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Como sumiço misterioso de ministro na China pode complicar Xi Jinping

O desaparecimento do ministro da Defesa Li Shangfu é o sinal mais recente de problemas no alto escalão da liderança política da China. Nomeado há apenas seis meses para o cargo, Li não é visto em público desde agosto. Acredita-se que o ministro de 65 anos esteja na mira de uma investigação de corrupção, o que poderia ter reflexos negativos para o presidente chinês, Xi Jinping, segundo o Uol.

As suspeitas surgiram quando Pequim cancelou repentinamente a participação de Li em um encontro anual em setembro no Vietnã, alegando que o ministro tinha um “problema de saúde”. Em seguida, reportagens de veículos de mídia do Ocidente ampliaram o debate sobre a sua situação.

Citando autoridades dos Estados Unidos, o jornal Financial Times relatou suspeitas de que Li esteja sendo investigado. O Wall Street Journal também publicou uma reportagem sobre o tema, citando uma fonte com acesso a autoridades de Pequim que disse que Li havia sido detido há duas semanas para interrogatório.

Sob a névoa da corrupção
Na semana passada, fontes anônimas disseram à agência de notícias Reuters que o sumiço de Li poderia estar ligado à compra de equipamentos militares. Em sua trajetória profissional, ele dirigiu o Departamento de Desenvolvimento de Equipamentos entre 2017 e 2022. Em agosto, as autoridades chinesas anunciaram uma investigação sobre casos de corrupção que remontam a seis anos atrás.

“Isso não soa bem para a imagem da China e a de Xi”, avalia Lyle Morris, membro sênior do Centro de Análise da China do Asia Society Policy Institute.

O sumiço de Li ocorre enquanto Pequim vem aumentando seu peso militar no Mar do Sul da China e nas proximidades de Taiwan, uma ilha democraticamente autogovernada e reivindicada pela China.

Em um discurso em 2017, Xi defendeu um desenvolvimento rápido do Exército de Libertação Popular (ELP), com o objetivo de transformá-lo em um “força de classe mundial” que pode “lutar e vencer” guerras. Mas com a direção do ELP agora envolta em acusações de corrupção, “isso faz parecer que Xi não tem pleno conhecimento do que seus líderes estão fazendo”, disse Morris.

Antes de Li, uma grande reformulação em agosto abalou as forças de foguetes do ELP, quando dois líderes e vários oficiais foram removidos de seus cargos. Alguns analistas acreditam que isso ocorreu como parte da uma campanha anticorrupção de Xi.

Embora seja improvável que essas mudanças tenham um impacto imediato sobre as capacidades militares da China, a avaliação é de que as trocas de liderança sugerem “instabilidade” e “falta de profissionalismo” no exército.

Consolidação do poder de Xi
Alguns especialistas têm opinião contrária, e acreditam que medidas drásticas contra Li indicariam um poder cada vez maior de Xi sobre os militares. “As pessoas podem questionar as decisões pessoais [de Xi] a partir de fora, mas, dentro da China, você só pode seguir o que Xi Jinping diz”, afirma Lin Ying-Yu, professor assistente da Universidade de Estudos Estratégicos de Tamkang, em Taiwan. Ao sacudir a liderança militar, Xi conseguiu nomear novos generais que sejam “mais obedientes e leais”, argumentou.

Além das acusações de corrupção, vazamentos de informações sensíveis e disputas por poder também poderiam estar por trás do sumiço do ministro. Lin descreve o cenário político da China como uma “selva” na qual muitos estão competindo por uma posição mais alta, mas a chave para alcançar essas posições é simplesmente “seguir as diretrizes da autoridade central”.

Um slogan que diz “siga o Partido; lute para vencer; forje uma conduta exemplar” pode ser ouvido frequentemente sendo gritado pelos soldados das Forças Armadas chinesas. Esse é um dos princípios que visam fortalecer o exército.

Líderes estrangeiros no escuro
No momento de publicação deste artigo, Li ainda era listado como ministro da Defesa da China nos sites oficiais do governo. Mas muitos observadores avaliam que ele será removido do cargo em breve. O ex-ministro do Exterior da China Qin Gang foi demitido em julho sem uma explicação clara, depois de ter desaparecido por quase um mês.

Em outubro, Li é esperado em uma importante conferência internacional de defesa e segurança em Pequim, o Fórum Xiangshan. A atual falta de clareza sobre quem é, ou será, o rosto público das Forças Armadas da China “colocou outros líderes estrangeiros em uma situação embaraçosa”, disse Morris, forçando-os a especular o que aconteceu com o homem com quem tentavam entrar em contato.

Lin ressaltou que Li e Xi, cujos pais trabalharam juntos no Partido Comunista Chinês, são considerados integrantes da “segunda geração”. Xi raramente eliminou ou deteve os sucessores de oficiais aposentados do partido em expurgos anteriores.

Por isso, Lin avalia que o cenário mais provável é o ministro da Defesa seja rebaixado ou removido da posição militar de liderança, mas ressalta que “o resultado final ainda está para ser conhecido”.

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Guerra na Ucrânia escancara “incapacidade” de países da ONU, diz Lula

Lula fez seu oitavo discurso na ONU, nesta terça-feira (19/9), após 14 anos. Tradicionalmente, Brasil é o primeiro país a discursar.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu, durante discurso na 78ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), nesta terça-feira (19/9), que a guerra na Ucrânia demanda “espaço para negociações”, e voltou a condenar o que classificou como excesso de investimentos em armas e pouco em desenvolvimento.

“A guerra da Ucrânia escancara nossa incapacidade coletiva de fazer prevalecer os propósitos e princípios da Carta da ONU. Não subestimamos as dificuldades para alcançar a paz. Mas nenhuma solução será duradoura se não for baseada no diálogo”, declarou o mandatário durante tradicional discurso de abertura entre os chefes de Estado presentes.

O pronunciamento de Lula foi acompanhado pelo presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, que está em Nova York presencialmente para a assembleia, pela primeira vez desde a invasão russa ao território vizinho, em fevereiro de 2022. Vladimir Putin, da Rússia, não participa do evento.

esde que assumiu o governo, o mandatário manteve a tradicional posição brasileira neutra no conflito – ao condenar a invasão de um país soberano, sem adotar um posicionamento mais duro com relação ao país liderado por Putin. Nesse sentido, Lula busca se colocar como um dos possíveis negociadores da paz; no entanto, alega que os dois lados do conflito relutam em aceitar negociar.

Durante o discurso desta terça, o mandatário brasileiro voltou a condenar as sanções unilaterais a Moscou, impostas por nações ocidentais como Estados Unidos e países da União Europeia, em razão do conflito. “As sanções unilaterais causam grande prejuízos à população dos países afetados”, prosseguiu.

Lula fala de negociações na ONU
Lula também reiterou que “é preciso trabalhar para criar espaço para negociações”. “Investe-se muito em armamentos e pouco em desenvolvimento”, avaliou o mandatário.

Na oportunidade, o chefe do Estado brasileiro citou números para colaborar com a tese. “No ano passado, os gastos militares somaram mais de US$ 2 trilhões. As despesas com armas nucleares chegaram a US$ 83 bilhões, valor 20 vezes superior ao orçamento regular da ONU.”

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Em discurso, secretário-geral da ONU defende reforma de Conselho de Segurança, pauta histórica da diplomacia brasileira

O secretário-geral da ONU, António Guterres, ecoou uma pauta há muito defendida pela diplomacia brasileira em seu discurso na abertura da Assembleia-Geral da entidade nesta terça-feira (19). Trata-se da reforma do Conselho de Segurança, órgão mais poderoso do organismo multilateral, diz a Folha.

O fórum tem cinco membros permanentes, com poder de veto: China, Estados Unidos, França, Reino Unido e Rússia. Guterres admitiu que uma reforma esbarra em uma série de desafios, uma vez que há muitos interesses em jogo — a China, por exemplo, não admite que a Índia integre um eventual conselho de segurança ampliado. Mas, acrescentou o português, a alternativa a uma mudança não é a manutenção do status quo, mas uma fragmentação ainda maior. “É reforma ou ruptura.”

“A governança global está presa no tempo”, disse Guterres. “O mundo mudou. Nossas instituições, não. Não poderemos abordar os problemas de forma eficaz se as instituições não refletirem o mundo como ele é. Do contrário, em vez de resolver os problemas, elas correm o risco de se tornar parte deles.”

 

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Assista ao discurso de Lula na abertura da Assembleia Geral da ONU

De acordo com reportagem da Exame, o presidente deve focar seu discurso em temas mais propositivos, como o combate às mudanças climáticas, Amazônia, transição energética e desigualdade social.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) discursa nesta terça-feira, 19, na abertura da 78ª Assembleia Geral das Nações Unidas, na sede da ONU, em Nova York. O petista chegou na cidade americana no sábado e já participou de reunião com empresários e encontros bilaterais com Suíça e Reino Unido.

Como é tradição desde 1947, o Brasil abre os pronunciamentos da Assembleia. A fala sempre dá o tom da diplomacia brasileira, e respostas às pressões internacionais sobre questões locais. De acordo com reportagem da EXAME, o presidente deve focar seu discurso em temas mais propositivos, como o combate às mudanças climáticas, Amazônia, transição energética e desigualdade social.

Segundo o Planalto, Lula também deve abordar em seu discurso a necessidade de uma reforma no sistema de governança global. O modelo atual, criado depois da Segunda Guerra Mundial, não representa mais a geopolítica do século XXI, afirma o presidente.

“O que a gente quer é criar novos mecanismos e que tornem o mundo mais igual do ponto de vista das decisões políticas, sabe, por exemplo, eu vou repetir a questão do Conselho de Segurança da ONU, os membros permanentes. Por que o Brasil não pode entrar? Por que a Índia não pode entrar? Por que a África do Sul não pode entrar? Por que não pode entrar a Alemanha? Por que não pode entrar a Índia? Quem é que disse que os mesmos países que foram colocados lá em 1945 continuem lá?”, questionou durante uma de suas lives semanais, a”Conversa com o Presidente”.

Esta será a oitava vez que o petista abrirá uma Assembleia Geral da ONU. Ao longo de seus dois mandatos anteriores, ele participou do evento todos os anos entre 2003 e 2009. Em 2010, foi representado pelo então ministro das Relações Exteriores e atual assessor especial da Presidência, Celso Amorim.

Neste ano, as Nações Unidas definiram que o tema da assembleia será os esforços para avançar na chamada Agenda 2030, que define 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) a serem alcançados pelos 193 países-membros da ONU até 2030.

Agenda de Lula
Além do discurso, o presidente brasileiro terá uma série de encontros bilaterais nesta terça-feira. Ele irá se encontrar com o Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, com o primeiro-ministro da Alemanha, Olaf Scholz e com o presidente da Palestina, Mahmoud Abbas. Na quarta-feira, na agenda de Lula está reuniões com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky.

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Lula e Biden lançarão iniciativa pela valorização dos direitos trabalhistas

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente do Estados Unidos, Joe Biden, vão ter um encontro na próxima quarta-feira (4), e vão conversar sobre formas e impactos da retomada dos direitos dos trabalhadores para qualquer país. “Os dois lançarão a iniciativa global Lula-Biden para o avanço dos direitos trabalhistas no século 21”, confirmou o jornalista Pedro Paiva, correspondente do 247 em Nova York (EUA).

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente do Estados Unidos, Joe Biden, vão ter um encontro na próxima quarta-feira (4), e vão conversar sobre formas e impactos da retomada dos direitos dos trabalhadores para qualquer país. “Os dois lançarão a iniciativa global Lula-Biden para o avanço dos direitos trabalhistas no século 21”, confirmou o jornalista Pedro Paiva, correspondente do 247 em Nova York (EUA).

Antes de chegar aos EUA, Lula chegou em Havana, capital cubana, onde participou da cúpula do G77+China, em que lideranças discutiram alternativas para o crescimento econômico e a importância da Ciência, Tecnologia e Inovação para a soberania nacional de nações subdesenvolvidas.

No evento, que reúne 133 países em desenvolvimento, o petista afirmou o embargo econômico do governo estadunidense contra Cuba é “ilegal” e condenou a inclusão da ilha caribenha na lista norte-americana de nações patrocinadoras do terrorismo.

Em seu discurso, o presidente Lula defendeu uma “revolução digital” nos países em desenvolvimento e anunciou uma proposta do governo brasileiro na presidência do G20 (dezembro de 2023 a novembro de 2024).

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Vídeo: corpos de supostos aliens de 1.000 anos são exibidos no parlamento mexicano

O ufólogo Jaime Maussan exibiu no Congresso mexicano, nesta terça-feira, 13, dois fósseis que segundo ele são de “não-humanos”, com idade estimada de mais de mil anos.

Para Maussan, os corpos representam a existência de aliens. Eles foram resgatados em uma mina na cidade de Cusco, no Peru. Os cadáveres teriam mãos e pés com três dedos.

“São seres não-humanos, que não fazem parte da nossa evolução terrestre”, afirmou Maussan durante a apresentação. Para isso, um estudo foi realizado na Universidade Nacional Autónoma do México.

O ufólogo mostrou também radiografias e ressaltou que, após comparações com outras amostras, descobriu-se que mais de 30% do DNA dos corpos era “desconhecido”.

Assista abaixo ao vídeo completo da apresentação:

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Vídeo: Tempestade na Líbia já registra 150 mortos e ameaça campos de petróleo

O leste da Líbia vem sofrendo desde domingo (10) as consequências da tempestade “Daniel”. As inundações já deixaram 150 mortos no leste do país, informou uma fonte oficial à AFP nesta segunda-feira. O chefe do Executivo no leste da Líbia, Usama Hamad, falou em mais de 2 mil mortos e milhares de desaparecidos na cidade de Derna, uma das mais afetadas. Os números não foram confirmados pelo serviço de saúde.

— Pelo menos 150 pessoas morreram em consequência das inundações provocadas pela tempestade Daniel em Derna, nas regiões de Jabal Al-Akhdar e nos subúrbios de Al-Marj —, declarou horas antes à AFP Mohamed Massoud, porta-voz do chefe do Executivo paralelo com sede em Benghazi (leste).

O leste do país abriga os principais campos e terminais de petróleo. A Companhia Nacional do Petróleo (NOC) declarou “estado de alerta máximo” e suspendeu os voos entre os centros de produção, onde as atividades diminuíram consideravelmente.

Equipes de emergência foram enviadas no domingo a Derna, cidade de mais de 100 mil habitantes (900 km ao leste de Trípoli) atravessada por um rio que vai até o Mediterrâneo. Massoud informou que as autoridades “perderam contato com nove soldados durante as operações de resgate na cidade”.

Descrita pelos especialistas como um fenômeno “extremo em termos de quantidade de água que caiu”, a tempestade denominada Daniel afetou nos últimos dias Grécia, Turquia e Bulgária, deixando pelo menos 27 mortos.

A tormenta também causou “danos materiais significativos a infraestruturas e a propriedades privadas”, acrescentou o porta-voz líbio.

Centenas de moradores permanecem bloqueados, em áreas de difícil acesso, enquanto equipes de resgate, apoiadas pelo exército, tentam ajudar as vítimas.

Imagens registradas por moradores de cidades do leste como Derna, Al-Bayda e localidades menores mostram deslizamentos de terra e bairros inteiros submersos, assim como rodovias e edifícios que desabaram.

Um funcionário da prefeitura de Derna classificou a situação em sua localidade como “catastrófica”, “fora de controle” e que exige uma “intervenção nacional e internacional”, em entrevista ao canal Libia al-Ahrar. A fonte citou o colapso de quatro pontes e dois edifícios, segundo O Globo.

Com as reservas de petróleo mais abundantes da África, a Líbia enfrenta um cenário de caos desde a queda do regime de Muamar Khadafi em 2011, abalada por divisões e violência.

Há um ano e meio, dois governos disputam o poder: o liderado por Abdelhamid Dbeibah na região oeste, reconhecido pela ONU, e o designado pelo Parlamento e apoiado pelo homem forte da região leste, Khalifa Haftar.

Durante um conselho extraordinário de ministros exibido ao vivo pela televisão nesta segunda-feira, Dbeibah anunciou “três dias de luto nacional”.

A missão da ONU na Líbia afirmou que está “monitorando de perto a situação” e expressou “solidariedade às famílias das vítimas”.

No vizinho Egito, as autoridades recomendaram precaução aos moradores da costa norte, perto da fronteira com a Líbia, e anunciaram o início dos preparativos para minimizar o impacto da tempestade Daniel.

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Terremoto no Marrocos deixa mais de 800 mortos

O forte terremoto que atingiu o Marrocos na noite desta sexta-feira (8) — no horário do Brasil — já deixou 820 mortos e 672 feridos, de acordo com um balanço divulgado pelo Ministério do Interior para a TV estatal. O número de vítimas, porém, não é definitivo e pode aumentar, segundo as mesmas autoridades, diz o G1.

O tremor, de cerca de 15 segundos, danificou desde aldeias nas montanhas do Atlas até a cidade histórica de Marrakech.

O terremoto ocorreu por volta das 19h30 (de Brasília), atingiu magnitude 6,8 e aconteceu a uma profundidade de 18,5 km, de acordo com o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS, na sigla em inglês).

O epicentro do sismo ocorreu no alto das montanhas do Atlas, 70 km ao sul de Marrakech, onde se concentra o maior número de mortos. A região também fica perto de Toubkal, o pico mais alto do Norte da África, e de Oukaimeden, uma popular estação de esqui marroquina.

As províncias mais atingidas foram Al Haouz, Ouarzazate, Marrakech, Azilal, Chichaoua e Taroudant.

Homens, mulheres e crianças permaneceram nas ruas em algumas cidades da região, temendo réplicas. Há também vídeos que mostram pessoas saindo de centros de compras, restaurantes e de edifícios residenciais.

Um segundo tremor, mais fraco, ocorreu 15 minutos depois, informaram as agências internacionais de notícias.

Segundo informações da agência de notícias Reuters, um oficial do país declarou que há dezenas de mortos em áreas de difícil acesso ao sul de Marrakech.

Na rede social X (o antigo Twitter), há relatos de pessoas que correram pelas ruas, enquanto prédios balançavam. De acordo com agências de notícias, vários prédios colapsaram.

O tremor foi sentido em outros países: há relatos em veículos de imprensa de Portugal, Espanha e Argélia.

O chefe da cidade de Talat N’Yaaqoub, Abderrahim Ait Daoud, disse ao site de notícias marroquino 2M que várias casas em cidades da região de Al Haouz desabaram parcial ou totalmente, que a eletricidade foi cortada e há estradas bloqueadas em alguns trechos.

Ait Daoud disse ainda que as autoridades estão limpando estradas na província para permitir a passagem de ambulâncias.

Imagens compartilhadas em redes sociais mostraram pessoas correndo e gritando perto da Mesquita Koutoubia, do século XII, em Marrakech, um dos marcos mais famosos da cidade. A mídia marroquina informou que a mesquita sofreu danos.

Marrocos frequentemente experimenta terremotos em sua região norte devido à sua localização entre as placas africana e euroasiática. Em 2004, pelo menos 628 pessoas morreram e 926 ficaram feridas quando um terremoto sacudiu Alhucemas, no nordeste do país.

Em 1980, o terremoto em El Asnam, na Argélia, de magnitude de 7,3, foi um dos mais destrutivos na região: matou 2.500 pessoas e deixou 300.000 desabrigados.

O porta-voz da ONU, Stephane Dujarric, informou em comunicado que “as Nações Unidas estão prontas para ajudar o governo marroquino”.

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Sigilo defendido por Lula no STF é regra no Supremo alemão

DW – Presidente sugeriu que votos individuais de ministros não precisam ser públicos. No modelo alemão, nem o placar é divulgado, e a decisão é redigida pela maioria – mas juízes podem publicar votos divergentes.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva atraiu críticas na terça-feira (05/09) ao defender que as opiniões e votos individuais de cada membro do Supremo Tribunal Federal (STF) não sejam divulgados publicamente, e que seria preferível que somente a decisão final e o placar fossem tornados públicos.

Lula defendeu a ideia apontando que uma contenção na publicidade das posições individuais dos ministros ajudaria a melhorar o funcionamento do STF e a diminuir a animosidade de setores da sociedade contra alguns membros da Corte.

A declaração foi dada após o ministro Cristiano Zanin, indicado por Lula ao STF, ter entrado na mira de apoiadores do presidente que consideraram alguns de seus votos conservadores, como contra a descriminalização do porte de drogas e contra a equiparação da homofobia e da transfobia à injúria racial.

Embora a ideia de Lula tenha provocado críticas e tenha sido considerada inexequível por alguns juristas, que apontam que o princípio da publicidade na Constituição impediria uma mudança nesse sentido, a proposta não seria considerada exótica na Alemanha, onde vigora um modelo com algumas similaridades ao defendido por Lula.

“Se eu pudesse dar um conselho, é o seguinte: a sociedade não tem que saber como é que vota um ministro da Suprema Corte. Acho que o cara tem que votar e ninguém precisa saber… Votou, a maioria [ganha]. 5 a 4, 6 a 4, 3 a 2… Não precisa ninguém saber se foi o Uchôa que votou, se foi o Camilo que votou”, disse Lula.

Na quarta-feira, Rui Costa, ministro da Casa Civil, disse que concorda com Lula e citou especificamente o modelo da Alemanha. “Defendo a ideia do presidente Lula. Veja na Alemanha como funciona. Os ministros aqui muitas vezes não conseguem tranquilidade para votar, pois estão muito expostos à opinião pública por causa do excesso de exposição pública”, afirmou Costa.

Portas fechadas, sem televisão e juízes pouco conhecidos
Com um modelo que serviu para a instalação de outras cortes constitucionais no mundo, o Tribunal Constitucional Federal da Alemanha (BVerfG, na sigla em alemão) é conhecido por uma atuação intervencionista em assuntos de sociedade, mas seus 16 membros dificilmente seriam reconhecidos pelo público nas ruas.

Metade dos 16 juízes e juízas são indicados pelo Bundestag, a câmara baixa do Parlamento alemão, e a outra metade pelo Bundesrat, a câmara alta do Parlamento, sendo eleitos para mandatos de doze anos, sem reeleição. A idade limite para um integrante se aposentar é aos 68 anos.

Os 16 integrantes atuam em dois senados de oito membros cada, que contam com respectivamente três câmaras. O Primeiro Senado julga reclamações constitucionais e de direitos fundamentais e o Segundo Senado, conflitos federais administrativos.

As discussões entre os juízes ocorrem a portas fechadas. Apenas sessões orais que eventualmente ocorrerem nos senados, nas quais as partes sustentam seus argumentos, são abertas ao público – mas elas não são televisionadas como no Brasil.

Só a leitura de decisões pelos senados que tiverem sido precedidas por sessões orais podem ser televisionadas. Decisões das câmaras não são divulgadas, e apenas remetidas por escrito às partes envolvidas. Não há nada parecido como no Brasil, com leitura de votos, discussões e deliberações sendo transmitidas pela TV.

Essa forma de divisão em senados e câmaras também privilegia a primazia de colegiados sobre decisões individuais. Dessa forma, o relator de um caso costuma adotar a posição que seja a média do tribunal logo no começo do julgamento. A redação final da decisão é elaborada em conjunto pelos membros do lado vencedor. Essa decisão é publicada e divulgada. Normalmente, o público só toma conhecimento na etapa final do julgamento.

Pelos procedimentos internos do tribunal, nem mesmo o placar de uma votação precisa se tornar público, mas o BVerfG, em contraste com outros tribunais da Alemanha, costuma divulgá-los. Porém, a forma como cada juiz votou não é tornada pública.

Há apenas uma exceção notável. Alguns juízes podem optar por solicitar a publicação e divulgação de um voto divergente – ou derrotado –, que é anexado junto à decisão final, com seu nome indicado.

Esse procedimento passou a fazer parte do tribunal em 1971, e constitui uma das poucas janelas para conseguir pistas sobre o comportamento individual de um juiz atrás das portas. Ainda assim, as opiniões e deliberações nas sessões fechadas são mantidas sob sigilo.

Distância do poder
Em 2016, em visita ao Brasil, a juíza Sibylle Kessal-Wuf, membro do BVerfG, destacou que a localização geográfica do tribunal alemão também era “saudável”. A corte não fica na capital, Berlim, mas na cidade de Karlsruhe, a 750 quilômetros de distância.

“Mesmo quando a capital era em Bonn, não ficávamos em Bonn. Somos o órgão constitucional que controla os outros órgãos constitucionais, então o órgão que controla fica longe dos órgãos controlados. A distância só faz bem”, disse a juíza à época.

Sigilo é adotado em outros países europeus
A Alemanha foi o primeiro país europeu a autorizar em lei a publicação de opiniões divergentes dos magistrados de sua corte constitucional. Tribunais semelhantes até hoje não permitem a prática, como as cortes de Áustria, Bélgica, França, Itália e Luxemburgo, segundo estudo da pesquisadora Katalin Kelemen publicado em 2013 na revista científica German Law Journal.

Portugal e Espanha, países com os quais o sistema de Justiça do Brasil tem mais proximidade, também permitem desde a década de 80 a publicação de votos divergentes de ministros.

Um dilema sobre publicar ou não votos divergentes de ministros é a necessidade de as cortes constitucionais terem, como corpo único, legitimidade e autoridade perante a nação versus o risco de que a divulgação de divergências possa expor fissuras e sujeitar os ministros individualmente à pressão de setores da população.

Oito ministros, de vestes vermelhas, em pé diante de uma mesa. Ao fundo, uma águia que simboliza a federação alemã.

Por esse motivo, algumas cortes constitucionais no leste europeu criadas após a queda do regime socialista da antiga União Soviética optaram, no início, por proibir a publicação de votos divergentes, e passaram a admiti-los apenas mais recentemente, depois que a legitimidade da corte foi consolidada – como o caso da Lituânia e da Romênia. Na Letônia, até hoje as opiniões divergentes não são publicadas junto com as decisões, mas reunidas em uma coletânea publicada uma vez por ano.

De outro lado, a independência judicial, a liberdade de expressão e a transparência são valores citados por quem defende a publicação dos votos divergentes, para garantir aos magistrados que expressem suas opiniões minoritárias.

A França é um dos países que até hoje não permite a divulgação de votos divergentes dos ministros da sua corte constitucional. O tribunal tampouco publica as suas deliberações e os votos vencedores. “As decisões são curtas e secas, escritas quase como silogismos”, disse à DW Thomaz Pereira, professor de direito constitucional da FGV Direito Rio.

Para compensar as críticas à escassez de argumentos em suas decisões, a corte francesa passou a publicar comentários sobre suas decisões, que “servem a função de explicar o que os próprios votos não explicam”, disse Pereira.

Debate pertinente no Brasil?
Há muita pesquisa na academia brasileira sobre o processo de tomada de decisões do STF, e o sistema atual de deliberação “realmente traz diversos problemas para uma efetiva ‘deliberação’, no sentido de trocas de ideias, convencimento mútuo, voltar atrás em argumentos”, diz Pereira, ponderando que há sim casos de ministros que mudam de posição e ajustam seus votos de acordo com os argumentos apresentados por colegas.

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Vídeo: Tufão causa destruição no sul da China, derruba árvores e arrasta mulher pela rua

O tufão Saola, atingiu a província de Guangong, no sul da China, e arrastou uma mulher neste sábado. As imagens circulam nas redes desde a madrugada, momento de maior intensidade da tempestade. A moradora foi levada pela força do vento, caiu na calçada e deslizou no asfalto até parar no meio de um cruzamento.

O Saola avançou ao longo da costa sul da China neste sábado e causou vários danos à cidade.