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Estudo mostra que milionários do Brasil pagam menos impostos do que professores, médicos e advogados

BBC Brasil – Contribuintes milionários pagam no Brasil alíquotas menores de imposto de renda do que profissionais de renda média e alta, mostra um levantamento inédito realizado pelo Sindifisco Nacional, sindicato que representa os auditores-fiscais da Receita Federal, a partir de dados do Imposto de Renda Pessoa Física de 2022 (ano calendário 2021).

Segundo esses dados, contribuintes que declararam em 2021 ganhos totais acima de 160 salários mínimos (R$ 2,1 milhões no ano, ou R$ 176 mil por mês) pagaram, em média, uma alíquota efetiva de Imposto de Renda (IR) de menos de 5,5%.É uma taxa menor, por exemplo, do que pagaram professores de ensino fundamental (8,1%), enfermeiros (8,8%), bancários (8,6%) ou assistentes sociais (8,8%) — profissionais que, na média, declararam rendimentos totais (soma dos salários e outros rendimentos) abaixo de R$ 94 mil naquele ano (menos de R$ 8 mil ao mês).

A alíquota efetiva dos milionários também foi menor do que a dos policiais militares (8,9%), cuja renda média total em 2021 ficou em R$ 105 mil (R$ 8.750 ao mês). Ou do que a de médicos (9,4%), que declararam em média renda total de R$ 415 mil (R$ 34,6 mil ao mês).

A alíquota efetiva é o percentual da renda total que de fato foi consumida pelo IR. Segundo o Sindifisco, o principal motivo de os mais ricos terem uma alíquota menor é que uma parcela relevante de sua renda vem do recebimento de lucros e dividendos das suas empresas – renda que é isenta de imposto no Brasil desde 1996.Já a classe média tem uma parcela maior de seus ganhos proveniente de salários, que, em geral, são tributados na fonte, com alíquotas progressivas que chegam a R$ 27,5% para ganhos mensais acima de R$ 4.664,69.

Essas pessoas também têm parte de seu dinheiro isento de imposto, mas, em geral, é uma parcela da renda menor do que a dos milionários.

O levantamento do Sindifisco mostra ainda que a alíquota efetiva paga pelos contribuintes de maior renda caiu por dois anos seguidos, entre 2019 e 2021: como houve crescimento do pagamento de lucro e dividendos nesse período, o topo da pirâmide ficou mais rico, ao mesmo tempo que pagou proporcionalmente menos IR.

Os números da Receita Federal mostram que contribuintes brasileiros declararam terem recebido em 2021, no total, R$ 555,68 bilhões em lucros e dividendos, uma alta de quase 45% sobre o valor de 2020 (R$ 384,27 bilhões) e de 46,5% ante o de 2019 (R$ 379,26 bilhões).

Para o presidente do Sindifisco, auditor-fiscal Isac Falcão, esse aumento reflete a expectativa de que os dividendos voltem a ser taxados no país.

A volta desse tributação pode ser incluída pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva em uma proposta de reforma do Imposto de Renda que o Ministério da Fazenda pretende enviar no fim deste ano para o Congresso.

O assunto, porém, enfrenta resistência no Parlamento. Proposta semelhante enviada pelo governo de Jair Bolsonaro em 2021 não avançou.

“As empresas estão retendo menos dividendos agora para não correr o risco de distribuírem quando já estiverem sendo tributados. Essa é uma das razões pelos quais eu digo que o tema está na agenda”, acredita Falcão.

Por outro lado, o levantamento mostra que contribuintes pobres ou de renda intermediária (faixas que vão de um a 15 salários mínimos mensais) passaram a pagar uma alíquota efetiva média de imposto de renda maior entre 2019 e 2021.

Segundo o Sindifisco, o fato de a tabela do Imposto de Renda estar há muitos anos sem ser atualizada pela inflação explica o aumento da alíquota efetiva para grupos de renda menor.

Como os salários costumam ter algum reajuste anual para compensar a inflação, trabalhadores acabam subindo de faixa de contribuição e passam a pagar mais IR, mesmo que seu poder de compra não tenha necessariamente aumentado.

Por exemplo, contribuintes que declararam em 2021 renda mensal entre 5 e 7 salários mínimos (R$ 5.500 a R$ 7.700 em valores daquele ano) pagaram alíquota efetiva média de 6% — ou seja, mais que os milionários.

Já dois anos antes, a taxa média para essa faixa de renda estava em 4,5%.

Nesse contexto, Falcão defende que a taxação de lucros e dividendos seja usada para compensar uma redução do Imposto de Renda que incide sobre faixas de menor renda.

A expectativa é que a reforma a ser enviada por Haddad ao Congresso tenha também algum aumento na faixa de renda que é isenta de IR.

Lula prometeu na campanha ampliar essa isenção para até R$ 5 mil ao mês. No entanto, o próprio Haddad já disse que é um missão difícil de cumprir, pois pode custar dezenas de bilhões de reais em perda de arrecadação anual do governo.

Hoje, o contribuinte brasileiro não paga IR sobre ganhos mensais de até R$ 2.112. O governo Lula criou uma dedução simplificada mensal no valor de R$ 528 que, na prática, eleva a isenção R$ 2.640 no caso de pessoas de menor renda.

O mecanismo não beneficia contribuintes com ganhos mais altos porque não pode ser acumulado com outras deduções que já são usadas por esse grupo, como contribuição previdenciária, pensão alimentícia e dependentes.

Os contribuintes que pagam mais IR são aqueles com renda mensal entre 10 e 40 salários mínimos (R$ 11 mil a R$ 44 mil em valores de 2021), cuja alíquota média efetiva fica acima de 10%.

Nesse grupo, estão profissões com altos salários, como o topo da carreira pública. Nesses casos, o percentual da renda de fato consumido pelo IR é mais que o dobro que o pago por milionários, caso de juízes (13%), servidores do Banco Central (14,5%) ou auditores-fiscais (15,6%).

São categorias que, embora não tenham rendas milionárias, recebem uma remuneração bem acima da maioria dos brasileiros. Os juízes, por exemplo, declararam em 2021 renda média total de R$ 729,6 mil (R$ 60,8 mil ao mês).

Para o presidente do Sindifisco, o auditor-fiscal Isac Falcão, as alíquotas efetivas cobradas sobre essas categorias com altos salários é justa. O problema, na sua visão, é os segmentos com rendas ainda mais altas pagarem alíquotas menores.

Por outro lado, mostram os dados, há profissões com renda alta na comparação com a maioria da população brasileira que pagam alíquotas efetivas baixas, crítica Sérgio Gobetti, economista do Ipea especializado em tributação e finanças públicas.

É o caso de advogados (5,2%), cuja renda média total declarada em 2021 foi de R$ 223 mil (R$ 18,6 mil ao mês).

Ou dos decoradores (5,1%), que declararam em média R$ 215 mil de renda total naquele ano (R$ 17,9 mil ao mês).

Em geral, são profissionais liberais, donos de suas próprias empresas, que pagam alíquotas menores sobre os lucros obtidos porque essas companhias se enquadram em regimes especiais de tributação, como o Simples e o sistema de lucro presumido.

Contribuintes que se declararam ao Fisco como dirigentes, presidentes ou diretores de empresas, por exemplo, tiveram alíquota efetiva de apenas 4,14% em 2021, quando informaram renda total média de R$ 267,8 mil (R$ 22,3 mil ao mês).

O Brasil é um dos poucos países do mundo que não taxa lucros e dividendos. Isso não quer dizer que o dinheiro que entra no bolso do acionista nunca foi tributado.

Sobre o lucro das empresas incide, via de regra, dois impostos: o Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) e a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), cujas alíquotas somam 34%.

Opositores da taxação de dividendos dizem que essa alíquota de 34% é alta na comparação internacional.

Segundo Sergio Gobetti, a tributação dos lucros de empresa em outros países realmente é menor, girando, em média, na faixa de 20% a 25%.

Na prática, porém, as empresas brasileiras não pagam a taxa cheia, já que há benefícios e isenções que permitem reduzir o valor a ser cobrado pela Receita.

“Diversos estudos mostram que, em média, companhias de capital aberto (com ações em Bolsa) pagam 24% de impostos sobre seus lucros, e não 34%”, ressalta.

Além disso, empresas com faturamento anual de até R$ 4,8 milhões podem entrar no Simples, que tem alíquotas progressivas que variam de 4% a 33% e englobam 8 impostos, entre eles o IRPJ.

Para Sérgio Gobetti, a volta da tributação dos dividendos deveria vir acompanhada de uma reforma ampla da taxação das empresas, que elimine as exceções que permitem a empresas pagar pouco sobre seus ganhos.

Com isso, diz, seria possível reduzir a tributação de IRPJ/CSLL de 34% para 25% e criar uma outra alíquota a ser paga sobre lucros e dividendos, que poderia ser de 20% ou 25%.

“E poderia haver uma faixa de isenção. Por exemplo, dividendos de até R$ 30 mil no ano não seriam taxados e valores acima disso pagariam”, exemplifica.

Por outro lado, outro argumento dos defensores do fim da taxação de lucros e dividendos no Brasil é que esse imposto tinha baixa eficiência tributária e gerava muitas disputas judiciais – ou seja, o Fisco tinha dificuldade de cobrar esse tributo adequadamente.

Esse argumento foi defendido em um artigo por três ex-secretários da Receita Federal: Everardo Maciel (governo FHC), Jorge Rachid (governos Lula, Dilma Rousseff e Michel Temer) e Marcos Cintra (governo Jair Bolsonaro).

“Tomando por base o ano de 1995, a arrecadação do IRPJ, ainda que não apenas em razão daquela opção, cresceu, em termos reais, em todos os anos subsequentes — muitas vezes com percentuais superiores a 100%, ao passo que a participação desse imposto no PIB aumentou em praticamente todos os anos, chegando a exibir impressionante crescimento de 95%”, argumentaram no artigo publicado no ano passado, no jornal Folha de S.Paulo.

Gobetti, por sua vez, argumenta que a realidade de hoje é diferente da de 1995 devido à internacionalização cada vez maior da economia, o que dá mais liberdade para empresas escolherem onde investir no mundo.

Na sua avaliação, esse é mais um fator a favor de uma reforma que reduza a tributação direta sobre as empresas e tribute os lucros distribuídos aos acionistas.

“Tributar diretamente o lucro da empresa sem dúvida é mais simples, mas é incompatível com o mundo de hoje, onde todos os países reduziram significativamente as suas alíquotas sobre as empresas. Então, (o modelo atual brasileiro) não é só um problema pela falta de progressividade”, destacou.

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Banco do BRICS fará emissão em reais para realizar empréstimos na moeda brasileira

Joanesburgo, África do Sul – O Banco do Brics, oficialmente conhecido como o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), está se preparando para um marco significativo em suas operações financeiras. Segundo fontes próximas à instituição presidida por Dilma Rousseff, o banco planeja iniciar empréstimos na moeda brasileira, o real, ainda neste ano. Esta iniciativa faz parte de uma estratégia para reduzir gradualmente a dependência do dólar nas transações internacionais, segundo informa o jornalista Assis Moreira, correspondente do Valor Econômico, segundo o 247.

Durante a cúpula do Brics, realizada em Joanesburgo, Dilma Rousseff se encontrou com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para discutir a necessidade de iniciar a captação em reais “o quanto antes”. Nas conversas, Dilma também anunciou que o banco disponibilizará mais US$ 1 bilhão para empréstimos ao Brasil no segundo semestre. No primeiro semestre deste ano, o Brasil teve o menor volume de financiamentos aprovados entre os membros do Brics, totalizando US$ 583 milhões (as operações com a Rússia estão congeladas).

Recentemente, o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, mencionou uma operação de US$ 500 milhões com o Banco do Brics, que poderia ser a primeira emissão em reais. A estratégia do banco, de acordo com Dilma Rousseff, é diversificar suas moedas de operação. Ela afirmou: “Estamos em estágio avançado de obtenção das aprovações necessárias para emitir títulos em rúpias na Índia e também iniciamos estudos legais para nos capacitar a captar recursos em reais brasileiros. A expectativa é de que a operação em rúpia na Índia ocorra já em outubro”.

Conforme o plano estratégico do Banco do Brics para o período de 2022-2026, 30% de todo o financiamento utilizará as moedas dos países membros, o que visa reduzir os riscos relacionados à exposição às taxas de câmbio e taxas de juros internacionais. Isso, por sua vez, proporcionará custos mais baixos e maior segurança para os mutuários soberanos e privados.

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Haddad contesta Campos Neto e nega fim do parcelado sem juros no cartão: “não pode mexer nisso aí”

Haddad contesta Campos Neto e nega fim do parcelado sem juros no cartão: “não pode mexer nisso aí”.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu a continuidade do sistema de vendas parceladas com prestações fixas no cartão de crédito, que já representam mais de 50% das vendas no varejo, ao contrário do que foi proposto na semana passada pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Nesta segunda-feira, em entrevista ao advogado Walfrido Warde e ao jornalista Reinaldo Azevedo, no podcast Reconversa, Haddad esclareceu que não repreendeu Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central (BC), por suas declarações recentes no Senado sobre o fim do rotativo do cartão de crédito e das compras parceladas no cartão de crédito, diz o 247.

Ao mesmo tempo, ele argumentou que é essencial considerar o impacto no varejo antes de tomar decisões sobre o parcelamento sem juros. “Não pode mexer nisso aí”, destacou o ministro, referindo-se à sugestão de Campos Neto de limitar o parcelamento sem juros, numa posição alinhada com os bancos. Haddad alertou sobre a importância de proteger os consumidores que recorrem ao rotativo, mas sem comprometer o atual sistema de vendas. “Até alimento está sendo comprado assim”, observou. Haddad recordou a medida anterior do BC de tabelar os juros do cheque especial e mencionou um emergente “movimento no Congresso de insurgência” contra os juros do rotativo, que podem alcançar até 470% ao ano.

Sobre a autonomia do Banco Central, Haddad descreveu a situação atual como uma “experiência inédita no Brasil”. Ele expressou preocupação sobre a aprovação da autonomia do BC durante o mandato do ex-presidente Jair Bolsonaro, o qual classificou de forma contundente como “lunático” e “psicopata”. Haddad afirmou que jamais apoiaria a autonomia do BC sob a presidência de Bolsonaro e revelou ter sugerido um mandato mais curto para o presidente do BC sob a nova regra de autonomia. Na entrevista, Haddad também esclareceu que sua sugestão de mandato reduzido não era uma crítica pessoal a Roberto Campos Neto.

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Preços da cesta básica caem na maioria das capitais, e salário mínimo aumenta poder de compra

Trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu menos renda para comprar os produto.

Os preços médios da cesta básica caíram, em julho, em 13 das 17 capitais pesquisadas pelo Dieese, com alta em uma (Porto Alegre) e relativa estabilidade em três. Na comparação com julho do ano passado, os valores subiram em 11 e caíram em seis cidades. Já nos sete primeiros meses de 2023, houve predominância de queda (nove capitais), segundo a Rede Brasil Atual.

Assim, de junho para julho, as principais quedas foram registradas em Recife (-4,58%), Campo Grande (-4,37%), João Pessoa (-3,90%) e Aracaju (-3,51%). Em Porto Alegre, o Dieese apurou alta de 0,47%. Ficaram próximos da estabilidade os preços da cesta em Salvador (0,03%), Brasília (0,04%) e Fortaleza (0,05%).

Salário mínimo
A capital gaúcha também foi onde a cesta básica teve o maior custo no mês passado (R$ 777,16). No Norte e do Nordeste, onde a composição é diferente, o menor valor médio foi registrado em Aracaju (R$ 547,22).

Com base na cesta mais cara, o Dieese calculou em R$ 6.528,93 o salário mínimo necessário para as despesas básicas de uma família de quatro pessoas. Esse valor corresponde a 4,95 vezes o mínimo oficial (R$ 1.320). A proporção caiu em relação a junho (4,98) e ante julho de 2022 (5,27).

Tempo médio e renda
Já o tempo médio para adquirir os produtos caiu para 111 horas e 8 minutos. Era de 113 horas e 19 minutos no mês anterior e bem maior há um ano (120 horas e 37 minutos). E o trabalhador remunerado pelo salário mínimo comprometeu, em média, 54,61% da renda líquida para comprar os produtos alimentícios básicos. Embora ainda acima de 50%, a proporção vem caindo: foi de 55,63% em junho e 59,27% um ano atrás.

Entre os produtos, o feijão (carioquinha e preto) caiu em todos os municípios pesquisados. O preço médio da batata e do óleo de soja recuou na maioria das cidades, assim como leite e farinha de trigo. Já o pão francês aumentou.

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Após queda de 0,5% na Selic, Brasil continua a apresentar a maior taxa de juros reais entre 40 países

Apesar da redução de 0,5% na taxa anual de juros (Selic), o Brasil continua a ostentar a primeira posição no ranking global de juros reais. Após a redução, a taxa de juros reais brasileira é de 6,68%. O Brasil manteve o pódio de campeão dos juros reais pela sétima reunião consecutiva do Comitê de Política Monetária (Copom), segundo O Globo.

O cálculo foi feito pelo site financeiro Moneyou, que considera a expectativa de inflação para os próximos 12 meses, e engloba 40 países. Em segundo lugar, aparece o México com taxa de juros real de 6,64%, seguido da Colômbia, com taxa real de 6,15%. Outro país latino-americano aparece na quarta posição: o Chile, com juros de 4,60%. O site desconsidera a Argentina, que vive atravessa crise econômica.

Para o economista Jason Vieira, responsável pela elaboração do ranking, ainda há problemas na condução da política global. Com o encaminhamento do arcabouço fiscal e reforma tributária, o Brasil reduziu parte das dúvidas na ancoragem das expectativas de inflação.

Mas os Estados Unidos elevaram novamente os juros após uma pausa e continuam a registrar pressões no mercado de trabalho, apesar de uma série de indicadores econômicos negativos.

Já o Banco Central Europeu (BCE) elevou os juros em julho, enquanto a Ásia preserva parte de suas medidas estimulativas, com a China prometendo novos incentivos à economia.

Veja os países com maiores juros reais

1) Brasil: 6,68%
2) México: 6,64%
3) Colômbia: 6,15%
4) Chile: 4,60%
5) África do Sul: 3,82%
6) Filipinas: 3,80%
7) Indonésia: 3,63%
8) Hong Kong: 2,83%
9) Reino Unido: 2,36%
10) Israel: 2,23%.

Fonte: Moneyou.

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Brasil tem o maior saldo comercial em julho em toda a história: US$ 9 bilhões

Governo Lula deve registrar neste ano o maior superávit comercial de todos os tempos no Brasil.

SÃO PAULO (Reuters) – A balança comercial brasileira registrou superávit de 9,035 bilhões de dólares em julho, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) divulgados nesta terça-feira, com exportações de 29,062 bilhões de dólares e importações de 20,027 bilhões de dólares.

Este foi o maior saldo comercial para meses de julho em toda a série histórica da secretaria.

“O saldo comercial tem batido recordes, motivado pela redução da importação e uma certa resiliência das exportações, mesmo com a queda de preços”, pontuou o subsecretário de Inteligência e Estatísticas de Comércio Exterior, Herlon Alves Brandão, durante entrevista coletiva.

Pesquisa da Reuters com economistas apontava expectativa de saldo positivo de 8,223 bilhões de dólares para julho.

A Secex, que está ligada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), projeta um saldo positivo para a balança comercial em 2023 de 84,7 bilhões de dólares.

A secretaria projeta exportações de 330,0 bilhões de dólares no ano e importações de 245,2 bilhões de dólares.

ACUMULADO DO ANO

Os dados da Secex mostraram ainda que o saldo comercial acumulado no ano até julho foi de 54,100 bilhões de dólares. O desempenho foi resultado de exportações de 194,742 bilhões de dólares, contra importações de 140,642 bilhões de dólares.

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Dono do Bradesco, Trabuco Cappi elogia em artigo a política econômica de Lula

Em artigo publicado hoje no Estadão, o Presidente do Conselho de Administração do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco Cappi, afirma que “o Brasil está no limiar de voltar a ser aquele país que tem no futuro o seu principal ativo”.

Ao longo do texto, ele elogia “o conjunto de medidas encaminhadas, em preparação ou em fase de estudos”, entre elas reforma tributária e arcabouço fiscal, que indicam “a possibilidade de que a economia é capaz de dar um salto consistente de eficiência e qualidade” no segundo semestre de 2023.

“O avanço dessa agenda poderá premiar o País com um ritmo de desenvolvimento mais adequado a suas potencialidades, em bases modernas”, diz.

Trabuco também elogia o diálogo entre o Congresso Nacional e o governo Lula (PT).

“Temos um Congresso maduro e consciente de que é preciso modernizar o País, quando as lideranças separam o que é permanente (matérias que atravessam os mandatos) do que é transitório na definição das agendas de votação. Em que pesem as fricções naturais do jogo político, o Congresso não se furta a conversar e negociar com um Executivo que, por sua vez, revela-se hábil e disponível”.

Para ele, o arcabouço fiscal, “que permite um controle mais rigoroso das despesas”, e a reforma tributária, “que simplificou e reduziu o número de impostos”, são os “pilares mestres desse novo projeto de país”.

Ele ainda cita o novo marco de garantias, “que dará mais segurança às operações de crédito” e a transição para uma economia verde, de baixo carbono, que “coloca o Brasil na vanguarda do mundo”.

O banqueiro menciona ainda a taxa de básica de juros. Segundo ele, é “quase unânime” a avaliação de que ela já pode ser reduzida.

“Entre os desafios à frente, o ponto fundamental é a questão da Selic. É conclusão quase unânime de que há espaço técnico para a queda dos juros. Nesta semana, a Selic de 13,75% completa um ano de vigência, após um longo ciclo de altas que começou em 2021. Vivenciamos o ápice do aperto monetário”.

Trabuco também lembra da melhora na classificação de risco do Brasil e da previsão de um crescimento do PIB do Brasil na casa de 2% em 2023.

*Com Agenda do Poder

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Desemprego cai para 8%, menor taxa para junho desde 2014

A taxa média de desemprego no Brasil ficou em 8% no trimestre encerrado em junho deste ano, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgados nesta sexta-feira (28/7) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O índice recuou 0,8 ponto percentual em relação ao trimestre encerrado em março (8,8%) e caiu 1,3 ponto percentual, na comparação com o mesmo período do ano passado (9,3%). Trata-se da menor taxa de desemprego para um trimestre encerrado em junho desde 2014, segundo o Metrópoles.

A taxa de desemprego veio mais baixa do que as estimativas do mercado. O consenso Refinitiv, que reúne as principais projeções, estimava um índice de desocupação de 8,2%.

Já a população ocupada (98,9 milhões) cresceu 1,1% em relação ao trimestre anterior e 0,7%, na comparação com o mesmo período de 2022.

Segundo Adriana Beringuy, coordenadora de Pesquisas por Amostra de Domicílios do IBGE, a queda do desemprego no segundo trimestre indica a retomada do padrão sazonal desse indicador.

“Pelo lado da ocupação, destaca-se a expansão de trabalhadores na administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais, no trimestre e no ano”, afirma.

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Brasil volta a ser destino de investimentos estrangeiros, diz consultoria: “temos visto interesse forte e renovado”

Após enfrentar um período de retração nos investimentos estrangeiros, o Brasil está retomando o interesse dos grandes investidores internacionais, de acordo com análise de Daniel Wainstein, sócio sênior da Seneca Evercore, consultoria brasileira especializada em fusões e aquisições. A melhora do ambiente econômico do país tem sido impulsionada pelas medidas econômicas e pelos sinais emitidos pelo governo Lula (PT), o que tem chamado a atenção de investidores globais em busca de oportunidades promissoras.

Nos últimos anos, o Brasil foi relegado ao status de um destino pouco atraente para investimentos, segundo afirmou Wainstein ao Estado de S. Paulo. “Havia uma mistura de discursos contra a preservação ambiental, com ataques às instituições democráticas que os investidores queriam evitar”. Além disso, as incertezas eleitorais e dúvidas em relação ao novo governo contribuíram para um cenário pouco favorável para o setor de fusões e aquisições. Em comparação ao mesmo período em 2021, as transações no primeiro semestre de 2023 somaram apenas US$ 7,6 bilhões, enquanto no ano retrasado alcançaram US$ 27,2 bilhões. No entanto, de acordo com Wainstein, as perspectivas têm apresentado mudanças significativas. “Até abril, estávamos lambendo as feridas”, afirma ele. “Agora, temos visto interesse forte e renovado tanto de grandes investidores financeiros como de estratégicos, sendo que diversos ainda não têm presença no Brasil”.

Essa mudança de cenário tem sido impulsionada pela visão mais favorável dos investidores internacionais em relação ao Brasil, que hoje apresenta “menos nuvens cinzas no céu”, conforme disse o especialista. Entre as empresas que têm demonstrado interesse no país estão a Evertec, com sede em Porto Rico, que adquiriu recentemente a brasileira Sinqia em um acordo estimado em R$ 2 bilhões, e o fundo de investimento norte-americano Dragoneer, juntamente com a General Atlantic, que têm negociado a compra da empresa de educação Arco. Essas transações estão entre os negócios nos quais a Sêneca Evercore esteve envolvida no primeiro semestre e juntos podem movimentar R$ 9,2 bilhões. 

Para Wainstein, o futuro se mostra promissor, com 35 negócios já em andamento, o que sugere que os próximos 12 meses serão marcados por um aumento significativo no fechamento de negócios e a retomada do patamar do primeiro semestre de 2021. “Várias negociações que estavam em andamento voltaram à mesa e novas começaram porque o lado comprador da equação – o investidor internacional financeiro ou estratégico – começou a querer participar do Brasil”, afirma.

A melhoria do cenário é atribuída às reformas recentes, à estabilidade econômica e política do país, bem como à potencial valorização do real. Embora ainda haja necessidade de definições importantes em relação à reforma tributária, os indícios até o momento têm sido positivos. Para Wainstein, o entrave tributário reduzia as perspectivas de sucesso para investidores estrangeiros no Brasil, mas as reformas em andamento têm contribuído para maior confiança do mercado.

As áreas que têm chamado a atenção dos investidores estrangeiros incluem tecnologia, prestação de serviços em geral e bens de consumo, com destaque para fintechs e serviços financeiros. Esses setores prometem ser catalisadores para uma consolidação e maior amadurecimento, considerando as rápidas mudanças pelas quais o mundo das finanças vem passando no país.

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Agência norte-americana de classificação de risco melhora a nota do Brasil

A agência de classificação de risco Fitch elevou a nota de crédito do Brasil de BB- para BB, com perspectiva estável. O país havia sido rebaixado para o patamar BB– em 2018, em meio à crise nas contas públicas e pela não aprovação, na época, da reforma da Previdência no governo de Michel Temer.

“A atualização do Brasil reflete um desempenho macroeconômico e fiscal melhor do que o esperado em meio a sucessivos choques nos últimos anos, políticas proativas e reformas que apoiaram isso e a expectativa da Fitch de que o novo governo trabalhará para melhorias adicionais”, diz o comunicado da Fitch, segundo o Agenda do Poder.

A nova classificação ainda indica um “grau especulativo” — o que, segundo as agências de risco, aponta que o Brasil está menos vulnerável ao risco no curto prazo, mas segue enfrentando incertezas em relação a condições financeiras e econômicas adversas.

A agência, contudo, indica que o Brasil alcançou progresso em importantes reformas para enfrentar os desafios econômicos e fiscais desde seu último rebaixamento.

Em nota, o Ministério da Fazenda reiterou seu “compromisso com a agenda de reformas em curso” e diz que contribuirá “não apenas para o melhor balanço fiscal do governo, mas também levará à redução das taxas de juros e à melhoria das condições de crédito, ao mesmo tempo em que assegurará a estabilidade dos preços”.

“Desta forma, serão criadas as condições para a ampliação dos investimentos públicos e privados e a geração de empregos, aumento da renda e maior eficiência econômica, elementos essenciais para o desenvolvimento econômico e social do país”, diz a pasta.

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