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ONU invoca Artigo 99 e pressiona Conselho de Segurança para agir sobre ataques de Israel a Gaza

Rocio Paik*

Com intensificação da operação terrestre contra região palestina, secretário-geral António Guterres aciona ‘ferramenta mais poderosa’ do órgão pela primeira vez desde que assumiu o cargo.

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, invocou o Artigo 99 da Carta da ONU sobre a situação na Faixa de Gaza.

A decisão desta quarta-feira (06/12) foi dirigida ao Conselho de Segurança, descrita como uma “medida constitucional dramática”, para exigir o início efetivo de uma atuação do órgão, uma vez que o conflito entre Israel e Palestina ameaça a paz e a segurança internacional.

Em publicação por rede social, Guterres fez o anúncio:

“Diante de um grave risco de colapso do sistema humanitário em Gaza, insto o Conselho a ajudar a evitar uma catástrofe humanitária e exijo a declaração de um cessar-fogo humanitário”.

“Acho que é sem dúvida a invocação mais importante”, classificou Dujarric aos jornalistas na sede da ONU, “na minha opinião, é a ferramenta mais poderosa que ele [o secretário-geral] possui”.

A carta foi enviada ao Presidente do Conselho de Segurança em Nova York na noite de quarta-feira (06/12).

Desde a intensificação do conflito entre Israel e Palestina, em 7 de outubro, e os incessantes ataques derivados da operação militar terrestre das forças de Tel Aviv na Faixa de Gaza, líderes da comunidade internacional têm pressionado para uma solução efetiva com relação à guerra. Após quatro tentativas falhas e faltas de consenso entre as nações, o Conselho de Segurança aprovou uma resolução somente em meados de novembro mencionando “pausas humanitárias urgentes e prolongadas”.

Israel e Hamas chegaram a entrar em acordo de uma trégua humanitária, que teve a duração de uma semana, com troca de reféns entre ambas as partes e pausa nos ataques. No entanto, os combates recomeçaram no primeiro dia de dezembro, com uma intensidade ainda maior admitida pelo próprio comando israelense.

*Opera Mundi

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Cúpula militar acredita que Maduro poderá invadir Guiana pelo mar; Lula convoca reunião de emergência

Uma possível invasão da Venezuela à Guiana pelo mar preocupa a cúpula militar brasileira, que vê dificuldades para uma ação terrestre do regime de Nicolás Maduro. A região em disputa é o Essequibo, que representa mais de 70% do território guianense e é reivindicada pela Venezuela há décadas.

Segundo Igor Gadelha, do Metrópoles, citando fontes do Ministério da Defesa, a fronteira entre os dois países é formada principalmente por selva, o que inviabiliza o avanço de tropas e veículos blindados venezuelanos. Além disso, o Brasil já sinalizou que não permitirá que a Venezuela use a fronteira brasileira com a Guiana, localizada em Roraima, para invadir o Essequibo.

O governo Lula reforçou a presença militar na região após o referendo realizado por Maduro para anexar o Essequibo, que foi rejeitado pela comunidade internacional. A alternativa mais viável para a Venezuela seria uma invasão marítima, pelo Oceano Atlântico, mas os militares brasileiros acreditam que os Estados Unidos e a Inglaterra devem intervir para impedir que Maduro concretize seus planos.

O presidente Lula convocou uma reunião com o ministro da Defesa, José Múcio, e o chanceler Mauro Vieira, para discutir a situação na sexta-feira (8/12), em Brasília. O ex-chanceler Mauro Vieira, atual assessor internacional do presidente, também deve participar do encontro.

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Militares da Ucrânia dizem que foram ‘abandonados’ na linha de frente

Em mais um relato divulgado pela mídia ocidental, um soldado ucraniano disse à BBC que grande parte dos militares que seguem na linha de frente acredita que foi “abandonado” por seu comando.

A operação militar especial russa na Ucrânia acontece desde fevereiro de 2022 e, apesar da injeção de bilhões em recursos por países da União Europeia (UE) e dos Estados Unidos ao governo de

Volodimir Zelensky, poucos avanços foram registrados e ainda há várias denúncias de desvio de dinheiro.

O soldado que não teve o nome revelado descreveu a situação em Kherson. Segundo ele, muitas vezes os militares usam o próprio dinheiro para comprar kits de sobrevivência na linha de frente, como agasalhos e combustível para os geradores de energia. “Agora que as geadas estão chegando, as coisas só vão piorar. A situação real está sendo abafada, então ninguém vai mudar nada”, declarou.

De acordo com o ministro da Defesa da Rússia, Sergei Shoigu, só na contraofensiva dos últimos seis meses, as Forças Armadas da Ucrânia perderam pelo menos 125 mil militares.

Já Zelensky disse na última semana, em discurso televisivo, que o reforço nessas áreas de combate eram uma prioridade fundamental.

A declaração aconteceu após intensas denúncias de militares ucranianos sobre o abandono do próprio governo.

“Ninguém sabe [quais são] os objetivos. Muitos acreditam que o comando simplesmente nos abandonou. A galera acredita que nossa presença teve mais significado político do que militar”, disse o soldado.

*Sputnik

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Jornalista israelense Gideon Levy: ‘A ocupação não terminará até que Israel pague o preço’

Em entrevista à agência de notícias turca Anadolu, Gideon Levy disse que ‘isso só acontecerá se os israelenses começarem a serem punidos’.

De acordo com o jornalista e redator israelense Gideon Levy, o exército de Israel vem cometendo “crimes de guerra” constantemente nos territórios palestinos ocupados há 55 anos, não apenas em tempos de guerra, e a única maneira de acabar com a ocupação é se o governo de Tel Aviv começar a “pagar o preço”.

Levy, articulista do jornal Haaretz de Israel, é uma das poucas vozes em seu país que se opõe à ocupação e descreve Israel como um “regime racista”.

Há cerca de 40 anos, Levy, que vem acompanhando pessoalmente os acontecimentos na Cisjordânia ocupada como jornalista de campo, acredita que a sociedade e o governo israelenses estão atualmente em um “estado extremamente agressivo e radical”.

Considerando essa situação, Levy, que não acredita que Israel fará concessões para a paz, acredita que a única esperança é a intervenção internacional.

Lembrando que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, está se preparando para as próximas eleições, o jornalista israelense diz que não acha essa intervenção internacional muito provável.

Descrevendo o estado anterior da sociedade israelense como “ruim o suficiente”, Levy disse à Anadolu que, no último mês, a sociedade mudou ainda mais para o “racismo”.

Expressando a opinião de que não é possível que uma mudança positiva em direção à paz venha da sociedade israelense, Levy declarou: “Ela [a paz] não virá da sociedade israelense. Os israelenses não acordarão uma manhã e dirão: ‘A ocupação é muito cruel, o apartheid (regime racista) é ilegal, vamos acabar com isso'”.

“Isso só acontecerá se os israelenses começarem a pagar o preço pela ocupação, se forem punidos pela ocupação que continuam e se perceberem que o custo que têm de pagar para continuar a ocupação é muito alto”, disse ele.

No entanto, Levy enfatizou que a situação “ainda não chegou a esse ponto” e disse que a comunidade internacional “precisa parar de falar e agir”.

“Não prevejo que isso aconteça em um futuro próximo. Mas acho que chegará o dia em que a comunidade internacional dirá ‘basta’. Estou esperando por esse dia, mas ele não parece estar muito próximo”, acrescentou.

“Israel vem cometendo crimes de guerra todos os dias há 55 anos”
O ex-capitão e piloto aéreo Yonatan Shapira, que se demitiu do exército israelense, usou as palavras “o exército israelense é uma organização terrorista, seus comandantes são criminosos de guerra” em uma declaração à Anadolu em 2021.

Quando perguntado se concorda com as palavras de Shapira, uma vez que o jornalista vem monitorando de perto as práticas do exército israelense há décadas, Levy disse: “Em primeiro lugar, Shapira é meu amigo e, sim, eu concordo com ele”.

Levy declarou: “O que Israel vem fazendo diariamente há 55 anos (desde a ocupação de 1967) na Cisjordânia é um crime de guerra. De colonos (judeus ilegais) à transferência de prisioneiros (palestinos) para Israel, de sequestros noturnos de pessoas em suas casas a punições coletivas, tudo isso é uma violação da lei internacional.”

Enfatizando que tudo isso está acontecendo na vida cotidiana, não apenas em tempos de guerra, Levy continuou: “Não há dúvida de que a ocupação é um crime que precisa acabar. Estou lutando contra isso há quase 40 anos”.

A mídia israelense está escondendo a brutalidade
De acordo com Levy, a maioria dos israelenses não vê muito da “brutalidade” cometida em Gaza. O jornalista israelense disse: “Para ser honesto, se eu quiser ver o que está acontecendo, tenho que olhar canais como Al Jazeera, TRT e CNN porque os canais, a mídia e os jornais israelenses tentam não mostrar a maior parte da brutalidade. É assim que posso ver o panorama completo”.

Ao responder sobre os ataques a um local densamente povoado como Gaza e os altos custos para os civis, Levy disse: “Eu não tenho palavras diante do que está acontecendo”.

No entanto, de acordo com Levy, o governo israelense tem apoio quase unânime da sociedade em relação à guerra. O jornalista disse: “Eles ´[os israelenses] estão atualmente unidos em dois objetivos. O primeiro é a libertação de todos os reféns, que é atualmente o principal objetivo. Depois disso, eles acreditam que derrotarão completamente o Hamas. Acho que o governo tem total apoio para continuar a guerra.”

Respondendo a pergunta sobre a pausa humanitária: “Israel retomará um ataque em grande escala depois que a ‘pausa humanitária’ terminar?” O jornalista israelense Levy respondeu: “Receio que sim, mas os próximos dias mostrarão a situação. A dinâmica atual é positiva. O acordo está funcionando, e os reféns estão voltando para casa todos os dias, e também os prisioneiros palestinos estão voltando para casa, o que me deixa feliz. Mas isso não pode durar para sempre”.

“Não acho que Israel deixará de fazer guerra. Espero que ela não retorne com a mesma intensidade porque, se isso acontecer, significa a destruição da parte sul de Gaza; já há mais de 2 milhões de pessoas aqui”, disse ele.

“Mesmo que destruam completamente o sul de Gaza e derrotem o Hamas, no dia seguinte, Israel não tem ideia do que acontecerá. Não há nenhum plano. E se não houver um plano, a guerra tem que parar”, acrescentou.

Quanto à pergunta se os EUA gostariam de interromper a guerra ou dar a Israel sinal verde para atacar novamente, Levy respondeu: “Acho que eles seguirão um caminho intermediário entre os dois. Eles não vão impedir completamente, mas não permitirão (que Israel ataque) como antes. Se Israel realmente ouvirá os EUA e quão forte será a pressão é um ponto de interrogação”.

Sobre a questão se a sociedade israelense faria concessões para a paz, Levy disse: “Absolutamente não no momento. Há um intenso sentimento antiárabe na sociedade israelense. Precisamos de uma nova liderança. Não vejo nada ´[sobre concessões] na atual liderança e no atual estado de espírito do povo israelense, que atualmente é muito extremista, muito nacionalista e muito de direita.

“A única esperança é a intervenção internacional, mas não acho que isso vá acontecer. Porque os EUA estão entrando em um ano eleitoral, e não acho que Biden fará mais. Não vejo nenhuma esperança neste momento”, enfatizou.

‘Israel quer expulsar os palestinos novamente, mas isso não é possível’
Levy também comentou sobre a questão das repetidas discussões entre os ministros israelenses e algumas outras autoridades sobre a realocação dos palestinos para fora de Gaza.

“Israel ficaria muito feliz em limpar Gaza do povo palestino. O problema é que isso não é ético, não é legal e não é prático ao mesmo tempo”, disse ele.

Levy acrescentou: “Ninguém aceitará 2,3 milhões de pessoas. Ninguém permitirá que Israel transfira 2,3 milhões de pessoas. Israel não tem o direito de decidir onde a população de Gaza viverá. Israel não tem o direito de tomar tal decisão”.

“Israel cometeu uma Nakba (catástrofe) e não tem o direito de fazer uma segunda Nakba”, disse Levy.

Afirmando que Israel constantemente levanta essa questão porque não tem outras soluções e acredita que pode realmente expulsar os palestinos de Gaza, Levy enfatizou o clima extremamente nacionalista no atual Estado de Israel: “Sabe, eles também tentaram fazer isso na Cisjordânia. Já foram evacuados 16 vilarejos na Cisjordânia. Eles não conseguiram suportar o terror dos colonos, e não havia ninguém para impedi-los. Eles tentarão evacuar Gaza o máximo possível, mas acho que isso não acontecerá. Não é possível”.

Levy destacou que Israel coloca a região em perigo com suas ações, mesmo sem possuir armas nucleares: “Israel quer ser um Estado judeu, tem o direito de ser um Estado judeu, mas também quer ter democracia, e isso não funciona. Se você quer ser um Estado judeu, precisa de uma clara maioria judaica.

“Não há maioria judaica; atualmente, há cerca de 7,5 milhões de judeus e 7,5 milhões de palestinos entre o rio e o mar. Não é possível ser um Estado judeu quando duas nações vivem sob seu governo, sob sua ocupação, sob seu regime. Portanto, Israel fez sua escolha e preferiu ser um (Estado) judeu em vez de democrático”, disse ele.

Quando perguntado sobre a liberdade de criticar Israel dessa forma se ele fosse palestino, Levy respondeu:

“A resposta a essa pergunta é bastante clara. É claro que não. Muito do que eu digo não poderia ser dito por um palestino. Isso não aconteceria na realidade de Israel, especialmente depois de uma guerra. Se eu fosse um palestino, estaria na prisão por muito menos do que estou dizendo agora.”

*Opera Mundi

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Netanyahu diz que não há como libertar reféns em meio a planos para inundação de túneis em Gaza

Chefe do Estado-Maior das Forças de Defesa de Israel (FDI) comentou sobre plano para inundar túneis usados pelo Hamas dizendo que seria “uma boa ideia”. Declarações de premiê israelense deixou familiares revoltados ao dizer que não há opção para trazer “todos para casa”.

Nesta terça-feira (5), uma reunião marcadamente tensa foi realizada entre um grupo de reféns recentemente libertados, junto a familiares daqueles que ainda são reféns na Faixa de Gaza, e o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, com sua equipe.

De acordo com o jornal The Times of Israel, em trechos vazados da reunião, Netanyahu pôde ser ouvido dizendo às famílias “não há possibilidade neste momento de trazer todos para casa. Alguém pode realmente imaginar que, se isso fosse uma opção, alguém a recusaria?”. O portal israelense Ynet também citou as falas do premiê.

Segundo a mídia, a declaração foi recebida de forma indignada por muitos, com presentes relatando à mídia que algumas pessoas se levantaram e saíram da reunião no meio. Outras pessoas reclamaram que o primeiro-ministro não respondeu a todas as perguntas e leu texto de roteiro.

Em trecho transmitido pelo Canal 12 e citado pela mídia, a mãe de um refém gritou para o ministro da Defesa, Yoav Gallant.
“Não estou preparada para sacrificar meu filho pela sua carreira ou pela de qualquer um dos notáveis ​​aqui. Realmente não. Meu filho não se ofereceu para morrer pela pátria. Ele era um civil sequestrado de sua casa e de sua cama […] Prometa-me que você trará de volta meu filho e todos os outros reféns, vivos”, afirmou a israelense.

Danny Miran, o pai do refém Omri Miran, disse que toda a reunião foi caótica.

“A reunião foi um modelo de como o país é governado. Fomos convidados para as 15h00 [10h00 no horário de Brasília]; eles apareceram só às 15h45. Nos deixaram bravos e brigamos entre nós. Eu saí no meio, não é aceitável”.

Cerca de 120 pessoas ainda continuam reféns do Hamas desde o ataque do dia 7 de outubro. As declarações de Netanyahu acontecem enquanto é ventilado na mídia que Israel pretende inundar os túneis do Hamas com água do mar.

Também nesta terça-feira (5), o chefe do Estado-Maior das Forças de Defesa de Israel (FDI), tenente-general Herzi Halevi, comentou os relatos sobre a inundação e disse que era “uma boa ideia”, segundo a mídia.”

“Estamos vendo muitas infraestruturas subterrâneas em Gaza, sabíamos que haveria muitas. Parte do objetivo é destruir esta infraestrutura.Temos várias formas [de lidar com os túneis], não vou falar de detalhes, mas incluem explosivos para destruir e outros meios […]”, disse Halevi em resposta a uma pergunta em uma conferência de imprensa hoje (5).

Israel montou um sistema de grandes bombas que poderia usar para inundar a rede de túneis do Hamas na Faixa de Gaza com água do mar, uma tática que poderia destruir os túneis e expulsar os combatentes do seu refúgio subterrâneo, mas também ameaçar o abastecimento de água de Gaza, segundo autoridades dos EUA.

*Sputnik

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Brasil prepara complexa operação para resgatar mais brasileiros e palestinos da Faixa de Gaza

Maior desafio da operação diplomática é a quantidade de pessoas para serem repatriadas do conflito que já matou cerca de 16 mil palestinos.

O pai de um brasileiro teve um derrame enquanto aguarda a chance de poder sair de Gaza pelo único caminho possível atualmente: a fronteira com o Egito. Diplomatas brasileiros no Cairo já estão de prontidão, porque a qualquer momento podem precisar ir para Rafah, onde fica esta fronteira. O Brasil apresentou aos envolvidos nas negociações deste conflito uma lista com 102 nomes de pessoas que o governo quer resgatar de Gaza. Ao contrário do que alguns ainda pensam, esta não é uma decisão apenas tomada pelo governo egípcio.

Autoridades de Israel, Catar, além dos Estados Unidos e o Hamas também discutem e decidem os nomes de quem sai ou não. Desta relação, 41 são, de fato, brasileiros. O restante são familiares palestinos, o que até certo ponto vinha preocupando a diplomacia do Brasil desde que a lista estava sendo discutida.

Faz parte deste segundo grupo também uma ex-nora de um dos fundadores do Hamas. Ela é de Criciúma, Santa Catarina, e se mudou para Gaza em 2005 para se casar. Acabou se divorciando e continua na região sob forte ataque israelense há quase dois meses. Agora quer voltar ao Brasil.

Cerca de 80% das pessoas dessa lista estão em Rafah, mas na parte de Gaza que recebe o mesmo nome do trecho egípcio. Isso significa que estão bem perto da Fronteira. Os outros aproximadamente 20% estão em diferentes partes do território sitiado. Israel veio intensificando os ataques na região sul de Gaza depois de sete dias de tréguas, quando reféns e prisioneiros dos dois lados foram libertados.

Em mais de oito semanas de conflito, autoridades palestinas dizem que mais de 15.500 pessoas já foram mortas. Além de milhares de crianças, entre as vítimas estão 63 jornalistas até agora, segundo o Comitê de Proteção ao Jornalista, sendo 56 deles palestinos, 4 israelenses e 3 libaneses. Ainda de acordo com o CPJ, foram 11 jornalistas feridos, 3 estão desaparecidos e 19 foram presos cobrindo este conflito.

Esta operação diplomática, como um todo, está sendo mais complexa para o Itamaraty. O desafio logístico é maior, pois há muito mais pessoas para serem repatriadas, incluindo uma criança com hidrocefalia.

Quase 10 mil estrangeiros e palestinos com dupla nacionalidade já saíram da Faixa de Gaza pela fronteira de Rafah. Entre eles estão 32 brasileiros e parentes palestinos, lembrando que duas pessoas desistiram de sair na última hora, mesmo com seus nomes aprovados para cruzar a fronteira. A repatriação dos que integram essa segunda lista vai demandar mais esforço da enxuta equipe de diplomatas do Cairo, que deve contar com 6 pessoas envolvidas diretamente neste assunto.

Percurso
Um carro vai levar os diplomatas da capital egípcia até a fronteira, em Rafah, uma viagem de cerca de 350km que não tem durado menos de 7 horas. Há vários pontos de bloqueios militares, principalmente entre o canal de Suez e a fronteira. Assim como da outra vez, o grupo que conseguir sair agora deve ser trazido de ônibus para o Cairo e voltar para o Brasil em um avião da Força Aérea Brasileira. O Itamaraty tem até 72 horas para fazer isso, segundo exigências do governo egípcio, que cobra uma taxa de cerca de 10 dólares por cada estrangeiro que as embaixadas conseguem resgatar de Gaza.

Ao contrário da primeira operação, quando um avião da FAB passou semanas no Cairo à espera da saída do primeiro grupo, o Brasil só deve mandar um avião para o Egito desta vez quando as autoridades informarem que os brasileiros e os familiares palestinos poderão, de fato, entrar em território egípcio.

Esta semana começou com dezenas de tanques israelenses sendo vistos entrando parte sul da Faixa de Gaza, perto de Khan Younis, de acordo com agências internacionais. Espera-se que os militares israelenses comecem em breve operações por terra nesta área.

De acordo com a agência de notícias palestina WAFA, o exército israelense matou 30 palestinos em Al-Zaytoun e Al-Shujaiya, sul e leste de Gaza. Desde o início do conflito, o objetivo de Israel, que começou os ataques no norte da região, é pressionar o deslocamento interno de mais de dois milhões de palestinos para o sul, forçando o deslocamento da população para território egípcio, o que o governo do Egito até o momento diz que não aceitará, mesmo que receba alguma compensação financeira do governo de Israel em troca disso.

A presidente do Comitê Internacional da Cruz Vermelha, Mirjana Spoljaric, viajou para Gaza e classificou como “intolerável” o sofrimento no território palestino. “Repito o nosso apelo urgente para que os civis sejam protegidos de acordo com as leis da guerra e para que a ajuda entre sem impedimentos”, postou no X, antigo Twitter.

Centenas de feridos já vieram para o Egito receber atendimento médico nas últimas semanas, já que quase todos os 35 hospitais de Gaza não têm condições de operar. Uma das pacientes é Rasha Elwan, que se recupera de ferimentos na perna no Hospital Geral de El-Arish, cidade a quase 50 km da fronteira. É onde também fica o aeroporto egípcio mais perto do sul de Gaza, operado pelas forças armadas locais. Na última quinta-feira, aviões vindos de Singapura, Catar e Itália desembarcaram com doações para serem levadas para a Faixa de Gaza.

Atraso na entrega de ajuda
Perto da fronteira ainda há uma imensa fila de caminhões carregados com ajuda humanitária. A reportagem conversou com alguns motoristas e voluntários que estão aguardando há mais de uma semana autorização para atravessar. Alguns disseram que preferem esperar do lado egípcio da fronteira, já que havia um congestionamento de caminhões carregados de ajuda humanitária que passaram pela fronteira, mas não tinham conseguido ainda entregar as doações.

É que com parte da estrada perto da fronteira foi danificada depois de ataques israelenses, os caminhões são forçados a percorrer um caminho maior – pelo menos 100km a mais – e os motoristas ainda precisam esperar que o exército israelense faça mais uma checagem nos veículos, o que está atrasando a entrega das doações e a entrada de mais veículos.

Ontem, a empresa palestina de telecomunicações Paltel divulgou um comunicado afirmando que os serviços de telecomunicações foram cortados na Faixa de Gaza depois de terem sido reparados. “Lamentamos anunciar que todos os serviços de telecomunicações na Faixa de Gaza foram perdidos devido ao corte das principais rotas de fibra do lado israelense”, disse a PalTel em mensagem nas redes sociais. “Gaza está… apagada de novo.”

*Opera Mundi

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Justiça de Israel retoma julgamento contra Netanyahu por caso de corrupção

Primeiro-ministro é acusado de recebimento de propina e falsidade ideológica, em processo que foi interrompido devido à ofensiva militar contra Gaza.

O Tribunal Distrital de Jerusalém reiniciou nesta segunda-feira (04/12) o julgamento no qual o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e sua esposa, Sara Netanyahu, são acusados de receber presentes em troca de favores políticos.

A retomada acontece após o fim do decreto de emergência que interrompeu todos os trabalhos dos tribunais superiores de Israel, medida que foi imposta pelo ministro da Justiça, Yariv Levin, no dia 7 de outubro, quando se iniciou a ofensiva militar de Tel Aviv contra a Faixa de Gaza.

O processo reúne três diferentes denúncias de corrupção contra o casal apresentadas entre os anos de 2018 e 2019. Em uma delas, a promotoria acusa a família Netanyahu de receber artigos de luxo do empresário isralense Arnon Milchan, ligado a produtores de cinema de Hollywood, e do bilionário australiano James Packer, dono de um grande conglomerado de mídia em seu país.

O caso já havia sido responsável pelo fim do primeiro mandato de Netanyahu, em junho de 2021, mas não o impediu de ser eleito novamente em dezembro de 2022, graças a uma aliança entre diferentes setores da extrema direta sionista.

Grupos opositores ao premiê afirmam que esse processo é um dos motivos pelo qual o seu governo vem insistindo no projeto de reforma do Poder Judiciário que permite uma maior intervenção do Executivo nos tribunais superiores. Essa proposta tem sido fortemente criticada na sociedade israelense e inspirado grandes manifestações de repúdio a Netanyahu.

Segundo o diário Times of Israel, em caso de condenação, Sara e Benjamin Netanyahu podem receber penas de entre cinco a dez anos de prisão no caso da denúncia por corrupção, e até três anos de prisão por falsidade ideológica. A defesa dos acusados nega que eles tenham cometido os crimes atribuídos a eles.

A imprensa local também ressalta que, por enquanto, o premiê está dispensado de comparecer às audiências, mas poderia ser chamado a testemunhar dentro de alguns meses, dependendo de como o processo se desenrolar.

Neste domingo (03/12), um dia antes da retomada do julgamento, dezenas de milhares de pessoas se manifestaram em Tel Aviv contra o governo de Netanyahu. O protesto, no entanto, não criticava o premiê apenas pelas denúncias que enfrenta na Justiça, mas também por considerá-lo responsável pelos ataques do Hamas e pelo sequestro de cidadãos israelenses no dia 7 de outubro.

Uma pesquisa recente realizada pelo diário Ma’ariv mostrou que 80% dos cidadãos do país consideram o premiê como o principal culpado pelos acontecimentos de outubro passado.

Denúncia no TPI
Além da denúncia na Justiça israelense, Netanyahu também enfrenta uma acusação no Tribunal Penal Internacional (TPI), por crimes de guerra cometidos durante a ofensiva militar de Israel contra Gaza.

A denúncia foi apresentada em novembro passado pelo governo da Argélia e apoiada posteriormente pelos presidentes da Colômbia, Gustavo Petro, e da Turquia, Recep, Tayyip Erdogan.

O tema foi debatido nesta mesma segunda-feira (04/12) em reunião da Organização de Cooperação Islâmica (OCI), em Istambul, na Erdogan, durante seu discurso como mandatário anfitrião, criticou os países islâmicos que ainda não apoiam a iniciativa argelina.

Segundoarinelli/Opera Mundi Erdogan, Netanyahu “não é apenas um assassino, mas também um corrupto”. O líder turco também declarou que considera Gaza como “um território palestino, que pertence aos palestinos e assim permanecerá para sempre”.

*Victor Farinelli/Opera Mundi

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Entrada do Irã no BRICS é ‘de suma importância, principalmente para a China’, aponta especialista

A entrada do Irã no BRICS, que será oficializada em 1º de janeiro de 2024, marca o ingresso de um país declaradamente contrário aos Estados Unidos. Que tipo de repercussões isso poderá trazer ao grupo?

Essas e outras questões foram respondidas por Jorge Mortean — geógrafo e professor de relações internacionais, mestre em estudos regionais do Oriente Médio no Irã e atual doutorando em geografia política na Universidade de São Paulo (USP) — no episódio desta segunda-feira (4) do podcast da Sputnik Brasil Mundioka, apresentado pelos jornalistas Melina Saad e Marcelo Castilho.

Para o especialista em estudos iranianos, a entrada do Irã no BRICS representa um ganho tanto para o país persa quanto para o grupo, uma vez que “temos aí a semiperiferia e periferia do mundo se aliando”, disse, referindo-se à teoria de sistema-mundo das relações internacionais, popularizada por Immanuel Wallerstein. “O que seria semiperiferia?”

“São países com um grau até importante de desenvolvimento tecnológico-industrial, que servem como ponte de retransmissão de fluxos de comércio (investimentos, capital). São grandes mercados e possuem certo poderio de defesa em suas respectivas regiões.”

Essas características, para Mortean, definem a posição ocupada pelas nações do BRICS mais do que qualquer relação econômica. Nesse ponto, o grupo de países, que agora se expande para se tornar o BRICS+ com a inclusão além do Irã, do Egito, da Arábia Saudita, dos Emirados Árabes Unidos e da Etiópia — e, talvez, da Argentina — forma um agrupamento antissistêmico.

“Ou seja, ele faz um contraponto a toda a hegemonia que se diz aí ocidental de países desenvolvidos, nomeadamente Europa, Estados Unidos, Canadá e Japão, que apesar de ser do Oriente, é um Oriente mais ocidentalizado do que nunca.”

“Oferece, portanto, uma nova possibilidade de ordem mundial”, resumiu.

*Sputnik

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Lula chora ao falar de Gaza e volta a defender mudanças no Conselho de Segurança da ONU

Presidente criticou ‘insensibilidade dos governantes’ e afirmou que trégua seria antecipada se a resolução brasileira não fosse vetada, mas não lembrou que EUA foram responsáveis por único voto contrário.

“Às vezes tenho a impressão de que estamos deixando de ser humanistas, de que estamos abrindo mão da fraternidade, abrindo mão da solidariedade, esquecendo que o ser humano nasceu para viver em paz”, foram as palavras de Lula enquanto continha as lágrimas, durante a cerimônia de declaração conjunta de intenções e acordos com a Alemanha, em Berlim, nesta segunda-feira (04/12).

Atendendo a questionamentos da imprensa, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), voltou a se pronunciar a respeito do conflito entre Israel e Gaza, intensificado desde 7 de outubro, quando Hamas lançou a primeira ofensiva contra o território israelense.

Comparado às últimas declarações a respeito do cenário, concedidas em entrevista à emissora catari Al Jazeera, desta vez, seu discurso teve um tom mais passivo e emotivo. O líder derramou lágrimas quando mencionou a falta de “fraternidade” e “solidariedade” entre governantes, princípios tidos como básicos para o petista: “Sou de um país com uma grande comunidade judaica e árabe. E a gente fica em paz. É esse modelo de paz que gostaria que tivesse em Israel”.

Lula reforçou que a posição do Brasil é, primordialmente, do respeito à Carta das Nações Unidas, que consiste que “nenhum país tem o direito de invadir a integridade territorial do outro”.

‘Ser do Conselho de Segurança da ONU não é um privilégio de apenas cinco países’
Embora tenha confirmado ter conversado com pelo menos 12 líderes do mundo sobre o cenário na Faixa de Gaza e reforçado que todas os países devem respeitar integralmente as Nações Unidas, voltou a criticar o próprio sistema do órgão ao citar a resolução que o Brasil apresentou enquanto presidia o Conselho da ONU, no mês de outubro, mas que acabou sendo vetada:

“A ONU deveria intervir para que encontrasse uma solução. O Brasil era presidente do Conselho de Segurança, o Brasil apresentou uma proposta para que houvesse uma trégua humanitária, para que poupasse tempo, para que retirasse as crianças”, disse Lula, lembrando que a decisão apresentada pelo Itamaraty contou com 12 votos a favor, duas abstenções (Reino Unido e Rússia) e um voto contra, sendo este último dos Estados Unidos – um país com poder de veto.

“Quem sabe se tivesse votado na posição do Brasil teria tido uma trégua bem antes, morrido bem menos gente”, lamentou o presidente, sem citar diretamente os Estados Unidos, acrescentando que o órgão tem que “mudar sua representação” com a entrada de outras nações, como Alemanha, Japão, Índia, países da África e da América Latina.

“Ser do Conselho de Segurança da ONU não é um privilégio de apenas cinco países. A geopolítica de 1945 não é a geopolítica de 2023”, ressaltou Lula.

102 brasileiros na Faixa de Gaza
Lula lembrou que o Brasil logrou a repatriação de 34 brasileiros e afirmou brevemente que o país ainda está atrás de 102 cidadãos que permanecem na Faixa de Gaza.

Com relação a uma possível solução para a guerra, o líder voltou a defender a consolidação de duas nações: “Respeito a posição de cada país e continuo defendendo historicamente desde que assumi algum entendimento. Tenho certeza que a única solução é a consolidação de dois países para viver pacificamente e harmonicamente”.

O que na prática parece estar “longe do fim”, de acordo com o petista, uma vez que confirmou ter se reunido e discutido com autoridades israelenses e palestinas, mas que “parece que tem gente que não quer paz”.

Pelo fim do discurso, o presidente declarou que o conflito entre Israel e a Palestina será uma pauta discutida na reunião do G20: “A gente não pode abrir mão de assuntos assim”.

*Opera Mundi

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Tropas de Israel expandem operação terrestre na Faixa de Gaza; tanques chegam ao sul do território

Volta dos ataques terrestres marcam mudança de estratégia das forças israelenses após fim da trégua com Hamas.

O exército israelense anunciou, nesta segunda-feira (04/12), a expansão de sua operação terrestre contra o Hamas para toda a Faixa de Gaza. Dezenas de tanques e escavadeiras entraram no sul do enclave, perto da cidade de Khan Younis, segundo testemunhas.

“As forças israelenses operam em toda a Faixa de Gaza e em qualquer lugar onde o Hamas tenha esconderijos”, disse Daniel Hagari, representante do Exército, na noite deste domingo (03/12). As tropas de Israel iniciaram sua ofensiva terrestre no norte de Gaza em 27 de outubro, onde assumiram o controle de várias áreas.

De acordo com testemunhas ouvidas pela AFP, os veículos militares entraram “a uma profundidade de dois quilômetros” na cidade de al-Qarara, no nordeste de Khan Younis. “Os tanques estão agora na estrada Salaheddine, que percorre a Faixa de Gaza de norte a sul”, disse Moaz Mohammed, de 34 anos, que mora na região.

A volta dos ataques terrestres marcam uma mudança de estratégia das forças israelenses. Desde que os combates foram retomados na sexta-feira (01/12), após o fim da trégua de uma semana com o Hamas, Israel tem privilegiado os bombardeios aéreos.

Israel nega deslocamento forçado de civis
Durante a noite de domingo, um ataque em frente ao hospital Kamal Adwan, no norte de Gaza, matou várias pessoas, segundo a agência de notícias palestina Wafa.

Em um comunicado, o governo do Hamas acusou o exército israelense de “violar” as normas do Direito Internacional Humanitário (DIH), que visa minimizar os efeitos dos conflitos armados para a população civil.

Israel negou nesta segunda-feira que esteja forçando os palestinos a ir para o Egito. “Não estamos tentando deslocar a população de maneira permanente”, disse Jonathan Conricus, porta-voz do Exército israelense.

“Pedimos aos civis que se retirassem do campo de batalha e designamos uma zona humanitária específica dentro da Faixa de Gaza”, disse ele, referindo-se à área costeira de Al-Mawasi.

“Estamos cientes de que o espaço e o acesso são limitados. Por isso é crucial obter o apoio de organizações humanitárias internacionais para ajudar a estabelecer infraestrutura na área de Al-Mawasi”, declarou.

Israel acusa o Hamas de agir em túneis debaixo dos hospitais e usar civis como escudos humanos.

De acordo com o último balanço do Ministério da Saúde do Hamas, divulgado neste domingo, cerca de 15.523 pessoas morreram desde o início do conflito e dos bombardeios israelenses na Faixa de Gaza, em 7 de outubro. Cerca de 70% das vítimas são mulheres e crianças.

“Nas últimas horas, apenas 316 mortos e 664 feridos foram retirados dos escombros e levados para hospitais, mas muitos ainda estão soterrados”, disse o porta-voz do Ministério da Saúde do Hamas, Ashraf al-Qidreh.

Segundo as forças israelenses, cinco soldados morreram após a retomada dos combates na sexta-feira.

10.000 ataques aéreos
Desde o início da guerra, o exército israelense realizou “cerca de 10.000 ataques aéreos”. No sul da Faixa de Gaza, os ataques têm visado a cidade de Khan Younis e seus arredores.

No domingo, os moradores fugiram da cidade, a pé, amontoados em carrinhos ou em carros, com seus pertences empilhados no teto, de acordo com imagens divulgadas pela AFP.

Os hospitais no sul da Faixa de Gaza estão sobrecarregados de feridos e as reservas de combustível para acionar os geradores estão no fim.

No Hospital Nasser, em Khan Younis, a situação é caótica. “Faltam palavras para descrever os horrores que se abatem sobre as crianças aqui”, disse James Elder, porta-voz do Unicef no local, em um vídeo no domingo. “Vejo muitas crianças chegando entre as vítimas”, disse ele mais cedo no X.

Operações no sul de Gaza
Em visita aos reservistas, Herzi Halevi, o chefe do Estado-Maior israelense disse que o Exército continua com “sucesso” suas operações no sul da Faixa de Gaza.

Na manhã desta segunda-feira, as tropas de Israel também lançaram operações em várias áreas da Cisjordânia ocupada, incluindo Jenin, onde cerca de 30 veículos militares estão mobilizados, de acordo com a agência de notícias palestina Wafa.

Sem questionar o direito de seu aliado de “se defender” contra o Hamas, os Estados Unidos alertaram Israel contra o aumento do número de vítimas civis.

“Muitos palestinos inocentes foram mortos”, insistiu a vice-presidente Kamala Harris no fim de semana, se dizendo preocupada com imagens de Gaza e pedindo a Israel que “faça mais para proteger civis inocentes”.

A guerra entre Israel e o Hamas também tem consequências para os Estados Unidos, que notaram um aumento nos ataques contra seus soldados, bases ou aliados no Oriente Médio, exceto durante a trégua de uma semana, de 24 de novembro a 1º de novembro.

Um contratorpedeiro dos Estados Unidos abateu três drones Mar Vermelho, depois que navios comerciais na região foram alvo de ataques do Iêmen, no domingo. Washington denunciou “uma ameaça direta” à segurança marítima.

*Opera Mundi