Política

Por cautela, Gonet quer esperar eleições para denunciar Bolsonaro

O argumento é de que as acusações contra Bolsonaro poderão interferir em candidatos bolsonaristas.

O procurador-geral Paulo Gonet quer esperar terminar as eleições municipais 2024 para dar andamento às denúncias contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. O argumento seria que as acusações contra Bolsonaro poderão interferir em candidatos bolsonaristas.

Bolsonaro é alvo de, pelo menos, 25 investigações, na Justiça Eleitoral, no Supremo Tribunal Federal (STF) e em instâncias menores. Na Suprema Corte, são 5 os inquéritos que já tramitam de maneira mais avançada: o que apura a tentativa de golpe de Estado, o que envolve as milícias digitais, dos atos golpistas de 8 de janeiro, a de fraude no cartão de vacinas e a venda das joias árabes.

Estes processos seriam julgados pelo STF ainda neste ano, mas dependem, apenas, da apresentação das denúncias pela Procuradoria-Geral da República. Boa parte deles têm inquéritos da Polícia Federal também em andamento e prestes a serem concluídos.

Mas após a conclusão, a PF remete estas peças acusatórias à PGR, que é responsável por apresentar a denúncia que dá início, então, ao julgamento pela Justiça.

Mas o calendário oficial das eleições 2024, que começou a correr na última sexta-feira (16), poderá interferir na agenda de processos contra Bolsonaro. O Globo informou que a PGR está adotando uma ampla cautela com estas investigações e um dos fatores que pesaria são as eleições.

Isso porque, na prática, a defesa de Jair Bolsonaro pode alegar que haveria motivação política para processar o ex-mandatário, diante da influência do político nas eleições municipais e candidatos deste ano.

Em julho, por exemplo, a PF concluiu o inquérito de Bolsonaro sobre as joias milionárias, acusando o ex-mandatário de peculato, associação criminosa e lavagem de dinheiro na tentativa de venda. E em março, a PF terminou o inquérito contra Jair Bolsonaro sobre a fraude do cartão de vacinas.

Sobre esta última peça, o procurador Paulo Gonet pediu mais diligências sobre o caso. A medida foi interpretada como uma tentativa de “ganhar tempo” ou, ainda, tornar a acusação ainda mais sólida.

*GGN

PF faz operação contra influenciadores e empresários por bloqueios em rodovia após vitória de Lula em 2022

Operação batizada de “Defesa” é para reprimir crimes contra os poderes constitucionais.

A Polícia Federal cumpre na manhã desta quarta-feira (21) quatro mandados de busca e apreensão contra empresários e influenciadores digitais em Santarém (PA) por bloqueio de uma rodovia e incitação a crimes após a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2022.

Segundo a PF, a operação batizada de “Defesa” combate uma associação criminosa que, por meio de redes sociais e aplicativos de mensagens, incitava a prática de crimes contra os poderes constitucionais do Brasil.

As investigações começaram após o bloqueio da rodovia BR-163, no Pará, em frente ao 8º Batalhão de Engenharia de Construção (8º BEC), do Exército, por insatisfação de manifestantes com o resultado daquela eleição presidencial em que Jair Bolsonaro (PL) foi derrotado.

A investigação da PF aponta que, dentre os manifestantes, havia um grupo organizado com divisão e distribuição de competências para o financiamento, execução e incentivo de ideias que defendiam a ilegitimidade do resultado eleitoral.

O inquérito da PF do Pará também diz que o grupo realizava a prática de crimes que visavam impedir a posse do presidente eleito, bem como incentivar as Forças Armadas a abolir o Estado Democrático de Direito.

Após os mandados de buscas e apreensões, as investigações devem continuar com análise do material apreendido.

Marçal era peça central em quadrilha financeira e tinha a missão de escolher as vítimas dos golpes

O candidato do PRTB à prefeitura de São Paulo tem dito que só consertava computadores para o grupo.

O processo no qual o candidato à prefeitura de São Paulo Pablo Marçal (PRTB) foi condenado por furto devido à participação em uma quadrilha de fraude bancária desmente a versão dele de que apenas consertava computadores. Ele foi preso em 2005 durante a operação Pegasus, que desmantelou uma das maiores quadrilhas especializadas em invasão de contas bancárias pela internet.

Conforme relatou a Folha de S. Paulo, Marçal foi condenado a quatro anos e cinco meses de prisão em regime semiaberto pela Justiça Federal, mas a pena prescreveu em 2018.

Segundo a investigação da Polícia Federal, além de fazer a manutenção dos computadores do grupo, Marçal operava um programa que captava e-mails para envio de spams, usados para obter dados bancários das vítimas. Em depoimento, Marçal negou envolvimento direto na ação, alegando que apenas reiniciava o programa a pedido de outro integrante do grupo.

No entanto, o testemunho de um agente da PF contradiz a versão de Marçal. Questionado em audiência se o atual candidato à prefeitura de São Paulo sabia das atividades ilícitas da quadrilha, a testemunha afirmou que sim.

“Ah, sim. Sim. Inclusive tinha um…notebook, né, pra ele operar que foi fornecido pelo grupo”, disse. “Inclusive, o Pablo é… a indicação de que ele quer enviar, ele próprio enviar, isso demonstra que ele sabe enviar [os emails mandados pela quadrilha].”

A herança deixada pelo governo militar-miliciano de Bolsonaro, por Luís Nassif

Para contentar o apetite do mercado, o governo aceitou o mais daninho ataque à saúde pública, desde a industrialização do fumo: as bets.

Conversava com meu amigo Luiz Alberto Melchert, um sábio com múltiplos conhecimentos. E ele previa: é só começar a área fiscal a dar sinais de superávit, para o mercado pressionar para aumentar a taxa Selic e pegar o aumento.

Dois dias depois, de fato, parte do mercado, através da mídia, começou a pedir aumento de dois pontos na Taxa Selic.

O Brasil é o país da síndrome de Sísifo. Considerado o mais astuto de todos os mortais, Sísifo foi rei e fundador de cidades, conhecido por sua inteligência e por enganar diversas vezes os deuses. Sua punição, dada a ele por Zeus, foi rolar uma pedra pesada montanha acima, apenas para fazê-la cair toda vez que ele estava prestes a chegar ao topo. Esta tarefa eterna tornou-se o símbolo do absurdo e da inutilidade de algumas ações humanas.

O Brasil é a revanche de Sísifo: por aqui, ele puniu Zeus (o país) a eternamente empurrar a pedra para o alto do morro, para vê-la cair em seguida.

Qualquer arremedo de superávit será eternamente garfado pelo mercado através de uma lógica simples e bizarra.

Se a receita está crescendo, é porque a atividade econômica está crescendo.

Se a atividade econômica está crescendo, abre espaço para reajuste de preços e de pressão sobre a inflação.

Para prevenir, aumenta-se a taxa básica de juros, o mercado se apropria do crescimento da arrecadação e a pedra de Sísifo rola ribanceira abaixo novamente. Investimentos em infraestrutura, saúde educação, retomando o ciclo virtuoso do crescimento? Que nada. Apenas mais impostos no bolso do rentista.

Não apenas isso.

Para contentar o apetite do mercado, o governo aceitou o mais daninho ataque à saúde pública, desde a industrialização do fumo: as bets, os sites de apostas.

Tivemos uma pequena experiência quando houve a permissão para as máquinas eletrônicas de apostas e para os cassinos em centros urbanos. Houve uma epidemia de viciados perdendo bens, desestruturando as famílias. Mais que isso, os bingueiros passaram a dispor de um poder ilimitado sobre as polícias. Financiavam campanhas de deputados em troca da indicação de delegados amigos para sua área de atuação.

Como é uma atividade que atua no limite da legalidade, uma das pernas mais óbvias dos cassinos é a do financiamento de campanha de políticos aliados e o suborno.

*GGN

Ministério Público Eleitoral pede cassação do registro de candidatura de Pablo Marçal

O órgão também solicitou uma liminar contra Guilherme Boulos.

O Ministério Público Eleitoral (MPE) de São Paulo solicitou a cassação dos registros de candidatura de Pablo Marçal (PRTB) e Guilherme Boulos (Psol) à prefeitura da capital paulista, conforme relatou a coluna de Caio Junqueira na CNN nesta segunda-feira (19).

No caso de Marçal, o pedido se deve a abuso de poder econômico relacionado à forma como os vídeos da pré-campanha eleitoral dele foram utilizados. Segundo a promotoria, ele teria garantido ganhos financeiros a apoiadores para que divulgassem sua campanha. O MPE também afirmou que Marçal não teria declarado os meios de pagamento utilizados para recompensar os apoiadores e disse que ele distribuiu brindes com material de propaganda durante o Carnaval.

Guilherme Boulos, por sua vez, foi acusado de abuso de poder político e econômico, relacionado a um evento de 1º de Maio que contou com a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Contudo, na última sexta-feira (16), o juiz Antonio Maria Patiño Zorz negou a liminar solicitada pelo MP contra o candidato do Psol.

X, antigo Twitter, convoca reunião de emergência e encerra atividade no Brasil

Funcionários foram comunicados do desligamento após terem sido convocados para reunião de última hora neste sábado.

O X, antigo Twitter, anunciou o encerramento das operações no Brasil. O escritório funcionava no país desde 2012 e, atualmente, tinha cerca de 30 funcionários no país. A empresa chegou a ter mais de 100 trabalhadores no Brasil até ser comprada por Elon Musk, que, em novembro de 2022, fez a primeira demissão em massa.

Os funcionários foram informados do desligamento neste sábado após terem sido convocados para uma reunião no mesmo dia. “Avisaram num all hands (reunião geral) hoje, que foi marcado hoje. Um monte de gente nem viu o invite (convite da reunião)”, disse um funcionário, que prefere não se identificar, ao ICL Notícias. O anúncio foi feito pela CEO da empresa, Linda Yaccarino.

O X justificou a decisão como forma de proteção da equipe. “Falaram que estão ameaçando prender nosso time jurídico, então, para proteger a gente, vão fechar [o escritório]”, contou a fonte ouvida pelo ICL Notícias.

Após a reunião, o X afirmou em nota que o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes “optou por ameaçar nossa equipe no Brasil em vez de respeitar a lei ou o devido processo legal.”. A empresa divulgou uma ordem sigilosa de Moraes que prevê prisão por descumprimento de ordem judicial a representantes do X.

X: trabalhadores
Os trabalhadores ainda não foram informados sobre a indenização a que terão direito. O RH da empresa disse que conversará individualmente com cada um deles nos próximos dias. Os acessos ao sistema interno já estão sendo revogados.

“Silvio Santos foi a maior personalidade da história da TV brasileira”, diz Lula

Silvio Santos morreu neste sábado (17), aos 93 anos.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva usou suas redes sociais neste sábado (17) para lamentar a morte do comunicador Silvio Santos e ressaltar o seu legado para o Brasil.

Silvio Santos morreu neste sábado (17), aos 93 anos. Em 18 de julho de 2024, o comunicador foi internado no Hospital Albert Einstein, na capital paulista, para se recuperar de H1N1. Teve alta dois dias depois. Em 1º de agosto do mesmo ano, voltou a ser hospitalizado, segundo a assessoria de imprensa da emissora, para passar por exames de imagem.

Leia a íntegra do comunicado:

Sílvio Santos foi a maior personalidade da história da televisão brasileira, e um dos grandes comunicadores do país.

Carioca, filho de imigrantes, Senor Abravanel, seu nome de batismo, foi um empreendedor que iniciou sua vida como vendedor ambulante e construiu uma grande rede de TV e empresas dos mais diversos setores: financeiro, industrial e de comércio. Mas será sempre lembrado como Sílvio Santos, o rosto e a voz dos domingos de milhões de brasileiros e brasileiras, querido pelas suas “colegas de trabalho”, como carinhosamente chamava as telespectadoras.

Com seu talento e carisma lançou e deu apoio a muitos talentos da televisão, do humor e do jornalismo. Era uma das pessoas mais conhecidas e queridas do nosso país. Ao longo dos anos, nos encontramos em programas de TV, reuniões e conversas, sempre com respeito e carinho. A sua partida deixa um vazio na televisão dos brasileiros e marca o fim de uma era na comunicação do país.

Meus sentimentos e solidariedade para sua esposa, suas seis filhas, todos os familiares, amigos, trabalhadores de suas empresas e fãs pelo Brasil.

Governo Lula busca conciliação sobre emendas com Congresso e quer adiar regras impostas por STF

Técnicos veem dificuldade de cumprir todas as novas normas relativas a ‘emendas Pix’; Lula ainda dará aval a solução.

Com a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) de suspender a execução de emendas parlamentares impositivas até que haja maior transparência, integrantes do governo Lula (PT) trabalham em uma contraproposta que atenue a crise entres os Poderes.

Técnicos propõem que só valha a partir de 2025 parte das regras a serem aplicadas, por determinação do ministro Flávio Dino, às chamadas “emendas Pix”. Esse tipo de emenda tem baixa transparência, pois não é necessário apontar para qual área ou projeto será destinada a verba, aplicada direta no caixa das prefeituras.

A apresentação dessa contraproposta ainda depende do aval do presidente Lula. As sugestões devem ser apresentadas em reunião ministerial na segunda-feira (19).

A ideia de integrantes do governo é construir uma alternativa para ser apresentada quando Dino criar uma comissão de conciliação para discutir a implementação das novas regras —o que ainda não ocorreu.

Nas últimas semanas, Dino proferiu decisões suspendendo a execução de emendas parlamentares. O Congresso chegou a recorrer da decisão liminar e argumentou que não seria possível dar maior transparência aos recursos, mas a tentativa não prosperou. Na sexta-feira (16), o entendimento de Dino foi acompanhado por toda a corte.

As emendas são uma forma pela qual deputados e senadores conseguem enviar dinheiro para obras e projetos em suas bases eleitorais e, com isso, ampliar seu capital político. A prioridade do Congresso, porém, é atender seus redutos eleitorais, não as localidades de maior demanda no país. A aplicação desses recursos também já foi alvo de diversas denúncias de irregularidades.

Dentro do governo, o argumento usado por auxiliares do presidente é o de que, uma vez que já há recursos direcionados, algumas das normas estipuladas pelo magistrado são de difícil implementação este ano.

O governo já empenhou R$ 7,6 bilhões dos R$ 8,2 bilhões de verbas, no modelo vigente, disponíveis em 2024. Desse total, pagou R$ 4,4 bilhões, restando, assim, R$ 3,8 bi a liberar este ano. Este montante só poderá ser liberado a partir do fim das eleições municipais, em outubro.

Outro argumento em favor dessa postergação é o de que não haveria tempo hábil para atendimento de uma exigência do STF: a análise de cerca de 10 mil planos de trabalho de projetos herdados do governo passado e implementados pelas regras em vigor, sem transparência. Na avaliação de técnicos, essa tarefa exigiria cerca de 90 dias.

Além disso, há o temor de paralisação de obras que ainda não tenham sido iniciadas, mas cujos projetos e estudos para execução estejam em curso. Em sua decisão, Dino determinou a continuidade das ações em andamento.

Embora o presidente venha criticando publicamente o modelo de liberação de emendas em vigor, uma ala do governo tem recomendado cautela. O objetivo é não reforçar uma interpretação de que Lula tenha incentivado Dino a suspender a execução do Orçamento.

Lula afirmou, na sexta, que os parlamentares estão viciados no modelo. Ele havia chamado de “loucura” o volume de recursos nas mãos do Congresso, na quinta-feira (15).

Como a Folha mostrou, a cúpula do Congresso já vê uma suposta interferência de representantes do governo nas decisões de Dino, e articula um pacote de medidas mirando os dois Poderes.

Na sexta, mesmo dia em que o STF formou maioria para acompanhar o entendimento de Dino, o presidente da Câmara, o deputado Arthur Lira (PP-AL), deu encaminhamento a duas PECs (propostas de emenda à Constituição) que miram a atuação da corte.

Uma delas limita as decisões individuais de ministros do STF —texto já aprovado no Senado em 2023 e que estava parado na Câmara. A outra PEC permite que as decisões da Corte possam ser derrubadas pelo Congresso.

Parte do governo compartilha do receio de um revide do Congresso em votações de interesse do Planalto, mesmo que o governo não tenha interferido. E que, por isso, deve atuar para amenizar a crise.

Na quinta-feira, o ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais) afirmou à Folha que o governo busca uma solução em conjunto com o Congresso para as emendas parlamentares num esforço para minimizar atritos com o Legislativo.

O governo também atuou para postergar a implementação de regras definidas por Dino em relação a verbas cobiçadas pelos parlamentares, como as emendas de comissão e o resto a pagar das emendas de relator.

Em petição enviada ao magistrado do Supremo com pedido de esclarecimento, a AGU (Advocacia Geral da União) pediu que os recursos empenhados até agora relativos a estas duas modalidades de emenda sejam liberados —Dino havia mandado suspendê-los até que novas regras fossem aplicadas.

A justificativa é que os parlamentares enviaram os pedidos anteriores com base nas normas vigentes até então, guiadas por decisão anterior do STF, e que seria de difícil execução alterá-las agora porque o próprio Congresso já informou não ter as informações pedidas por Dino.

Na prática, o governo quer aplicar as novas diretrizes de transparência a partir do próximo ciclo de execução das emendas de comissão. Ainda restam cerca de R$ 5 bilhões dessa modalidade a serem aplicados neste ano.

Os recursos de comissão são enviados aos ministérios para serem encaminhados aos municípios pelos presidentes de colegiados temáticos no Congresso. Dino determinou que fique claro qual parlamentar pediu o envio de determinado recurso e qual seria a finalidade dele.

O Congresso argumenta que o remetente do dinheiro já está definido –sob pretexto, de que são as próprias comissões. O ministro do STF, por sua vez, entende que a destinação desse dinheiro é fruto de uma negociação entre parlamentares e quer a identificação do autor original.

Como mostrou a Folha, a Comissão de Integração Nacional e Desenvolvimento Regional da Câmara distribui verba bilionária de emendas conforme orientações repassadas por uma assessora de confiança do Lira, e com destino desconhecido por membros do próprio colegiado.

Nesta sexta, a AGU encaminhou a ministérios orientação para que se cumpra a determinação de Dino em outra ação, sobre as emendas impositivas. A pasta ressalva que só não deve ser interrompida a liberação dessas verbas relacionadas a obras que já tenham sido iniciadas ou em caso de calamidade pública.

Tarcísio fala em “ser muito duro” e “punir” Moraes após nova farsa contra o ministro

Governador de SP apoia investigação isolada da Corregedoria da Polícia Civil contra Alexandre de Moraes.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, defendeu nesta sexta-feira (16) a investigação isolada da Corregedoria da Polícia Civil para apurar um suposto vazamento de informações ligadas à segurança do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. A defesa de Tarcísio pela apuração isolada ocorre enquanto aliados bolsonaristas e a Folha de São Paulo intensificam ataques contra o magistrado, incluindo pedidos de impeachment e anistia para crimes relacionados à tentativa de golpe de Estado. A posição do governador, ex-ministro do governo Bolsonaro, alinha-se à estratégia bolsonarista de minar a imagem de Moraes, que tem sido alvo de falsas alegações de conduta inadequada.

Durante uma coletiva em São José do Rio Preto, Tarcísio afirmou: “É o que tem que ser feito. Há uma notícia de vazamento de informação privilegiada de acesso ao sistema e acesso não autorizado ou não oficial. E o que tem que ser feito é abrir investigação, apurar, verificar as responsabilidades e aplicar as penas devidas. Ser muito duro na aplicação de penalidade a quem infringiu normas de conduta”.

O vazamento, segundo o jornal, envolve a obtenção informal de dados pela equipe de segurança de Moraes para proteger o ministro e sua família de ameaças bolsonaristas, o que teria levado ao acesso supostamente indevido a sistemas de segurança pública de São Paulo.

Apesar da defesa de Tarcísio por essa investigação, a Procuradoria-Geral da República (PGR) já arquivou acusações mais amplas contra Moraes, que haviam sido baseadas nas reportagens fraudulentas de Glenn Greenwald. A PGR considerou que as ações de Moraes estavam dentro dos limites legais, relacionadas à segurança institucional e à proteção de sua família. Tarcísio, no entanto, segue apoiando uma apuração que parece isolada, enquanto a base bolsonarista continua pressionando por ações que têm pouca perspectiva de avanço.

Bolsonaro dobra a aposta e confirma presença em ato pelo impeachment de Alexandre de Moraes

Jair Bolsonaro é alvo de inquéritos relatados pelo ministro do STF.

Jair Bolsonaro (PL) confirmou sua participação na manifestação pró-impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, que será realizada na Avenida Paulista, em São Paulo, no próximo dia 7 de setembro. A informação foi dada por Bolsonaro ao jornalista Igor Gadelha, do portal Metrópoles.

A manifestação está sendo organizada pelo pastor-empresário Silas Malafaia e terá como pauta oficial a suposta defesa do “Estado Democrático de Direito”. Contudo, Malafaia e outros aliados de Bolsonaro, como o senador Magno Malta (PL-ES) e o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), prometem fazer discursos contundentes contra Moraes durante o evento.

Malafaia já havia antecipado que esperava a presença de Bolsonaro na manifestação, mas acredita que ele não fará um discurso direcionado ao ministro do STF. Isso se deve ao fato de Bolsonaro ser alvo de inquéritos relatados por Moraes, o que pode gerar complicações jurídicas.

De acordo com o pastor, a reserva da Avenida Paulista junto à Prefeitura de São Paulo foi feita há cerca de 10 dias, antes da publicação da reportagem da Folha de S. Paulo que apontou