Silva, dar sinal de parada.

No carro, além de Heloisa, estavam seus pais, uma irmã de oito anos e uma tia. O caso é investigado pelo Ministério Público Federal, pela Polícia Federal e pela Corregedoria-Geral da PRF.

Nas redes sociais, políticos e organizações do Rio de Janeiro expressaram solidariedade aos familiares de Heloisa e também cobraram punição dos envolvidos na morte da criança.

A deputada estadual Renata Souza (PSOL-RJ) afirmou que o caso é “inaceitável”, “revoltante” e “dilacerante”. “Mais uma família dilacerada, mais um futuro exterminado. Muita dor!”, escreveu a parlamentar.

“A Lei Ágatha, de minha autoria, que garante a prioridade na investigação em assassinato de crianças e adolescentes, precisa ser cumprida”, disse.

A deputada federal Talíria Petrone (PSOL-RJ) questionou ações realizadas na área de segurança do Rio. “Que horror é esse que vivemos no RJ em que crianças são arrancadas desse modo? Que tipo de segurança é essa?”, publicou.

Ao se manifestar sobre a morte de Heloisa, a ONG Rio de Paz disse que “ninguém aguenta mais isso”. “Todo mês é uma criança morta em ação policial. Que lugar é esse onde isso virou rotina e ninguém faz nada?”, questionou.

De acordo com a organização, o estado do Rio registra 102 mortes de crianças e adolescentes de 0 a 14 anos desde 2007 por armas de fogo —a maioria por bala perdida. Só neste ano já são 11 casos, segundo a Rio de Paz.

A Prefeitura de Duque de Caxias manifestou solidariedade aos familiares e amigos de Heloisa na nota em que confirmou a morte da menina.

“Em nome da Prefeitura de Duque de Caxias e de todos os colaboradores da Secretaria Municipal de Saúde, lamentamos profundamente e nos solidarizamos aos familiares e amigos da pequena Heloísa”, afirmou.

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Jair Renan nega romance com Diego Pupe e vira chacota nas redes: “Bem vindo ao vale”

O ex-assessor do filho do ex-presidente Bolsonaro revelou que teve uma relação “amorosa” com Renan.

Após Diego Pupe revelar à imprensa que teve um relacionamento com Jair Renan, o filho “04” do ex-presidente Jair Bolsonaro, Renan foi às redes negar que tenha tido algum envolvimento com Pupe, diz a Forum.

Jair Renan se pronunciou por meio de suas redes sociais para negar o envolvimento “amoroso” com Diego Pupe. “Se um dia me ver agarrado com um macho, pode ter certeza que é briga”, escreveu Renan.

Porém, se o objetivo de Jair Renan era dar um fim à discussão, o tiro saiu pela culatra e ele foi saudado pela comunidade LGBT+.

“Bem-vindo ao vale”, escreveu um usuário. “Desejo sucesso ao novo casal”, declarou outro.

Alguns foram mais criativos em seus comentários. “Seja bem-vindo à comunidade, racha ?? Agora pare de falar das outras para não desconfiarem de você porque todo mundo sabe, tá? ?? Dá um filme a história de vocês: ‘Amor Perigoso – Diário Secreto de uma Paixão do Clube de Tiro”.

“Tamo sabendo que você manja de pegar na pistola”, ironizou um usuário com o fato de Jair Renan estar na foto segurando uma arma.

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Cozinha solidária do MST já entregou mais de 10 mil marmitas a desabrigados no Rio Grande do Sul

Brasil de Fato – A cozinha solidária do MST no município de Encantado, Rio Grande do Sul, já entregou mais de 10 mil marmitas nas comunidades mais afetadas pelas enchentes. Dezenas de pessoas do movimento, acampados e assentados, integrantes do Levante Popular da Juventude, se deslocaram para ajudar na produção do alimento.

“Viemos para essa tarefa humanitária com quantidade expressiva de produtos da reforma agrária, produtos orgânicos, vindos de cooperativas dos assentamentos do MST da região Metropolitana e ficaremos aqui”, conta o assentado Marildo Molinari.

A tragédia do ciclone e das enchentes provocou 46 mortes, enquanto outras 46 pessoas permanecem desaparecidas, gerando uma comoção que abrange 93 municípios gaúchos afetados. A situação deixou 4.794 pessoas desabrigadas, 820.498 desalojadas e 924 feridas. Os desabrigados estão recebendo assistência em ginásios e prédios públicos e privados.

A solidariedade faz parte do acúmulo histórico do MST: “Sempre recebemos solidariedade quando nossa turma está nas marchas e ocupações, agora estamos devolvendo para sociedade tudo aquilo que nós podemos fazer. Sabemos que é pouco diante da dimensão da tragédia que está ocorrendo aqui, chega ser difícil explicar a dimensão”, afirma Cedenir Oliveira, da direção nacional do MST no estado.

O Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional do Rio Grande do Sul (Consea-RS) criou duas cozinhas solidárias em Arroio do Meio, produzindo 1,5 mil refeições por dia. “A tendência é que o número de refeições diminua nos próximos dias a medida que as famílias retornem para suas casas”, afirma Juliano Ferreira de Sá, presidente do Consea-RS.

A entidade está construindo cozinhas solidárias em Lajeado, Cruzeiro do Sul e Roca Sales. “Nós estamos realizando uma mobilização de incentivo para que as cozinhas fiquem de maneira permanente nestes munícipios, como espaços de integração, de alento e de esperança. Hoje precisamos de voluntários para preparar os alimentos, além de proteínas, para realimentar a reconstrução do Vale do Taquari”, complementa Juliano.

Chegaram na manhã deste domingo (10), por volta das 9h, em Lajeado, as primeiras cestas de alimentos que foram doadas pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) às famílias atingidas pela cheia no Vale do Taquari. Foram entregues 1,2 mil cestas, de um total de 5 mil, com o apoio de integrantes do Exército na base de apoio logístico da Defesa Civil na região.

“Desde o primeiro momento da tragédia, o governo federal está mobilizado para ajudar o estado no que for preciso. Começamos a entregar as primeiras cestas de alimentos da Conab, e contamos com o apoio fundamental do Exército. Ao longo desta semana, mais cestas vão chegar ao estado para atender o básico da alimentação”, disse o presidente da Companhia, Edegar Pretto.

A doação das 5 mil cestas foi anunciada pelo presidente da Conab na quarta-feira (6), quando uma primeira comitiva do governo federal visitou as áreas atingidas. Entre os alimentos que serão entregues às famílias estão arroz, feijão, leite em pó, farinha de trigo, macarrão e fubá.

Com informações do Brasil de Fato.

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