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Política

Cegonheiros e transportadores de combustíveis iniciam paralisação hoje

Transportadores de carros e de combustíveis decidiram parar os caminhões em suas bases e não fazer novas viagens a partir de hoje. Em comunicado divulgado ontem, as empresas afirmaram que o aumento dos combustíveis anunciado pela Petrobras inviabilizou o frete e que, até que as condições financeiras sejam restabelecidas, a frota ficará parada.

A orientação para quem estiver com cargas em andamento é que terminem as entregas e voltem para as bases. O assessor executivo da presidência da Confederação Nacional de Transportadores Autônomos (CNTA), Marlon Maués, diz que se trata de uma paralisação técnica, sem bloqueios nas estradas. “O aumento fez com que o sistema entrasse em colapso”.

Wagner Jones Almeida, outro assessor da CNTA e empresário do ramo de transporte de combustível, também confirmou as paralisações na sua área. “Já havia uma defasagem nos preços do frete de 24% a 25%. O novo aumento inviabilizou o custo, pois as empresas já não aceitavam reajustar os valores”, disse. “Agora piorou.

” Nesta quinta-feira, 10, após 57 dias, a Petrobras anunciou aumento de 25% do diesel e de 19% da gasolina. O reajuste vale a partir de hoje. Com a escalada dos preços do petróleo por causa da guerra entre Rússia e Ucrânia, a estatal não conseguiu segurar os reajustes. Ainda assim, o preço no mercado interno está bem abaixo do avanço da commodity no mercado internacional.

“O que temos de ter em mente é que não parou por aí. Daqui a pouco vem mais 11% de reajuste”, disse o presidente da Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores (Abrava), Wallace Landim, o Chorão. Para ele, essa não é uma pauta só dos caminhoneiros, mas de toda a sociedade. “Como ocorreu em 2013, com as passagens de ônibus, chegou a hora de toda população protestar, pois isso vai acabar no bolso de todo consumidor.”

Ele explica que, com os aumentos sendo repassados para o frete, todos os produtos vão encarecer nos supermercados, lojas e shoppings. Questionado sobre uma paralisação apenas dos caminhoneiros, ele diz que isso pode ocorrer de uma forma natural, mas não orquestrada – como os cegonheiros e transportadores de combustível. “Ou seja, com o aumentos dos custos, muitas viagens podem se tornar inviáveis economicamente. Ninguém vai trabalhar no prejuízo.”

Para Maués, da CNTA, está se criando uma equação semelhante à de 2018, quando houve a greve dos caminhoneiros. “Hoje há um descontentamento geral com a situação, seja por parte das transportadoras, agronegócio e outros agentes da sociedade.” Além dos caminhões, lembra ele, colheitadeiras, trens e ônibus também usam diesel. Portanto, segundo ele, o movimento contrário aos aumentos deve ser em conjunto com toda a sociedade. “O caminhoneiro não pode ser usado como massa de manobra.”

*Com Uol

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Política

Deputado que pediu urgência a PL pró-mineração tem crédito de R$ 80 mil com chefe de mineradora

O deputado federal Adolfo Viana (PSDB-BA) declarou à Justiça Eleitoral que tem um crédito de R$ 80 mil com o diretor de um dos principais grupos de mineração da Bahia. O congressista é um dos autores do requerimento de urgência ao PL 191/2020, que libera a mineração em terras indígenas, aprovado pela Câmara dos Deputados, na noite de quarta-feira (9).

De acordo com a prestação de contas de Viana nas eleições de 2018, registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ele emprestou a verba a Luis Henrique de Araújo Almeida, atual diretor de Novos Negócios do Grupo NovaVia, que atua nos mercados de pedra britada e solos.

Um dos itens da declaração de bens do deputado chama a atenção por ter exatamente do mesmo valor que emprestou ao executivo. Ele afirma que, à época, possuía R$ 80 mil em espécie. Procurado, o deputado não respondeu se a dívida já foi quitada e a razão de ter sido contraída.

O Grupo NovaVia é formado pelas empresas Pedreiras Parafuso e Paisartt Construtora, da qual Almeida consta como administrador no sistema de consulta do Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) da Receita Federal. Leia a íntegra do documento extraído do site.

O grupo exibe um amplo portfólio de clientes em seu site oficial. Entre eles, estão empresas e órgãos públicos, como Infraero Aeroportos, Petrobras e Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT).

A NovaVia também diz atender as principais empreiteiras brasileiras, como a OAS Empreendimentos, Andrade Gutierrez, Odebrecht, Gafisa, Cirella e Queiroz Galvão. A sede do grupo fica em Simões Filho, no interior da Bahia.

Líder do PSDB

Desde o início de 2022, o deputado Adolfo Viana lidera a bancada do PSDB na Câmara dos Deputados. Ele está em seu primeiro mandato na Casa. Antes disso, foi deputado estadual na Assembleia Legislativa da Bahia (Aleba) por dois mandatos seguidos.

Viana é um dos signatários do pedido de urgência ao lado dos seguintes deputados: Ricardo Barros (PP-PR), Altineu Côrtes (PL-RJ), André Fufuca (PP-MA), Elmar Nascimento (União Brasil-BA), Vinicius Carvalho (Republicanos-SP), Marcelo Moraes (PTB-RS), Luis Miranda (União Brasil-DF), Sebastião Oliveira (Avante-PE) e Euclydes Pettersen (PSC-MG).

Requerimento aprovado

O plenário da Câmara dos Deputados aprovou, na noite de quarta-feira (9), o requerimento de urgência para tramitação da proposta que libera a exploração mineral em terras indígenas. Foram 279 votos favoráveis à ideia e 180 contrários, em um placar precedido por uma série de protestos puxados pelo cantor Caetano Veloso, entre outros atores sociais que, durante o dia, pediram a rejeição da pauta. Três parlamentares se abstiveram.

*Com Brasil de Fato

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Política

Emir Sader: “Posição da China na guerra pode acelerar declínio dos EUA”

O sociólogo Emir Sader analisou a situação de Rússia, Estados Unidos e China, as principais potências mundiais, diante do conflito na Ucrânia.

Na avaliação de Sader, a posição de equilíbrio adotada pela China, de condenar a guerra, mas também as sanções contra a Rússia, aponta que os chineses vão sair ganhando em termos políticos e diplomáticos. “Eles estão acelerando o declínio americano”.

O sociólogo fez avaliação oposta da situação dos Estados Unidos. “A postura do Biden (Joe, presidente) só favorece o Donald Trump”, disse.

“Uma pesquisa mostrou que 66% da população americana acham que se o presidente fosse o Trump, os Estados Unidos não teriam se envolvido na guerra, pois ele se entenderia com o Putin (Vladimir, presidente russo)”, revelou.

Apesar de considerar que a tendência nos EUA pode ser a radicalização da direita, Sader não crê que o mesmo aconteça no Brasil, em caso de vitória de Lula (PT).

“Mesmo com muitos militares em cargos nesse governo, não acho que isso possa ter consequências maiores. Eu queria saber onde estão esses 8 mil militares. É impressionante. Acredito que eles vão querer ficar quietos para ver se continuam lá. Mas, de qualquer forma, seria importante a eleição de Lula no primeiro turno”, analisou.

Ele destacou, ainda, que, apesar dos desgastes e possíveis represálias internas, Vladimir Putin não está sendo derrotado no conflito na Ucrânia.

China pode intensificar parceria com América Latina

Sader acredita que a China, até pela aliança com a Rússia, pode ser um aliado ainda mais importante para a América Latina, principalmente se Lula vencer as eleições.

“Com a volta do Brasil ao BRICS, a China pode oferecer maior colaboração econômica. Mas o mais importante é que essas forças articulem um modelo alternativo ao neoliberalismo”, acentuou.

Sader não vê possibilidade da 3ª Guerra Mundial

O sociólogo declarou que não vê nenhuma chance de 3ª Guerra Mundial, pois Rússia e Estados Unidos têm armas nucleares. “Os dois podem se destruir. Daí a ideia de Guerra Fria”, que fica na ameaça, mas não avança.

*Com Forum

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Política

O passado garimpeiro de Bolsonaro – e o perigo que essa paixão representa para a Amazônia

Em momentos de folga, Jair Bolsonaro costuma estacionar perto de algum rio, arregaçar a barra da calça e entrar na água. Leva junto um jogo de peneiras e uma bateia, recipiente com fundo cônico usado para revolver água e cascalho, que carrega no carro. Ele vai em busca de ouro. “Sempre que possível eu paro num canto qualquer para dar uma faiscada”, disse ele em um vídeo que gravou para garimpeiros, de julho deste ano. “Faiscar” é o ato de procurar metais preciosos. Ele já expressou algumas vezes que “garimpo é um vício, está no sangue” – apesar de não ter permissão para isso.

Não é à toa que Bolsonaro é entusiasta da atividade: o garimpo já ajudou no sustento da família. Seu pai, Percy Geraldo Bolsonaro, foi um dos garimpeiros de Serra Pelada. O próprio Jair esteve lá, como o próprio presidente eleito afirmou no vídeo citado acima. Os representantes do clã Bolsonaro se juntaram aos mais de 100 mil garimpeiros que buscavam fortuna fácil na selva do Pará nos anos 80. Mais de 56 toneladas do metal precioso foram encontrados na região.

Eleito presidente, Bolsonaro sinaliza que irá ceder aos apelos dos garimpeiros, diminuindo restrições ambientais e liberando o garimpo em terras indígenas ou quilombolas. Ele também disse que quer flexibilizar a legislação que regula a exploração econômica de áreas verdes preservadas, como na Amazônia.

Garimpeiros que ainda hoje vivem na região de Serra Pelada dizem que o pai de Jair, que atuava como dentista protético sem diploma no interior de São Paulo, foi garimpeiro no começo da década de 1980, no auge da corrida do ouro. “O povo mais antigo lembra do pai do Bolsonaro por aqui, já faz muito tempo. Agora recentemente um dos filhos dele veio nos visitar durante a campanha”, me disse José Henrique Botelho Marques, 62, um dos diretores da Cooperativa de Mineração dos Garimpeiros de Serra Pelada, que representa cerca de 40 mil garimpeiros.

Marques se mudou do Maranhão para Serra Pelada em 1982, após ouvir falar das facilidades em encontrar metais valiosos no local. Ele calcula ter recolhido cerca de um quilo de ouro em um ano – o equivalente a R$ 148 mil em valores atuais. “Isso foi pouco. Imagina quem pegou uma tonelada, 700 quilos…”, compara.

Em julho, Jair Bolsonaro recebeu em mãos um abaixo-assinado de mais de 500 garimpeiros de Serra Pelada, que pedem o fim das restrições ambientais que proíbem o trabalho de garimpo mecanizado em uma área de 100 hectares que compreende a antiga mina.

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Os signatários sonham com a possibilidade de uma nova corrida pelo ouro e acreditam que a antiga mina, submersa desde 1992, ainda guarda toneladas do minério e seus derivados abaixo de 190 metros de profundidade. De acordo com a Cooperativa dos garimpeiros, o máximo alcançado até agora foram 150 metros.

“O garimpeiro é um ser humano e não poder continuar sendo tratado como algo de terceira ou quarta categoria. Se Deus quiser, vamos buscar meios para que vocês possam trabalhar com dignidade e com segurança”, disse Bolsonaro ao receber o abaixo-assinado.

É impossível precisar o número de garimpeiros que atuam de modo ilegal no país – a estimativa é entre 80 mil e 800 mil. Eles se concentram em regiões ermas, em terras indígenas preservadas, muitas vezes só acessíveis por helicóptero ou barco. A atividade clandestina destrói a vegetação e os rios. Um relatório recente da Polícia Federal mostrou que o garimpo de ouro no Pará despeja o equivalente a um desastre do Rio Doce a cada 11 anos.

O mercúrio (usado no garimpo para “grudar” partículas de ouro) contamina águas e peixes por milhares de anos e causa uma série de doenças. O último levantamento sobre o assunto mostra que até 160 toneladas de mercúrio foram emitidos à atmosfera apenas em 2016.

O Ibama se esforça para combater os garimpos ilegais, colocando fogo em máquinas e destruindo pistas de pouso ilegais. Mas a tarefa parece infinita. Só neste ano, agentes do instituto realizaram ao menos três grandes operações de combate ao garimpo ilegal. Uma na Terra Indígena Tenharim do Igarapé Preto, no Amazonas, outra na Terra Indígena Munduruku, no Pará, e uma terceira na Terra Indígena Ianomâmi, em Roraima. O Exército, inclusive, instalou bases fixas de vigilância ao garimpo no local, na fronteira com a Venezuela.

Outra promessa de Bolsonaro, a de unir os ministério do Meio Ambiente e da Agricultura, pode dificultar as ações e aumentar os conflitos.

Em várias ocasiões, Bolsonaro já disse que as riquezas minerais devem ser liberadas para extração pelos brasileiros. “O que seria do Brasil sem os bandeirantes que exploraram os diamantes? Teríamos um terço do território atual se não fossem eles. É preciso parar de tratar o garimpeiro como bandido no Brasil”, já afirmou.

A associação de garimpeiros levou suas demandas apenas a Bolsonaro. Segundo Marques, houve tentativas de diálogo com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas ele não cedeu aos apelos. Por isso, o petista Fernando Haddad nem foi procurado.

Por causa da receptividade à causa, Bolsonaro é idolatrado em Curionópolis, cidade que abriga Serra Pelada. Algumas montagens na internet alteram o nome da cidade para “Bolsonópolis”, como uma brincadeira. Moradores de um bairro sem asfaltamento fizeram uma vaquinha para instalar um outdoor em apoio a ele. Esperam que, no governo do militar, a bonança volte a reinar.

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“Ambição e imaturidade”

Um kit para garimpo, como o usado por Bolsonaro, é vendido por R$ 310 no Mercado Livre. Se tiver sorte e achar três gramas de ouro, o equivalente ao peso de uma moeda de um centavo, já se paga o kit e ainda sobram R$ 134. A cotação do ouro em 1° de novembro estava em R$ 148 o grama.

A atividade garimpeira é tida por muita gente como promessa de dinheiro fácil e rápido. A ambição de enriquecer rapidamente e ter poder chegou a constar na ficha de Bolsonaro no Exército Militar. Em 1983, ele resolveu passar as férias em Saúde, na Bahia, para garimpar. Estava com outros cinco militares, sendo que dois “estavam sob seu comando”.

A situação foi registrada na avaliação feita pelos superiores na época. Segundo as anotações, eles atestaram que Bolsonaro tinha grande “ambição e imaturidade”, e que se percebeu “pela primeira vez sua grande aspiração em poder desfrutar das comodidades que uma fortuna pudesse proporcionar”. Na época, Bolsonaro respondeu aos superiores que não teve lucro.
Ligação antiga

Em 1986, o então deputado federal Sebastião Rodrigues de Moura, o Major Curió, do PMDB, enviou uma carta cheia de elogios a Bolsonaro. Dizia que desejava “passar o bastão” ao capitão, que na época tinha 31 anos. Curió era o interventor da região de Serra Pelada. A cidade que abriga a mina, de 18 mil habitantes, foi batizada de Curionópolis em sua homenagem. Ele comandou o massacre da guerrilha do Araguaia, no Sul do Pará, entre 1972 e 74, em que pelo menos 52 pessoas morreram. Bolsonaro e Curió se conheceram em Serra Pelada, segundo o próprio Bolsonaro.

Na carta, que faz parte dos registros do Arquivo Nacional, em Brasília e pode ser lida na íntegra aqui, Curió afirma que reconheceu em Bolsonaro um parceiro na luta contra a “maior das ditaduras, o comunismo”. “Competirá a você, meu jovem companheiro, carregar este bastão, levando-o à vitória, com a graça de Deus e a ajuda dos homens de bem desta Nação”, diz o texto.

Na época, Bolsonaro ainda era um desconhecido. Sua única ação de projeção nacional havia sido escrever um artigo na revista Veja reclamando do salário baixo dos militares. Acabou sendo preso pela crítica, acusado de “transgressão grave”. Poucos meses depois, a mesma Veja revelaria que ele planejava explodir bombas em quartéis para pressionar o comando – o que ele sempre negou.

Major Curió é hoje coronel da reserva. Aos 83 anos, vive em Brasília praticamente isolado, tem problemas de saúde e quase não se comunica mais com a população de Curionópolis.

Ex-agente do Serviço Nacional de Informações, o SNI, Curió tinha prestígio junto à ditadura militar por causa do “bom serviço” prestado na guerrilha do Araguaia. Por isso, foi o indicado para administrar Serra Pelada quando o local teve um boom demográfico durante o apogeu do garimpo. Como uma espécie de interventor da comunidade, ele definiu regras rígidas, como a proibição de bebidas alcóolicas e de mulheres na região do garimpo. Costumava dizer que “o seu revólver soava mais alto”.

A mão de ferro garantiu ordem e estabilidade. Em 1980, o presidente João Batista Figueiredo visitou o local. O Jornal Nacional da época noticiou que uma multidão de garimpeiros recebeu Figueiredo cantando o hino nacional diante da bandeira do Brasil.

O momento é narrado por Curió na carta a Bolsonaro: “Vibrantes, patriotas, dignos e honrados, cantamos não a canção da infantaria, mas o Hino Nacional Brasileiro. E as vozes daqueles homens mal barbeados e sujos pela lama avermelhada da maior mina de ouro do planeta, ecoaram pela selva amazônica, impressionando o mundo”.

Em 2000, Curió foi eleito prefeito de Curionópolis. Em 2008, teve o mandato cassado por compra de votos e abuso de poder econômico. Ainda assim, os moradores lembram com saudade do cacique político. “Naquela época não tinha bagunça como tem hoje”, disse Marques, que ainda mora na localidade.

*Com Intercept

*Foto destaque: Sebastião Salgado

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Política

Ernesto Araújo: Bolsonaro e Centrão fazem governo de corruptos

O ex-ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo afirmou que o governo Bolsonaro e o Centrão fazem uma política de “alinhamento cleptocrático”, ou seja, um governo de corruptos. A declaração consta de um vídeo publicado por Ernesto na segunda-feira (7/3), informa Guilherme Amado, Metrópoles.

Para o ex-chefe do Itamaraty, a sua saída do governo, em março de 2021, “coincidiu com o momento em que o Centrão, que já tinha se infiltrado no governo, passou a ter espaço decisivo dentro do governo”.

Poucos dias depois da demissão de Araújo, a deputada Flávia Arruda, do PL, sigla do Centrão e que hoje é o partido de Bolsonaro, assumiu a Secretaria de Governo da Presidência. Araújo foi substituído no ministério pelo diplomata Carlos França.

“Quando eu saí, imediatamente começaram a reconstruir aquela política externa de alinhamento totalitário lá fora e de alinhamento cleptocrático aqui dentro do Brasil”, disse Araújo, que integrava a base ideológica do governo Bolsonaro, composta por seguidores do polemista Olavo de Carvalho. Por essa tese, o alinhamento novo seria em duas direções: aproximação da China e afastamento dos Estados Unidos.

Segundo Ernesto Araújo, o objetivo do Centrão ao se aliar a Bolsonaro foi evitar “quebrar o sistema corrupto”. O próprio Bolsonaro disse no ano passado, referindo-se a sua carreira de deputado: “Sempre fui do Centrão”.

De acordo com o olavista, o Centrão “sempre” esteve entre os governos petistas e tucanos, apoiando uma política externa que “favorecesse a corrupção no Brasil”. Por isso, continuou Araújo, sua gestão na pasta foi alvo de críticas desse grupo. “É o que eles não queriam, porque é uma política que prejudicava o sistema cleptocrático que eles haviam montado”.

“O Centrão entrou no governo Bolsonaro para destruir o programa original do governo Bolsonaro, que é programa que levaria a quebrar sistema corrupto do qual o Centrão faz parte”, seguiu Araújo.

Para Araújo, o grupo de partidos que dá apoio a Bolsonaro no Congresso não é responsável apenas por isso, mas também por acabar com o conservadorismo no Brasil.

“O Centrão conseguiu também destruir boa parte do movimento conservador brasileiro na base da tese de que qualquer coisa feita pelo Bolsonaro tem que ser apoiada pelos conservadores, pela direita, senão você não é de direita”, afirmou.

No mês passado, Ernesto Araújo ficou irritado depois que Bolsonaro disse que o ex-ministro fazia críticas gratuitas à viagem oficial à Rússia em meio à ameaça de uma guerra com a Ucrânia. “Não é uma crítica de graça, tenha certeza disso”, retrucou o ex-chanceler.

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Política

Artistas, servidores e indígenas promovem onda de protestos contra Bolsonaro

Ruas de Brasília serão ocupadas nas próximas semanas por grupos que pressionam o governo federal e o Congresso Nacional.

A redução das restrições impostas pela pandemia de coronavírus e o aumento da fervura política à medida que se aproximam as eleições formam uma mistura explosiva para o presidente Jair Bolsonaro (PL), que será alvo de protestos com potencial de repercussão nas próximas semanas.

Milhares de indígenas e um grupo de artistas e ativistas liderados por Caetano Veloso virão a Brasília pressionar o Congresso e o presidente da República. Ao mesmo tempo, servidores federais inconformados com a previsão de reajuste apenas para policiais ameaçam o governo com greves.

Milhares de indígenas e um grupo de artistas e ativistas liderados por virão a Brasília pressionar o Congresso e o presidente da República. Ao mesmo tempo, servidores federais inconformados com a previsão de reajuste apenas para policiais ameaçam o governo com greves.

As manifestações que pretendem ocupar Brasília começam nesta quarta-feira (9/3). É para quando está marcado o Ato em Defesa da Terra, no qual Caetano Veloso, Alessandra Negrini, Daniela Mercury, Malu Mader e representantes de movimentos sociais, como o MST, vão pressionar os parlamentares pela derrubada de projetos de lei que afrouxam medidas de proteção ambiental e são prioridade do governo Bolsonaro.

*Com Metrópoles

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Lula 2.0: ex-presidente lança campanha digital no WhatsApp e Telegram e incomoda bolsonaristas

O petista “estreou” na web com site, gifs, figurinhas e material para ser postado no Instagram e TikTok. Além dessas plataformas, 11 grupos no WhatsApp e um no Telegram também foram lançados pelo ex-presidente.

Lula (PT) ainda não confirmou oficialmente sua candidatura, mas suas declarações e ações na busca por alianças mostram o propósito do petista. Tal objetivo foi concretizado ontem (7) ao se lançar no campo digital e inaugurar uma leva de grupos de WhatsApp dedicados a movimentar seguidores.
O ex-presidente lançou links para grupos disponibilizados em um site chamado Lulaverso, feito para abrigar links, memes e vídeos, se tornando o braço digital de Lula.

Com estética e linguagem dirigida ao público mais jovem, o site oferece materiais específicos para cada rede: vídeos para o Reels do Instagram, TikToks, gifs e figurinhas. Endereços Lulaverso foram inaugurados em quase todas as redes sociais, menos o Meta (ex-Facebook), de acordo com O Globo.
No entanto, cabe dizer que o petista estreou “em terreno bolsonarista”, uma vez que o atual presidente, Jair Bolsonaro (PL), é conhecido por seu vasto uso de redes sociais antes e depois de ser eleito, tendo com ele um verdadeiro exército de seguidores que compartilham suas postagens.

De acordo com a mídia, no lançamento de Lula ontem (7), foram 11 grupos criados para o WhatsApp, dos quais seis abertos a postagens de internautas e cinco apenas para envio de conteúdo, além de mais um canal no Telegram.
Este último, atualmente se encontra na mira do Supremo Tribunal Eleitoral (STF), uma vez que o Supremo acredita que a plataforma pode ajudar a proliferar a ação das chamadas “milícias digitais”, conforme noticiado.
Na segunda-feira (7) à noite, os grupos criados ainda não estavam lotados, mas a mídia relata que mesmo assim Lulaverso chamou a atenção dos bolsonaristas.

*Com Sputnik

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Alckmin é do PSB: “é nosso candidato a vice”, disse presidente do partido

O ex-governador Geraldo Alckmin bateu o martelo. Durante encontro em São Paulo nesta segunda-feira (7) com o presidente do PSB, Carlos Siqueira, ficou acertada a sua filiação ao partido.

“Ficou acertado que ele entra no PSB, só falta agora a data da filiação. A conversa foi excelente”, confirmou Siqueira ao blog de Andréia Sadi.

“Tivemos uma conversa muito boa com ele. Mais uma, né? Ele disse que o caminho natural dele é o PSB e que praticamente ficou selado o ingresso dele, mas vai decidir uma data. Não bateu o martelo quanto à data”, disse.
Só falta Lula confirmar

“Alckmin passa a ser o nosso candidato a vice. Agora, para oficializar, é preciso que o candidato à Presidência o faça”, afirmou Siqueira. Ele lembrou ainda que o acordo ocorre independentemente da federação com o PT.

O encontro contou com a presença de Márcio França, o prefeito de Recife, João Campos (PSB), e o presidente do PSB de São Paulo, Jonas Donizete.

*Com Forum

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O Antropofagista nunca precisou tanto de seus apoiadores quanto agora

O momento exige de nós aquilo que Guimarães Rosa proclamou, “A vida… o que ela quer da gente é coragem”.

É com esse espírito, diante das novas realidades que nós brasileiros enfrentamos, é que estamos promovendo mudanças que consideramos decisivas para o enfrentamento objetivo desse estado de coisas porque passamos.

O bom senso nos trouxe a consciência de que não há como reivindicar uma sociedade mais justa num momento em que as desigualdades gritam, acolhendo em nosso blog publicidades, através de monetização, de empresas ou até de pessoas que compram esse espaço em um leilão, sem que possamos escolher que tipo de publicidade permitimos ou não em nosso blog.

É uma nova técnica contemporânea de utilizar o próprio espaço dos críticos do sistema para utilizá-lo a modo e gosto do freguês. Isso, praticamente tira a personalidade do nosso trabalho.

Diante dessa realidade que gera algum tipo de recurso para a manutenção do blog, o Antropofagista está se organizando para, independente do cálculo financeiro, retirar os anúncios, ou seja, retirar a monetização do blog para que resulte numa leitura mais fluida em que os leitores não tenham que ler os artigos entre publicidades em virtude da lógica da monetização.

Só teremos progresso no presente clima de acirramento político no país, sobretudo no eleitoral tão decisivo para nós, se lutarmos dentro do nosso próprio espaço para combater essas perversas técnicas universalizantes que acabam nos transformando em mulas das grandes corporações.

A nossa intenção é respaldar a ideia de que precisamos organizar o blog a partir de uma efetiva e correspondente ação que define de que lado estamos nessa guerra de informação.

Mas não podemos ficar apenas no discurso, daí essa natural tomada de decisão.

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Política

Bolsonaro pede urgência, e Lira vai discutir nesta terça projeto que libera explorar minérios em terras indígenas

Lira defende a discussão “independentemente da guerra”, argumentando que é preciso diminuir a dependência do Brasil em relação a fertilizantes, hoje importados da Rússia (23%) e Belarus (3%).

O presidente Bolsonaro aproveitou a crise entre Rússia e Ucrânia para pedir urgência à Câmara para aprovar um projeto que permite a exploração mineral em terras indígenas.

O projeto é de 2020, mas não andou no Congresso. Agora, sob argumento de diminuir a dependência do Brasil de fertilizantes, diante da crise Rússia-Ucrânia, o governo quer celeridade no projeto e já conversou sobre o tema com o presidente da Câmara, Arthur Lira.

Procurado pelo blog, Lira disse que o tema é sensível mas precisa ser abordado – e confirmou que vai discutir o tema com líderes da base e de oposição nesta terça-feira (8).

Lira defende a discussão “independentemente da guerra”, argumentando que é preciso diminuir a dependência do Brasil em relação a fertilizantes, hoje importados da Rússia (23%) e Belarus (3%).

“Vou conversar com os líderes antes, mas não podemos ser dependentes 80% do exterior. É um tema polêmico, sensível… Mas ninguém é dono do subsolo do Brasil. A gente precisa aproveitar para resolver a dependência do Brasil, independentemente da guerra, porque temos uma questão de segurança alimentar”, disse Lira ao blog.

*Com G1

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