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Economia

PIB desaba 10% e Brasil paga caro o negacionismo de Bolsonaro e a farsa de Paulo Guedes

Se há uma coisa que pode-se chamar de tempestade perfeita é exatamente o momento em que vive o Brasil, sob o comando de uma organização criminosa devidamente desmascarada com pesados esquemas de lavagem de dinheiro, ligados a grupos de matadores profissionais e outros crimes característicos da milícia carioca.

O governo Bolsonaro foi marcado, desde o início por escapismos do presidente para justificar os crimes que envolvem, a princípio, um depósito de R$ 24 mil na conta da primeira-dama Michelle Bolsonaro, revelado pelo Coaf.

Daí em diante, Bolsonaro tenta fazer um remendo no Coaf, como quem remenda uma mangueira toda furada. A consequência são esses esguichos diários que vazam na mídia com envolvimento de Flávio, do próprio Jair Bolsonaro, assim como todos os personagens do clã e criminosos que orbitam o entorno do Palácio do Planalto que, hoje, mais se parece com a sede da milícia de Rio das Pedras.

Dito isso, é obrigatório lembrar que estamos diante de um presidente politicamente frágil e intelectualmente débil. Soma–se a isso uma horda de decrépitos que se coloca atualmente como bolsonarista, mas que já foi aecista, serrista, malufista, collorida e outros troços característicos do lixo político que a oligarquia quer enfiar goela abaixo dos brasileiros.

Com ou sem pandemia, o neoliberalismo de Paulo Guedes, decalcado de FHC, que quebrou o país três vezes em oito anos, não poderia dar em outra coisa, porque é uma linha de ação claramente voltada a desconstruir qualquer pensamento econômico que de fato produza desenvolvimento, emprego e distribuição de renda.

Desde a ditadura até os dias que correm, excetuando os governos Lula e Dilma que, em doze anos tiveram resultados econômicos excepcionais que levaram o país à sexta maior potência econômica do planeta, todos os outros governos empurraram o país para a bacia das almas, numa derrocada planejada em que os estrangeiros sempre se beneficiam com os vigaristas que, certamente, levam uma parcela do pudim, desaparecem e nunca mais os brasileiros ouvem falar.

E é aí que entra a tragédia atual, porque Bolsonaro, para tentar se blindar, rasteja aos pés do mercado, o mesmo que funciona como o deus dará de Paulo Guedes, desmonta-se o Estado e a resposta para a economia é sempre a mesma. Depois da próxima reforma, o mercado vai cumprir o seu papel, investindo e desenvolvendo a economia do país.

A coisa funciona, como se sabe, como o burro e o milho, ou seja, pendura-se o milho na frente do burro, a partir de sua própria cabeça e o coitado dispara atrás de seu alimento que, logicamente, foge dele no mesmo ritmo.

E se Bolsonaro está refém do mercado para que a família inteira não vá para a cadeia, teve que aceitar a imposição de grandes banqueiros e empresários e fazer uma campanha assassina em prol do coronavírus, como faz agora contra a vacina.

O objetivo era um só, passar a mensagem de que o ser humano não vale nada diante da ganância que o lucro desmedido proporciona. Com isso, uma pandemia, que poderia ter sido equacionada em dois meses e trazido normalidade à economia, como ocorreu com a China, já está no sexto mês com o maior número de mortes por 1 milhão de pessoas, superando os Estados Unidos, tendo uma média diária de mil vítimas, solenemente ignoradas por Bolsonaro e jornalistas contratados pelo governo para defender essa chacina proposta pelo genocida.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

 

 

 

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Economia Matéria

Para conter desmanche no “Posto Ipiranga”, Bolsonaro reitera compromisso com o teto de gastos.

Antes de qualquer análise, o teto de gastos que congela o investimento do governo federal em 20 anos, é absolutamente prejudicial ao país. Para isso, vale lembrar que desde que o congelamento entrou em vigor, o Brasil não conseguiu emplacar crescimento acima de 1% e amarga um resultado acumulado pífio, gerando mais de uma década em atraso, principalmente, no campo social.

Nessa semana, dois dos principais assessores (secretários) de Paulo Guedes pediram demissão, por considerar que Bolsonaro estava seguindo o caminho do desenvolvimentismo, para buscar a retomada do crescimento.

Ironicamente, se tivesse tomando o caminho da intervenção estatal na economia, estaria correto. A questão é que Bolsonaro é burro demais, ao menos na economia, para compreender o que é certo e errado.

A reunião de hoje, que ocorreu em conjunto com os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia, do Senado, Davi Alcolumbre, da República, Jair Bolsonaro e o “Posto Ipiranga”, Paulo Guedes, serviu para estancar a sangria e evitar o desmanche do ministério da Economia.

Bolsonaro, burro como é, não teve saída, por estar totalmente refém de Paulo Guedes, quando o assunto é economia e, por sua vez, está refém do mercado financeiro, para não cair. Aliás, o único que a mídia “limpinha” não bate forte, no atual governo, é Paulo Guedes, já que representa o mesmo pensamento do mercado financeiro.

O compromisso de hoje, assinado pelo presidente, sela a total impossibilidade de recuperação econômica no pós-pandemia. Aqui, não se trata de uma questão de corrente política, já que Bolsonaro estaria enterrando a sua reeleição, mas, da ampliação da pobreza e do retorno da fome.

Míriam Leitão, depois de muitos anos, acertou em um comentário econômico, quando disse que Paulo Guedes chuta para onde aponta o nariz. Sim, por que Guedes não passa de um Bolsonaro que sabe fazer regra de três.

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Economia

Dólar explode em novo recorde depois de superar R$ 5,87 com corte de juros

Fala de Paulo Guedes sobre colapso da economia brasileira também contribuiu para a alta da moeda.

O dólar fechou mais uma vez em alta contra o real, nesta quinta-feira, 7, após Comitê de Política Monetária reduzir a taxa básica de juros Selic em 75 pontos base, para 3% ao ano. O corte foi mais agressivo do que o de 50 pontos base que o mercado aguardava. Com isso, o dólar comercial subiu 2,4% e encerrou cotado a 5,840 reais, batendo um novo recorde de fechamento. O dólar turismo avançou 2,5%, a 6,08 reais.

Por volta das 11h, o movimento de alta chegou a se intensificar, após o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmar que a economia brasileira “está começando a colapsar” devido ao coronavírus. Na máxima, a moeda americana tocou os 5,872 reais e bateu o recorde intradiário.

“O ponto é que os juros em queda, além de não serem efetivos no combate à crise, estão cobrando um preço alto no câmbio”, afirmou, em nota, André Perfeito, economista-chefe da Necton Investimentos.

“O corte de juros acaba desvalorizando a moeda local. E mais do que isso, eles deixaram em aberto um novo corte de 75 pontos base para a próxima reunião”, afirmou Jefferson Ruik, diretor de câmbio da Correparti. Caso isso ocorra, a mínima histórica da taxa de juro seria renovada para 2,25% ao ano. “Se cortar, o Brasil passa a ter juros reais [que desconta os efeitos inflacionários] negativos, aí o investidor sai do país”, disse.

Embora possa acelerar a atividade econômica, o corte de juros tende a diminuir a atratividade de títulos brasileiros frente aos de outros países que pagam retornos maiores, como o México e a Turquia, com taxas de juro de 6% e 8,75%, respectivamente.

Na atual taxa de juros, Ruik já não vê mais chance de entrada de dólares por meio de operações de carry trade, que visa tomar dinheiro em economias com taxas de juro menores e aplicar em países que pagam retornos maiores. “O carry trade nem existe mais. Mas a atual taxa assusta os [investidores estrangeiros] que já estão aqui, e vão embora”, afirmou.

 

 

*Com informações da Exame

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Brasil tem fuga de US$ 7 bilhões e ONU prevê o pior para países emergentes

A ONU alerta que o coronavírus trará um “impacto econômico sem precedentes” para os países emergentes e que esse bloco necessitará de US$ 2,5 trilhões. Um dos países afetados será o Brasil, tanto por conta da queda do preço de commodities, fuga de capital, queda de comércio exterior e problemas de financiamento.

Os dados fazem parte de um informe publicado nesta segunda-feira pela Conferência da ONU para o Comércio e Desenvolvimento (Unctad), que aponta que a “velocidade com a qual as ondas de choque econômico da pandemia atingiram os países em desenvolvimento é dramática, mesmo em comparação com a crise financeira global de 2008”.

Um dos pontos destacados pelo informe é a fuga em massa de capital das economias emergentes. Temendo instabilidade, investidores retiraram seus ativos de locais de risco e aplicaram em locais mais seguros.

Apenas entre fevereiro e março, US$ 59 bilhões deixaram esses mercados emergentes. “Isto é mais do dobro das saídas experimentadas pelos mesmos países na sequência imediata da crise financeira global de 2008”, disse. Naquele momento, a fuga foi de US$ 26,7 bilhões.

O Brasil foi uma das economias com a maior fuga de capital. Entre 21 de fevereiro e 20 de março, os investidores não-residentes no país retiraram da economia mais de US$ 7 bilhões.

Ou seja, o Brasil foi responsável por mais de 10% de toda a fuga de capitais nos emergentes.

Um dos efeitos foi a desvalorização das moedas dos emergentes, de até 25%, desde o início deste ano. Novamente, tal perda foi mais rápida que os primeiros meses da crise financeira global.

O Brasil foi um dos sofreu entre os emergentes, com uma queda de 20% em sua moeda desde o começo da crise. Apenas o México e Rússia tiveram desvalorizações mais profundas.

Para Richard Kozul-Wright, diretor de globalização e estratégias de desenvolvimento da UNCTAD, o Brasil deve se preparar para um “coquetel extremamente perigoso”, composto por uma crise na saúde e uma crise na economia.

“Isso deve causar um estresse enorme em uma economia que já vinha fraca”, apontou. Para ele, o impacto deve ser mais profundo que a crise de 2008, abalando o emprego de milhões de brasileiros no setor de serviços.

Economista-senior da Unctad, o ex-ministro Nelson Barbosa acredita que o Brasil tem reservas suficientes e instrumentos para dar uma resposta à crise. Mas alerta que, hoje, o maior desafio é “político e institucional”.

Segundo ele, os ruídos dentro do governo federal sobre como lidar com a pandemia não ajudam. Mas há também questões relativas às autorizações para que recursos sejam utilizados e como realizar os pacotes de resgate.

Ainda assim, ele alerta que, por ter uma moeda das mais afetadas do mundo, um dos cenários possíveis é um impacto recessivo no curto prazo na economia nacional.

Sem árvore mágica

A ONU destaca que, nos últimos dias, as economias avançadas e a China têm reunido enormes pacotes governamentais que, de acordo com o G20, irão garantir US$ 5 trilhões.

“Isto representa uma resposta sem precedentes a uma crise sem precedentes, que atenuará a extensão do choque física, econômica e psicologicamente”, admitiu a ONU. A entidade estima que tais pacotes se traduzirão em uma injeção de demanda de US$ 1 trilhão a US$ 2 trilhões nas principais economias do G20 e uma reviravolta de dois pontos percentuais na produção global.

Mas, mesmo assim, a economia mundial entrará em recessão, com uma previsão de perda de renda global na casa dos trilhões de dólares. “Isso significará sérios problemas para os países em desenvolvimento, com a provável exceção da China e a possível exceção da Índia”, prevê a entidade.

A ONU estima que existirá uma lacuna de financiamento de 2 a 3 trilhões de dólares para os países em desenvolvimento ao longo dos próximos dois anos.

 

 

*Jamil Chade/Uol

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Economia

Dia de fúria: Bolsa bate 10% de queda e é paralisada; dólar a R$ 4,80

Em plena era da revolução digital, estamos nós pobres mortais, à mercê do velho ditado: “o futuro a Deus pertence”.

Quem pode ficar tranquilo com o caos instalado nas bolsas do mundo inteiro, principalmente depois da declaração de Paulo Guedes de que ele e equipe econômica estão tranquilos?

Diante dessa violência do dinheiro contra o próprio mercado, o único remédio que os economistas têm é o deixa que eu deixo. No bom português, é o famoso, tumé, onde todos colocam a barba de molho e espera um sinal qualquer de uma luz no fim do túnel.

Mas como, se ninguém sabe a extensão da pandemia do coronavírus?

Economista não tem bola de cristal, aliás, costuma errar previsão até mesmo do passado. Bastou mover o tabuleiro do xadrez geopolítico, com a Rússia não aceitando o jogo da Arábia Saudita de reduzir a produção de petróleo, e esta, por vingança, resolveu retaliar a Rússia, abrindo as torneiras da produção de petróleo, baixando o preço do barril a nível da guerra do Golfo em 1991, pronto, o barata voa está instalado.

Não é um mero jogo de xadrez, mas um processo que se dá no segundo lance estratégico em cima de uma areia movediça, que é o coronavírus.

Se por um lado, a China vem reduzindo o número de pessoas infectadas, a Itália, por sua vez, não consegue deter o surto e a doença avança de forma galopante.

O que é a economia diante de uma tragédia humana? Nada. Nessa hora reina o empirismo, o achismo e o chutismo. Cada um chuta para onde o nariz aponta. Neste caso, prudência e caldo de galinha são o melhor remédio. É que o vemos agora com o circuit breaker na Bolsa de Valores.

Oremos, pois é a única coisa que nos resta como reles mortais.

 

*Da redação.

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Mercado em pânico: Ibovespa cai 9% e dólar dispara a R$ 4,79

O Ibovespa Futuro abre em forte baixa nesta segunda-feira (9) em meio à queda de 21,36% do barril do petróleo tipo Brent (usado como referência pela Petrobras), e de 22,4% do barril do WTI.

O movimento ocorre depois do fracasso no acordo para redução na produção da commodity entre a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e a Rússia. A Arábia Saudita anunciou já no sábado que praticará descontos de 20% no preço do barril.

Às 09h05 (horário de Brasília), o índice futuro registrava queda de 9,54%, aos 88.540 pontos, enquanto o dólar futuro para abril dispara 3,19%, para R$ 4,79. No câmbio, o Banco Central já marcou um leilão de US$ 3 bilhões à vista, o primeiro desde o início da disparada na cotação da divisa.

No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2022 ainda está em leilão, DI para janeiro de 2023 dispara 58 pontos-base a 5,67% e DI para janeiro de 2025 sobe 42 pontos-base a 6,43%.

A Bolsa provavelmente acionará o crircuit eaker hoje, quando suspende negociações de ativos por meia hora após uma baixa de 10% no Ibovespa.

​Se o recurso do circuit breaker for acionado, uma vez reaberto o pregão, se houver uma oscilação negativa de até 15%, a interrupção se dá por mais uma hora. Voltando a funcionar, com queda de 20%, ocorre suspensão dos negócios por prazo a ser definido pela Bolsa. Nessa hipótese, a decisão deverá ser comunicada ao mercado. De qualquer forma, na última meia hora de pregão, as negociações acontecerão.

As bolsas de valores dos países do Golfo Pérsico desabaram, junto com as ações da estatal petrolífera saudita Aramco, que caíram 9% na Bolsa de Valores de Riad.

Com a maior queda da cotação desde a Guerra do Golfo de 1991, uma nova fonte de risco se instaura em uma economia mundial já abatida pelo coronavírus, que já tem perto de 110 mil infectados em todo o mundo.

Segundo o Goldman Sachs, a guerra de preços entre Opep e Rússia poderia levar a commodity aos US$ 20. O petróleo Brent pode cair para até US$ 20 o barril e testar os níveis em que alguns produtores podem operar, escreveram analistas como Damien Courvalin em relatório.

 

 

*Com informações do Infomoney

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Ibovespa tem maior queda mensal desde fevereiro de 2019 e dólar tem maior alta para janeiro em 10 anos

O Ibovespa fechou em queda nesta sexta-feira (31) e terminou janeiro com um forte recuo de 1,63%, o primeiro após quatro altas e a maior baixa mensal desde fevereiro de 2019, quando o índice registrou perdas de 1,86%.

Foi também a maior queda do Ibovespa para um mês de janeiro desde 2016, quando o benchmark caiu 6,79%

Já o dólar subiu 6,8% neste mês, registrando sua maior alta para um mês de janeiro em 10 anos. Foi também a maior alta mensal desde agosto de 2019, quando a moeda dos Estados Unidos teve alta de 8,76%.

Enquanto isso, o dólar comercial subiu 0,63% a R$ 4,2851 na compra e R$ 4,2858 na venda, marcando nova máxima histórica. O dólar futuro com vencimento em fevereiro teve alta de 0,58% a R$ 4,269.

No mercado de juros, o DI para janeiro de 2022 registrou ganhos de quatro pontos-base a 5,01%, o DI para janeiro de 2023 avançou três pontos, a 5,53% e o DI para janeiro de 2025 ganhou também três pontos-base a 6,24%.

 

 

*Com informações do Infomoney

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Dólar acelera e bate recorde histórico, chegando a R$ 4,28

E lá se vão as reservas internacionais deixadas por Lula e Dilma.

Novo valor deixa para trás o recorde intradia anterior de 4,2785 reais na venda alcançado em 26 de novembro do ano passado.

O dólar acelerou a alta ante o real e bateu uma nova máxima histórica durante um pregão nesta sexta-feira (31), em mais um dia de força da moeda no exterior com pano de fundo de aversão a risco por temores sobre o coronavírus.

O dólar saltou a 4,2800 reais na venda às 12h10, maior valor nominal da história. Assim, deixou para trás o recorde intradia anterior de 4,2785 reais na venda alcançado em 26 de novembro do ano passado.

Por volta de 12h17, a cotação no mercado à vista subia 0,38%, a 4,2756 reais na venda.

Na B3, o contrato de dólar futuro de maior liquidez tinha ganho de 0,59%, a 4,2695 reais.

No exterior, o dólar registrava firmes altas contra outras divisas emergentes, como peso mexicano (+0,6%), rand sul-africano (+1,3%) iuan chinês offshore (+0,5%).

 

 

*Com informações do R7

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Bancos aumentam ganhos com juros em 2019

Instituições não repassam integralmente corte da Selic; diferença entre juro cobrado do cliente e custo de captação aumentou 1,4 ponto percentual.

A queda da taxa Selic foi muito comemorada pelo mercado financeiro, mas os bancos comemoraram ainda mais: o corte não foi repassado aos clientes, e os ganhos obtidos com o spread bancário (diferença entre a taxa cobrada do cliente e o custo de captação) aumentaram em 2019, segundo dados divulgados pelo Banco Central.

A taxa Selic é usada como referência para o custo de captação de dinheiro dos bancos. Em 2019, o índice caiu dois pontos percentuais, de 6,5% para 4,5% ao ano.

Porém, o spread geral das taxas de juros das concessões de crédito pelos bancos chegou a 18,4 pontos percentuais, alta de 1,4 ponto percentual no ano (e queda 0,9 ponto em relação a novembro). Já a taxa média de juros das contratações – considerando os empréstimos a pessoas físicas e empresas – atingiu 23% ao ano, com recuos de 0,9 ponto no mês e de 0,2 ponto em 12 meses.

Nas linhas de crédito livre (sem destinação específica), a taxa de juros chegou a 34% ao ano, após redução de 2,1 ponto no mês e de 1,6 ponto percentual em 12 meses. O crédito às famílias atingiu uma taxa de juros média de 47,3%, com queda de 2,8 pontos no mês, destacando-se os recuos em crédito pessoal não consignado (-8,4 ponto percentual, para 94,6% em dezembro), cheque especial (-4,1 ponto, atingindo 302,5% em dezembro) e cartão rotativo regular (-6,7 ponto, para 287,1%).

No crédito às empresas, a redução da taxa foi de 0,8 ponto percentual em dezembro, para 16,5% ao ano. Excluindo-se as operações rotativas, a taxa média de juros do crédito livre situou-se em 24,7%, recuando 1,3 ponto no mês e 2,5 ponto no ano.

Outro indicador que mostra o ganho dos bancos em 2019 é o ICC (Indicador de Custo de Crédito), que é um detalhamento de como o juro cobrado do consumidor paga despesas, impostos e gera receita para o banco. Segundo os dados do BC, a média de custo de toda a carteira do sistema financeiro ficou em 20,4% ao ano, com queda de 0,1 ponto percentual no ano e de 0,5 ponto no mês de dezembro.

Como a queda dos juros para o cliente ficou abaixo da redução da Selic, os bancos aumentaram seus ganhos no ano ao não realizarem o repasse integral do corte da taxa de juros aos clientes.

De acordo com o BC, o saldo das operações de crédito do sistema financeiro nacional (34% do crédito ampliado) somou R$ 3,5 trilhões em dezembro de 2019, com expansão de 1,6% no mês, refletindo elevações de 1,8% em pessoas jurídicas (saldo de R$1,5 trilhão) e de 1,5% em pessoas físicas (R$2 trilhões).

No ano, a carteira total cresceu 6,5% (5% no ano anterior), com expansões de 11,7% no crédito às famílias e de 0,2% no crédito às empresas. A relação crédito/PIB atingiu 47,8%, com elevação anual de 0,5 ponto percentual.

 

 

*Com informações do GGN/Folha

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Estrangeiros retiram US$ 5,7 bilhões em ações do Brasil em 2019

Os investidores estrangeiros retiraram US$ 5,666 bilhões de aplicações em ações do Brasil, mostraram dados do Banco Central divulgados nesta segunda-feira, no pior desempenho registrado para a negociação direta de papéis em bolsa no mercado doméstico desde 2008, quando a saída foi de US$ 10,850 bilhões.

Em 2018, o dado havia ficado negativo em US$ 4,265 bilhões.

Já por meio de fundos de investimento, houve entrada de US$ 2,053 bilhões em 2019, ante retirada de US$ 850 milhões no ano anterior. O dado foi revisado pelo BC, após divulgar que a saída em 2018 havia sido de US$ 3,417 bilhões —segundo a autarquia, a revisão refletiu uma atualização rotineira dos dados reportados ao BC.

O chefe do departamento de Estatísticas do BC, Fernando Rocha, afirmou que, pela ótica do BC, faz sentido analisar esse movimento somando as duas linhas, já que ambas envolvem a compra de ações, embora por vias diferentes.

Quando adotado esse parâmetro, o dado em 2019 ainda ficou no vermelho, a US$ 3,613 bilhões, mas inferior à saída de US$ 5,114 bilhões de 2018.

Questionado se uma nova performance negativa indicava a resistência dos investidores estrangeiros em entrar na bolsa a despeito das reformas econômicas já realizadas pelo governo do presidente Jair Bolsonaro, Rocha ponderou que existe volatilidade nesse movimento.

“Se você olhar o ano de 2019 como um todo, especificamente para o comportamento de ações e fundos de investimento no mercado doméstico, você vai ver que o valor para o ano foi negativo, mas com várias alternâncias de resultados positivos e negativos ao longo do ano”, disse, acrescentando que esse comportamento com foco no curto prazo é característico do investimento em ações.

“Em relação à Bovespa como um todo, às ações, o que nós vimos ao longo de 2019 foi um crescimento do seu índice, com esse índice batendo recorde. Supõe-se que uma continuidade desse processo possa atrair os investidores estrangeiros novamente”, completou.

Na parcial de janeiro até o dia 23, o BC contabilizou saída líquida de investimentos estrangeiros de US$ 1,7 bilhão em ações e fundos de investimento juntos.

 

 

*Marcela Ayres/Uol