Categorias
Mundo

Vídeos: ‘Cheiramos muito fósforo branco, estão nos matando’, diz brasileira em Gaza à Sputnik

Em relato exclusivo à Sputnik Brasil, a brasileira residente da Faixa de Gaza Shahd al-Banna, de 18 anos, conta como o bloqueio e os ataques aéreos israelenses afetam sua vida, privando brasileiros de água, comida, luz e, principalmente, segurança.

O conflito na Faixa de Gaza entre Israel e Hamas, iniciado em 7 de outubro (há exatamente um mês), já acumula números volumosos. Segundo o Ministério da Saúde da Palestina e organizações internacionais, mais de 10 mil palestinos foram mortos. O número de crianças vitimadas já ultrapassa a casa de 4 mil.

Desde o início das agressões, Israel já bombardeou a Faixa de Gaza com, aproximadamente e segundo cálculos de organizações, a potência de explosivos equivalente a duas bombas nucleares. Com os ataques aéreos, portanto, fica quase impossibilitada a locomoção de civis pela região.

É o caso da jovem brasileira Shahd al-Banna, 18, que se encontra na região sul de Gaza após ter sido deslocada do setor norte, onde o maior número de ataques aconteceu nos últimos dias.

“Em Gaza não há um lugar seguro. Os bombardeios não param, em todo lugar. O tempo todo temos entes que morrem. Agora já são 12 mil pessoas que morreram, a maioria são crianças. Eu sei que algumas amigas minhas não conseguiram sair do norte, e agora eu não tenho informações. Tento ligar para elas, mas não há rede, cortaram a conexão, infelizmente”, relata a brasileira.

O drama e a luta para sobreviver são acentuados por conta de um bloqueio marítimo, aéreo e terrestre por parte de Israel, que afeta os quase 3 milhões de residentes da Faixa de Gaza.

“Não temos uma rotina exata. A rotina é esperar sair daqui. Estamos sem gás e sem água mineral. Internet e luz já não temos há um tempão. Eu tô sentindo muita saudade de beber água limpa, você não tem noção. É ruim beber água salgada, é muito ruim”, completa Shahd.

Os esforços diplomáticos para garantir a evacuação de brasileiros pela passagem de Rafah, no Egito, ponto de deslocamento de múltiplos civis, têm sido difíceis.

O assessor para assuntos internacionais da Presidência da República Celso Amorim chegou a declarar que “não houve uma explicação para a não inclusão de brasileiros” na lista de nomes a sair de Gaza.

Manifestantes seguram cartaz contra a ofensiva na Faixa de Gaza, em frente à fábrica da Boeing em Saint Louis, Missouri. Estados Unidos, 6 de novembro de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 06.11.2023

Manifestando incômodo, Amorim chegou a acionar o conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Jake Sullivan, solicitando ajuda dos EUA para que a impaciência brasileira fosse notada pelo premiê israelense, Benjamin Netanyahu.

Pelo quinto dia consecutivo, nenhum dos 34 brasileiros que estão na área do conflito entre Israel e o Hamas constou na lista oficial.

*Spunik

Categorias
Mundo

Legislador dos EUA critica lobby pró-Israel: ‘Eu não dou a mínima para AIPAC’

Um legislador do Congresso de Wisconsin tirou recentemente as luvas numa entrevista à imprensa norte-americana sobre a influência do grupo sionista na política de Washington.

O deputado americano Mark Pocan (D-WI) criticou duramente a influência do lobby pró-Israel na política dos EUA na segunda-feira, destacando o papel do Comitê Americano de Assuntos Públicos de Israel (AIPAC).

“É altura de os chamar a atenção pelo que são – um grupo de frente para a política conservadora aqui nos EUA – em vez de ter medo deles”, disse Pocan numa entrevista aos meios de comunicação norte-americanos

“Eu não dou a mínima para o AIPAC – ponto final. Acho que eles são uma presença cancerígena na nossa democracia e na política em geral, e se eu puder ser cirurgião, isso é ótimo.”

A declaração representa a última salva numa rivalidade em curso entre Pocan e o grupo de lobby historicamente influente. No mês passado, a AIPAC acusou Pocan e vários membros democratas da Câmara dos EUA de “tentarem manter o Hamas no poder” numa publicação na plataforma de mídia social X.

A acusação surgiu depois de vários legisladores terem votado contra um projeto de lei que expressava apoio incondicional à ação militar de Israel em Gaza (Pocan não estava entre eles). Nove legisladores democratas juntaram-se ao deputado americano Thomas Massie (R-KY) na oposição ao projeto de lei, com Massie declarando oposição ao apoio do projeto às sanções e implicando o compromisso futuro das tropas dos EUA no conflito.

Pocan respondeu na plataforma , postando “AIPAC é bom em não dizer a verdade… Nós simplesmente não apoiamos o assassinato de crianças, o que parece que você faz”.

Pelo menos 4.100 menores e 10.022 pessoas no total foram mortas nos ataques contínuos de Israel à sitiada Faixa de Gaza durante o último mês, de acordo com os últimos números fornecidos pelas autoridades.

Além disso, soldados e colonos israelitas mataram 155 pessoas em Jerusalém Oriental e na Cisjordânia, território ocupado ilegalmente por Israel ao abrigo do direito internacional desde 1967.

Grupos de lobby pró-Israel como a AIPAC ajudaram a tornar Israel o maior beneficiário da ajuda externa dos EUA desde a Segunda Guerra Mundial, obtendo até 3,9 mil milhões de dólares em assistência anual para o país.

Criticar Israel e a influência do lobby pró-Israel revelou-se um tabu na política dos EUA. A deputada norte-americana Ilhan Omar (D-MN), um dos três únicos membros muçulmanos do Congresso dos EUA, foi denunciada como anti-semita depois de criticar a influência de lobistas sionistas em 2019. O incidente fez com que ela atraisse críticas de membros proeminentes de seu próprio partido, incluindo O deputado Jerry Nadler (D-NY) e Chelsea Clinton, filha do ex-presidente dos EUA Bill Clinton.

Omar foi novamente castigado após uma postagem nas redes sociais criticando Israel em 2021. Omar compartilhou gravações de mensagens de voz ameaçadoras que recebeu em resposta às críticas públicas contra ela na época, incluindo mensagens ameaçadoras como “Muçulmanos são terroristas” e uma ligação dizendo que espera os voluntários de sua campanha “recebem o que está vindo para você”. O tratamento público dispensado a responsáveis ​​muçulmanos, como Omar e o colega deputado Rashida Tlaib (D-MI), o único membro palestiniano do Congresso dos EUA, suscitou a discussão sobre o papel da islamofobia e do orientalismo na vida pública.

Orientalismo é preconceito contra pessoas do Oriente Médio e da cultura do Oriente Médio. O termo foi popularizado pelo estudioso palestino Edward Said no seu livro “Orientalismo”, de 1978, que argumentava que a dominação da região é alimentada pelo desprezo ocidental e por suposições estereotipadas sobre o mundo árabe.

Um estudo recente realizado por investigadores da Universidade Brown descobriu que cerca de 3,8 milhões de pessoas foram mortas no meio de ações militares apoiadas pelos EUA no Iraque, Afeganistão, Síria, Iémen e outros países no século XX. A interferência dos EUA na região dura há décadas e inclui um golpe de estado apoiado pela CIA no Irão em 1953, o financiamento dos EUA às forças Mujahideen no Afeganistão desde o final da década de 1970 e o apoio militar contínuo dos EUA à ocupação ilegal dos territórios palestinianos por Israel.

É hora de chamar um terrorista de terrorista. “Os palestinos sacrificaram-se involuntariamente com o propósito de esclarecer toda a civilização planetária sobre a profunda maldade e natureza satânica do Estado Sionista de Israel”, escreveu o Profeta de Poltrona. Uma declaração profunda. Gaza é Cristo e Israel é Israel. Mas Gaza também é Amaleque. Amaleque era Cristo desde o princípio, mas não vimos isso, porque nos foi dito que Cristo era filho de Yahweh e um com ele. Agora podemos começar a ver nosso trágico erro. Este é o nosso chamado para despertar. Encaremos a verdade sobre Yahweh e o povo escolhido que ele criou à sua imagem (ou vice-versa).

*Sputnik

Categorias
Mundo

Deputados de esquerda convocam ato na Câmara ‘contra o genocídio em Gaza’

Após mais de 10 mil mortes em função dos ataques israelenses, representantes de PT, PSOL e PCdoB exigem cessar-fogo imediato e pedem ao governo brasileiro de endurecer relações com Israel.

Após um mês do início dos ataques de Israel à Faixa de Gaza, mais de 10 mil vidas já foram perdidas no enclave sitiado. Até o momento, as autoridades israelenses não deram nenhum sinal de que vão aceitar cessar-fogo na região.

Com o agravamento das operações militares contra o povo palestino, vítima de intensos bombardeios diários, deputados brasileiros pretendem denunciar Israel em um ‘Ato contra o genocídio’, programado para acontecer no plenário 9 da Câmara dos Deputados, em Brasília, às 14h desta quarta-feira (08/11). Assessoria parlamentar

Cessar-fogo já!
A principal reivindicação do evento, organizado em conjunto por parlamentares – deputadas Erika Kokay (PT-DF), Fernanda Melchionna (PSOL-RS), Jandira Feghali (PCdoB-RJ), Luizianne Lins (PT-CE); deputados Glauber Braga (PSOL-RJ) e Padre João (PT-MG) -, é o cessar-fogo imediato e o fim do massacre em Gaza.

No entanto, a manifestação contempla as questões históricas, culturais e religiosas envolvidas no cenário, tendo como objetivo, também, o fim da ocupação, do apartheid e da violação de direitos humanos.

“Esse ato na Câmara é uma forma de demonstração de que parlamentares, deputados brasileiros, rechaçam o que está acontecendo na Faixa de Gaza, que não aceitam o genocídio do povo palestino e que trabalham necessariamente para o cessar-fogo imediato”, declarou o deputado Glauber Braga a Opera Mundi, acrescentando também a importância de utilizar o espaço para ampliar a voz à causa palestina.

“Aqueles que ainda não participaram dos atos de rua vão ter a possibilidade de fazer uma demonstração à causa palestina no espaço da Câmara, e a gente acha que isso pode ser também um instrumento para ampliar o engajamento nas ruas”, concluiu o parlamentar.

Com a escalada da violência e das violações ao direito internacional por parte das autoridades de Tel Aviv, a deputada Jandira Feghali avalia que Israel ”vai manter esta posição” sob o argumento de exigir a soltura dos reféns pelo Hamas.

Twitter/UNRWA
Lideranças exigem cessar-fogo imediato a Israel diante da crise humanitária na Faixa de Gaza
“Mas na verdade, esse não é o argumento central. A questão central é a anexação de território e a eliminação de boa parte do povo palestino. A guerra não é entre Israel e o Hamas, a guerra é entre Israel e o povo palestino”, destacou Jandira a Opera Mundi, reforçando a necessidade das pessoas não serem omissas à situação, “a possibilidade de falar isso tem que ser múltipla e ampla porque não é aceitável assistir com omissão. É muita morte de crianças, mulheres, civis inocentes”.

Os deputados também cobram um posicionamento firme do governo brasileiro em relação a Israel, uma vez que o Estado indica que “vai seguir com a ampliação do genocídio do povo palestino”.

“O governo brasileiro tem que seguir o exemplo de Bolívia, Colômbia e Chile. A avaliação do nosso mandato é que o governo brasileiro deve romper relações neste momento com o Estado de Israel”, defendeu Braga, acrescentando que é preciso aumentar a pressão internacional contra Israel, que têm apoio legitimado pelos Estados Unidos.

“O Brasil tem que tirar os brasileiros da Faixa de Gaza e, a partir daí, endurecer a sua posição em relação ao Estado de Israel sobre todos os pontos de vista: nas relações diplomáticas, nas relações econômicas, nos acordos ou não realização dos acordos”, afirmou Jandira, condenando a conduta israelense contra o povo palestino: “é inaceitável”.

O ato acontece no momento em que o conflito completa um mês. Nesse período, a Faixa de Gaza contabilizou mais de 10 mil mortes e dezenas de milhares de feridos pelas operações do Exército de Israel. Desde que as autoridades de Tel Aviv intensificaram os ataques no enclave palestino, a crise humanitária tem se agravado em ritmo frenético. Hospitais e serviços essenciais entraram em colapso, cidadãos seguem lutando contra a escassez de recursos básicos como água potável, alimento, eletricidade e combustível. Escolas, mesquitas, abrigos e prédios residenciais são constantemente bombardeados.

“Diante de um genocídio ao vivo, é necessário que todos se manifestem. É uma forma da gente soltar o grito em defesa da paz do povo palestino”, concluiu a deputada Jandira.

*Opera Mundi

Categorias
Mundo

Brasileiros são avisados de que podem deixar Gaza na quarta (8/11)

Na Faixa de Gaza, há um grupo de 34 pessoas que aguarda autorização para cruzar a fronteira e serem repatriados pelo governo brasileiro.

Os brasileiros que estão na Faixa de Gaza disseram ter sido informados de que podem cruzar a fronteira com o Egito nesta quarta-feira (8/11). A informação é da CNN Brasil.

A rede de televisão confirmou a informação com dois brasileiros que estão na Faixa de Gaza. Hasan Rabee, um dos 34 cidadãos a serem repatriados pelo governo brasileiro, afirmou, por meio das redes sociais, ter recebido a notícia de que há grande chances do grupo deixar Gaza nesta quarta.

Ao Metrópoles, o Ministério das Relações Exteriores afirmou que ainda não há confirmação para que o grupo deixe Gaza. Segundo o Itamaraty, não é possível ter confirmação da partida antes de sair a lista oficial de cada dia.

Até agora, nenhum dos 34 brasileiros e familiares próximos de Gaza teve essa autorização para deixar a área do conflito, por meio da fronteira do Egito.

A falta de inclusão na lista de determinadas nacionalidades, entre elas a brasileira, tem rendido a Israel acusações de que o país estaria agindo sob critérios políticos.

Na última sexta-feira (6/11), o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou ter conseguido a garantia do chanceler de Israel de que os brasileiros serão liberados até a próxima quarta-feira (8/11).

No último sábado (4/11), a Embaixada de Israel no Brasil culpou o Hamas por estar “atrasando” a saída de estrangeiros da Faixa de Gaza, e garantiu estar fazendo tudo que está ao seu alcance.

Categorias
Mundo

Vídeo: Brasileira é alvo de xenofobia em Portugal, e Dino reage com ironia: “repatriem todos os imigrantes que lá estão, devolvendo junto o ouro de Ouro Preto, e aí fica tudo certo”

Uma brasileira de 35 anos foi vítima de um ataque xenofóbico no Aeroporto de Porto, em Portugal. Aos berros, uma portuguesa chama a brasileira de porca e diz que é portuguesa “de raça”. E afirma que “os brasileiros estão invadindo Portugal, essa raça de filho da p…”

A brasileira, que não quis se identificar, postou o vídeo, que viralizou nas redes sociais e foi alvo de comentário do ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino. Ao citar a queixa da portuguesa, Dino diz que “temos direito de reciprocidade porque em 1500 eles invadiram o Brasil”. E sugere, em tom de ironia, que Portugal repatrie todos os brasileiros que estão no país, desde que devolvam o ouro que levaram do Brasil na época de colonização.

Categorias
Mundo

Mauro Vieira diz que é ‘lamentável’ e ‘moralmente inaceitável’ ONU não conseguir acordo sobre conflito entre Israel e Hamas

Presidência brasileira do Conselho de Segurança chegou ao fim sem resolução sobre Oriente Médio.

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou nesta terça-feira que é “lamentável” e “moralmente inaceitável” que o Conselho de Segurança da ONU não tenha conseguido chegar a um acordo sobre o conflito entre Israel e Hamas.

— A estabilidade regional e internacional são essenciais para a prosperidade e desenvolvimento. Em outubro, ocupamos a presidência do Conselho de Segurança da ONU que coincidiu com os trágicos desenvolvimentos em Israel e na Faixa de Gaza, diz O Globo.

Mobilizamos todos os nossos esforços para reverter a paralisia do principal órgão do sistema multilateral em favor de uma solução para a alarmante situação humanitária na região. É lamentável, além de moralmente inaceitável, que uma vez mais o conselho de segurança não tenha conseguido estar à altura de seu nobre mandato.

A presidência brasileira do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) chegou ao fim na semana passada. A diplomacia do Brasil Brasil tentou, mas não conseguiu aprovar nenhuma resolução que pudesse levar o conflito entre Israel e o Hamas a um cessar-fogo ou à abertura de corredores humanitários para retirada das população civil da Faixa de Gaza.

Ao longo das últimas semanas, foram colocadas em votação no conselho diversas propostas, apresentadas, por exemplo, por Brasil, Estados Unidos e Rússia. Todas foram vetadas, sob diversas alegações. Mas não houve acordo para aprovação dentro do conselho.

Categorias
Mundo

Mais 605 estrangeiros são autorizados a deixar Gaza; brasileiros seguem fora da lista

A passagem de Rafah, que fica entre o Egito e a Faixa de Gaza, foi reaberta para estrangeiros na segunda-feira (6/11). Os brasileiros e seus familiares, contudo, seguem fora da nova lista de civis cuja saída da região é permitida, e que foi divulgada nesta terça-feira (7/11).

A lista inclui 605 pessoas, provenientes de oito países.

Os estrangeiros autorizados a deixar a Faixa de Gaza através do Egito são provenientes de países como Reino Unido, França, Alemanha, Romênia, Canadá, Filipinas, Ucrânia e Moldávia.

Na segunda-feira (6/11), uma outra lista também circulou na região. Seriam 329 portadores de passaporte estrangeiro. Segundo informações da ABC News, confirmadas por um funcionário da fronteira, 29 palestinos estariam incluídos, com alguns gravemente feridos e outros pacientes com câncer.

Os governos estrangeiros dizem que há em Gaza cidadãos de 44 países, bem como trabalhadores de 28 agências, incluindo organismos da ONU. Esses estrangeiros somariam um total de cerca de 7,5 mil pessoas em Gaza. O Egito estima que 500 pessoas cruzem a fronteira diariamente.

Os profissionais de saúde do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) chegaram à Faixa de Gaza na sexta-feira retrasada (27/10). São, ao todo, 10 especialistas e seis caminhões com provisões médicas e kits de purificação de água.

Na manhã desta sexta-feira (3/11), o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e o secretário de Estado dos Estados Unidos (EUA) se encontraram. A Casa Branca tentaria articular uma “pausa humanitária”, mas Netanyahu já afirmou que o cessar-fogo está fora de cogitação até que os reféns sejam liberados pelo grupo Hamas, diz O Globo.

O número de mortos na Faixa de Gaza está em pouco mais de 10 mil, e são mais de 32 mil feridos, de acordo com informações do Ministério da Saúde de Gaza (MOH), que é controlado pelo Hamas, da segunda-feira (6/11). Dos óbitos, dois terços são de mulheres e crianças. A estatística chega a 1,9 mil feridos e 111 mortos na Cisjordânia.

Somando os 1,4 mil mortos em Israel durante o ataque do Hamas em 7 de outubro, o total chega a 11.422 vidas perdidas no Oriente Médio nesta guerra.

A repatriação realizada pelo governo federal é chamada de Operação Voltando Em Paz e já trouxe mais de 1,4 mil pessoas ao Brasil, todas provenientes de Israel e, mais recentemente, da Cisjordânia. Agora, o governo federal negocia, por meios diplomáticos, buscar os 34 brasileiros na Faixa de Gaza, que ainda não saíram da região, após quatro listas de estrangeiros cruzarem a fronteira.

Os brasileiros que estão em Gaza seguem fora das listas de estrangeiros permitidos a deixar a região pela da fronteira com o Egito, por meio da passagem de Rafah. Essa situação se estende desde a última quarta-feira (1º/11), e o Itamaraty enviou, ainda na sexta, questionamentos sobre os critérios de seleção das listas, conforme adiantou a coluna do jornalista Ricardo Noblat no portal Metrópoles.

 

Categorias
Mundo

Milhares de israelenses protestam contra Netanyahu, que vê sua popularidade despencar em meio ao conflito em Gaza

Manifestantes criticam ações insuficientes do governo na libertação dos reféns do Hamas, responsabilizando o premier pelas falhas de segurança que levaram ao ataque.

Nos nove meses que precederam a guerra entre Israel e o Hamas, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu se viu diante de uma onda de protestos maciços contra seu controverso projeto de reforma do Judiciário, despertando uma inquietação popular jamais vista. Então veio o ataque do grupo terrorista ao território israelense em 7 de outubro, dando início ao conflito que já deixou mais de 10 mil mortos no total (sendo 1,4 mil em Israel), e o apoio a Netanyahu, sustentado pelo medo da população, parecia ter ganhado um fôlego momentâneo, segundo O Globo.

Após exatamente um mês desde a invasão, contudo, os 240 reféns sequestrados pelo Hamas continuam desaparecidos e os israelenses têm se sentido cada vez mais desprotegidos e insatisfeitos com seu governante, o qual muitos consideram culpado pela situação atual.

As evidências da grande perda de popularidade de Netanyahu — que sempre se declarou um defensor resoluto dos judeus — mostraram-se claras nos últimos dias. No sábado e no domingo, milhares de familiares e amigos dos raptados pelo Hamas tomaram as ruas de Tel Aviv para protestar contra ações do governo e os esforços insuficientes para garantir que seus entes queridos sejam libertados.

Os protestos se espalharam para cidades como Haifa, Beersheba e Eilat, chegando também a Jerusalém, onde centenas se manifestaram em frente à residência do premier, pedindo sua renúncia e o culpando diretamente pelo fracasso na segurança de Israel, permitindo que o ataque ocorresse.

— Queremos uma votação para nos livrar de Netanyahu. Espero que as manifestações continuem e cresçam — disse Netta Tzin, de 39 anos, à AFP.

Popularidade em queda
À frente do governo mais à direita na História de Israel, Netanyahu — que já enfrenta problemas jurídicos e políticos — terá uma tarefa difícil para se manter no poder ao final do conflito, apontam analistas.

Se sua popularidade já não era das melhores antes da guerra (mesmo entre eleitores do Likud, partido liderado por Netanyahu), agora 73% da população não o vê como a pessoa certa para governar Israel, mostrou a sondagem do Instituto de Pesquisa Lazar, publicada na sexta-feira.

Uma outra pesquisa, esta do Canal 13 de Israel, divulgada no sábado, revelou que 76% dos entrevistados acreditam que Netanyahu deveria renunciar, e 64% apoiam a realização de eleições imediatamente após a guerra.

— O apoio a Netanyahu e sua coalizão estava acabando mesmo antes de 7 de outubro e, desde o início da guerra, caiu ainda mais — disse o professor de Política, Toby Greene, da Universidade Bar-Ilan de Israel, à AFP. — Se uma eleição fosse celebrada agora, ele perderia feio.

Categorias
Mundo

Israel bombardeia painéis solares na Faixa de Gaza, informa ONU

Painéis solares de edifícios na Faixa de Gaza, especialmente na cidade de Gaza, no Norte do enclave palestino, foram destruídos durante bombardeiros da força aérea israelense. A informação é do Escritório para Assuntos Humanitários da Organização das Nações Unidas (Ocha). Com a eletricidade totalmente cortada desde o dia 7 de outubro, os painéis solares são uma das únicas fontes de energia, uma vez que a entrada de combustível em Gaza é proibida por Israel.

“Vários painéis solares nos telhados de edifícios, particularmente na cidade de Gaza, foram destruídos nos últimos dias durante os bombardeamentos israelenses. As instalações afetadas incluem os hospitais Shifa e Nasser, vários poços de água e padarias. Isto eliminou uma das fontes de energia restantes, que não depende de combustível”, alertou a Ocha.

A falta de combustível encerrou atividades de diversos poços de captação de água, uma usina de dessalinização de água do mar e de padarias na Faixa de Gaza. A Ocha diz que há indícios de que nenhuma padaria funciona mais na parte norte do enclave e que no sul o acesso ao pão é um desafio.

“O único moinho em funcionamento em Gaza continua incapaz de moer trigo devido à falta de eletricidade e combustível. Onze padarias foram atingidas e destruídas desde 7 de outubro. Apenas uma das padarias contratadas pelo Programa Mundial de Alimentos, juntamente com outras oito padarias nas zonas Sul e Centro, fornece intermitentemente pão aos abrigos, dependendo da disponibilidade de farinha e combustível. As pessoas fazem longas filas em padarias, onde ficam expostas a ataques aéreos”, destacou Ocha.

O palestino naturalizado brasileiro Hasan Rabee, de 30 anos, contou nesta segunda-feira (6) que a farinha que eles têm deve durar mais dois dias. Ele está com a família em Khan Yunis, ao sul do enclave, aguardando autorização para deixar o local.

“O mais difícil para gente achar é farinha, farinha você não encontra. O saco de farinha, por exemplo, estava R$ 40 e hoje está R$ 150, R$ 200 e R$ 300 e você não acha. Muito complicado, muito sofrimento, cada dia pior que o outro”, lamentou.

Cessar-fogo
Nesse final de semana, os chefes de 18 agências da ONU apelaram para um cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza para permitir a ajuda humanitária na região. Os representantes da ONU também pediram a libertação imediata de todos os reféns mantidos pelo Hamas.

“Mais ajuda – alimentos, água, medicamentos e, claro, combustível – deve entrar em Gaza com segurança, rapidez e à escala necessária, e deve chegar às pessoas necessitadas, especialmente mulheres e crianças, onde quer que estejam”, diz o comunicado.

*Agência Brasil

Categorias
Mundo

Hamas solicita à ONU vistoria em hospitais de Gaza para ‘comprovar a falsa narrativa’ de Israel

Movimento palestino afirma que governo de Netanyahu mente ao dizer que instalações médicas são usadas como bases militares pelo grupo e pede visita de observadores internacionais para comprovar sua versão.

Através de um comunicado difundido nesta segunda-feira (06/11) pela internet, o movimento palestino Hamas pediu à Organização das Nações Unidas (ONU) que envie um “comitê de observadores internacionais” para vistoriar os hospitais da Faixa de Gaza.

Segundo o movimento, a visita dos observadores deve ter como objetivo verificar se as instalações estão ou não sendo utilizadas como bases militares do próprio Hamas, justificativa usada pelo governo de Benjamin Netanyahu para explicar os muitos ataques contra esses locais realizados nas últimas duas semanas.

“Uma vistoria de representantes da ONU poderia comprovar que é falsa a narrativa de Israel”, afirma o comunicado do grupo palestino enviado ao secretário-geral do organismo internacional, o diplomata português António Guterres.

De acordo com a organização Meia Lua Vermelha (aliada da Cruz Vermelha Internacional que atua dentro dos territórios palestinos), 12 dos 35 hospitais de Gaza foram alvos de algum tipo de ataque nos últimos 30 dias.

Além dos bombardeios, essas instalações também vêm sofrendo com a falta de energia, de água e de insumos médicos, razão pela qual 14 hospitais e 51 instalações improvisadas de primeiros socorros pararam de funcionar.

Apesar de a organização liderada por Guterres não ter emitido uma resposta ao pedido do Hamas, a Agência da ONU para os Refugiados (ACNUR) emitiu neste domingo (05/11) um boletim sobre a situação humanitária em Gaza, afirmando que os ataques israelenses continuam atingindo localidades próximas aos hospitais da cidade.

O informe indica que Al-Quds, que já havia sido alvo de um ataque semanas atrás, voltou a sofrer com uma bomba que caiu em um local muito próximo ao seu edifício, o que resultou na morte de dois pacientes, enquanto outros 12 ficaram feridos, sem contar os danos estruturais.

O caso mais polêmico ocorrido em outubro foi o que atingiu o hospital Al-Ahli, resultando na morte de mais de 500 pessoas.

A repercussão se deu não somente pelo altíssimo número de vítimas fatais mas também pelo fato de que pessoas ligadas ao governo de Israel chegaram a admitir inicialmente a autoria do ataque, mas depois, quando a notícia passou a gerar críticas ao país, retificaram essa declaração e acusaram o Hamas de ter realizado o bombardeio com o objetivo de culpar Tel Aviv pelas mortes.

*Opera Mundi