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Saúde

Crianças Yanomamis com desnutrição severa e malária são resgatadas em estado grave

Ministério da Saúde tem resgatado crianças Yanomamis com quadros de desnutrição severa e malária em comunidades indígenas.

Técnicos do Ministério da Saúde (MS) já resgataram oito crianças em estado grave que vivem na terra Yanomami – a maior reserva indígena do país. Os pacientes, incluindo um recém-nascido, foram resgatados com quadros de desnutrição severa e malária.

A equipe técnica da pasta faz atendimentos na região desde segunda-feira (16/1), e encaminha as crianças para tratamento na capital Boa Vista (RR).

Segundo informações do MS, o paciente mais novo, de 18 dias de vida, foi levado ao hospital com quadro de pneumonia, e chegou a ter cinco paradas cardíacas. A mãe da criança percorreu três horas até chegar à Unidade Básica de Saúde Indígena (UBSI) no polo-base de Surucucu.

“Um dado público é que nos últimos 4 anos, 570 pessoas Yanomami morreram decorrente da contaminação por mercúrio por conta do garimpo ilegal. Agora, na casa de atenção à saúde indígena, tem 715 indígenas yanomami em desnutrição absurda”, disse Sônia Guajajara, ministra dos Povos Originários.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, nesta sexta-feira (20/1), que visitará o estado neste final de semana para tratar de questões relacionadas à desnutrição de crianças indígenas do povo Yanomami.

“Recebemos informações sobre a absurda situação de desnutrição de crianças Yanomami em Roraima. Amanhã viajarei ao Estado para oferecer o suporte do governo federal e, junto com nossos ministros, atuaremos pela garantia da vida de crianças Yanomami”, disse o presidente nas redes sociais.

O presidente estará acompanhado dos ministros da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino; da Defesa, José Múcio; do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias; da Saúde, Nísia Trindade; dos Direitos Humanos e Cidadania, Silvio Almeida; da Secretaria-Geral, Márcio Macedo; dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara; e do Gabinete de Segurança Institucional, general Gonçalves Dias.

O intuito do Ministério da Saúde é realizar uma missão para oferecer serviços de saúde aos mais de 30,4 mil indígenas que vivem no local.

“Nos últimos anos, a população Yanomami passou por desassistência e dificuldade de acesso aos atendimentos de saúde. Casos de desnutrição e insegurança alimentar, principalmente entre as mais de 5 mil crianças da região, foram registrados”, disse o Ministério da Saúde.

O ex-presidente Lula discursa em acampamento indígena Terra Livre, em Brasilia, cercado por lideranças de diferentes etnias. Ele segura um microfone e gesticula - Metrópoles

Saúde dos Yanomamis

Em razão da grave precarização das condições de vida do povo Yanomami, também em decorrência do garimpo ilegal, a população vive uma grande crise sanitária. Apesar de a atividade provocar assassinatos de indígenas, nos últimos meses também foram registradas diversas mortes por desnutrição.

A exploração ilegal do garimpo faz com que ocorra a incidência de doenças infecciosas. A falta de assistência em saúde também contribui para o quadro.

Na última quarta-feira (18/1), uma equipe do Ministério da Saúde foi enviada ao estado de Roraima para fazer um diagnóstico da situação. Em nota, a pasta informou que a expectativa é que, após o levantamento, sejam definidas “ações imediatas para superar a crise sanitária” pela qual passa a população local.

*Com Metrópoles

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Saúde

Governo Lula quer retomar reforma psiquiátrica e fechar ‘últimos hospícios’

O governo Lula (PT) assume a gestão da saúde mental do país prometendo retomar os princípios da reforma psiquiátrica e fechar os últimos hospitais exclusivos para pacientes com transtornos psíquicos.

Segundo a Folha, a ideia central da nova equipe é expandir e integrar toda a rede de serviços, principalmente as equipes de saúde da família e os Caps (Centros de Atenção Psicossocial), focando as populações mais vulneráveis, como as pessoas em situação de rua.

A visão é essencialmente contrária à dos governos de Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PL), que frearam o financiamento de novas unidades e priorizaram estruturas para casos graves e comunidades terapêuticas para dependentes químicos, em sua maioria religiosas.

“Voltaremos ao leito do que estava sendo construído antes”, defende Helvécio Miranda, médico que assume nesta semana a Secretaria de Atenção Especializada, responsável pelo tema e subordinada à ministra Nísia Trindade. Ele já havia comandado outra secretaria nos anos de Dilma Rousseff (PT).

“Vamos fazer um diagnóstico de onde se aprofundaram os vazios assistenciais, voltar a interlocução com outras pastas, como Educação e Cultura, e continuar o esforço de libertar pacientes crônicos ainda em manicômios, o pior tratamento que pode ser dado além da prisão”, diz.

Habilitar centenas de Caps que já existem, mas aguardam na fila por recursos federais, é a “prioridade das prioridades”, acrescenta ele. Sanar o enorme déficit de leitos para pacientes em crise em hospitais gerais também está nos planos: “Desde que não seja manicômio, tudo é bem-vindo.”

É incerto ainda, porém, o que vai ocorrerá com comunidades terapêuticas que tiveram a verba dobrada e as vagas sextuplicadas pelo finado Ministério da Cidadania de Osmar Terra (MDB). Miranda diz acreditar que a função delas foi distorcida, porém prega cautela e afirma que ainda é cedo para decidir o que será feito com as mais de 700 unidades já financiadas.

Formalmente, elas são organizações sem fins lucrativos criadas para acolher usuários de álcool e drogas que escolhem estar ali e têm liberdade sobre suas decisões. Na prática, no entanto, parte delas é acusada de maus-tratos e violações aos direitos humanos por diferentes órgãos.

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Saúde

A imunização voltará a ser prioridade no governo Lula e vacina Covid-19 será anual

Ministério da Saúde tornará a vacina contra a Covid-19 parte do calendário anual de vacinação e imunização será prioridade.

A nova ministra da Saúde, Nísia Trindade, que é também presidente da Fiocruz, delegou maior importância ao Programa Nacional de Imunização (PNI), tornando-o um departamento da Saúde, e a pasta irá tornar a vacina contra a Covid-19 parte do calendário anual de vacinação federal de grupos prioritários.

A vacina contra a Covid-19 não só não era parte do calendário anual de vacinação, durante o governo de Jair Bolsonaro, como o próprio presidente desestimulou a imunização, que sofreu quedas de imunizados em diversas doenças e proteções nos últimos anos.

O anúncio de que a vacina contra a Covid-19 será parte do calendário anual do governo federal foi feito pela nova secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente da pasta, Ethel Maciel.

A cientista é referência na pesquisa de doenças infecciosas e já concedeu entrevista ao GGN, em fevereiro de 2021, relatando o colapso do controle da pandemia pelo governo Bolsonaro. “A gente está vivendo a maior crise sanitária tendo alguém comandando a pasta que não sabia nem que o SUS existia”, disse a professora, à época.

A agora secretária do Ministério da Saúde anunciou que a vacina contra a Covid-19 continuará sendo prioridade e que as doses que a pasta recebeu já são suficientes para contemplar todos os grupos de risco e prioritários no calendário de 2023, como dose de reforço garantida.

*Com GGN

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Saúde

Câncer progride, e Pelé precisa de cuidados cardíacos e renais, diz hospital

Com piora do quadro do Rei do Futebol, filhas anunciam que passarão o Natal com ele no Albert Einstein.

Um novo boletim médico divulgado nesta quarta-feira (21) pelo Hospital Albert Einstein, na capital paulista, apontou que piorou o estado de saúde de Pelé, 82, que está internado desde o dia 29 de novembro. De acordo com o texto, o ex-jogador precisa de cuidados relacionados às disfunções renal e cardíaca.

“Internado desde 29 de novembro para uma reavaliação da terapia quimioterápica para tumor de cólon e tratamento de uma infecção respiratória, Edson Arantes do Nascimento apresenta progressão da doença oncológica e requer maiores cuidados relacionados às disfunções renal e cardíaca”, diz o boletim, assinado pelos médicos Fábio Nasri, Rene Gansl e Miguel Cendoroglo Neto.

O comunicado, no entanto, não citou o quadro de infecção respiratória, que era o principal foco de ação dos médicos até o último boletim divulgado, dia 12.

Com o agravamento do quadro de Pelé, as filhas Kely e Flávia anunciaram que vão passar o Natal no quarto dele no hospital.

“Pessoal, o nosso Natal em casa foi suspenso. Nós decidimos com os médicos que, por várias razões, será melhor a gente ficar por aqui mesmo, com todo esse cuidado que esta nova família… Einstein nos dá!! Agradecemos todo o carinho que vocês transmitem aqui no Brasil como do mundo inteiro! O amor por ele, as histórias e a suas preces são um conforto ENORME, porque sabemos que não estamos sós. Vamos virar esse quarto num sambódromo (é brincadeira), vamos fazer até caipirinhas (não é brincadeira!!). Nós desejamos a todos que celebram, um Natal cheio de família, cheio de criança, cheio daquelas briguinhas massss com MUITO Amor e Saúde!! Amamos vocês, daremos um update semana que vem”, publicaram Flavia e Kely em suas contas no Instagram.

O Rei do Futebol foi submetido no ano passado a uma cirurgia por causa de um câncer no cólon. No início de 2022, foram identificadas metástases no intestino, no pulmão e no fígado.

Torcida do Santos em vigília por Pelé na porta do hospital

*Com Folha

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Dispara o número de contaminados e de mortos pela Covid. É hora de voltar a usar máscara

Em boletim divulgado hoje (1º), o Ministério da saúde informou que o Brasil reportou 144 novas mortes causadas pela covid-19 nas últimas 24 horas. Desde o começo da pandemia, houve 689.945 óbitos provocados pela doença em todo o país.

Pelos dados da pasta, houve 35.978 casos confirmados de covid-19 no Brasil entre ontem e hoje, elevando o total de infectados para 35.302.137 desde março de 2020.

De acordo com o governo federal, houve 34.257.388 casos recuperados da doença até aqui, com outros 354.804 em acompanhamento.
Veículos se unem pela informação

Em resposta à decisão do governo Jair Bolsonaro de restringir o acesso a dados sobre a pandemia de covid-19, os veículos de comunicação UOL, O Estado de S. Paulo, Folha de S.Paulo, O Globo, g1 e Extra formaram um consórcio para trabalhar de forma colaborativa para buscar as informações necessárias diretamente nas secretarias estaduais de Saúde das 27 unidades da Federação.

O governo federal, por meio do Ministério da Saúde, deveria ser a fonte natural desses números, mas atitudes de autoridades e do próprio presidente durante a pandemia colocam em dúvida a disponibilidade dos dados e sua precisão.

*Com Uol

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Governo Bolsonaro bloqueia mais R$ 1,6 bilhão do orçamento da Saúde

Equipe do ministério teme dificuldade para executar políticas públicas e comprar insumos.

Segundo a Folha, o governo Jair Bolsonaro (PL) decidiu bloquear mais R$ 1,65 bilhão do orçamento do Ministério da Saúde. A Economia mandou na última sexta-feira (25) a pasta comandada por Marcelo Queiroga escolher quais áreas serão atingidas.

Integrantes da Saúde temem que a medida dificulte ainda mais a execução de políticas públicas até o fim deste ano. A ordem é cortar verba das despesas discricionárias, ou seja, os recursos usado em programas como o Farmácia Popular, para a habilitação de leitos e na compra de medicamentos e insumos.

A Saúde ainda não disse quais ações serão cortadas. A equipe de transição do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), tem dito que o cenário é de caos na saúde por causa da falta de verba.

Procurados, os ministérios da Economia e da Saúde não se manifestaram sobre o bloqueio.

O governo anunciou na semana passada o bloqueio de mais R$ 5,7 bilhões do Orçamento de 2022 dos ministérios para evitar o estouro do teto de gastos. A tesourada na Saúde é resultado desta decisão.

A Educação também congelou recursos de universidades e institutos federais nesta semana.

Em ofício enviado à Saúde, o secretário de Orçamento Federal, Ariosto Culau disse que os valores bloqueados podem ser cancelados para atender a despesas obrigatórias, como gastos com pessoal, ou “despesas primárias discricionárias consideradas inadiáveis”.

O governo já havia travado R$ 2,23 bilhões da Saúde. Ou seja, o corte total desse tipo de verba vai a cerca de R$ 3,8 bilhões.

Técnicos da pasta dizem que a verba que ainda resta das emendas parlamentares já está bloqueada e que o novo corte acabará sendo feito sobre despesas discricionárias de programas do ministério.

A Economia pediu para a Saúde indicar até esta terça-feira (29) quais áreas devem ser atingidas. Integrantes do ministério, porém, disseram à Folha que ainda não sabem quais ações vão perder recursos.

A pasta de Paulo Guedes ainda disse para a Saúde reavaliar a necessidade de execução das despesas até o fim do ano, para se adequar “à redução de dotação de seus orçamentos buscando mitigar os efeitos desses ajustes na realização de políticas públicas sob sua supervisão”.

“Caso necessário, há a possibilidade de ajustes nas programações, de forma a minimizar os efeitos dos bloqueios, desde que os órgãos solicitem alterações orçamentárias com oferecimento de dotações compensatórias no âmbito de suas programações”, afirma ainda o ofício assinado por Culau.

No total, o governo Bolsonaro ordenou o bloqueio de cerca de R$ 15,4 bilhões dos ministérios neste ano para evitar o estouro do teto de gastos.

A medida pode impor um apagão na máquina pública a pouco mais de um mês do fim do mandato do atual presidente —a exemplo da emissão de passaportes, já suspensa pela Polícia Federal por falta de verbas.

O teto de gastos é a regra que limita o crescimento das despesas à variação da inflação. O bloqueio de recursos é obrigatório para o governo.

O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), aposta na aprovação da PEC da Transição para excluir as despesas com o programa Bolsa Família do teto de gastos e liberar espaço para outros programas do governo, como na área da Saúde.

O grupo de trabalho da saúde no governo de transição disse na última semana que há um cenário de caos na saúde do país. Uma das principais demandas transição é reforçar em R$ 22,7 bilhões o orçamento da Saúde em 2023 para garantir o mínimo funcionamento dos serviços públicos.

Como a Folha mostrou, o governo Jair Bolsonaro (PL) enviou a proposta de Orçamento para 2023 com uma previsão de corte de 42% nas verbas discricionárias do Ministério da Saúde, usadas na compra de materiais.

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Saúde

Tratamento inovador de câncer, CAR-T tem 1º produto no mercado e ganha novos estudos no País

Terapia contra leucemia e linfoma é a primeira do tipo a estar disponível para pacientes; nova pesquisa clínica testa tratamento com células geneticamente modificadas também para mieloma.

Estadão – Um dos tipos mais promissores de tratamento contra o câncer teve, nas últimas semanas, seu primeiro produto lançado no mercado brasileiro e dois estudos clínicos pioneiros iniciados em instituições brasileiras. Trata-se da chamada terapia com células CAR-T, na qual linfócitos do próprio paciente são coletados, modificados geneticamente e, em seguida, reinseridos no corpo do doente para atuarem no reconhecimento e combate do tumor.

A terapia com células CAR-T é uma das principais promessas contra o câncer porque utiliza as próprias células de defesa do paciente e as reprograma para atacar um alvo específico – as células tumorais -, tornando o tratamento personalizado e potencialmente mais efetivo.

O primeiro produto a chegar ao mercado brasileiro foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em fevereiro deste ano, mas só ficou realmente disponível aos pacientes neste mês, após o processo de definição do preço da terapia, conduzido pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) e realizado somente após o registro concedido pela Anvisa.

O produto, desenvolvido pela farmacêutica suíça Novartis, é indicado para crianças e jovens até 25 anos com leucemia linfoblástica aguda de células B que não responderam ao tratamento padrão, inclusive ao transplante de medula óssea. Também pode ser usado em pacientes adultos com linfoma difuso de grandes células B que não responderam a duas ou mais linhas de tratamento ou que voltaram a manifestar a doença após as terapias padrão.

“É um avanço de potência de tratamento, uma opção menos agressiva que uma quimioterapia, por exemplo, e mais eficaz. Nos estudos, ela duplicou a chance de remissão do tumor em comparação com o melhor tratamento que tínhamos até então para esses pacientes”, diz Marco Aurélio Salvino, professor de hematologia da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e coordenador da Unidade de Terapia Celular do Hospital São Rafael, em Salvador, um dos centros que participou, ao lado do Hospital Israelita Albert Einstein, dos estudos do produto no Brasil.

Embora represente uma esperança a pacientes com leucemia e linfoma que não obtiveram bons resultados aos tratamentos já existentes, o custo pode ser um impeditivo para o acesso à terapia inovadora. Segundo a CMED, o tratamento pode custar até R$ 2,1 milhões por paciente.

Não há previsão de quando o tratamento chegará ao SUS, mas ele poderá ser custeado pelos planos de saúde por ser uma terapia anticâncer de uso em ambiente hospitalar. Embora não esteja no rol de procedimentos da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), alguns pacientes já estão tendo a aprovação de uso por seus convênios, de acordo com Salvino.

Hospitais iniciam estudo de CAR-T contra mieloma

Paralelamente à chegada da primeira terapia CAR-T ao mercado, três hospitais brasileiros iniciaram, na semana passada, participação em um estudo clínico global de fase 3 (a mais avançada dentro de uma pesquisa) de outro produto CAR-T — este desenvolvido pela farmacêutica belga Janssen e indicado para o tratamento de mieloma múltiplo, câncer que atinge células da medula óssea e que, embora tratável e controlável por anos, ainda não tem cura. A principal inovação do estudo, de acordo com os pesquisadores, é testar o uso mais precoce do produto.

“As terapias com células CAR-T aprovadas ou testadas até agora no Brasil eram para pessoas que já tinham passado por vários outros tratamentos, ou seja, com a doença avançada. Nesse estudo para mieloma, o CAR-T está sendo trazido quase que como primeira linha de tratamento, para avaliarmos se a resposta será ainda melhor do que a observada para pacientes recidivados ou refratários”, explica Nelson Hamerschlak, coordenador do Programa de Hematologia e Transplantes de Medula Óssea do Einstein, um dos três centros brasileiros que participam do estudo global da Janssen, ao lado do Hospital São Rafael, em Salvador, e do A.C. Camargo Câncer Center, em São Paulo.

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Saúde

Com Lula, ampliação da rede de prevenção ao câncer. Com Bolsonaro, corte da verba contra a doença para bancar orçamento secreto

Presidente reduziu a verba em 45%. Uma tesourada de R$ 78 milhões para acomodar os bilhões reservados ao orçamento secreto.

Jair Bolsonaro segue cortando despesas com a saúde do povo para acomodar os R$ 19,4 bilhões reservados ao orçamento secreto. A tesoura do presidente da República, dessa vez, atingiu os recursos destinados à prevenção e controle do câncer, segunda doença que mais mata no Brasil. Bolsonaro fez um corte de 45% na verba destinada ao câncer, passando de R$ 175 milhões para R$ 97 milhões. Tesourou R$ 78 milhões.

Em pleno Outubro Rosa, mês de conscientização e combate ao câncer de mama, o corte escancara que o governo federal atual não se importa com a saúde dos brasileiros, especialmente das mulheres.

Nos governos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao contrário, a prevenção ao câncer sempre foi prioridade nos Ministérios da Saúde. Lula ampliou a rede de prevenção, combate e tratamento de câncer no país, políticas que foram aprofundadas na gestão de Dilma Rousseff.

Bolsonaro corta verba para o câncer

O desmonte encontra outros ramos da Saúde, atingindo especialmente mulheres

Para 2022, Bolsonaro reservou R$ 520 milhões para a rubrica “estruturação de unidades de atenção especializada”, verba repassada da União para os estados para aparelhar e expandir os serviços de saúde hospitalares e ambulatoriais. O montante foi reforçado por emendas e chegou a R$ 1,9 bilhão. Para 2023, o governo reservou apenas R$ 202 milhões, somados todos os planos de aplicação, uma queda de R$ 318 milhões.

Com a tesourada, além de cortar as verbas para o controle do câncer, perderão incrementos também a estrutura de hospitais e ambulatórios especializados que fazem parte de redes focadas nas gestantes e bebês, a Rede Cegonha; a dependentes de drogas e portadores de transtornos mentais, Rede de Atenção Psicossocial – Raps; e a Rede de Cuidados a Pessoas com Deficiência, voltado para reabilitação.

A redução inviabiliza a aquisição de equipamentos tomógrafos, aparelhos de raio-X, de ressonância magnética, de megavoltagem para radioterapia, macas, cadeiras de rodas, incubadoras, oxímetros, ventiladores pulmonares, desfibriladores, entre outros.

Descaso do (des)governo com pacientes de câncer

Mas essa não é o primeiro golpe do governo Bolsonaro nas políticas de tratamento e prevenção ao câncer.

Na contramão dos governos petistas, o descaso do governo Bolsonaro com o tema é tanto que até a produção de remédios usados no diagnóstico e tratamento de várias doenças, dentre elas o câncer, foi paralisada.

Dez dias antes do início da campanha Outubro Rosa de 2021, o governo Jair Bolsonaro anunciou o corte de 46% da verba do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), órgão do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), que produz 85% dos remédios, denominados radiofármacos e radioisótopos, para tratamento do câncer no país.

O governo, posteriormente, anunciou a liberação de verba para retomada da produção, contudo, o intervalo na produção impactou no tratamento de milhares de cidadãos.

O presidente Jair Bolsonaro vetou projeto de lei que facilitava o acesso de pacientes a remédios orais de tratamento contra o câncer. O projeto, aprovado pelo Congresso em julho, determina que planos de saúde cubram tratamentos de quimioterapia, hemoterapia e radioterapia de forma oral, no prazo máximo de 48 horas após a prescrição médica, desde que registrados na Anvisa.

Mais de 50 mil pessoas seriam imediatamente beneficiadas. A justificativa de Bolsonaro para o veto foi que o texto “comprometeria a sustentabilidade do mercado”, “criaria discrepâncias” e, pasmem, “privilegiaria pacientes oncológicos que requeiram a utilização de antineoplásicos orais”.

Por meio de um decreto editado em outubro de 2021, Bolsonaro alterou a Lei dos Agrotóxicos, que estava em vigor desde 1989. O novo texto permite que pesticidas que causam doenças como câncer possam ser usados no País caso exista um “limite seguro de exposição”. Ação do PT que busca a suspensão do decreto está em tramitação no STF.

Investimento em Saúde

O programa de Lula e Alckmin apontam o descaso com que o governo federal trata o SUS e o direito à vida. Por isso é urgente dar condições ao SUS para retomar o atendimento das demandas represadas durante a pandemia e atender às pessoas que precisam, de acordo com suas necessidades.

Em 2005, Lula lançou a Política Nacional de Atenção Oncológica (PNAO), que tinha como um dos objetivos principais a detecção precoce de tumores malignos (cânceres). A nova política previa a integração de todos os níveis de atenção à saúde, da alta complexidade ao Programa de Saúde da Família.

A partir do PNAO, o controle dos cânceres do colo do útero e de mama foi destacado como componente fundamental dos planos estaduais e municipais de saúde. O tumor na mama ainda é o que mais acomete a população feminina brasileira e representa cerca de 24,5% de todos os tipos de neoplasias diagnosticadas, e também é o câncer que mais mata.

Foi elaborado o Plano de Ação para o Controle dos Cânceres de Colo do Útero e de Mama, que propôs seis diretrizes estratégicas: aumento de cobertura da população-alvo, garantia da qualidade, fortalecimento do sistema de informação, desenvolvimento de capacitações, estratégia de mobilização social e desenvolvimento de pesquisas.

Seguindo essa diretriz, a presidenta Dilma lançou, em 2011, o Programa de Fortalecimento da Rede de Prevenção, Diagnóstico e Tratamento do Câncer de Colo do Útero e de Mama, que previa uma série de ações para o período 2011-2014, com investimentos de aproximadamente R$ 4,5 bilhões nas áreas de controle do câncer de colo do útero e do câncer de mama, ampliação e fortalecimento da rede oncológica e informação à população.

A medida ampliou a cobertura nacional à mamografia, criou 20 centros especializados no diagnóstico e tratamento do tumor no colo do útero nas regiões Norte e Nordeste e estabeleceu o prazo máximo de 60 dias para o início do tratamento às mulheres diagnosticadas.

Após rigoroso processo de revisão de evidências científicas, foram lançadas as novas Diretrizes Nacionais para a Detecção Precoce do Câncer de Mama, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).

A presidenta também sancionou a Lei 13.045/2014, que instituiu o Programa Nacional de Controle de Câncer de Próstata. A medida obriga a realização de exames para detectar, de forma precoce, o câncer de próstata pela rede pública. A lei previu ainda a capacitação de profissionais de saúde.

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Governo Bolsonaro corta 45% da verba contra o câncer para garantir R$ 19,4 bilhões ao orçamento secreto

Segundo o Estadão, o corte de despesas promovido pelo governo Jair Bolsonaro para acomodar os R$ 19,4 bilhões reservados ao orçamento secreto, usado para acordos políticos, atingiu os recursos destinados a investimentos para prevenção e controle do câncer, historicamente a segunda doença que mais mata no País. A verba foi reduzida em 45%, passando de R$ 175 milhões para R$ 97 milhões, em 2023.

Os recursos fazem parte de um dos programas considerados como “estratégicos” pelo Ministério da Saúde, a Rede de Atenção à Pessoa com Doenças Crônicas – Oncologia. Anualmente, a própria pasta costuma recorrer a deputados e senadores para turbinar as verbas do programa, agora à míngua, por meio das emendas parlamentares individuais ou de bancada.

Com a rubrica “estruturação de unidades de atenção especializada”, atingida pela tesourada, o Ministério da Saúde repassa dinheiro a governos estaduais, prefeituras e entidades sem fins lucrativos para implementar, aparelhar e expandir os serviços de saúde hospitalares e ambulatoriais. A verba pode bancar a construção, ampliação, reforma e aquisição de equipamentos e materiais permanentes.

O governo reservou para este ano R$ 520 milhões para todas as ações, que foram reforçadas por emendas e chegaram a R$ 1,9 bilhão. Em 2023, o governo reservou apenas R$ 202 milhões, somados todos os planos de aplicação, uma queda de R$ 318 milhões.

Além do controle do câncer, o governo Bolsonaro reduziu a reserva de dinheiro público para incrementar a estrutura de hospitais e ambulatórios especializados que fazem parte de redes focadas em outros três grupos: a gestantes e bebês, a Rede Cegonha; a dependentes de drogas e portadores de transtornos mentais, Rede de Atenção Psicossocial – Raps; e a Rede de Cuidados a Pessoas com Deficiência, voltado para reabilitação. As três são consideradas “estratégicas”.

Entre os equipamentos que costumam ser adquiridos com recursos do programa estão tomógrafos, aparelhos de raio-X, de ressonância magnética, de megavoltagem para radioterapia, macas, cadeiras de rodas, incubadoras, oxímetros, ventiladores pulmonares, desfibriladores, entre outros.

O corte pode prejudicar, por exemplo, a reforma e a compra de equipamentos para centros de parto normal, maternidades, bancos de leite humano, UTIs neonatais, hospitais psiquiátricos, centros de reabilitação, oficinas ortopédicas, centros de referência de alta complexidade em oncologia, laboratórios e serviços de referência para diagnóstico do câncer de mama e do colo de útero.

Entre as mulheres, o câncer de mama é o que tem mais incidência no Brasil, com 30% dos casos. Entre os homens, o de próstata responde por 29%, conforme dados de 2020 do Instituto Nacional de Câncer (Inca). O governo não cortou a verba do Inca: serão R$ 430 milhões para 2023, R$ 5 milhões a mais do que dispõe atualmente. Porém, o impacto vai além.

No caso da Rede de Atenção a Pessoas com Deficiência a queda foi de 56%, passando de R$ 133 milhões para R$ 58 milhões previstos pelo governo. A Rede Cegonha e a Rede de Atenção Psicossocial (Raps) tiveram redução de 61%, com orçamento caindo, respectivamente, de R$ 44 milhões para R$ 17 milhões e de R$ 18 milhões para R$ 7 milhões. Despesas diversas caíram de R$ 150 milhões para R$ 23 milhões.

O acesso a médicos em áreas remotas da Amazônia também foi prejudicado. Os atendimentos e consultas feitos por militares do Exército e da Marinha a ribeirinhos e moradores de regiões de fronteira ou difícil acesso serão limitados, por causa da queda orçamentária. O repasse do Fundo Nacional de Saúde aos comandos militares cairá para R$ 8,1 milhões, ante os R$ 21 milhões transferidos atualmente.

No Brasil pós-pandemia, mais uma vez perde a população e os investimentos estratégicos para estruturar a rede, que serão reduzidos em prol de gastos de baixa qualidade, que atendem muitas vezes interesses particulares em detrimento da alocação a partir da gestão tripartite do SUS (Sistema Único de Saúde)

De um total de R$ 1,64 bilhão atualmente, a saúde indígena terá em 2023 somente R$ 664 milhões, com as maiores perdas nas ações de promoção, prevenção e recuperação da saúde nas tribos e saneamento básico em aldeias.

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Saúde

Bolsonaro corta verba de fralda geriátrica a remédio de hipertensão e asma da Farmácia Popular

O corte de 60% de recursos no Orçamento de 2023 para a gratuidade de medicamentos da Farmácia Popular diminuirá o acesso da população a 13 tipos diferentes de princípios ativos de remédios usados no tratamento da diabetes, hipertensão e asma. O dinheiro para medicamentos gratuitos caiu de R$ 2,04 bilhões no orçamento de 2022 para R$ 804 milhões no projeto de 2023 enviado ao Congresso no final de agosto, o que representou R$ 1,2 bilhão a menos.

Segundo o Estadão, seis desses medicamentos são para o controle da hipertensão: Atenolol, Captopril, Cloridrato de Propranolol, Hidroclorotiazida, Losartana Potássica e Maleato de Enalapril. Todos os produtos da Farmácia Popular são destinados ao tratamento de doenças mais prevalentes, que segundo o Ministério da Saúde são as que mais acometem a população.

O governo Jair Bolsonaro, ao enviar o projeto de Orçamento de 2023, passou a tesoura no programa Farmácia Popular para abrir espaço ao orçamento secreto. A verba para os medicamentos gratuitos caiu de R$ 2,04 bilhões no orçamento de 2022 para R$ 804 milhões no projeto de 2023 enviado ao Congresso no final de agosto. Um corte de R$ 1,2 bilhão.

Os princípios ativos são moléculas de uma substância que possuem efeito terapêutico. Eles ficaram hoje mais conhecidos depois da chegada dos medicamentos genéricos que têm o nome da molécula. O genérico contém o apenas o nome do princípio ativo e o G do Genéricos.

A presidente da ProGenéricos, Telma Salles, diz que vê com grande preocupação o corte dos investimentos e a pressão maior no Sistema Único (SUS) com o esvaziamento da gratuidade da Farmácia Popular.

Segunda ela, o corte popular vai impedir o acesso de novas pessoas aos medicamentos gratuitos e deixar boa parte dos atuais beneficiários sem os remédios. Isso porque são produtos de uso continuado e, portanto, não podem deixar de serem consumidos. O resultado, afirma, é que elas vão buscar o tratamento na rede do SUS.

“As pessoas vão deixar de ter o produto e utilizar o pouco recurso que têm para passar a comprar o medicamento. Há um desvio de finalidade do recurso de uma população que já é economicamente frágil”, diz a presidente da ProGenéricos.

“A diminuição da possibilidade de alguém se tratar é devastadora sob todas as formas. Tem o agravamento da doença e o custo para o próprio SUS. Não me parece ser inteligente porque vão afogar o SUS com doença que não são tratadas”, critica Telma, que inicia em Brasília esta semana reuniões com autoridades para tentar ampliar os recursos na votação do Orçamento, que ocorrerá depois das eleições.

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