Categorias
Política

Exército reduziu produção de medicamento para transplantados para fabricar cloroquina

Produção de micofenolato de sódio 360 mg caiu 1/3 em março de 2020, mês em que foram fabricados 1,2 milhão de comprimidos de cloroquina.

De acordo com matéria de Victor Ferreira no G1, no mesmo mês em que começou a produzir cloroquina, março de 2020, o Laboratório Químico e Farmacêutico do Exército reduziu 1/3 da produção de micofenolato de sódio 360 mg, medicamento imunossupressor vital para pacientes que passaram por algum transplante de órgão. Eles são cerca de 80 mil pessoas no Brasil e dependem do remédio fornecido exclusivamente pelo Exército ao SUS para que o órgão transplantado não seja rejeitado pelo organismo.

Os números que revelam a redução do medicamento foram obtidos junto ao Exército Brasileiro por meio da Lei de Acesso à Informação.

Em janeiro e fevereiro do ano passado, o laboratório da instituição produziu 5,6 milhões de comprimidos do imunossupressor em cada mês e não produziu cloroquina. Em março, foram produzidos 1,2 milhão de comprimidos de cloroquina e 3,7 milhões de micofenolato de sódio (360 mg) – quase 2 milhões a menos que nos dois meses anteriores.

Nos três meses seguintes, a produção do imunossupressor seguiu abaixo dos 4 milhões de comprimidos mensais e a fabricação de cloroquina continuou: 718 mil comprimidos em maio e 1,2 milhão em junho. O medicamento é defendido pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para o tratamento da Covid-19, embora não tenha nenhuma eficácia contra a doença, segundo a Organização Mundial da Saúde.

Infográfico mostra a produção de micofenolato e cloroquina pelo Exército — Foto: Editoria de Arte/G1

No final de 2020, o Laboratório Químico e Farmacêutico do Exército já havia produzido 3,2 milhões de comprimidos de cloroquina, que foram enviados a vários estados do país. Naquele momento, enquanto sobrava cloroquina, faltava micofenolato de sódio (360 mg) em pelo menos 14 estados do Brasil e no Distrito Federal, segundo a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO).

No dia 27 de janeiro deste ano, o Ministério da Saúde enviou um ofício à ABTO admitindo a falta do medicamento: “(…) têm ocorrido entregas parceladas por parte dos fornecedores contratados pelo Ministério da Saúde, dificuldade no cumprimento dos cronogramas contratuais, com risco de ruptura intermitente do abastecimento”, informou o documento (veja o trecho abaixo).

 — Foto: Reprodução

Segundo os números do Exército, único fornecedor desse medicamento, a produção do imunossupressor em 2020 foi de 39,1 milhões de comprimidos –quase 4 milhões a menos que em 2019, quando a instituição entregou 42,9 milhões de comprimidos ao SUS.

Em fevereiro, o Jornal Nacional mostrou que pacientes estavam reduzindo a dose ou passando dias sem tomar o remédio, o que pode levar à rejeição do órgão transplantado (assista abaixo à reportagem da época).

O médico sanitarista Gonzalo Vecina, ex-presidente da Anvisa, órgão que fiscaliza os laboratórios oficiais como o do Exército, defende que a redução na entrega do imunossupressor seja investigada pela CPI da Covid.

“Eu só posso supor que eles não tinham capacidade para produzir tudo ao mesmo tempo. Então eles fizeram uma escolha”, afirmou.

Vecina explica que o único cliente do laboratório do Exército é o Ministério da Saúde, já que ele não vende para o setor privado.

A ordem para a produção de cloroquina, no entanto, pode não ter partido da Saúde. O ex-ministro Luiz Henrique Mandetta (DEM), chefe da pasta em março de 2020, disse em depoimento à CPI da Covid que o ministério não encomendou cloroquina à instituição.

“Mesmo porque a cloroquina nos é produzida regularmente para uso a que se convém, que é malária, lúpus, pela Fiocruz. E nós tínhamos já a quantidade necessária para aquilo a que ela se presta”, afirmou.

Perguntado pelo senador Renan Calheiros (MDB), relator da CPI, sobre quem encomendou cloroquina ao laboratório do Exército, o ex-ministro declarou apenas que a decisão foi tomada “à margem do Ministério da Saúde” (assista abaixo ao resumo da participação de Mandetta na CPI).

No dia 21 de março de 2020, ainda nos primeiros dias de pandemia, o presidente Jair Bolsonaro postou em suas redes sociais um vídeo dizendo que o Hospital Albert Einstein estava fazendo estudos com cloroquina.

E concluiu: “Também, agora há pouco, me reuni com o senhor ministro da Defesa, onde decidimos que o Laboratório Químico e Farmacêutico do Exército deve imediatamente ampliar a sua produção desse medicamento.”

Bolsonaro passou toda pandemia defendendo o uso de cloroquina em pacientes com a Covid-19, mesmo depois de comprovada sua ineficácia no tratamento da doença.

O G1 entrou em contato com o Palácio do Planalto, o Ministério da Defesa, o Ministério da Saúde e o Exército, mas ainda não obteve resposta.

Em outra nota, enviada em fevereiro, o Exército disse que seu laboratório é um órgão executor e que “não é da sua competência decidir sobre qualquer ampliação ou redução na produção de medicamentos, bem como discutir sua eficácia ou utilização”.

*Victor Ferreira/G1

Siga-nos no Whatsapp: https://chat.whatsapp.com/H61txRpTVWc7W7yyCu0frt

Apoie o Antropofagista com qualquer valor acima de R$ 1,00

Caixa Econômica: Agência 0197
Operação: 013
Poupança: 56322-0
Arlinda Celeste Alves da Silveira
CPF: 450.139.937-68

PIX: 45013993768
Agradecemos imensamente a sua contribuição

Categorias
Política

Governo Bolsonaro usou ‘taxa de fidelidade’ como critério para liberação de verbas em troca de apoio de deputados e senadores

Instrumento utilizado para distribuir recursos foi criado no Orçamento de 2020 para formalizar acordos políticos do Congresso. Procurador pediu ao TCU para investigar liberação de R$ 3 bilhões em emendas parlamentares.

Segundo matéria de O Globo, A liberação de R$ 3 bilhões em emendas parlamentares privilegiando aliados, ação que está na mira de uma investigação do Tribunal de Contas da União (TCU), consolidou a aproximação do governo de Jair Bolsonaro com o Centrão e fez com que o Palácio do Planalto criasse uma ‘taxa de fidelidade’ de deputados e senadores, usada como referência para distribuir verbas e cargos.

A distribuição dos recursos do Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), no fim do ano passado, ocorreu por meio das chamadas “emendas de relator”. Esse instrumento foi criado no Orçamento de 2020 para formalizar acordos políticos do Congresso. A soma dessas emendas foi de R$ 20 bilhões no ano passado.

O governo Bolsonaro vem privilegiando aliados com verbas “extras” desde a aprovação da reforma da Previdência, seja com indicações informais ou com as emendas de relator.

Às vésperas das eleições da presidência da Câmara dos Deputados e do Senado, no fim do ano passado, o governo recebeu indicações para as emendas de relator — controladas pelo relator do Orçamento, em 2020 Domingos Neto (PSD-CE) — em que, como revelou o GLOBO, aliados tiveram direito a somas muito maiores do que as emendas individuais comuns, de R$ 8 milhões.

No momento da elaboração do Orçamento, os valores, embora formalmente sob a atribuição do relator, são divididos entre lideranças partidárias da Câmara e do Senado. No decorrer do ano, os parlamentares fazem a indicação de aplicação das quantias a a que têm direito e o governo fica responsável por honrar a divisão. Essas verbas só podem ser remanejadas de ministério com a autorização do relator, o que garante que o Legislativo mantenha o controle.
. Foto: Editoria de Arte

Siga-nos no Whatsapp: https://chat.whatsapp.com/H61txRpTVWc7W7yyCu0frt

Apoie o Antropofagista com qualquer valor acima de R$ 1,00

Caixa Econômica: Agência 0197
Operação: 013
Poupança: 56322-0
Arlinda Celeste Alves da Silveira
CPF: 450.139.937-68

PIX: 45013993768
Agradecemos imensamente a sua contribuição

Categorias
Política

O nascedouro do ódio no Brasil está nas classes média e alta, a mídia só difunde

O que ficou claro na operação da polícia no Jacarezinho, é que quem mora em favela e, sobretudo se for negro, não é um cidadão, ou seja, não é um indivíduo dotado de direitos que lhe permitem, inclusive, afrontar o Estado.

Não entenda isso como uma cidadania capaz de trocar tiros com a polícia, até porque a cada momento que passa, revela-se que a operação não foi destinada a reprimir apenas os supostos criminosos, mas os moradores da favela de maneira generalizada, deixando claro que eles não são cidadãos e que, portanto, não têm direitos e precisava deixar isso claro humilhando toda a comunidade.

Por isso houve um maciço apoio da classe média e, consequentemente de Bolsonaro, principal representante do ódio que as classes média e alta têm das camadas mais pobres da população, justamente porque a nossa classe média nunca se preocupou com direitos, mas com privilégios. Isso tem uma explicação simples, inclusive no processo de destruição da democracia, porque a democracia amplia a prerrogativa da cidadania, consequentemente, a destruição dela é o preço que essa classe paga para impedir a difusão de direitos para a população como um todo, inclusive quem mora em favela.

Como a classe média se construiu na base dos privilégios e não dos direitos, ele sempre tentará impedir aos demais brasileiros mais pobres que tenham direitos.

Por isso, no Brasil, quase não há cidadãos, porque a classe média não tem interesse em direitos, ao mesmo tempo em que não quer que os pobres sejam cidadãos, a começar pelos negros. Como essa classe média está no primeiro plano do consumo, a grande mídia faz sua pauta a partir do que pensa essa classe para manter esse consumidor preso à programação e, com isso, poder vender aos anunciantes essa clientela.

Não é por acaso que na mídia não há debate sobre cidadania, porque os objetivos estão direcionados à individualidade para atender aos propósitos comerciais do mercado.

Então, o pensamento é localizado e a ação é decorrente desse pensamento, porque, no final das contas, é a capacidade de consumo de determinado grupo social que define qual a percepção que a classe média terá em determinada programação.

O mesmo pode ser dito das revistonas, como a Veja que, em tese, não faz parte da chamada comunicação de massa, mas que sempre usou o ódio para atrair a sua clientela de assinantes e, nesse caso, ela vende dois produtos para a mesma classe média, o primeiro, a própria revista e quanto mais vendida na banca ou por assinatura, mais caro ela cobra do anunciante para ter aquela clientela na difusão de seus produtos.

Então, buscou-se uma lógica simples, uma espécie de operação Mainardi, a de fabricar ódio com instrução superior da revista para atender às estratégias dos negócios da Veja. O próprio Civita confessou que o público da Veja gosta desse tipo de baixeza.

Ou seja, não é exatamente uma escolha jornalística, mas uma imposição dos consumidores das classes média e alta, os mesmos que não só fazem vista grossa para todos os crimes de responsabilidade, corrupção e contravenção, dos quais o governo é constantemente acusado, porque não há o menor interessa dessa parcela da sociedade em buscar um grau de consciência a partir de uma informação qualificada, um debate profundo.

O que quer essa classe média que consome a revista, é que ela seja uma das centrais do preconceito, do racismo e da discriminação para que essa questão de cidadania seja mutilada de imediato de forma objetiva e, com isso, não seja possível abrir um debate sobre o assunto.

A classe média brasileira, em última análise, acredita numa sociedade que viva constantemente em disputa entre si, sem qualquer consciência de fraternidade, comunidade e, consequentemente de país, porque é essa a percepção que ela tem da própria vida, já que não tem interesse na coletividade, porque não tem a menor ideia de sua própria identidade.

Por isso o modelo cívico brasileiro, que é herdado da escravidão, é o modelo cívico-cultural, o modelo cívico-político que marca não só os espíritos do cidadão médio, mas como ele enxerga o próprio território dentro do país a partir de suas relações sociais, porque no fundo é um modelo cívico absolutamente subordinado à economia de mercado.

Por isso, tragédias como essa que vivemos, seja pelo morticínio promovido pelo governo Bolsonaro, seja pelo apoio do presidente da República e seu vice, ao massacre que ocorreu no Jacarezinho, tem total apoio das classes média e alta que sempre colocarão venda nos olhos para que os pobres e negros sigam sem direito à cidadania e que elas mantenham seus privilégios em decorrência dessa desnaturalização da democracia.

Isso explica bem o ódio dessa gente a Lula e ao PT que, durante seus 12 anos de governo, incluiu socialmente grande parte das camadas mais pobres da população.

*Carlos Henrique Machado Freitas

Siga-nos no Whatsapp: https://chat.whatsapp.com/H61txRpTVWc7W7yyCu0frt

Apoie o Antropofagista com qualquer valor acima de R$ 1,00

Caixa Econômica: Agência 0197
Operação: 013
Poupança: 56322-0
Arlinda Celeste Alves da Silveira
CPF: 450.139.937-68

PIX: 45013993768
Agradecemos imensamente a sua contribuição

Categorias
Política

Canais bolsonaristas desapareceram com 385 vídeos no YouTube desde o início da CPI

Desde que a CPI da Covid foi anunciada, no início de abril, canais de apoiadores do bolsonarismo no YouTube têm promovido uma limpa de vídeos sobre tratamento precoce de sua base de vídeos. Levantamento da Novelo Data a pedido do Congresso em Foco identificou que, entre o dia 14 de abril e esta quinta-feira (6/5), 385 vídeos de 34 canais, tratando de tratamento precoce, sumiram do ar.

Alguns dos canais mais relevantes de apoio ao presidente Jair Bolsonaro promoveram grandes operações para apagar conteúdo. O comentarista Alexandre Garcia, por exemplo, escondeu 109 vídeos neste período; a ex-apresentadora de TV Leda Nagle, que hoje comanda um canal com entrevistas, também retirou do ar 23 vídeos nas últimas semanas. Garcia, que também é colunista na CNN, tinha neste domingo 1,89 milhão de inscritos e chegou a sumir com 502 vídeos em uma semana, ou 43% da sua base de videos; Leda Nagle tinha 1,06 milhão.

A maioria dos vídeos apagados tem ligação ao “tratamento precoce” contra covid-19, o coquetel de medicamentos composto por cloroquina, hidroxicloroquina e ivermectina defendido por Bolsonaro que é ineficaz contra o tratamento da doença. “Exija a HIDROXICLOROQUINA do seu médico” e “HIDROXICLOROQUINA está funcionando sim!” ambos sumiram do canal de Alexandre Garcia em 18 de abril.

O levantamento aponta inclusive um vídeo do jornal Gazeta do Povo, do Paraná – que deletou o vídeo “Amanda Klein tenta deixar prefeitos em saia justa mas leva resposta a altura” em 30 de abril. A lista consta com vídeos de outros temas: “CPI já tem conclusões antes de começar”, do canal Notícias Política BR (com 571 mil inscritos) também foi retirado do ar. “Na Noruega, a vacina da Pfizer e mortes de idosos”, do youtuber Gustavo Gayer, também saiu do ar.

Gayer, com 353 mil inscritos, anunciou neste sábado (8) que o seu canal será deletado, e acusou o YouTube de derrubar sua conta. “Aos poucos, essa plataforma que você me assiste agora vai começar a excluir, deletar e banir todos os os conservadores e aqueles que falam em nome da direita”, disse, “e até o meio do ano que vem, não deverá haver nenhum aqui”. O produtor de canal gaúcho, que se define como apoiador do presidente, disse que o YouTube – ligado à Google – lhe deu uma suspensão de advertência de sete dias, e que por isso seu conteúdo irá migrar para outras plataformas.

Não é possível apontar se os vídeos foram efetivamente apagados ou meramente ocultados no site. . A ação da plataforma é uma das possibilidades apontadas pelo sócio-fundador da Novelo Data, Guilherme Felitti. “A maneira como eu interpreto YouTube resolveu ser menos omisso no papel de regulamentar a própria plataforma, de executar suas próprias regras”, disse. “O YouTube tem regras contra este tipo de conteúdo, já tinha regras deste tipo antes daquela mudança que fizeram no mês passado – só nunca executaram”. O YouTube afirma não fazer ações do tipo.

O número de vídeos apagados, pondera Felitti, pode ser maior – uma vez que, mesmo sem citar temas como tratamento precoce no título, tais assuntos podem ser abordados durante o vídeo. Caso o apagamento esteja mesmo ocorrendo por ação do YouTube, a ação seria ineficaz. “O problema de desinformação do Youtube precisa ser resolvido quando você deleta vídeos no atacado”, explica, “e o Youtube faz isso no varejo – pinçam alguns vídeos só para falar que estão fazendo.”

Questionado, o YouTube afirma que possui regras públicas sobre o tipo de conteúdo aceito na plataforma e cabe aos criadores se inteirar a respeito delas e das consequências em não segui-las. A plataforma diz que busca agir rápido caso descubra algo fora dos padrões, mas que conta com revisores e inteligência artificial para rastrear o conteúdo publicado em seus servidores. 98% dos criadores que recebem um Alerta não cometem novas violações, indicou o YouTube.

CPI vai atrás de influenciadores

A CPI da Covid já partiu no encalço de influenciadores digitais próximos ao governo. Dois requerimentos já aprovados buscam saber se a Presidência da República, por meio da Secretaria de Comunicação (Secom), fez pagamentos para defesa de teses caras ao governo.

Ambos os requerimentos foi aprovado em 29 de abril, e é de autoria do senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE). Outro deles foi encaminhado ao Ministério da Saúde.

Felitti considera “curioso” o timing dos apagamentos de vídeos – justamente quando uma investigação ameaça ir atrás de possíveis fontes de financiamento de propaganda. “É muito curioso ter limpezas gigantescas de canais negacionistas durante a instauração da pandemia e dos depoimentos”, diz.

No entanto, o analista não dá isso como certo. “Estamos vendo o mesmo acontecer com a Leda e o Alexandre Garcia – que é dar uma suspensão de advertência por conta de algum vídeo que feriu as regras de sua comunidade. Se ele tirar algum vídeo do seu canal três vezes em 90 dias, você perde o canal”, conjecturou. “Então é possível que o YouTube marcou certo número de vídeos problemáticos e permitiu que seus próprios criadores apagassem o conteúdo antes de uma nova suspensão. Confrontados entre esta possibilidade de deixar o vídeo e perder o canal, ou deletar o vídeo e manter o canal, parece que se escolheu pela segunda opção.”

*Com informações do Congresso em Foco

Siga-nos no Whatsapp: https://chat.whatsapp.com/H61txRpTVWc7W7yyCu0frt

Apoie o Antropofagista com qualquer valor acima de R$ 1,00

Caixa Econômica: Agência 0197
Operação: 013
Poupança: 56322-0
Arlinda Celeste Alves da Silveira
CPF: 450.139.937-68

PIX: 45013993768
Agradecemos imensamente a sua contribuição

Categorias
Política

Com o dinheiro superfaturado da boiada do tratoraço, Bolsonaro compraria 50 milhões de vacinas

Enquanto se sabe que Bolsonaro montou esquema que destina verba de R$ 3 bilhões em emendas para sua base, e que parte dela comprou tratores com preço até 259% acima do valor real, imediatamente faz-se um paralelo com a quantidade de vacinas que poderia ser comprada e, consequentemente quantas vidas poderiam ser salvas, pois essa montanha de dinheiro daria para comprar 50 milhões de doses de vacinas.

Isso também explica a fidelidade canina a Bolsonaro do senador Ciro Nogueira (PP) na CPI da Covid. O senador é um dos mais destacados comandantes da tropa de choque de Bolsonaro na Comissão.

Por isso mesmo Ciro Nogueira recebeu R$ 135 milhões para distribuir com sua base. Já o senador Fernando Bezerra, que também é da alta patente da tropa de choque de Bolsonaro na CPI, recebeu a bagatela de R$ 125 milhões e ninguém menos que Arthur Lira, presidente da Câmara, o homem que pode colocar na mesa o pedido de impeachment de Bolsonaro, levou a mixaria de R$ 114 milhões.

Lembrando aqui que Ciro Nogueira, na semana passada, garantiu a banqueiros e empresários ligados a Bolsonaro, que a CPI não daria em nada, mesmo que se provasse um bonde de crimes de responsabilidade de Bolsonaro e que Lira mataria todos os pedidos de impeachment no peito.

Somente essas três figuras já explicam como Bolsonaro se sustenta no poder, mesmo depois de suas ações, ou a falta delas, resultarem na morte de mais de 420 mil brasileiros por covid.

Na verdade, os dois senadores, Fernando Bezerra e Ciro Nogueira, não têm condição moral para seguirem participando da Comissão Parlamentar de Inquérito que apura as graves irregularidades de Bolsonaro na pandemia.

Arthur Lira deveria renunciar à presidência da casa, pois Bolsonaro já comprou sua defesa intransigente contra qualquer pedido de impeachment. Detalhe, Bolsonaro já é o recordista mundial de pedidos de impeachment.

Esse escândalo só coloca mais lenha na fogueira da CPI, porque com R$ 3 bilhões o Brasil já teria vacinado 50 milhões de pessoas com a primeira dose ou 25 milhões com as duas doses.

Agora é esperar para saber como essa bomba vai cair no Senado na próxima terça-feira.

*Carlos Henrique Machado Freitas

Siga-nos no Whatsapp: https://chat.whatsapp.com/H61txRpTVWc7W7yyCu0frt

Apoie o Antropofagista com qualquer valor acima de R$ 1,00

Caixa Econômica: Agência 0197
Operação: 013
Poupança: 56322-0
Arlinda Celeste Alves da Silveira
CPF: 450.139.937-68

PIX: 45013993768
Agradecemos imensamente a sua contribuição

Categorias
Política

Vídeo: Orçamento secreto bilionário de Bolsonaro banca trator superfaturado em troca de apoio no Congresso

Esquema do governo destina R$ 3 bilhões em emendas para auxiliar base no Congresso; parte delas é gasta para compra de tratores com preços até 259% acima dos valores de referência.

Segundo matéria de Breno Pires, publicada no Estadão, um esquema montado pelo presidente Jair Bolsonaro, no final do ano passado, para aumentar sua base de apoio no Congresso criou um orçamento paralelo de R$ 3 bilhões em emendas, boa parte delas destinada à compra de tratores e equipamentos agrícolas por preços até 259% acima dos valores de referência fixados pelo governo.

O flagrante do manejo sem controle de dinheiro público aparece num conjunto de 101 ofícios enviados por deputados e senadores ao Ministério do Desenvolvimento Regional e órgãos vinculados para indicar como eles preferiam usar os recursos.

O detalhe é que, oficialmente, o próprio Bolsonaro vetou a tentativa do Congresso de impor o destino de um novo tipo de emenda (chamada RP9), criado no seu governo, por “contrariar o interesse público” e estimular o “personalismo”. Foi exatamente isso o que ele passou a ignorar após seu casamento com o Centrão.

Os ofícios, obtidos pelo Estadão ao longo dos últimos três meses, mostram que esse esquema também atropela leis orçamentárias, pois são os ministros que deveriam definir onde aplicar os recursos. Mais do que isso, dificulta o controle do Tribunal de Contas da União (TCU) e da sociedade. Os acordos para direcionar o dinheiro não são públicos, e a distribuição dos valores não é equânime entre os congressistas, atendendo a critérios eleitorais. Só ganha quem apoia o governo.

O senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), por exemplo, determinou a aplicação de R$ 277 milhões de verbas públicas só do Ministério do Desenvolvimento Regional, assumindo a função do ministro Rogério Marinho. Ele precisaria de 34 anos no Senado para conseguir indicar esse montante por meio da tradicional emenda parlamentar individual, que garante a cada congressista direcionar livremente R$ 8 milhões ao ano.

Ex-presidente do Senado, Alcolumbre destinou R$ 81 milhões apenas à Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), a estatal que controla, ao lado de outros políticos.

Um caso emblemático é o do deputado Lúcio Mosquini (MDB-RO). O governo aceitou pagar R$ 359 mil num trator que, pelas regras normais, somente liberaria R$ 100 mil dos cofres públicos. No total, o deputado direcionou R$ 8 milhões.

Há situações até em que parlamentares enviaram milhões para compra de máquinas agrícolas para uma cidade a cerca de dois mil quilômetros de seus redutos eleitorais. É o caso dos deputados do Solidariedade Ottaci Nascimento (RR) e Bosco Saraiva (AM). Eles direcionaram R$ 4 milhões para Padre Bernardo (GO). Se a tabela do governo fosse considerada, a compra sairia por R$ 2,8 milhões. À reportagem, Saraiva disse que atendeu a um pedido de Nascimento, seu colega de partido. Por sua vez, Nascimento afirmou ter aceito um pedido do líder da legenda na Câmara, Lucas Vergílio (GO).

Planilha secreta do governo obtida pelo Estadão revela que Alcolumbre também destinou R$ 10 milhões para obras e compras fora do seu Estado. Dois tratores vão para cidades no Paraná, a 2,6 mil quilômetros do Amapá. Sem questionar, o governo concordou em comprar as máquinas por R$ 500 mil, quando pelo preço de referência sairiam por R$ 200 mil.

As máquinas são destinadas a prefeituras para auxiliar nas obras em estradas nas áreas rurais e vias urbanas e também nos projetos de cooperativas da agricultura familiar. Os políticos costumam promover festas de entrega dos equipamentos, o que lhes garante encontros e fotos com potenciais eleitores em ano pré-eleitoral.

Ao serem entrevistados, deputados e senadores negavam o direcionamento dos recursos ou se recusavam a prestar informações. Confrontados com ofícios assinados por eles e a planilha do governo, acabaram por admitir seus atos.
‘Minha cota’ e ‘fui contemplado’: os termos nos ofícios dos parlamentares

O deputado Vicentinho Junior (PL-TO) escreveu à Codevasf que havia sido “contemplado” com o valor de R$ 600 mil para compra de máquinas. “Dificilmente esse ofício foi redigido no meu gabinete, porque essa linguagem aí, tão coloquial, eu não uso”, disse.

Somente após o Estadão encaminhar o documento, Vicentinho Junior admitiu a autoria, mas minimizou a expressão “contemplado” ali utilizada. “Às vezes, uma colocação nesse sentido nada mais é do que ser simpático”, resumiu.

“Minha cota”, “fui contemplado” e “recursos a mim reservados” eram termos frequentes nos ofícios dos parlamentares. Foi dessa última forma que a deputada e atual ministra da Secretaria de Governo, Flávia Arruda (PL-DF), se dirigiu à Codevasf para definir o destino de R$ 5 milhões. “Não me lembro. Codevasf?”, perguntou ao Estadão.

Ao ler o documento, Flávia desconversou: “É tanta coisa que a gente faz que não sei exatamente do que se trata”. Nem tudo, porém, é registrado. O senador Rodrigo Cunha (PSDB-AL) admitiu que “ditou” para o ministro Marinho onde R$ 7 milhões deveriam ser aplicados.

Na prática, a origem do novo esquema está no discurso de Bolsonaro de não distribuir cargos, sob o argumento de não lotear o primeiro escalão do governo. De um jeito ou de outro, a moeda de troca se deu por meio da transferência do controle de bilhões de reais do orçamento ao Congresso. Tudo a portas fechadas, longe do olhar dos eleitores.

https://twitter.com/Estadao/status/1391357504429375491?s=20

*Originalmente publicado no Estadão

Siga-nos no Whatsapp: https://chat.whatsapp.com/H61txRpTVWc7W7yyCu0frt

Apoie o Antropofagista com qualquer valor acima de R$ 1,00

Caixa Econômica: Agência 0197
Operação: 013
Poupança: 56322-0
Arlinda Celeste Alves da Silveira
CPF: 450.139.937-68

PIX: 45013993768
Agradecemos imensamente a sua contribuição

Categorias
Política

Não há como 22 ministros em guerra de narrativa tirarem o nome de Bolsonaro da boca do sapo na CPI

Se Bolsonaro afirma que a única alternativa que tem no momento para enfrentar as acusações de crime de responsabilidade que está sendo revelado na CPI, são 22 ministros que podem gravar uma peça publicitária dizendo que tomaram cloroquina, então, Bolsonaro não tem alternativa nenhuma.

Pode transmitir nas redes sociais, nos blogs, na imprensa comprada pela Secom, com todo o tipo de retórica e palavrório. Bolsonaro caminha a passos largos para o cadafalso.

Na realidade, na primeira semana de funcionamento da CPI, aonde se teve a comprovação de que, para se manter no Ministério da Saúde, o ministro tinha que vestir a camisa da cloroquina, fato que foi clara e amplamente explicado tanto por Mandetta quanto por Teich e pela esquiva do atual ministro Marcelo Queiroga, Bolsonaro se viu isolado num deserto, atestando que toda a sua malandragem verborrágica tinha ido à ruína e que a falência de seu governo estava consumada.

De nada adianta ele correr atrás agora, depois que mandou um general da ativa, seu ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, forjar um risco de reinfecção pela covid num suposto contato com oficiais militares, sem provar rigorosamente nada.

Está sendo dito pela grande mídia que Pazuello tentará um habeas corpus no STF que lhe garanta o direito de permanecer calado durante o seu depoimento na CPI. Se ele vai conseguir essa segunda jogada de escapismo de fujão, não se sabe. A única coisa que se pode afirmar, sem medo de errar, é que é uma enorme desmoralização para as Forças Armadas já que Pazuello é um general da ativa e, queira ou não, representa, em tese, a imagem dos militares que já anda combalida diante da sociedade, depois que Bolsonaro associou as Forças Armadas a um governo que é responsável pela morte de 420 mil brasileiros por total irresponsabilidade do próprio presidente.

Se Pazuello conseguir o habeas corpus para ficar em silêncio, o próprio Bolsonaro estará confessando que seu subordinado na pasta da Saúde não pode abrir a boca, porque, naturalmente, ele produzirá provas contra quem deu as ordens ao general que apenas cumpriu tal missão.

Então, nesse ato de desespero, Bolsonaro vai gravar o relato de ministros que tomaram cloroquina, o que ele imagina que vai conseguir, já que eles não têm a menor autoridade para dar testemunho com base científica?

Ministros não têm essa autoridade, sequer simbólica, que fará de fato. Se pretende com isso manter seu gado no pasto, gado que está cada dia mais magro, Bolsonaro só confirma que essa solução é de pouco raciocínio.

Mas é como o próprio Bolsonaro diz, é a solução que ele tem no momento, ou seja, está com as mãos vazias.

*Carlos Henrique Machado Freitas

Antropofagista interação – Siga-nos no Watsapp: https://chat.whatsapp.com/C3vFPKeGR4JGwnGrwc6O5F

Siga-nos no Whatsapp: https://chat.whatsapp.com/H61txRpTVWc7W7yyCu0frt

Apoie o Antropofagista com qualquer valor acima de R$ 1,00

Caixa Econômica: Agência 0197
Operação: 013
Poupança: 56322-0
Arlinda Celeste Alves da Silveira
CPF: 450.139.937-68

PIX: 45013993768
Agradecemos imensamente a sua contribuição

Categorias
Política

O Brasil não pode ficar refém da decisão de Arthur Lira sobre o impeachment de Bolsonaro

Não há como suavizar ou minimizar a ação criminosa de Bolsonaro ao dizer que o presidente da República tem um discurso negacionista. Está mais do que provado que Bolsonaro tinha uma estratégia de não vacinar a população brasileira. Por isso apresentou como alternativa o uso indiscriminado da cloroquina.

Quando se diz que ele se comporta como um negacionista, na verdade, procura-se evitar o termo correto, com uma acepção menos agradável para tirar a conotação de crime de responsabilidade naquilo que se tem provas a balde.

Portanto, não se deve continuar com esse eufemismo, porque não há qualquer exagero, a essa altura dos fatos, em dizer que Bolsonaro sabotou a compra das vacinas e tentou minimizar o efeito da letalidade da covid com frases que suavizam ou até adoçam os efeitos letais da pandemia.

Dito isso, não há justificativa para o presidente da Câmara, Arthur Lira, tenha poder para impedir que o Congresso responda à altura os anseios do povo, que é sobreviver, conseguir se salvar de uma pandemia nitidamente sem controle no Brasil.

Mas a pandemia não está descontrolada de maneira natural, o descontrole foi pensado, na verdade, deve ter sido comemorado pelo Palácio do Planalto, já que se pretendia chegar a 70% de infectados para alcançar a suposta imunidade de rebanho.

Deu tudo errado, e os responsáveis por esse morticínio têm que responder sobre as declarações que deram e os protocolos sanitários que combateram para ampliar ainda mais a disseminação do coronavírus e a letalidade por covid no Brasil.

Ora, se de fato há provas de que Bolsonaro negou 11 vezes a compra de vacinas, ele terá que explicar, do ponto de vista científico, cada uma dessas negativas e não na base do achismo, do jacaré, do crocodilo ou do periquito.

Um presidente da República que acha que pode inaugurar uma obra, que é um evento oficial, conduzindo uma moto sem o uso do capacete, o que é ilegal e que demanda uma penalidade para quem comete o ato, como reza a lei, mostra que Bolsonaro tem como objetivo um comportamento moleque e inconsequente de anarquizar as regras e as leis vigentes. Ou seja, a instituição Presidência da República afronta as leis em plena democracia, enquanto chovem denúncias de crimes de responsabilidade na CPI da Covid contra o mesmo presidente.

Arthur Lira acha mesmo que pode passar por cima de tudo isso, passando por cima da sociedade para defender seus interesses e não colocar em votação um pedido de impeachment? Ele acredita mesmo ter esse poder sobre todos os brasileiros? Tem o poder de decidir sobre a vida de 211 milhões de pessoas? Afinal, ele foi eleito pelo povo e é para o bem dele que tem que trabalhar.

É sobre isso que estamos falando. Quanto mais tempo Bolsonaro permanecer no poder, mais milhares mortes, que poderiam ser evitadas, vão ocorrer.

*Carlos Henrique Machado Freitas

Antropofagista interação – Siga-nos no Watsapp: https://chat.whatsapp.com/C3vFPKeGR4JGwnGrwc6O5F

Siga-nos no Whatsapp: https://chat.whatsapp.com/H61txRpTVWc7W7yyCu0frt

Apoie o Antropofagista com qualquer valor acima de R$ 1,00

Caixa Econômica: Agência 0197
Operação: 013
Poupança: 56322-0
Arlinda Celeste Alves da Silveira
CPF: 450.139.937-68

PIX: 45013993768
Agradecemos imensamente a sua contribuição

Categorias
Política

Mortos na chacina do Jacarezinho sobem para 29. Ao menos 13 não eram investigados na operação

Dos 21 investigados e com mandado de prisão, três foram detidos e outros três foram mortos. Das vítimas, 11 corpos ainda não foram identificados.

Matéria publicada no El País – Considerada um “trabalho de inteligência” pelo governador Cláudio Castro (PSC) e pela Polícia Civil, a operação na favela do Jacarezinho, na Zona Norte do Rio de Janeiro, não conseguiu chegar na maioria das 21 pessoas investigadas por suspeita de aliciar menores para o tráfico de drogas, motivo que levou à entrada policial no local. Dessa lista, somente três foram detidas e outras três foram mortas. As outras 15 pessoas não constam entre os mortos já identificados e podem ter fugido.

A ação policial terminou com 28 vítimas —três a mais do que o divulgado inicialmente, de acordo com a Polícia Civil— e se tornou a mais letal da história do Rio e a segunda maior chacina já registrada no Estado. Ao menos 13 dos mortos não tinham qualquer relação com a investigação, mas o número que pode ser ainda maior porque 11 corpos ainda não foram identificados, de acordo com informações da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Entre as vítimas estava o policial civil André Farias.

O massacre ocorrido nesta quinta-feira correu o mundo e chamou a atenção de instâncias internacionais. Nesta sexta, a Organização das Nações Unidas (ONU) pediu uma investigação independente ao Ministério Público sobre a operação. O porta-voz dos Direitos Humanos da ONU, Rubert Colville, afirmou em entrevista coletiva em Genebra que existe um histórico de uso “desproporcional e desnecessário” da força pela polícia e chamou atenção para o fato de que os locais das mortes não foram preservados, dificultando os trabalhos de perícia. Em algumas imagens divulgadas pela imprensa, é possível ver policiais civis carregando corpos.

Moradores também relataram ao EL PAÍS que os mortos foram carregados, logo após o crime, para veículos blindados da polícia. Já o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou que os fatos “parecem graves” e que “há indícios de atos que, em tese, poderiam configurar execução arbitrária”. A declaração consta nos ofícios enviados para a a Procuradoria Geral de Justiça do Rio de Janeiro (PGJ) e Procuradoria Geral da República (PGR) —que, por sua vez, já solicitou esclarecimentos ao governador Castro e ao Ministério Público do Rio.

A OAB divulgou nesta sexta-feira uma lista com 16 nomes das pessoas mortas. São todos homens, e o mais jovem tinha 18 anos. São eles: Carlos Ivan Avelino da Costa Junior, 32 anos; Cleiton da Silva de Freitas Lima, 27 anos; Francisco Fabio Dias Araújo Chaves, 25 anos; Jhonatan Araújo da Silva, 18 anos; John Jefferson Mendes Rufino da Silva, 30 anos; Jonas do Carmo, 31 anos; Isaac Pinheiro de Oliveira, 22 anos; Márcio Manoel da Silva, 41 anos; Marlon Santana de Araújo, 23 anos; Maurício Ferreira da Silva, 27 anos; Natan Oliveira de Almeida, 21 anos; Rai Barreto de Araujo, 19 anos; Richard Gabriel da Silva Ferreira, 23 anos; Rômulo Oliveira Lucio, 20 anos; Toni da Conceição, 30 anos; Wagner Luis de Magalhães Fagundes, 38 anos.

Os esclarecimentos oferecidos sobre as vítimas são insuficientes. De acordo com o jornal O Globo, a polícia se limitou a dizer que 26 dos 27 moradores mortos tinham antecedentes criminais. O EL PAÍS teve acesso às investigações do Ministério Público que apuram o aliciamento de menores no Jacarezinho. Dos 21 nomes investigados, somente Richard, Romulo e Isaac estão entre os mortos na ação desta quinta —e deveriam, em respeito ao Estado Democrático de Direito, responder por eventuais delitos na Justiça.

Mesmo com poucos esclarecimentos, o delegado Felipe Curi tratou de considerar os mortos como criminosos durante a coletiva de imprensa da Polícia Civil na quinta-feira. “Não tem nenhum suspeito aqui. A gente tem criminoso, homicida e traficante. O que causa muita dor na gente é a morte do nosso colega”, afirmou. O vice-presidente Hamilton Mourão seguiu pela mesma linha ao se referir às vítimas da chacina: “Tudo bandido”, afirmou na manhã desta sexta-feira, ao chegar no Palácio do Planalto, também sem ter qualquer prova disso. Durante uma entrevista de rádio, também comparou a situação do Rio a uma guerra. “Isso é a mesma coisa que se a gente tivesse combatendo no país inimigo. Quase a mesma coisa. A partir daí houve esse combate de encontro e tenho quase que absoluta certeza, não tenho todos os dados disso, que os mortos eram os marginais que estavam lá, armados, enfrentando a força da ordem”.

A Polícia Civil afirma que seis pessoas foram detidas na quinta-feira durante a operação, e que três delas estavam na lista de investigados e tinham mandado de prisão. As outras três foram detidas em flagrante. O EL PAÍS entrou em contato nesta sexta-feira com a corporação questionando seus nomes, mas não obteve uma resposta até o fechamento desta edição. A operação foi realizada em desafio a uma determinação do Supremo Tribunal Federal (STF) que proíbe este tipo de ação durante a pandemia, salvo em “hipóteses absolutamente excepcionais” e desde que devidamente justificadas ao Ministério Público do Rio. O MP foi avisado da operação às 9h, três horas depois de seu início.

Se de uma lista de 21 investigados três foram mortos e três foram detidos, o que aconteceu com as outros 15? Quem são eles? O EL PAÍS também questionou a Polícia Civil, mas não obteve resposta. Até o momento, a corporação vem se apoiando na narrativa de que existe um “ativismo judicial”, em referência à decisão do Supremo de limitar operações policiais durante a pandemia.

Os agentes presentes em uma entrevista coletiva na quinta-feira, após o crime, evitaram se referir diretamente ao Supremo —ainda que estivesse implícito que tratavam do tribunal. “A gente não tem como nominar A, B, C ou D. São diversas organizações que buscam nesse discurso impedir o trabalho da polícia. Quem pensa assim está mal intencionado ou mal informado”, afirmou o delegado Rodrigo Oliveira. E prosseguiu: “Impedir que a polícia cumpra o seu papel não é estar do lado de bem da sociedade. O ativismo perpassa uma série de entidades e grupos ideológicos que jogam contra o que a Polícia Civil pensa. E a polícia está do lado da sociedade”, prosseguiu. “É preciso acabar com discurso de pobre coitado e de vitimização desse criminoso”.

Antropofagista interação – Siga-nos no Watsapp: https://chat.whatsapp.com/C3vFPKeGR4JGwnGrwc6O5F

Siga-nos no Whatsapp: https://chat.whatsapp.com/H61txRpTVWc7W7yyCu0frt

Apoie o Antropofagista com qualquer valor acima de R$ 1,00

Caixa Econômica: Agência 0197
Operação: 013
Poupança: 56322-0
Arlinda Celeste Alves da Silveira
CPF: 450.139.937-68

PIX: 45013993768
Agradecemos imensamente a sua contribuição

Categorias
Política

Bolsonaro assume que receitou cloroquina para não assumir que sabotou a compra das vacinas

Na verdade, hoje, Bolsonaro com seus apoiadores contratados, estava justificando com a cloroquina a sua campanha e ações contra a aquisição de vacinas pelo Brasil.

Mas por que ele faz isso? Porque na próxima semana a CPI terá depoimentos do diretor presidente da Anvisa, Antônio Barra Torres, de Dimas Covas, diretor do Butantan e de Marta Díez, presidente da subsidiária brasileira da Pfizer. Também sobre as negociações com a Pfizer, a CPI ouvirá  o ex-ministro da Secretaria de Comunicação da Presidência da República Fábio Wajngarten. Ou seja, o assunto será a vacina e a sua sabotagem em uma ação que salvaria centenas de milhares de vidas.

E o que isso quer dizer? Quer dizer que no primeiro ato da CPI com as declarações de Mandetta, de Teich e de Queiroga, mas sobretudo da fuga de Pazuello que receitou cloroquina a mando de Bolsonaro, que o ato de insistir em receitar um medicamento comprovadamente sem eficácia, é um contraponto à aquisição das vacinas.

Para ser mais específico, Bolsonaro praticamente lançou um slogan no Brasil “quem tem cloroquina não precisa de vacina”.

Então o que interessa é prestar atenção naquilo que Bolsonaro não diz, o que ele diz é para fazer cortina de fumaça para o que ele quer camuflar.

Se ele assumiu que receitou a cloroquina como se fosse um mal menor do que a sabotagem com a compra das vacinas, falando inclusive que gravará vídeos estimulando o uso do medicamento em contrapartida à falta da vacina, entre o péssimo e o criminoso,  ele optou pelo péssimo, lógico, achando que, assim, ele se descolaria do criminoso, quando, na realidade, essas duas questões são indissociáveis, porque a realidade mostra que ele, usando o cargo de presidente da República, optou por receitar cloroquina, mesmo sem qualquer embasamento científico que abone sua defesa histriônica do medicamento que, além de não ter eficácia, é altamente lesivo à saúde e que já levou a óbito muitas pessoas que fizeram uso dela com a orientação do presidente da República.

Bolsonaro sabe que o que estamos falando aqui é verdade, tanto que ele como o bufão que é, novamente disse que só Deus o tira da cadeira da presidência, o que, em outras palavras, afirma que está sim em risco de cair, revelando que sentiu o baque da primeira semana da CPI, além de apontar que o trabalho dos senadores da CPI está na rota certa e que sua deposição será o único caminho natural que vai desaguar essa enxurrada de denúncias de crimes de responsabilidade.

A CPI está apenas começando e Bolsonaro já abriu o bico. E isso pode ser um bom sinal.

*Carlos Henrique Machado Freitas

Antropofagista interação – Siga-nos no Watsapp: https://chat.whatsapp.com/C3vFPKeGR4JGwnGrwc6O5F

Siga-nos no Whatsapp: https://chat.whatsapp.com/H61txRpTVWc7W7yyCu0frt

Apoie o Antropofagista com qualquer valor acima de R$ 1,00

Caixa Econômica: Agência 0197
Operação: 013
Poupança: 56322-0
Arlinda Celeste Alves da Silveira
CPF: 450.139.937-68

PIX: 45013993768
Agradecemos imensamente a sua contribuição