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Após privatização, Eletrobras registra prejuízo e anuncia demissões

Gigante do setor elétrico divulgou primeiro balanço após ser privatizada e números mostram não só lucro menor no ano da venda, como prejuízo no último trimestre de 2022.

Segundo a Forum, a Eletrobras, maior empresa do setor elétrico da América Latina, registrou prejuízo logo após ser privatizada pelo governo Bolsonaro. Antes estatal, pelo fato de que o Estado brasileiro era o acionista majoritário, a companhia foi vendida ao capital privado em junho em 2022 por R$ 33,7 bilhões – à época era avaliada em R$ 67 bilhões – e agora o governo possui apenas um representante na direção da empresa, com 40% das ações.

Em balanço encaminhado aos investidores nesta terça-feira (14) – o primeiro após a privatização -, a Eletrobras informa que registrou lucro líquido de R$ 3,638 bilhões em 2022, índice que é 36% menor que os R$ 5,714 registrados em 2021. No último trimestre de 2022, isto é, logo após ser vendida, a empresa registrou prejuízo de R$ 479 milhões, enquanto no mesmo período em 2021, quando a companhia ainda era estatal, houve R$ 610 milhões de lucro líquido.

Segundo o informe, o lucro menor em 2022 e o prejuízo no último trimestre se deram por conta do Plano de Demissão Voluntária, encampado em dezembro de 2022 (6 meses após a privatização), pela provisão de R$ 2,5 bilhões para a Amazonas Energia e também “pela deflação ocorrida no período, que resultou em uma redução de R$ 1.675 milhões nas receitas de transmissão”.

O atual presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Junior, anunciou após a divulgação do balanço, em teleconferência com analistas, que até abril deverá ser encampado um novo Plano de Demissão Voluntária que atingirá 20% dos 14 mil funcionários da empresa.

Lula quer rever contrato

Durante encontro com jornalistas da mídia independente em fevereiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou o contrato de privatização da Eletrobras e anunciou que colocaria a Advocacia-Geral da União (AGU) para atuar com relação ao tema. Segundo o mandatário, a venda da empresa pelo governo Bolsonaro foi “quase que uma bandidagem”.

“Foi feito quase que uma bandidagem para que o governo não volte a adquirir maioria na Eletrobras. Nós, inclusive, possivelmente o advogado-geral da União, [ele] vai entrar na Justiça para que a gente possa rever esse contrato leonino contra o governo”, declarou.

O presidente disse ainda que o fato do governo possuir, atualmente, possuir 40% das ações da Eletrobras e só ter uma pessoa participando da direção da empresa é algo “irracional” e “maquiavélico”. “Nós não podemos aceitar. […] Se amanhã tiver interesse de comprar as ações, as ações para o governo valem 3 vezes mais do que o valor normal para outro candidato”, declarou, sinalizando que, “se a economia crescer”, seu governo pode vir a comprar ações para voltar a ser o acionista majoritário da gigante do setor elétrico.

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Rui Costa sobre ferramenta de espionagem da Abin: “Caso será levado à CGU”

Por fim, Dino declarou que o projeto em discussão na Câmara já passou pelo Senado e, aparentemente, vai ocorrer mudança por parte dos deputados e isso implica no retorno à avaliação dos senadores. Mesmo assim, ele disse esperar que a lei seja aprovada ainda neste ano.

O ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou ainda que “serão feitas mudanças de pessoas, de métodos e de práticas” para alinhamento com a legislação em vigor, assim que o novo diretor da Abin for aprovado pelo Senado.

O ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou nesta terça-feira (14/3) que “serão feitas mudanças de pessoas, de métodos e de práticas”, para “alinhamento com a legislação em vigor”, assim que a nomeação do novo diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Luiz Fernando Corrêa, for aprovada pelo Senado.

A declaração ocorreu após reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e ministros no Palácio do Planalto e se refere a uma notícia do jornal O Globo, que apontou que a Abin, hoje sob seu guarda-chuva, utilizava um sistema secreto de monitoramento, durante os três primeiros anos do governo de Jair Bolsonaro (PL). A ferramenta permitia monitorar os passos de até 10 mil proprietários de celulares a cada 12 meses, sem permissão.

Segundo a publicação, o programa oferecia a possibilidade de acessar o histórico de deslocamentos e até mesmo criar “alertas em tempo real” de movimentações de um alvo em diferentes endereços. A Controladoria-Geral da União (CGU) vai investigar o caso.

“É bom pontuar que a matéria se refere a 2021. Então, ao passado. O nome para a Abin foi indicado ao Senado e ainda não foi aprovado. Nós, assim que tivermos a nova direção da Abin, vamos reformular. O que eu posso dizer é que, sob nova direção, toda a lei será respeitada no trabalho da Abin”, disse Rui Costa.

Erros do passado

Em indireta a Bolsonaro, afirmou ainda que, “se algo foi feito no passado, no outro governo que não tem conformidade com a lei, isso será levado a quem é responsável, a CGU, aos órgãos de justiça, para que as providências cabíveis, que é a responsabilização devida, sejam feitas a quem praticou esses atos no passado”.

O ministro disse ainda que a “orientação do presidente é não gastar energia em cima disso”. “Todos os erros ou problemas que estamos encontrando, o que a gente faz é mandar para os órgãos a quem cabe fazer as correções, seja CGU, seja Ministério Público, hoje o Judiciário. Então, assim como foi no episódio das joias, todo material que tinha aqui, documentos, nós encaminhamos por solicitação da Polícia Federal e do Ministério Público aos órgãos competentes. E assim faremos nesse caso”, reforçou, fazendo referência ao episódio das joias ilegais endereçadas à família Bolsonaro apreendidas na Receita.

O ministro acrescentou que não quer transformar em agenda do dia “os problemas que aparecerem do passado”. “Temos muita coisa para fazer pelo povo brasileiro e não ficar se dedicando aos erros eventualmente cometidos no passado. Quem cuida disso são os órgãos competentes, CGU, Ministério Público, Ministério da Justiça, então a eles caberá analisar cada ato praticado pelos gestores anteriores”

*Com Correio Braziliense

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Tarcísio de Freitas, governador de SP, veta nome de Paulo Freire em estação do metrô

Na internet, políticos e movimentos sociais reagiram e classificaram atitude como “absurda”.

O Metrô de São Paulo, empresa comandada pelo governador bolsonarista Tarcísio de Freitas (Republicanos), decidiu mudar o nome de uma nova estação da linha-2-verde de Paulo Freire para Fernão Dias. A decisão foi tomada após o político de extrema direita assumir o comando do Palácio dos Bandeirantes.

Segundo informações da jornalista Mônica Bergamo, na Folha de S. Paulo, o Metrô afirma que tal mudança ocorreu depois de uma pesquisa com moradores da região onde será construída a estação. O levantamento teria sido concluído no final de 2022.

De acordo com a pesquisa do Metrô, 57% dos entrevistados declararam preferir o nome de Fernão Dias para a nova estação. Já o nome do educador Paulo Freire teve 29% da preferência. Em terceiro lugar ficou “Parque Novo Mundo”, com 14%, informa a Forum.

“O nome Paulo Freire era apenas provisório para a criação de referências nos projetos, até a confirmação pelas pesquisas”, declarou o Metrô em nota.

A nova estação da linha-2-verde será construída na avenida Educador Paulo Freire, na capital paulista, que fica próxima da rodovia Fernão Dias.

A imagem de Paulo Freire (1921-19997), que é considerado um dos maiores educadores do mundo e único brasileiro a ter uma obra – Pedagogia do Oprimido (1968) – citada em lista de leituras de universidades de língua inglesa, passou a ser fortemente atacada a partir da ascensão do bolsonarismo, movimento político do qual o governador Tarcísio de Freitas faz parte.

Por sua vez, o bandeirante Fernão Dias, que ficou conhecido com o “caçador de esmeraldas”, tem a sua história vinculada à exploração, escravidão e extermínio da população indígena.

A decisão do governador de São Paulo causou revolta entre políticos e movimentos sociais. O deputado estadual Simão Pedro (PT-SP) classificou como absurda a decisão do governo de São Paulo. “Absurdo! Tarcísio muda nome da futura estação do metrô da linha 2 de Paulo Freire, um dos maiores educadores do mundo, para Fernão Dias, notório assassino de indígenas”, afirmou.

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Luís Costa Pinto: Eis os 4 ases que Lula tem nas mãos para indicar ao STF. Decisão não está tomada

No momento, Lula dispõe de um jogo de qualidade memorável para seguir dando as cartas na mesa.

Um imenso blablablá parece ter incendiado o debate político em torno da indicação do próximo ministro do Supremo Tribunal Federal, aquele que vai suceder ao respeitável Ricardo Lewandowski, de cuja lhaneza e suavidade os meios jurídicos já se ressentem. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva não decidiu o nome que ocupará a vaga do magistrado que sai, de quem se falava aleivosias vãs e desqualificantes semelhantes àquelas assacadas hoje em dia contra Cristiano Zanin, um dos quatro ases de naipes diferenciados que estão sobre a mesa de jogo.

Foi dito por Lewandowski, com o objetivo de encilhar-lhe a atuação e tutelar sua independência, entre outras coisas, que não mereceria credibilidade porque Marisa da Silva, primeira-dama à época da indicação dele, trabalhara como babá na casa do futuro ministro do Supremo. Mesmo se verdadeiro, o fato não tinha o condão de tirar a dignidade de ninguém, muito ao contrário: conferia nobreza à trajetória biográfica de ambos. Também se disse que Lewandowski, hoje um nome saudado quase sem reservas em mesas jurídicas de amplo espectro, estava indelevelmente marcado por uma atuação indiscutivelmente pró-sindicalistas em sua passagem pela magistratura paulista.

Agora, dá-se de barato que o presidente já escolheu o jovem advogado Cristiano Zanin para a sucessão de Ricardo Lewandowski. Com formação jurídica consistente, vitorioso no embate titânico empreendido contra a 13a. Vara Federal de Curitiba, onde despachava um ex-juiz parcial e desqualificado chamado Sérgio Moro, e contra os procuradores antirrepublicanos da Força Tarefa da Lava Jato liderados por um pretensioso Deltan Dallagnol, Zanin tem todas as credenciais para ascender ao posto no STF. Porém, não está escolhido e não pode ser considerado favorito à indicação que sairá exclusivamente do rol de responsabilidades do presidente da República.

Lula joga esse carteado com uma quadra de ases e não decidiu ainda com qual deles começará a dar a linha de seu ambicioso e delicado relacionamento com o STF. Eis os ases:

• Pedro Serrano, o ás de Ouro. Até a vitória do atual presidente, para o 3° mandato, contra o ex-presidente, criminoso e boçal Jair Bolsonaro, Serrano era o nome que podia ser considerado “pule de dez” para a vaga de Lewandowski. Tinha o apoio do Grupo Prerrogativas, como outros, e a preferência de Roberto Teixeira, sogro de Zanin e pai de Waleska, advogada que atuou ao lado do marido em todo o processo vitorioso contra Moro e Dallagnol, e amigo de longa data de Lula. Jurista, considerado um corajoso defensor dos direitos e garantias individuais, é do naipe de Ouro porque segue firme entre as possibilidades e mantém o mesmo prestígio entre os integrantes do Prerrogativas e com Teixeira. É muito bem visto no STF.

• Manoel Carlos de Almeida Neto, o ás de Copas. Jovem advogado atuando hoje na área jurídica de empresa privada, foi o principal assessor jurídico de Ricardo Lewandowski no Tribunal Superior Eleitoral e no próprio STF. Construiu sólida confiança entre os demais ministros desses dois tribunais, e também do STJ, por ter sido decisivo na elaboração de votos, garantias primorosas- e isso marca a biografia do próprio Lewandowski. Manoel Carlos é o candidato do magistrado que sai. O Prerrogativas também o apoia, assim como diversos advogados avulsos com forte atuação em Brasília. Seu naipe é Copas porque, no momento, as virtudes de sua escolha decorrem de razões do coração da magistratura, que também o ataca por dentro por mera e desumana inveja.

• Cristiano Zanin, o ás de Paus. Além das razões já declinadas aqui, acima, o advogado de Lula na vitória contra a Lava Jato e o ativismo acintoso de Moro e Dallagnol detém o respeito de vasta parcela de políticos acusados pela Lava Jato. Mesmo adversários do atual presidente na luta política recorrem ou recorreram ao saber jurídico de Zanin e desejam tê-lo em sua defesa. Ser sabatinado no Senado por Moro, pelo ex-presidente Hamilton Mourão, pelos ex-ministros Damares Alves, Rogério Marinho e Ciro Nogueira é como se estivesse sendo anunciada uma nova Batalha de Itararé em Brasília. Irão constranger Zanin, porém podem terminar constrangidos e engolidos. O naipe dele é Paus porque, de todos, apesar de parecer o mais forte pelas razões evidentes de seu saber jurídico e de sua vitória contra a Lava Jato, parece um colosso erguido sobre palafitas… de pedaços de pau.

• Bruno Dantas, o ás de Espadas. Tão jovem quanto Manuel Carlos e Zanin, é advogado de carreira do Senado e atual presidente do Tribunal de Contas da União. Habilidoso entre políticos, respeitado entre juristas, bem assessorado na imprensa, ocupa os espaços corretos de poder e de opinião quando eles se descortinam. No Senado, sob sabatina, teria sob escrutínio uma hagiografia (história de anjos, de acertos, eivada de elogios) e não exatamente uma biografia jurídica. É do naipe de Espadas porque uma eventual indicação dele significaria um desarme absoluto do mindinho da baixa política contra o presidente Lula.

São esses os quatro ases deste momento. E são todos excelentes. Na próxima vaga no STF que se irá abrir em 2023, a da ministra Rosa Weber, o presidente da República porá outra jurista mulher. Branca ou negra, será uma mulher. No momento, Lula dispõe de um jogo de qualidade memorável para seguir dando as cartas na mesa. Não decidiu qual deles descarta agora, e quantos guardará para mais adiante: é possível que até 2026, dadas as condições de saúde deles, os ministros Luís Roberto Barroso e Kássio Nunes Marques abreviem suas passagens pelo STF para viverem em maior plenitude do que a pesada rotina do Supremo Tribunal lhes permite.

*Luís Costa Pinto/247

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Política

Consultoria aponta uso de robôs para legitimar discursos de Nikolas Ferreira

Consultorias digitais apontam uso de bots para impulsionar base de seguidores bolsonaristas do deputado Nikolas Ferreira.

As falas de cunho transfóbico do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) não renderam ao parlamentar apenas repúdio, reprimenda pública do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e denúncias ao Conselho de Ética da Câmara e ao Supremo Tribunal Federal (STF). Além de aliados e apoiadores do bolsonarista saírem em defesa do deputado mais votado do Brasil, ele ganhou milhares de seguidores nas redes sociais. Agências de consultoria digital, porém, apontaram o uso de robôs para impulsionar a base de fãs do parlamentar no mundo virtual.

O parlamentar e aliados se valem desse exponencial ganho de popularidade nas redes do deputado para justificar a ação em plenário, no Dia da Mulher, como opinião e uso da liberdade de expressão, tentando rechaçar a tese de fala transfóbica. A Vert.se Inteligência Digital, que analisou o rápido ganho de apoiadores do mineiro, aponta um aumento, no Instagram, de 90,1 mil seguidores no dia 9, seguinte à polêmica.

“Nikolas vem ganhando muitos seguidores em seu perfil nessa rede social, levantando a hipótese da utilização de robôs para aumentar sua base de fãs. Apenas nos últimos 10 dias foram somados mais de 176 mil usuários, valor consideravelmente alto para uma aquisição orgânica”, apontou o relatório da consultoria, obtido pelo Correio com exclusividade.

Segundo a CEO da Vert.se, Carol Zaine, a prática de usar bots para construir influência é comum entre influenciadores digitais e políticos. “Uma vez nesses canais, eles podem, sim, ter um papel muito parecido com o que conhecemos como os de influenciadores digitais, porém com uma responsabilidade pública muito maior”, explicou. “As ferramentas ainda falham com frequência na identificação de notícias e perfis falsos (bots), e muitos políticos usam desses artifícios para construir essa influência, que se inicia de maneira artificial, mas que, pelos algoritmos, acaba chegando na opinião pública, que legitima a ação ao compartilhar ou falar sobre o tema.”

Levantamento de outra empresa do ramo, a .Map, também aponta o uso de “perfis suspeitos” na base de apoio de seguidores de Nikolas e de postagens nas redes sociais. A empresa verificou ainda que, além dos perfis falsos, páginas de direita ligadas ao bolsonarismo e políticos de direita promoveram as postagens a favor do parlamentar. “Entre os diversos públicos que se manifestam nas redes sociais, a maioria condenou o discurso transfóbico do deputado Nikolas Ferreira. Somente perfis suspeitos e opinião pública de direita bolsonarista defenderam o deputado”, mostrou o relatório da .Map.

Mesmo com a hipótese de uso de robôs e perfis suspeitos, o repúdio às falas de Nikolas foi majoritário. No levantamento de Vert.se, por exemplo, as palavras “cassação” e “transfobia” apareceram repetidas vezes, além de termos negativos como “crime”, o que, segundo o texto, mostra “um claro sinal da repercussão negativa que teve o seu discurso”.

Reincidente

O nome de Nikolas não é relacionado à transfobia somente pelo episódio em plenário. Enquanto vereador em Belo Horizonte, o bolsonarista proferiu diversos ataques à Duda Salabert (PDT-MG), também eleita deputada federal nas últimas eleições. Logo após os ataques de 8 de março, o nome dela e o da deputada Erika Hilton (PSol-SP), ambas transexuais, também foram citados nas postagens na internet. As duas miram Nikolas Ferreira. Além de ter enviado uma das várias representações ao Conselho de Ética, Salabert protocolou junto ao STF uma notícia-crime acusando Nikolas de transfobia.

No campo das mídias digitais, Hilton lançou o site www.foranikolas.com. O endereço consiste em um abaixo-assinado para solicitar a cassação do mandato do atual deputado. A petição recebeu cerca de 150 mil assinaturas em apenas 24 horas. Até o começo da noite de ontem, estava em quase 300 mil.

A deputada federal Sâmia Bomfim (PSol-SP) entende que a ação de Nikolas faz parte de uma articulação de “temas-fantasmas” dentro do espectro bolsonarista e que a presença de Duda e Erika na Câmara tornaram o tema trans a bola da vez para os ataques. “Tem um pouco o intuito de aglutinar uma base social bolsonarista, eles se movimentam com isso, articulando temas fantasmas, criando factoides para seguir organizando essa base mais fanática”, comentou.

Apesar da pressão exercida pelo governo, e até de parlamentares mais ao centro, como Arthur Lira, juridicamente, há divergências sobre Nikolas ter cometido crime ou não. Segundo Miguel Pereira Neto, especialista em direito criminal, a conduta do deputado é grave e deve ser investigada, mas ele não viu crime na ação do mineiro.

Além disso, frisou que o congressista conseguiu visibilidade com os ataques. “Na verdade, o deputado conseguiu atingir seu intento. Em vez de ser enaltecida a mulher no dia em que se deveria celebrar a luta por inclusão, oportunidades, equidade e igualdade, a visibilidade, inclusive nos jornais, a visibilidade acabou sendo dedicada à fala discriminatória e transfóbica do parlamentar”, explicou.

*Com Correio Braziliense

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Clube Militar desafia posição do Comandante do Exército e agenda comemorações do 31 de março de 1964

Revista Sociedade Militar — O Clube Militar não se dobrará ao posicionamento do Ministro da Defesa e do novo Comandante Do Exército no que diz respeito a vetar as comemorações do 31 de março de 1964. A decisão de manter as Forças Armadas “caladas” esse ano foi tomada em conjunto pelo Ministro da Defesa e os comandantes do Exército Brasileiro, Marinha do Brasil e Aeronáutica, as 3 Forças singulares.

A instituição que congrega militares da ativa e militares da reserva mantém seus posicionamentos históricos e vai realizar na data comemorativa um almoço de confraternização. O custo para participação, incluindo comes e bebes, segundo apurado pela Revista Sociedade Militar, fica na faixa de 90 reais para sócios e convidados.

O Clube Militar, ao contrário do que muita gente pensa, não é uma instituição formada por militares da reserva. O corpo de sócios possui centenas de oficiais do serviço ativo e a diretoria da instituição tem procurado avançar na influência sobre os jovens oficiais assim que saem dos centros de formação

Na imagem abaixo, que mostra uma publicidade para o clube militar, exposta na própria página do exército brasileiro, percebe-se que a força terrestre incentiva a associação dos oficiais logo que se formam nas academias.

O Clube foi uma das primeiras instituições privadas recreativas a conquistar o direito de descontar as mensalidades dos associados por consignação. Ou seja, os valores saem direto do sistema de pagamento dos militares do exército para os cofres da instituição.

Informações sobre as comemorações do 56º aniversário do movimento democrático militar de 31 de março.

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Governo decide apoiar outras CPIs para esvaziar a de 8 de janeiro

Temor é de que essas investigações possam tirar do holofote a agenda positiva que o Planalto pretende implementar nos próximos meses.

CNN – Após semanas lutando contra a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre os atos criminosos de 8 de janeiro, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decidiu apostar em outra solução: apoiar a instalação de outras CPIs para tentar esvaziar a investigação encampada pelos aliados de Jair Bolsonaro (PL).

Neste início de ano, diversos parlamentares – do governo e da oposição – anunciaram a intenção de pedir a abertura de CPIs. Embora apoie algumas delas, o governo teme que essas investigações possam tirar do holofote a agenda positiva que o Planalto pretende implementar nos próximos meses.

O Planalto também avalia que as CPI possam tumultuar o ambiente político no Congresso e prejudiquem a tramitação de propostas de interesse do Executivo, como a reforma tributária. Por isso, adota a medida de apoiar CPIs com cautela.

Quanto à eventual CPI sobre 8 de janeiro, o argumento do Palácio do Planalto é que as autoridades competentes – Ministério Público e Polícia Federal – já têm feito as investigações necessárias e que a comissão só serviria de palco para a oposição ao governo fazer acusações em relação ao ministro da Justiça, Flávio Dino, e ao presidente Lula.

O pedido da CPI, articulado pela senadora Soraya Thronicke (União Brasil-MS), vive um impasse.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), aliado de Lula, afirma que ela tem que revalidar as assinaturas coletadas por estarem agora em uma nova legislatura.

Soraya alega não ter como fazer isso no sistema e, nos bastidores, fala-se numa busca de o governo tentar atrasar o processo, bem como de demover os senadores de continuarem apoiando a medida.

Tentando driblar a dificuldade e ampliar a participação dos parlamentares, partidos de oposição conseguiram, nas últimas semanas, formalizar um pedido de abertura da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro, que seria composta por senadores e deputados.

O andamento deste pedido também depende de Rodrigo Pacheco.

Se no início os aliados de Lula chegaram a defender a instauração de uma CPI para investigar o ato de janeiro promovido por apoiadores de Jair Bolsonaro, agora o governo tem orientado seus aliados a se manterem distantes do assunto.

CPI da Americanas e CPI das Joias

Mesmo assim, na semana passada, com o apoio de mais de 50 deputados de partidos da base de apoio ao governo, o líder do PP, deputado André Fufuca (MA), formalizou o pedido de abertura de uma CPI para investigar o caso de suposta fraude contábil da Americanas.

O PT, do presidente Lula, também deu início à coleta de assinaturas para uma Comissão Parlamentar de Inquérito. No caso, para investigar o episódio das joias dadas à família Bolsonaro.

A ideia é ter um discurso incômodo para os aliados do ex-presidente em meio às iniciativas da oposição.

O pedido ainda não atingiu o número mínimo exigido para o protocolo desse tipo de proposição.

Há ainda mais um pedido de CPI de partidos formulado por um deputado da base do governo.

O líder do PSB, Felipe Carreras (PE), está no processo de colher assinaturas para abertura da CPI das apostas esportivas.

A iniciativa tem como base a investigação aberta pelo Ministério Público de Goiás envolvendo uma suposta manipulação de resultados por parte de atletas da Série B do campeonato brasileiro de futebol.

A oposição na Câmara, por outro lado, tem se mobilizado para pedir a abertura de uma CPI sobre as invasões de terra promovidas pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), organização que é mais ligada ao espectro político de esquerda.

O deputado federal Tenente-Coronel Zucco (Republicanos-RS) busca as assinaturas necessárias para formalizar o pedido junto à Casa.

Até o momento, o único pedido formalizado na Câmara dos Deputados é o da CPI da Americanas.

Os outros ainda estão em fase de coleta de assinaturas – é necessário o apoio formal de pelo menos 171 deputados.

No Senado, Plínio Valério (PSDB-AM), de oposição ao governo, pediu a instalação de uma CPI para investigar organizações não governamentais que atuam na região amazônica.

O senador já conseguiu mais do que as 27 assinaturas mínimas e protocolou o pedido.

O tucano aguarda apenas a leitura em plenário do pedido de abertura da comissão por Pacheco, o que não tem previsão para acontecer.

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Sob Bolsonaro, Petrobras investiu menos e distribuiu 6 vezes mais dividendos

Política de venda de ativos e foco no pré-sal, que deu lucros recordes à estatal, será alterada pelo governo Lula.

Nicola Pamplona*

Nos quatro anos de governo Jair Bolsonaro (PL), a Petrobras acumulou um lucro de R$ 358,3 bilhões, em valores corrigidos pela inflação, o que levou a empresa a distribuir um total de R$ 289 bilhões em dividendos, quase seis vezes mais do que a média dos últimos quatro governos.

A estratégia de concentrar atividades no pré-sal e vender ativos em áreas consideradas não prioritárias agradou o mercado financeiro, mas se tornou alvo de críticas de sindicatos e da então oposição, que agora no governo promete mudar o foco da companhia.

Segundo levantamento feito por Einar Rivero, da TradeMap, o lucro acumulado pela Petrobras no governo Bolsonaro é 2,6 vezes a média dos últimos quatro governos, já considerando a inflação do período —a conta soma os resultados do início do segundo mandato de Dilma Rousseff e dos anos Michel Temer.

Com a promessa de gerar valor aos investidores, a estatal distribuiu 5,8 vezes mais dividendos e caiu nas graças do mercado financeiro ao se tornar uma das empresas que melhor remuneram acionistas no mundo.

O valor distribuído representa 80% do lucro total da companhia. A maior relação em gestões anteriores foi observada no primeiro governo Dilma, quando a empresa retornou aos acionistas valor equivalente a quase metade do lucro.

A relação entre os elevados dividendos e o baixo investimento, que equivaleu a apenas um terço da média dos últimos quatro governos, é um dos principais alvos de crítica do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e seus aliados.

“A Petrobras, ao invés de investir, ela resolveu agraciar os acionistas minoritários com R$ 215 bilhões, tendo um lucro de R$ 195 bilhões. E quanto foi o investimento da Petrobras? Quase nada”, criticou o presidente da República, após a estatal anunciar o maior lucro da história das companhias abertas brasileiras.

A estratégia de vender ativos e priorizar investimentos no pré-sal foi iniciada ainda na gestão Michel Temer, que substituiu Dilma Rousseff após o impeachment de 2016, e reforçada após a posse de Bolsonaro.

Crítico do que chamava de timidez da gestão Pedro Parente quando era conselheiro da companhia, Roberto Castello Branco, o primeiro presidente da Petrobras sob Bolsonaro, iniciou sua gestão anunciando que aceleraria as vendas de ativos e prometendo melhor retorno aos acionistas.

Nos quatro anos de Bolsonaro, segundo o pesquisador do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) Cloviomar Carneiro, a estatal fechou 64 operações de vendas de ativos, com valor total de US$ 33,9 bilhões (R$ 177 bilhões, pelo câmbio atual).

Na gestão Temer, foram 15 operações, somando US$ 17,6 bilhões (R$ 92 bilhões). Com Dilma, foram 16 operações, a US$ 8,3 bilhões (R$ 43 bilhões).

Carneiro destaca que os argumentos para as vendas também variaram: com Dilma, eram a redução do endividamento da companhia, que atingiu seu maior patamar histórico; Temer incluiu a abertura de mercado para empresas privadas; e Bolsonaro, quis, além dos dois, concentrar o foco no pré-sal.

O diretor-técnico do Ineep (Instituto Nacional de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás e Biocombustíveis), Mahatma dos Santos, pondera que a comparação de dados financeiros entre os diferentes governos pode ser distorcida por questões conjunturais.

Mas que, do ponto de vista de gestão, a Petrobras nos governos petistas ampliou investimentos e o endividamento após a descoberta do pré-sal, que demandou pesados aportes e plataformas e infraestrutura logística.

A dívida da empresa atingiu seu maior patamar nos quatro anos divididos entre Dilma e Temer, quando bateu a média de R$ 531 bilhões segundo o levantamento da TradeMap.

Nesse período, a Petrobras teve prejuízo acumulado de R$ 38,1 bilhões, com o reconhecimento de perdas com depois investigados pela Operação Lava Jato que acabaram não saindo do papel, como o Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro), por exemplo.

Além dos investimentos elevados e das perdas com corrupção, porém, contribuiu para a deterioração financeira da companhia o represamento dos preços dos combustíveis, principalmente às vésperas da campanha pela reeleição de Dilma em 2014.

A então presidente da Petrobras, Graça Foster, passou o ano tentando elevar os preços para manter a dívida dentro do esperado, mas quem decidia era o ministro da Fazenda Guido Mantega, que só autorizou aumento após o segundo turno.

Com uma política de preços mais alinhada às cotações internacionais, a venda de ativos e a redução do investimento nos anos seguintes, a dívida caiu a R$ 378 bilhões, em média, durante a gestão Bolsonaro.

“A Petrobras saiu de uma empresa que tinha um projeto estratégico nacional, de forte incidência na dinâmica produtiva brasileira para uma empresa menor, com patrimônio menor, com restrições de investimentos e que não olha mais o setor energético de forma integrada”, diz.

O Ineep é ligado a sindicatos e defende a retomada dos investimentos pela empresa. Para Santos, o modelo da última gestão “coloca em risco a sustentabilidade operacional e financeira” da empresa, já que investimentos no setor têm longo prazo de maturação e o mundo caminha para a transição energética.

Os primeiros movimentos do governo atual no sentido de diversificar os investimentos, porém, têm sido recebidos com cautela pelo mercado. Nesta semana, por exemplo, a Petrobras anunciou parceria com a norueguesa Equinor para estudar a construção de usinas eólicas marítimas no país.

A resposta de investidores, que questionam o elevado custo desses projetos e seu impacto nos dividendos, levou o presidente da estatal, Jean Paul Prates, a gravar um vídeo afirmando que é um processo ainda embrionário, que requer estudos e que só será levado adiante se fizer sentido econômico.

Em sua primeira teleconferência com analistas, Prates já havia tentado tranquilizar analistas sobre a retomada dos investimentos, dizendo que a empresa só aportará recursos em projetos rentáveis e após amplo debate. “Se alguém tem dúvida disso, vamos ter que provar que é bom ser sócio do governo.”

*Nicola Pamplona/Folha

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Ajudante de ordens do Planalto se envolveu em outras polêmicas de Bolsonaro, além do caso das joias; veja quais

Pelo ex-presidente, o assessor direto já foi denunciado, teve complicações por interferências, atos antidemocráticos e até “demissão”.

De acordo com O Globo, as tentativas do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) de reaver as joias avaliadas em R$ 16,5 milhões apreendidas pela Receita Federal trouxeram novamente à tona o trabalho do ajudante de ordens e tenente-coronel Mauro César Barbosa Cid. O ajudante de ordens é um secretário particular em tempo integral, uma espécie de braço direito do presidente, um faz tudo: carrega celulares, recepciona visitas, anota as demandas e atende pedidos pessoais do chefe do Executivo.

No caso de Cid, o papel dele extrapolou suas funções, tornando-se um conselheiro de Bolsonaro, o que chegou a causar ciumeira no Palácio do Planalto. Cid é um dos integrantes da equipe que viajou com ex-presidente para os Estados Unidos, dois dias antes de terminar o mandato.

A proximidade com Bolsonaro fez Cid participar dos “rolos” do ex-presidente e acabou sendo alvo de pedido de indiciamento da Polícia Federal e convidado a prestar depoimento no inquérito dos atos antidemocráticos.

Confira abaixo os principais “rolos” do tenente-coronel Mauro Cid.

Joias

O ajudante de ordens foi autor do ofício entregue por um assessor dele, o sargento da Marinha Jairo Moreira da Silva, no dia 29 de dezembro de 2022, no escritório da Receita Federal do Aeroporto de Guarulhos, para tentar reaver as joias que seriam presente do governo da Arábia Saudita a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.

As câmeras de segurança registraram o momento em que Jairo fala com o supervisor da alfândega em Guarulhos. Na gravação é possível ver que o militar liga para Mauro Cid e chega, inclusive, a tentar passar o telefone para o auditor da Receita, para que o assessor de Bolsonaro negocie ele mesmo a liberação das peças. O auditor, então, diz que não pode falar ao telefone e explica o procedimento oficial para liberação de objetos apreendidos. Depois de novas tentativas infrutíferas, o assessor do braço direito de Bolsonaro vai embora.

A relação do ajudante de ordens no caso é um dos pontos que pode comprovar que o ex-presidente sabia e também atuava para tentar ficar com o estojo com colar, anel, par de brincos e um relógio de diamantes da marca Chopard.

Atos antidemocráticos

Em 2020, Mauro Cid foi chamado para prestar depoimento no inquérito dos atos antidemocráticos aberto pelo STF, após a Polícia Federal encontrar mensagens trocadas entre o ajudante de ordens e o blogueiro Allan dos Santos. Santos havia escrito que era a favor da intervenção das Forças Armadas, e Cid respondeu: “Opa”, o que foi o suficiente para ser chamado para depor.

Informações falsas

O braço direito de Bolsonaro também foi alvo de pedido de indiciamento da Polícia Federal (PF), junto com o ex-presidente. Segundo a PF, eles cometeram o delito de incitação a crime sanitário por estimular as pessoas a não usarem máscaras. O inquérito foi aberto a pedido da CPI da Covid por causa de uma “live” na qual o ex-presidente fez uma associação falaciosa entre o uso da vacina contra o coronavírus ao vírus da Aids. Cid foi apontado como responsável pela produção do material divulgado pelo presidente.

O relatório final da PF foi encaminhado ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, mas deve ser analisado agora na primeira instância porque Bolsonaro perdeu o foro privilegiado ao deixar a Presidência.

Pagamentos em dinheiro vivo

Investigações sob o comando do STF apontam que Mauro Cid pagava contas do clã presidencial em dinheiro vivo. Entre as contas pagas pelo ajudante de ordens, estão faturas de cartão de crédito adicional emitido no nome de Rosimary Cardoso Cordeiro, funcionária do Senado Federal e amiga próxima de Michelle. A investigação, que corre sob sigilo, apontou que era Michelle quem usava o cartão adicional de Rosimary, o que foi reconhecido por Bolsonaro.

Mauro cid é suspeito de operar “caixa paralelo” nos saques de recursos dos cartões corporativos. A Polícia Federal, que conduz a investigação, aponta que parte dos recursos usados vinha de saques dos cartões corporativos do governo. Os investigadores mapearam saques e pagamentos feitos por Cid na agência do Banco do Brasil que funciona no Planalto.

Elo com apoiadores radicais

A mesma investigação aponta ainda que Cid atuava como elo entre Bolsonaro e apoiadores radicais que organizavam a “militância bolsonarista nas redes”. O blogueiro Allan dos Santos, que teve a prisão decretada por Moraes e vive nos Estados Unidos, é um dos nomes apontados como contatos mais frequentes do ajudante de ordens do ex-presidente.

Bolsonaro também aparece como interlocutor em mensagens e teria gravado áudios que indicam que ele tinha conhecimento de que seu Mauro Cid era quem dava as ordens ao “exército digital” nas redes.

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Vídeo: Ana Paula Renault sofre ameaças após briga com deputado bolsonarista

Ex-bbb relatou que começou a sofrer ameaças após divulgação de vídeo.

Após protagonizar uma discussão acalorada dentro de um avião, Ana Paula Renault afirma que está recebendo diversas ofensas e ameaças de apoiadores de Nikolas Ferreira, deputado federal.

Ela conta ainda que resolveu se colocar contra o deputado, após vê-lo fazer chacota com mulheres transexuais, no Dia das Mulheres, quando subiu no plenário usando uma peruca loira.

“O avião decolou e fiquei em silêncio. Eu já estava inserida nessa história. Não é questão de biscoitar nas redes sociais, eu sou jornalista. Se ganhei seguidores, foi por conta da minha participação no Big Brother Brasil. Só entrar no meu perfil e as publicidades que faço. Meu dinheiro vem a partir do meu trabalho como jornalista”, disse ela em entrevista ao Notícias da TV.

Ana Paula ainda conta que precisa se posicionar sobre esses assuntos, pois é uma aliada da comunidade LGBTQIAPN+. “Não podemos nos esconder mais. Está sendo difícil, está sendo fod*. Eu não precisava ter feito isso. Mas fiz por todas as mulheres, todos os LGBTQIAPN+, todas as pessoas que já se sentiram menosprezadas”, falou.

Confusão à bordo

Segundo o deputado Nikolas Ferreira, a ex-bbb teria o seguido depois do desembarque, essa versão também é negada por Ana Paula Renault.

“Mentira. Pode perguntar para quem estava lá. Eu saí primeiro do avião, tenho provas nos meus Stories. Eu fui direto pegar uma carona em um carro de aplicativo. Ele continua mentindo, mesmo com o vídeo. Posso sim ter chamado ele de pivete e de filho da put*, mas, para mim, isso é normal. Mas retiro o pivete. Quando você fala que um homem é um moleque, você retira toda a responsabilidade, e ele tem responsabilidade. Responsabilidade pelo crime que ele cometeu. Ele é um adulto, um parlamentar que precisa respeitar todas as leis”, desabafou.

Ainda segundo Ana Paula, a maioria que estava no avião, ficou contra ela, e a favor do deputado bolsonarista. “O senhor saiu do fundo do avião e disse: ‘Se baterem em mulher, vão ter que bater em um idoso’. Depois uma mulher da minha idade disse: ‘Eu não acredito que vocês estão fazendo isso com ela'”, disse.

Para a apresentadora, por eles estarem em um ambiente em que a maioria das pessoas têm mais dinheiro, o discurso preconceituoso de Nikolas é bem aceito.

“As pessoas dizem: ‘Se eram 200 pessoas contra uma, você não acha que está errada?’. Não, não acho. Qual brasileiro tem dinheiro para usar avião como transporte? Que tipo de brasileiro frequenta aeroportos?”, questiona a ex-bbb. “Apenas pessoas privilegiadas que apoiam esse tipo de preconceito, porque no fundo elas têm medo, sabem que são medíocres e que não superiores a ninguém”.

Sobre as ameaças quem vem recebendo em suas redes sociais após publicar o vídeo, Renault garantiu que medidas judiciais serão tomadas. “Faremos boletim de ocorrência contra todas as agressões e ameaças, não ficará impune. Rede social não é terra de ninguém”, contou.

*Com Correio Braziliense

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