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Bolsonaro nomeia comandante do Exército escolhido por Lula

General Júlio Cesar de Arruda ocupará posto interinamente, até a posse do presidente eleito.

De acordo com a Folha, o presidente Jair Bolsonaro (PL) assinou, em ato publicado no Diário Oficial da União desta quarta-feira (28), a nomeação do general Júlio Cesar de Arruda como comandante interino do Exército.

Arruda foi escolhido para o comando da Força pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A nomeação definitiva dele para o cargo deve ser assinada só depois da posse de Lula, neste domingo (1º).

Também no Diário Oficial desta quarta, Bolsonaro exonerou, sob a justificativa de necessidade do serviço, o futuro comandante da Marinha, almirante de esquadra Marco Sampaio Olsen, do cargo de comandante de Operações Navais.

O futuro ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, já havia anunciado o nome de Arruda, e a troca de comando antes da posse já era esperada —ela deve ocorrer em cerimônia nesta sexta-feira (30).

Múcio foi anunciado como futuro ministro da Defesa em 9 de dezembro e assumiu o desafio de abrir interlocução com as Forças Armadas.

Como estratégia, o futuro ministro da Defesa anunciou que escolheria os oficiais-generais mais antigos de cada Força como comandantes, o que reduz a interferência do governo nas cúpulas de Exército, Marinha e Aeronáutica.

Com os primeiros movimentos, Múcio conseguiu marcar reuniões com os comandantes Freire Gomes (Exército) e Baptista Júnior (Aeronáutica), além do atual ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira.

O único que não se reuniu com Múcio foi o comandante da Marinha, Almir Garnier.

Interlocutores do futuro ministro dizem que o militar tem se mostrado resistente a tentativas de aproximação, diante da derrota do presidente Jair Bolsonaro (PL). Ele foi o único a criar empecilhos para a transição, dizem pessoas ligadas ao novo governo.

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Segurança do Senado não quer revelar quem autorizou entrada de suspeitos de terrorismo em comissão da Casa

Informação já é conhecida, mas estava sendo tratada como sigilosa sob pretexto de não ferir a privacidade dos gabinetes dos parlamentares.

A Secretaria de Polícia do Senado Federal tinha decidido até a manhã desta terça (27) não revelar quem autorizou a entrada de dois suspeitos de terrorismo nas dependências da Casa.

A informação já era de conhecimento do órgão, mas a decisão era a de tratá-la como sigilosa para não invadir a privacidade do gabinete parlamentar que permitiu o acesso dos cidadãos ao parlamento.

No dia 30 de novembro, George Washington de Oliveira Sousa, preso por planejar explodir uma bomba nos arredores do aeroporto de Brasília, e Alan Diego dos Santos, apontado como seu cúmplice, foram à 32ª reunião extraordinária da Comissão de Transparências, Fiscalização e Controle.

Neste dia, por iniciativa do senador Eduardo Girão (Podemos-CE), o colegiado discutia as denúncias da campanha de Jair Bolsonaro (PL) sobre uma suposta falta de isonomia nas inserções de propaganda no rádio durante o pleito.

A comissão levou para o debate bolsonaristas como Fábio Wajngarten, ex-chefe da Secretaria de Comunicação do governo de Jair Bolsonaro e integrante da campanha à reeleição do presidente, o jurista Ives Gandra e a influenciadora digital Barbara Destefani, responsável pelo canal “Te Atualizei” e investigada no inquérito das fake news.

Um dos alvos das críticas dos convidados era o Supremo Tribunal Federal (STF).

Os suspeitos de terrorismo estavam na plateia e viram o debate no mesmo plenário em que estavam parlamentares bolsonaristas como Bia Kicis (PL-DF) e Carla Zambelli (PL-SP).

O senador Randolfe Rodrigues enviou ofício para o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) questionando quem autorizou o “acesso dos terroristas às dependências do Senado”.

A polícia legislativa já sabe como eles entraram na comissão.

*Mônica Bergamo/Folha

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Hotel em Brasília é evacuado após suspeita de bomba; Bope está no local

Um hotel no Setor Hoteleiro Norte, em Brasília, foi evacuado, na tarde desta terça-feira (27/12), após uma denúncia de suspeita de bomba na região. Policiais militares do Batalhão de Operações Especiais (Bope) estão no local para averiguar a denúncia, É o quarto chamado semelhante em menos de quatro dias — e em dois casos foi confirmado se tratar de um artefato explosivo. A operação ocorre a cerca de dois quilômetros do hotel onde o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está hospedado.

Segundo informações preliminares da Polícia Militar (PMDF), uma mochila azul foi encontrada próximo ao sistema de gás do Lets Idea Brasília Hotel. Um homem teria deixado a mochila no jardim do hotel e saído do local, segundo uma funcionária. Os policiais isolaram a área. Até o momento, não há informações sobre os objetos que estão na mochila. A operação conta com o apoio do Corpo de Bombeiros, informa o Correio Braziliense.

Mochila azul foi encontrada por volta das 16h

“Está sendo feito o primeiro procedimento, em que um robô vai até o objeto suspeito e passa um raio-X para identificar o que há dentro da mochila. Em outro ponto, um policial militar acompanha as imagens pela câmera. Tendo algo suspeito, é feito outro procedimento. Se for artefato, é retirado e levado para um local seguro para detonação”, afirmou o major Michello Bueno, porta-voz da PMDF.

O futuro ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, estava na sede da Transição, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), quando recebeu a informação da operação. “Estamos vendo uma tentativa, infelizmente, de trazer o terrorismo político para o Brasil, e não vamos aceitar. As investigações estão em andamento, pessoas foram presas, mais pessoas serão presas. Em relação a essa ocorrência, há equipes lá fazendo apuração e assim que houver o esclarecimento técnico, essas informações serão repassadas com total transparência”, disse em entrevista exibida no canal CNN.

Quarto caso em menos de uma semana

A suspeita de bomba aumenta um clima de terror que invade a capital federal na última semana. É a quarta suspeita de bomba em menos de quatro dias.

No domingo (25/12), as equipes detonaram um artefato de 40kg em uma área de mata do Gama. A bomba estava junto de dois coletes balísticos. Os policiais do Bope foram acionados por volta das 15h30 de domingo. Todo o processo de identificação, contenção e destruição da bomba levou mais de sete horas.

No dia anterior, o sábado (24/12), uma bomba foi encontrada no eixo de um caminhão-tanque, abastecido com 63 mil litros de querosene de aviação, na Estrada Parque Aeroporto (Epar), em frente à Concessionária V1. Horas depois, o empresário George Washington de Oliveira Sousa, 54 anos, foi preso pelo atentado.

Em depoimento, o empresário afirmou ser um apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL), e que o objetivo do atentado era criar um clima de caos para instaurar um “estado de sítio”. George Washington de Oliveira Sousa mora no Pará, mas veio para Brasília em novembro, para participar do acampamento bolsonarista em frente ao Quartel General do Exército de Brasília, no Setor Militar Urbano.

O artefato próximo ao aeroporto seria explodido por meio de um dispositivo remoto. A perícia da PCDF identificou que houve tentativa de detonar a bomba. “Graças a Deus, conseguimos interceptar. Não conseguiram explodir, mas a perícia nos relata que eles tentaram”, frisou o diretor-geral da corporação, Robson Cândido. Peritos avaliam que a quantidade de explosivos seria capaz de romper o compartimento do tanque, mas ainda não há confirmações concretas.

Na sexta-feira (23/12), equipes da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) atenderam uma ocorrência de suspeita de bomba em um ônibus na 216 Sul. Após duas horas e meia de investigações, a corporação concluiu que não existia um artefato explosivo na mochila do suspeito — um homem de aproximadamente 30 anos.

*Com Correio Braziliense

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Renan Calheiros pede vigília em aeroportos para Bolsonaro não fugir

Depois de tudo o que todos sabem que Bolsonaro cometeu de insanidades, é difícil acreditar que vá passar apenas 2 ou 3 meses nos EUA, como afirma.

Sua encrenca com a justiça é muito maior do que se possa imaginar. Bolsonaro sabe perfeitamente bem que, se ficar no Brasil, inevitavelmente será preso.

Como ainda não há nada que o impeça de sair do país, Bolsonaro aproveita a sua condição de presidente da República até a meia-noite de sábado, e prepara sua viagem para esta quarta-feira.

Com certeza, com tudo o que deve à justiça brasileira, Bolsonaro não porá mais os pés em solo brasileiro.

O senador Renan Calheiros, que foi relator da CPI da covid, conhece bem os crimes cometidos por Bolsonaro e, por isso, pede que brasileiros façam vigília em aeroportos para impedir que o ainda presidente, ponha em prática sua fuga.

A conferir

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Simone Tebet aceitou ser ministra do Planejamento de Lula

Lula e Simone Tebet acabam de bater o martelo. A senadora do MDB aceitou convite para assumir o Ministério do Planejamento no futuro governo.

Lula e Simone Tebet acabam de acertar os ponteiros. A senadora do MDB aceitou convite para ser ministra do Planejamento no futuro governo, com a inclusão do Programa de Parcerias e Investimentos (PPI) na pasta.

Tebet deve se encontrar com o presidente diplomado, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no hotel onde ele está hospedado na capital federal para acertar detalhes de sua nomeação.

“Ela vai manter os programas todos que já estão no ministério. Não se falou de bancos [públicos], mas os detalhes ainda não foram dados. Além disso, vem a cota do MDB, que terá o Ministério de Cidades, provavelmente entregue a um deputado – não se sabe se será o José Priante – e terá o Ministério dos Transportes, que deverá ir para o senador Renan Filho”, informou Auler.

Não há data definida ainda para que Lula anuncie os nomes dos 16 ministros que faltam.

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Brasil está sob grave ameaça de terroristas, Exército os protege e mídia repercute como banalidade; veja capas

A continuidade dos acampamentos terroristas em frente aos quartéis – mesmo depois da tentativa de explosão de bomba nas imediações do aeroporto [24/12] e dos atentados terroristas em Brasília no dia da diplomação do presidente e vice-presidente eleitos [12/12] – indica que, no mínimo, o Exército Brasileiro pode ser considerado cúmplice do terrorismo.

Se o Comando do Exército não dissolver imediatamente as células de terroristas amotinados nas áreas sob administração militar, estará confirmando a desconfiança de envolvimento com o terrorismo e, além disso, estará afiançando a conversão do Forte Apache [Quartel General do Exército, em Brasília] em centro de comando do terrorismo fascista.

Tudo o que acontece nos acampamentos em frente aos quartéis é do pleno conhecimento do setor de inteligência do Exército e, também, do GSI – Gabinete de Segurança Institucional, comandado pelo general Augusto Heleno.

Nestas áreas estão amotinados militares da ativa e da reserva, integrantes da “família militar”, mercenários, empresários e outros tipos de bolsonaristas que atentam contra a democracia e o Estado de Direito.

Esses criminosos, que dispõem de um arsenal bélico formidável e estão fortemente armados, contam com a camaradagem dos comandos militares, que asseguram a eles infraestrutura, logística, parceria e, claro, segurança e proteção.

Além de oficiais da ativa que insuflam abertamente os baderneiros, como o sargento da Marinha lotado no GSI e o comandante da 10ª Região Militar, de Fortaleza, a esposa do general Villas Bôas já circulou alegremente pela célula terrorista na área do QG do Exército.

Lá, a senhora Maria Aparecida Villas Bôas foi festejada e homenageada como uma verdadeira celebridade.

Neste ambiente de familiaridade e camaradagem com os amotinados na frente dos quartéis, é difícil não se suspeitar do envolvimento dos militares com os atentados terroristas. Caso contrário, a outra hipótese é de que a inteligência do Exército e o GSI, que controla a ABIN, sejam totalmente incompetentes.

Reportagem da Revista Fórum [13/12] publicou denúncia de servidor da Polícia Federal lotado na Presidência da República que acusou o GSI de estar por trás dos bárbaros atos de terror perpetrados por fascistas em Brasília no dia 12 de dezembro.

De acordo com a fonte da matéria, “O GSI está na cabeça disso, e o uso da área do QG, que é militar, é do Exército, não é à toa”.

O servidor da PF sustenta, ainda, que a PM do DF, hiper bolsonarizada, é conivente com os terroristas. Prova disso é que até o presente momento, apenas três criminosos foram identificados, mas nenhum deles foi preso.

Já o executor da tentativa de explosão da bomba próximo ao aeroporto da capital federal, um modesto gerente de posto de combustível no Pará, cuja esposa recebeu auxílio emergencial, teria investido R$ 170 mil para a aquisição do arsenal de armas.

Quem financiou o armamento deste criminoso que confessou que o atentado foi decidido e planejado no acampamento na área do QG do Exército?

Bolsonaro é responsável, sim, pelo caos e clima de terror bolsonarista no país.

Mas Bolsonaro é instrumento de uma estratégia superior, concebida e bancada pelas cúpulas partidarizadas das Forças Armadas, que não desistem da guerra fascista contra a democracia, na perspectiva de um projeto de poder militar.

Assim como nos estertores da ditadura, os militares linha GSI/SNI podem estar produzindo novos “Riocentros” para incendiar o país, tumultuar a democracia, causar pânico e terror para, com isso, terem pretexto para fecharem o regime.

Truque manjado.

Sobram razões para o governo Lula extinguir o GSI, que é um enclave das cúpulas militares no coração do poder civil, e transferir para a reserva a maior parte do atual oficialato.

*Do blog de Jeferson Miola

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Terroristas apoiadores de Bolsonaro planejam ações em várias partes do Brasil

Todas as atenções estão voltadas para Brasília, onde uma organização terrorista formada por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro planejava explodir uma bomba em frente ao aeroporto da cidade e uma subestação de energia elétrica em Taguatinga. Mas há fortes indícios de que os criminosos planejam atos violentos em várias partes do país.

Segundo o blog do Vicente, trocas de mensagens cifradas na dark web e mesmo no Telegram apontam para movimentos anormais no país com o intuito de tentar impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva em 1º de janeiro de 2023. Os diálogos vêm com alertas para todos se prepararem para meses de forte confusão, sobretudo em estados como São Paulo e Rio de Janeiro.

Há indícios de que gente graúda esteja por trás desses movimentos terroristas financiando todas as ações. Não à toa, o mercado paralelo de armas e explosivos está em alta. Se a polícia realmente quiser frear as ações coordenadas deve buscar o mais rapidamente possível os financiadores desses grupos e criar barreiras nas principais rodovias para conter o transporte de armamentos.

A interceptação de bombas e a prisão do empresário George Washington pela polícia do Distrito Federal aguçaram os ânimos dos grupos que planejam atos terroristas. Nas trocas de mensagens, dizem que são muitos e que não podem ser contidos facilmente. Há autoridades constituídas apoiando os movimentos. A coordenação entre os extremistas impressiona.

Os próximos dias serão de tensão. Não será surpresa se outras células terroristas forem desbaratas à medida que a polícia de Brasília for pegando os comparsas de George Washington. Ele não é um lobo solitário. Muito pelo contrário. O que se vê é um exército de extremistas dispostos a enfrentar as instituições democráticas para fazer valer o que acreditam: que Bolsonaro venceu as eleições.

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O silêncio terrorista de Bolsonaro e cana para os financiadores da desordem

Reinaldo Azevedo – O que Jair Bolsonaro tem a ver com George Washington de Oliveira Sousa, que teve a prisão preventiva decretada por ter planejado um atentado terrorista em Brasília? O silêncio do presidente diante da gravidade do fato responde a pergunta. A mudez do “capitão” é eloquente, mas também o depoimento de Souza, que tem o registro de CAC (Colecionador, Atirador e Caçador). Afirmou ter gastado “R$ 160 mil na compra de pistolas, revólveres, fuzis, carabinas e munições” e que “as palavras do presidente Bolsonaro, que sempre enfatizava a importância do armamento civil”, o levaram a adquirir as armas. A história ainda parece muito mal contada.

Reparem: por muito pouco, não aconteceu uma tragédia, sabe-se lá com quais consequências. Segundo Souza, o objetivo era gerar o caos em Brasília para provocar a decretação de estado de sítio. Ele próprio e seus comparsas estão entre os acampados que dão plantão em frente ao QG do Exército. Na raiz desse despropósito, é evidente, está a impunidade. Foi preciso que uma bomba fosse descoberta num caminhão-tanque para que se efetuasse a primeira prisão em Brasília. Segundo o criminoso, ele próprio participou dos atos de vandalismo na capital federal — aqueles em que não houve um miserável flagrante.

O cara é gerente de um posto de gasolina em Xinguara, no Pará. Com a derrota de Bolsonaro, deslocou-se de carro para a capital, transportando um arsenal, e alugou um apartamento no Setor Sudoeste da cidade. Está sem trabalhar há quase dois meses, mas, ainda assim, dispõe de recursos para se sustentar e para arcar com o custo da locação do imóvel, mesmo tendo investido em tempos recentes R$ 160 mil na compra de armas. No seu endereço em Brasília, foram encontrados pistolas, revólveres, fuzis, carabinas, munições e mais cinco emulsões para fabricar explosivos.

Segundo seu depoimento, a ideia inicial era explodir uma bomba no estacionamento do aeroporto. O alvo teria sido mudado depois para um poste duplo de uma subestação de energia em Taguatinga, região administrativa do Distrito Federal, para provocar falta de energia e dar “início ao caos que levaria a decretação do estado de sítio”. Ele, então, preparou a bomba com o temporizador, que lhe teria sido entregue por outro frequentador do acampamento, e o artefato teria sido entregue a um homem chamado Alan Diego dos Santos Rodrigues, ainda não encontrado pela Polícia, mas este teria escolhido o caminhão. A bomba tem acionamento remoto e, segundo os investigadores, houve tentativa efetiva de explodi-la, mas o artefato falhou.

O episódio revela a real natureza dos delinquentes que estão reunidos em Brasília à espera de um golpe de estado. Inexiste golpismo pacífico. E é preciso que aqueles que estimulam direta ou indiretamente as manifestações respondam por isso, segundo o que dispõe o Código Penal. Os que se reúnem à porta do quartel não estão exercendo o direito constitucional à livre manifestação, garantida pela Constituição. Pregam justamente que a Carta seja rasgada para que se impeça a posse do presidente eleito. O que há de pacífico nisso?

Há muito o Exército deveria ter pedido à Polícia que promovesse a desocupação da área. Mas o que se vê, de fato, é leniência em todo canto. O despropósito é de tal sorte que a Procuradoria Geral da República, por intermédio de Lindôra Araújo, mandou um parecer ao STF se opondo a que os atos de vandalismo do dia 12 fossem incluídos nos inquéritos a cargo do tribunal. E escreveu:
“Afigura-se necessário estabelecer filtragens a petições com claro viés político, que pretendem causar confusão jurídica e incriminar opositores por meio de conjecturas e abstrações desprovidas de elementos mínimos”.

“Opositores” se opõem a adversários políticos. Quem prega golpe de estado não está exercendo o direito de se opor, mas cometendo um crime.

LEI ANTITERRORISMO?
Em qualquer lugar do mundo, aquilo que se viu em Brasília é chamado de “terrorismo”, e é em tal prática que foi enquadrado George Washington de Oliveira Sousa. Mas esse pode não ser o caminho mais óbvio. Acho a Lei 13.260 notavelmente mal redigida. Por que digo isso?

A nossa lei antiterror define no Artigo 2º:
“Art. 2º O terrorismo consiste na prática por um ou mais indivíduos dos atos previstos neste artigo, por razões de xenofobia, discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia e religião, quando cometidos com a finalidade de provocar terror social ou generalizado, expondo a perigo pessoa, patrimônio, a paz pública ou a incolumidade pública.”

Não há dúvida de que Souza tentou praticar “terror social generalizado”; ocorre que sua motivação não tem relação nenhuma com o que vai discriminado na lei. Mas o Código Penal reserva pena severa para o criminoso, a saber:
Art. 359-L. Tentar, com emprego de violência ou grave ameaça, abolir o Estado Democrático de Direito, impedindo ou restringindo o exercício dos poderes constitucionais:

Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, além da pena correspondente à violência.

Art. 359-M. Tentar depor, por meio de violência ou grave ameaça, o governo legitimamente constituído:
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 12 (doze) anos, além da pena correspondente à violência.

Art. 359-R. Destruir ou inutilizar meios de comunicação ao público, estabelecimentos, instalações ou serviços destinados à defesa nacional, com o fim de abolir o Estado Democrático de Direito:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos

De resto, cumpre lembrar que, no Inciso LXIV do Artigo 5º, estabelece a Constituição:
“Constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático”.

E noto: é claro que “provocar terror social ou generalizado, expondo a perigo pessoa, patrimônio, a paz pública ou a incolumidade pública” por motivação política tem de ser considerado terrorismo também. Mas não está na lei. Isso não significa, no entanto, como demonstro acima, que os vagabundos fiquem impunes.

TEM DE TER UM FIM
É preciso pôr um fim ao que se passa em Brasília e em algumas outras localidades do país. Eis aí: não é preciso muita gente para provocar um grande desastre.

O tal Souza, tudo indica, é só um peixe pequeno que resolveu se assoberbar em herói do caos. É preciso chegar aos financiadores e responsabilizar também seus prosélitos, pouco importando a sua profissão.

Ademais, cumpre notar que aqueles que estão à porta do quartel parecem devidamente protegidos por uma logística razoavelmente sofisticada e disciplinada. A investigação tem de chegar aos que organizam a disciplina do terror.

*Uol

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Vídeo: esquadrão antibomba faz varredura em hotel de Lula em Brasília

Ação de segurança ocorre após ameaças terroristas domésticas acontecerem no feriado de Natal, às vésperas da posse presidencial, em Brasília.

Segundo o Metrópoles, após as ameaças terroristas domésticas durante o feriado de Natal na capital federal, o esquadrão de bombas da Polícia Federal do Distrito Federal (PMDF) realizou nesta segunda-feira (26/12) uma varredura no hotel onde o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está hospedado, em Brasília.

A verificação de ameaças contra a vida do futuro mandatário da República ocorreu por volta das 07h30. A PMDF reforçou o policiamento nos arredores no hotel, no Plano Piloto.

PMs que estão no local ouvidos pelo Metrópoles informaram que o comando está “atento” à integridade dos órgãos da administração federal, Gabinete de Transição (CCBB) e outros locais considerados “sensíveis” – entre esses, o acampamento bolsonarista em frente ao Quartel General do Exército.

De acordo com interlocutores ligados a Lula, o presidente está a caminho de Brasília, saindo de São Paulo, e não tem agenda no CCBB nesta segunda.

Ameaças terroristas 

No feriado de Natal do último final de semana, um apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL) planejava atentado contra o Aeroporto Internacional de Brasília. O terrorista doméstico foi preso e identificado como George Washington de Oliveira Sousa, 54 anos. Ele disse em depoimento à polícia que estava “preparado para matar ou para morrer”.

É essa a herança maldita deixada por Bolsonaro.

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Leia íntegra do depoimento de bolsonarista preso por tentativa de atentado

O empresário George Washington de Oliveira Sousa, 54 anos, preso por montar um artefato explosivo em uma área de acesso Aeroporto Internacional de Brasília, afirmou em depoimento à Polícia Civil do Distrito Federal que o plano era “dar início ao caos” que levaria à “decretação do estado de sítio no país”.

Segundo George, a ideia era instalar explosivos em pelo menos 2 locais do Distrito Federal. Uma bomba seria implantada em postes próximos a uma subestação de energia em Taguatinga, região administrativa do DF.

Eis a íntegra do depoimento:

“Moro na cidade de Xinguá no estado do Pará e trabalho como gerente de posto de gasolina. Desde a eleição do Bolsonaro eu passei a apoiá-lo por acreditar que ele é um patriota e um homem honesto. E em outubro de 2021 eu tirei minhas licenças para adquirir armas (CR e CAC) e desde então gastei cerca de R$ 160 mil na compra de pistolas, revólveres, fuzis, carabinas e munições.

“O que me motivou a adquirir as armas foram as palavras do presidente Bolsonaro, que sempre enfatizava a importância do armamento civil, dizendo o seguinte: ‘Um povo armado jamais será escravizado’, e também a minha paixão por armas que tenho desde a juventude.

“Após o 2º turno das eleições eu passei a participar de protestos no Pará e no dia 12/11/2022 eu vim a Brasília com a minha caminhonete Mitsubishi Triton levando comigo duas escopetas calibres 12; 2 revólveres calibre .357; 3 pistolas, sendo duas Glocks e uma CZ Shadow 2; 1 fuzil Springfield calibre .308; mais de 1.000 munições de diversos calibres e 5 bananas de dinamite (emulsão).

“Desses itens, o único que eu não tinha licença para possuir eram as dinamites que eu comprei por R$ 600,00 de um homem do Pará que me trouxe os explosivos quando eu já estava em Brasília. Eu também não possuía a guia de transporte das armas e caso fosse parado pela polícia na estrada, a minha ideia era acionar o Pró Armas para justificar a minha participação em alguma competição de tiro.

“A minha ida até Brasília tinha como propósito participar dos protestos que ocorriam em frente ao QG do Exército e aguardar o acionamento das forças armadas para pegar em armas e derrubar o comunismo. A minha ideia era repassar parte das minhas armas e munições a outros CACs que estavam acampados no QG do Exército assim que fosse autorizado pelas forças armadas.

“Assim que cheguei em Brasília eu fiquei hospedado no Econotel e depois aluguei 2 apartamentos no Sudoeste pelo Airbnb. Durante o período em que frequentei o acampamento montado em frente ao QG do Exército, eu percebi que havia vários petistas infiltrados entre os ambulantes que passaram a envenenar os alimentos vendidos aos bolsonaristas com a intenção de desmobilizar os manifestantes, além de provocar tumultos e desordem entre as pessoas.

“Em posse dessas informações, há 3 semanas eu entrei em contato com um importante general do Exército e reportei a ele tudo sobre os infiltrados petistas no acampamento e disse que em breve poderia haver um grande derramamento de sangue se nada fosse feito. No dia seguinte, os militares do exército expulsaram todos os ambulantes do acampamento.

“No dia 12/12/2022 houve o protesto contra a prisão do índio, onde eu conversei com os PMs e os Bombeiros responsáveis por conter os manifestantes que me disseram que não iriam coibir a destruição e o vandalismo desde que os envolvidos não agredissem os policiais. Ali ficou claro para mim que a PM e o Bombeiro estavam ao lado do presidente e que em breve seria decretada a intervenção as forças armadas.

“Porém, ultrapassados quase 1 mês, nada aconteceu e então eu resolvi elaborar um plano com os manifestantes do QG do Exército para provocar a intervenção das forças armadas e a decretação de estado de sítio para impedir a instauração do comunismo Brasil.

“No dia 22/12/2022, vários manifestantes do acampamento conversaram comigo e sugeriram que explodíssemos uma bomba no estacionamento do Aeroporto de Brasília durante a madrugada e em seguida fizéssemos denúncia anônima sobre a presença de outras duas bombas no interior da área de embarque.

“E no dia seguinte, (23/12/2022) uma mulher desconhecida sugeriu aos manifestantes do QG que fosse instalada uma bomba na subestação de energia em Taguatinga para provocar a falta de eletricidade e dar início ao caos que levaria a decretação do estado de sítio.

“Eu fui ao local apontado pela mulher em Taguatinga em uma Ford Ranger branca de um dos manifestantes do acampamento, mas o plano não evoluiu porque ela não apresentou o carro para levar a bomba até a transmissora de energia.

“Ao contrário da mulher, um homem chamado Alan, que eu já tinha visto algumas vezes no acampamento, se mostrou mais disposto e se voluntariou para instalar a bomba nos postes de transmissão de energia que ficam próximos à subestação de Taguatinga, já que era mais fácil derrubar os postes do que explodir a subestação como foi pensado originalmente.

“Eu disse aos manifestantes que tinha a dinamite, mas que precisava da espoleta e do detonador para fabricar a bomba. No dia 23/12/2022, por volta 11h:30, um manifestante desconhecido que estava acampado no QG me entregou um controle remoto e 4 acionadores. Em posse dos dispositivos, eu fabriquei a bomba colocando uma banana de dinamite conectada a um acionador dentro de uma caixa de papelão que poderia ser disparada pelo controle remoto a 50 a 60 metros de distância.

“Eu entreguei o artefato ao Alan e insisti que ele instalasse em um poste de energia para interromper o fornecimento de eletricidade, porque eu não concordei com a ideia de explodi-la no estacionamento do aeroporto. Porém, no dia 23/12/2022 eu soube pela TV que a polícia tinha apreendido a bomba no aeroporto e que o Alan não tinha seguido o plano original.

“Ontem, dia 24/12/2022, eu observei durante a tarde uma movimentação de pessoas estranhas nas redondezas do prédio onde eu estava hospedado e desconfiei que fossem policiais. Então eu arrumei as malas e coloquei as armas na caminhonete para ir embora na manhã do dia 25/12/2022. No dia 24/12/2022, por volta das 19h:00, policiais civis me abordaram embaixo do prédio e confessei a posse das armas e dos explosivos.”

*Com Poder360

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