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Militar revela detalhes de como o Exército deu fim ao corpo de Rubens Paiva: ‘Fiquei calado por muito tempo’

Por Sergio Barbo, The Intercept Brasil

O assassinato de Rubens Paiva, um dos crimes mais emblemáticos da ditadura militar e que norteia a história do filme ‘Ainda Estou Aqui’, indicado ao Oscar, permanece com muitas perguntas sem resposta.

Uma delas é o que os militares fizeram com o corpo do deputado após matá-lo. Agora, uma nova revelação pode ajudar a montar um quebra-cabeça que dura mais de 50 anos.

Veterano paraquedista, o militar Valdemar Martins de Oliveira prestou serviços de busca, apreensão e espionagem para o Exército durante a década de 1970 — alguns deles sob coação, disse ele em entrevista ao Intercept Brasil.

Em alguns desses trabalhos, ele acabou testemunhando ou tomando ciência de crimes praticados pelos órgãos de segurança da ditadura. Lembranças que, segundo Valdemar, nunca o abandonaram.

Uma delas envolve o destino dado pelos militares aos restos mortais de Rubens Paiva. As versões conhecidas se alternam entre seu corpo ter sido enterrado na praia ou atirado ao mar ou num rio.

De acordo com Valdemar, Paiva foi arremessado ao mar com um peso amarrado ao corpo: “uma roda de caminhão”.

Dois de seus colegas de regimento – Jurandyr Ochsendorf e Souza e Jacy Ochsendorf e Souza – participaram da ação de ocultação do corpo em janeiro de 1971, sob ordens de Paulo Malhães, chefe da equipe. Jurandyr lhe contou que o corpo de Paiva foi levado no mesmo dia da morte por um barco da Marinha.

Meses depois, os irmãos Ochsendorf seriam agraciados com a Medalha do Pacificador, honraria igualmente concedida pelo Exército ao assassino do deputado, o tenente Antônio Fernando Hughes de Carvalho, ligado ao Centro de Informações de Segurança da Aeronáutica, CISA.

“Rubens Paiva já chegou quebrado ao 1º BPE [sede do DOI-Codi/RJ], vindo do CISA. Fernando Hughes terminou o serviço”, afirma.

Hoje, ele vive em uma espécie de limbo jurídico-militar. De um lado, o Exército o taxou de ter sido desertor durante a ditadura e isso o impediu de passar para a reserva. Mas ele garante que nunca desertou e que demorou anos até descobrir que havia um termo de deserção em seu nome. E, justamente por não saber que havia sido acusado de abandonar a tropa, conta que se sentia coagido a realizar trabalhos para o Exército.

Valdemar conta que resolveu falar por não ter mais medo de ameaças à sua família e, por isso, prefere contar o que sabe. “Fiquei calado por muito tempo. Dizem que a pena máxima é 30 anos, mas estou numa prisão há 50 anos”, desabafa.

Cinco denunciados, nenhum condenado
Em 2014, o Ministério Público Federal denunciou cinco envolvidos, por formação de quadrilha armada, fraude processual, homicídio doloso e ocultação do cadáver de Rubens Paiva.

Entre eles, além de Jurandyr e Jacy Ochsendorf, Rubens Paim Sampaio, que integrou o Centro de Informações do Exército no Rio, José Antônio Nogueira Belham, ex-comandante do DOI-Codi/RJ, e Raymundo Ronaldo Campos.

Outros acusados, como Hughes, Malhães e o capitão Freddie Perdigão Pereira, que também teriam participado do crime, já haviam morrido na época da denúncia.

Até hoje, ninguém foi condenado pela morte de Paiva. Em fevereiro deste ano, o assassinato do deputado foi um dos três casos concretos analisados pelo Supremo Tribunal Federal, STF, durante a discussão se a Lei de Anistia deve valer para crimes permanentes e graves violações de direitos humanos — a Corte formou maioria para reconhecer que há repercussão geral.

Para o ex-preso político Ivan Seixas, ex-membro da Comissão da Verdade do Estado de São Paulo – Rubens Paiva e consultor da Comissão Nacional da Verdade, as declarações do ex-militar são um importante resgate de informações sobre as ações repressivas do período.

“O fato de ele ter a disposição de falar tem de ser valorizado. Ele já mostrou que se opôs às mortes”, avalia. “Na Argentina não há um documento que prove nada, tudo é baseado em depoimentos, e ainda assim condenaram os culpados”.

Refutando versões oficiais de crimes
Valdemar também contou detalhes de outro crime ocorrido na ditadura. Na chamada Casa da Morte, antro secreto de tortura e extermínio em Petrópolis, no RJ, ele conta que viu a morte do cabo e agente duplo Victor Luiz Papandreu, o “Grego”.

Militante do Vanguarda Armada Revolucionária Palmares, VAR-Palmares, Papandreu havia sido preso, aceitara ser informante dos órgãos de segurança e foi morto quando os agentes consideraram que ele não tinha mais serventia.

Após ser diagnosticado com transtornos psicológicos pelo médico Amílcar Lobo, Grego foi fuzilado à queima-roupa por Rubens Paim Sampaio, também denunciado no assassinato de Rubens Paiva, em maio de 1971.

Após sua morte, o corpo de Grego foi levado para uma usina e incinerado. De acordo com o médico, Paim havia assassinado mais de dez pessoas na casa de Petrópolis.

“Grego era inteligente, não estava louco. Mas ele era um incômodo, como eu”, conta Valdemar, que garante que Paim tinha uma extensa lista de assassinatos.

Um mês antes, o paraquedista havia participado do cerco ao casal de militantes do MR-8 [o grupo Movimento Revolucionário 8 de Outubro] Mário de Souza Prata e Marilena Villas-Boas, que resultou em tiroteio e morte do major José Túlio Toja Martinez numa rua de Campo Grande, subúrbio do Rio. O presidente Médici usou o episódio para adotar a execução como política de estado.

A versão oficial descreve que Marilena alvejou o major com um revólver ao ser abordada. Valdemar sustenta que o tiro inicial foi disparado por um potente fuzil FAL, do Exército, ou seja, o oficial pode ter sido morto por “fogo amigo”. “Seria necessário fazer um exame pericial para saber que tipo de bala o atingiu”, sugere.

Ele afirma também que o motorista de táxi que transportava o casal foi pressionado, posteriormente, a declarar que o primeiro disparo foi dado por Marilena. Ela e Mário teriam sido feridos e levados para o Hospital Central do Exército.

Anos depois, soube-se pela militante Inês Etienne Romeu que Marilena foi levada para a Casa da Morte, local onde Valdemar esteve por três vezes.

“O que vocês chamam de Casa da Morte, era a casa de Mario Lodders, filho de um alemão nazista”, ele explica.

Inês também contou ter reconhecido Hughes como um dos torturadores do local. Criado a mando do ministro do Exército Orlando Geisel, o centro de tortura teria sido desativado no fim de 1973.

Ingresso no Exército e nos porões da ditadura
A trajetória de Valdemar no Exército começou em 15 de janeiro de 1968, com 17 anos, quando ingressou como soldado concursado no Núcleo de Divisão Aeroterrestre, onde hoje está o 27º Batalhão de Infantaria Paraquedista, no Rio de Janeiro.

Primeiro paraquedista de sua turma, foi cooptado já em agosto daquele ano pelo Centro de Informações do Exército, o CIE, órgão do aparato de segurança criado em 1967, subordinado ao Ministério do Exército e ao Serviço Nacional de Informação, o SNI.

Segundo ele, os paraquedistas, uma tropa de elite, eram fanatizados e treinados para a guerra. Após sua convocação, o sargento Guilherme do Rosário o apresentou ao então capitão Rubens Paim Sampaio.

Valdemar conta que Sampaio comparou sua aparência à de jovens militantes de esquerda. Ele ainda observa que não se deu conta que estava se embrenhando no submundo da vida militar. “Não sabia o que era o CIE. Simplesmente fazia o que meus superiores ordenavam”, relata.

Rubens Paim Sampaio, um dos mais ativos agentes da repressão, conhecido como “Dr. Teixeira”

O recruta teve treinamento especial no 1º Batalhão de Polícia do Exército, sede do futuro Destacamento de Operações de Informações do Centro de Operações de Defesa Interna, o DOI-Codi, no Rio de Janeiro.

Entre os instrutores, diz Valdemar, estavam dois oficiais estadunidenses egressos do Vietnã, que ministraram aulas sobre explosivos, fotografia, métodos de espionagem, sabotagem, interrogatório e tortura, além de temas sobre anticomunismo e ideologias de esquerda.

Dois de seus superiores estavam entre os mais ativos agentes da repressão institucionalizada: o próprio Paim Sampaio, que usava o codinome “Dr. Teixeira”, membro do CIE e oficial dos gabinetes dos generais Orlando Geisel (irmão do presidente da República) e Sylvio Frota; e o capitão Freddie Perdigão Pereira, o “Dr. Roberto”, integrante do CIE, DOI-Codi/SP, SNI e Grupo Secreto – milícia responsável por atentados a bombas a sedes de jornais, bancas de revistas, OAB/RJ e Riocentro.

Paim Sampaio e Perdigão eram chefes da Casa da Morte, cuja zeladoria era feita por um colega do grupo de paraquedismo de Valdemar: Antônio “Camarão” Waneir Lima, torturador e abusador de Inês Etienne Romeu, a única sobrevivente do local. “No quartel, ele gostava de dizer que tinha sodomizado Inês”, recorda Valdemar.

Elo entre a casa e o DOI-Codi de São Paulo, Perdigão foi um dos envolvidos no atentado à estilista Zuzu Angel, morta num acidente automobilístico em 1976.

Ele e Paim Sampaio também estiveram entre os 14 apontados pelo Ministério Público Federal, em 2014, como autores do sequestro, assassinato e ocultação do corpo do deputado Rubens Paiva.

Um terceiro chefe de Valdemar, o capitão Paulo Malhães, era um dos idealizadores da Casa de Morte, igualmente implicado no caso Rubens Paiva.

Em entrevistas, Malhães admitiu que utilizava animais para torturar presos (a famosa jiboia do DOI-Codi pertencia a ele) e que retirava arcadas dentárias e dedos dos corpos de guerrilheiros antes de jogar os cadáveres em rios.

No CIE, o soldado relata ter testemunhado até mesmo a quebra de hierarquia militar: oficiais de maiores patentes obedeciam a oficiais de menores patentes, coronéis obedeciam a capitães.

Ele assegura que o órgão estava diretamente conectado à Presidência e que suas determinações prevaleciam sobre as de outros destacamentos: “o presidente sabia tudo o que ocorria ali”, afirma.

Missões de espionagem e repressão
Após deixar o cabelo crescer e adotar trajes civis, uma de suas primeiras missões foi fotografar jovens do movimento estudantil, entre eles, João Antônio Abi-Eçab e Catarina Helena Abi-Eçab, estudantes da USP e militantes da Ação Libertadora Nacional, a ALN, suspeitos da execução do capitão estadunidense Charles Chandler em outubro de 1968.

Em seguida, Valdemar Martins participou da ação de captura que resultou em tortura e morte do casal num sítio de um coronel em São João de Meriti, no Rio de Janeiro, em novembro de 1968.

“O governo procurava os assassinos do capitão, queria os culpados, mas eu disse que o casal nada sabia”, conta.

Após discordar da violência exercida pelos agentes, Valdemar relata ter sido agredido por “Miro”, policial do DOPS, e depois afirma que passou a ser perseguido e ameaçado por seus pares.

Dias depois, segundo Valdemar, Paim Sampaio produziu um falso termo de deserção que acredita ter como objetivo lhe imputar a execução do casal, que teria sido feita por Perdigão.

O termo de deserção

“O termo foi escrito à mão numa folha de caderno. Eles queriam que eu segurasse essa bucha”, relata.

A versão oficial sobre o caso Abi-Eçab citava que o casal morrera num acidente automobilístico, cujo veículo carregava explosivos.

Os militares receavam que o recruta denunciasse os crimes – algo que ocorreria muito depois, mas sem surtir efeito perante à Justiça Militar.

Hospedado no Hotel Marialva, no bairro da Lapa, Rio de Janeiro, Valdemar partia para operações diversas na região.

Em 1970, contudo, ele se reuniu com os militares na casa de sua irmã, em São Paulo, para tratar de sua permanência no quartel do Rio de Janeiro, proposta rechaçada pelos agentes de segurança.

Valdemar afirma que, como se recusou a dar continuidade às atividades de vigilância, acabou agredido, juntamente com sua mãe e irmã – ele teve um corte profundo na cabeça e seu braço quebrado, enquanto sua irmã sofreu um aborto.

Coagido, permaneceu ligado ao CIE. “Quem entrasse, não sairia mais, então eu me fazia de besta”, afirma.

Vida na clandestinidade e retorno à caserna

Valdemar Martins executou também tarefas mais amenas e burocráticas. Mesmo sem experiência, atuou como “funcionário” e olheiro nas empresas DIMIG e SPI, onde emitia certificados de títulos mobiliários e fundos de investimento, e na fábrica de cigarros Sabratti.

Diariamente, conta ele, tinha que se apresentar no prédio do DOI-Codi em São Paulo. Por discordar dos métodos de repressão, Valdemar revela que, frequentemente, neste e em outros casos, seus relatórios omitiam informações.

Em 1972, ele foi enviado para as regiões de Marília e de Ribeirão Preto, ambas no interior de São Paulo, para se infiltrar em grupos de teatros, bares de universitários e igrejas.

Quatro anos depois, Valdemar foi avisado que estava sendo procurado por Mariel Mariscot, ex-paraquedista e notório integrante do temido Esquadrão da Morte, e teve sua casa invadida. Ao perceber que a porta seria arrombada, conta que escapou pelos fundos e pulou o muro. Mariscot seria preso em seguida.

Em meio a turbulências, partiu para o Chile, onde trabalhou numa mineradora e prestou serviços para o CIE quando requisitado. “Havia o receio de ameaças à minha família”, pontua.

No início da reabertura política, em 1979, procurou seu antigo chefe em São Paulo e Marília, Waldir Silveira Mello, que havia se tornado juiz auditor da Justiça Militar.

Porém, foi aconselhado a “sumir, pois sabia demais”. O conselho, além de outro ataque, no qual seu carro foi alvejado por tiros, o compeliram a seguir na semiclandestinidade durante as décadas seguintes, quando trabalhou em garimpos e fazendas, como boia-fria – e procurou, sem sucesso, auxílio de oficiais para resolver sua situação militar.

A sua sorte mudou em 1997. Após relatar sua condição a diversos oficiais, foi chamado para se reapresentar ao seu antigo batalhão. Munido de habeas corpus preventivo foi, 30 anos após seu ingresso nas Forças Armadas, reincorporado em 12 de março de 1998, com 47 anos de idade.

A estadia no quartel foi curta. Ele foi licenciado do serviço em 26 de julho de 1999 por ultrapassar a idade permitida para a função de soldado, sem direitos assegurados aos agentes militares – situação que persiste até hoje.

Negou-se a assinar o certificado de reservista por discordar de sua permanência no cargo de soldado.

Antes de sua saída, o capitão José Vanildo Cerqueira havia se prontificado a regularizar sua situação militar por meio de Inquérito Policial Militar, IPM, reunindo provas e documentos. Mas, em questão de um mês, o oficial foi transferido do batalhão e faleceu durante exercício na Amazônia.

Fotos e documentos desapareceram, e várias versões foram dadas para a morte do capitão. Seu substituto foi Reginaldo Vieira de Abreu, que seria indiciado na trama golpista de 8 de janeiro de 2023.

Um dos oficiais que havia articulado sua reincorporação, o general Osvaldo Pereira Gomes, propôs a ele que passasse para a reserva como sargento, contanto que esquecesse o IPM e não comentasse mais o caso.

“Os irmãos Ochsendorf já estavam como capitães a essa altura. Como não acreditava em mais nada do que falavam e insistia em uma investigação, não concordei. Fui licenciado sem mais nem menos”, diz.

Testemunhos sobre crimes e golpes
Nos anos 2000, o ex-agente começou a tornar públicas suas histórias. Em 2001, Valdemar ajudou o repórter Caco Barcellos a trazer à tona a verdadeira história por trás das mortes de João Antônio e Catarina Helena Abi-Eçab, provando que o acidente fora forjado por militares.

Conforme sua descrição, os peritos constataram que Catarina fora executada com um tiro no crânio. “Havia vestígios de chumbo em sua nuca, no local onde eu havia indicado”, revela.

O irmão de Catarina, Lula Ferreira, ex-técnico da seleção brasileira de basquete, consentiu que fosse feita a necropsia nos restos mortais. Ele considera que o ex-militar também foi uma vítima da ditadura civil-militar. “Assim como Catarina e João, ele era muito jovem na época”, disse Ferreira.

Enquanto Valdemar fornecia declarações à TV Globo, no Rio de Janeiro, sua família recebeu a visita de Paim Sampaio, seu antigo chefe no CIE, no interior de São Paulo. Seu filho, então com 12 anos, foi intimidado pelo militar.

“Por telefone, Paim me disse para tomar cuidado com o que eu falava”, revela. Ele denunciaria Freddie Perdigão como o autor do homicídio do casal somente na Comissão Nacional da Verdade.

Entre 2013 e 2014, Valdemar prestou depoimentos à comissão sobre o assassinato dos Abi-Eçab e sobre o atentado à OAB/RJ em 1980, ao fazer reconhecimento do fabricante de bombas Hilário Corrales e do sargento Magno Cantarino Mota – este, presente também no Riocentro, em 1981.

Ele acredita que seu ex-colega, o sargento Guilherme do Rosário, que carregava uma das bombas que explodiu no atentado ao Riocentro, teve sua morte planejada. Freddie Perdigão, então um tenente-coronel, comandou as duas operações.

Um inesperado reencontro com o passado ocorreu numa sessão da comissão, quando se deparou com o ex-comandante Paulo Malhães. “Ele me disse ‘aprenda como se faz’, após mentir nos depoimentos para proteger seus amigos”, afirma Valdemar.

Semanas depois, Malhães foi encontrado morto, com sinais de asfixia, em seu sítio. “Ele morreu ‘no saco’, como se diz na gíria militar, com um saco plástico envolto na cabeça.”

Tentativas de reparação
Apesar de ter sido falsamente taxado de desertor durante a ditadura militar, o que lhe acarretou problemas constantes, Valdemar continuou a realizar trabalhos para o Exército e foi mantido contra sua vontade no posto de soldado até os 49 anos – mesmo com curso de cabo –, ultrapassando a idade limite para a função.

Agora, aos 73 anos, ele ainda não conseguiu passar para a reserva. “Se eu fosse mesmo um desertor, seria excluído do serviço ativo. O Supremo Tribunal Militar reconheceu que não houve deserção de praça, pois em 1998 não encontrou a Instrução Provisória de Deserção, o IPD”, argumenta.

No entanto, seus pedidos de anulação do ato de deserção, anistia política, reintegração à reserva do Exército Brasileiro e reparação econômica não foram acolhidos pela Justiça Militar.

“Meus processos sempre caíam na mão de Edmundo Franca Oliveira, o juiz do caso do Riocentro”, conta. Nem mesmo a Comissão de Anistia os acolheu – em 2021, ele obteve um parecer favorável e outro divergente pela comissão.

Os seus ex-colegas de regimento, Antônio “Camarão” Waneir e Jacy Ochsendorf, chegaram aos postos de, respectivamente, sargento e major. Eles, ao lado do general reformado José Antônio Belham, ex-comandante do DOI-Codi/RJ, seguem livres e recebendo salários.

Valdemar tem esperança de que seu depoimento seja considerado e, com isso, mudar o curso de sua história na segunda quinzena de março, quando será realizada uma oitiva, com presença de procuradores e da Polícia Federal, na Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos – um marco importante no reconhecimento de violações cometidas durante a ditadura, restabelecido no ano passado após sua extinção por Jair Bolsonaro, um ex-paraquedista.

*Intercept Brasil

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O silêncio de Tarcísio sobre o Oscar do Ainda Estou Aqui revela seu bolsonarismo latente

Governador de SP seguiu nas redes sociais o movimento de outros líderes da extrema-direita.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), ignorou a vitória inédita do Brasil no Oscar do último domingo (2), com o filme “Ainda Estou Aqui”.

Tarcísio seguiu nas redes sociais o movimento de outros governadores bolsonaristas que optaram pelo silêncio diante da premiação.

“Ainda Estou Aqui” retrata a história da advogada paulistana Eunice Paiva, cujo marido, o deputado federal cassado Rubens Paiva, foi sequestrado e assassinado pela ditadura militar no início da década de 1970.

Jair Bolsonaro (PL) defendeu o regime durante toda sua carreira política e mantinha em seu gabinete, quando deputado, fotos como do torturador Carlos Alberto Brilhante Ustra, comandante do DOI-Codi do Exército. Antes da premiação, há uma semana, o ex-presidente havia feito críticas ao filme, em entrevista.

Tarcísio tem histórico de comemorar feitos brasileiros nas redes
Tarcísio tem histórico de usar suas redes sociais para comemorar feitos de brasileiros em competições internacionais.

O caso mais recente foi o do tenista João Fonseca, após sua vitória no ATP de Buenos Aires, em fevereiro.

“É mais um talento brasileiro despontando para o mundo, carregando as cores da nossa bandeira”, escreveu na ocasião.

Antes disso, durante as últimas Olimpíadas, a ginasta Rebeca Andrade e a judoca Beatriz Souza, ambas medalhistas de ouro, também haviam sido homenageadas pelo governador, que é cotado para disputar a Presidência da República em 2026.

Nesta terça (4), ele publicou também uma mensagem parabenizando a Rosas de Ouro por seu oitavo título do Carnaval paulistano.

A “Folha de S.Paulo” questionou o Palácio dos Bandeirantes sobre o silêncio em relação à premiação de cinema, mas não obteve resposta.

Quando criticou o filme, Bolsonaro tinha sido questionado se torceria pela produção e pela atriz Fernanda Torres e se esquivou, respondendo: “A mensagem ali é política. Ela falou, por exemplo, que no meu governo não seria possível fazer aquele filme. Por quê? Eu proibi alguém de fazer alguma coisa? Cassei a concessão de alguém?”

Em fevereiro, o diretor Walter Salles concedeu à “CNN” americana e havia afirmado que o filme é um “produto do retorno da democracia ao Brasil”, com a derrota do ex-presidente para Lula (PT), em 2022, e que no governo anterior “Ainda Estou Aqui” não teria como ser filmado.

Durante o mandato do ex-presidente, o diretor Wagner Moura enfrentou uma série de entraves com a Ancine para o lançamento do filme “Marighella”, que retrata a história do deputado cassado Carlos Marighella, militante comunista e integrante da luta armada contra o regime, morto em 1969, segundo Bruno Ribeiro, ICL.

Em resposta pública a queixas de Moura, o então secretário de Cultura de Bolsonaro, Mario Frias, afirmou que não haveria verba pública para “lixo panfletário”.

Bolsonaristas
Outros governadores bolsonaristas tiveram comportamento semelhante ao de Tarcísio. Romeu Zema (Novo), de Minas, e Ratinho Junior (PSD), do Paraná, apontados como possíveis presidenciáveis, não fizeram nenhuma citação à vitória brasileira. O goiano Ronaldo Caiado (União Brasil), que já se declara pré-candidato, publicou nos stories no Instagram palmas e uma bandeira brasileira.

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), que se declara apoiador de Bolsonaro e se aliou ao ex-presidente nas eleições municipais do ano passado, deu “parabéns a todos” pela vitória histórica de domingo. “Mais um orgulho em ser brasileiro, a cidade de São Paulo está em festa”, escreveu.

Tarcísio tem concentrado suas publicações nas redes sociais, nesta semana, em uma ação de policiais que entram em blocos de Carnaval fantasiados para tentar deter ladrões de celulares.

O governador publicou uma imagem de policiais vestidos de Power Rangers no domingo e outra com os personagens dos jogos Super Mario na segunda. Ambas tiveram mais de 180 mil curtidas.

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Vídeo: Walter Salles afirma que retorno da democracia e de Lula ao poder permitiram a existência de “Ainda Estou Aqui”

O diretor também mencionou que o Brasil esteve “na iminência de sofrer um golpe de Estado no final de 2022”.

O cineasta Walter Salles afirmou, em entrevista à CNN dos Estados Unidos, que seu mais recente filme, Ainda estou aqui, só pôde ser realizado devido ao que chamou de “retorno da democracia ao Brasil”. A declaração foi dada ao lado da protagonista do longa, Fernanda Torres. Segundo o diretor, que levou o Oscar de melhor filme estrangeiro com o longa, o contexto político do país durante a gestão de Jair Bolsonaro impossibilitou a produção da obra.

Ao comentar os anos de preparação do filme, Salles destacou os desafios enfrentados. “Também demorou sete anos porque, durante quatro anos, o país se virou para a extrema direita, e nunca teríamos tido a possibilidade de filmar durante esse período. Portanto, o filme é produto do retorno da democracia ao Brasil”, afirmou. O cineasta ainda foi categórico ao dizer que “o retorno do presidente Lula à Presidência e o retorno da democracia que permitiram que o filme existisse”.

O diretor também mencionou que o Brasil esteve “na iminência de sofrer um golpe de Estado no final de 2022” e que esse período de instabilidade política teve impacto direto na produção cinematográfica do país. Segundo ele, o governo Bolsonaro representou um retrocesso para a cultura e a arte nacional, afetando a captação de recursos e inviabilizando projetos.

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Dilma fica emocionada com Oscar. Filme foi possível graças à Comissão Nacional da Verdade, instituída em seu governo

A ex-presidenta Dilma Rousseff celebrou a conquista histórica do filme Ainda Estou Aqui no Oscar de Melhor Filme Internacional e destacou a importância da obra como um tributo à memória e à democracia. Em uma série de publicações nas redes sociais, Dilma parabenizou a equipe do longa e relembrou que o filme só foi possível graças ao trabalho da Comissão Nacional da Verdade, criada durante seu governo para investigar os crimes cometidos pela ditadura militar.

“O Oscar de Melhor Filme Internacional para Ainda Estou Aqui é um reconhecimento da força da cultura brasileira. Uma homenagem merecida ao nosso cinema, ao diretor Walter Salles, às atrizes Fernanda Torres e Fernanda Montenegro, ao ator Selton Mello e a toda a equipe do filme”, escreveu Dilma.

Em outra publicação, ela ressaltou o impacto histórico da premiação. “Nossa emoção é ainda maior porque a premiação celebra uma obra que presta tributo à civilização, à humanidade e aos brasileiros que sofreram com a extinção das liberdades democráticas, lutando contra a ditadura militar”, afirmou.

O papel da Comissão Nacional da Verdade
Dilma Rousseff destacou que a história de Rubens Paiva e da luta de Eunice Paiva pela justiça puderam ser contadas com profundidade graças ao trabalho da Comissão Nacional da Verdade (CNV). Criada em 2011, a CNV teve a missão de investigar as graves violações de direitos humanos cometidas pelo Estado brasileiro entre 1946 e 1988, com ênfase nos crimes praticados durante a ditadura militar.

“É motivo de orgulho saber que a história de Rubens Paiva e de sua família — especialmente a busca incansável de Eunice Paiva pela verdade e pela justiça — pôde ser contada graças ao trabalho da Comissão Nacional da Verdade, que criei durante meu governo para investigar os crimes da ditadura”, escreveu a ex-presidenta.

O relatório final da CNV, publicado em 2014, apontou a responsabilidade do Estado brasileiro em centenas de casos de assassinatos e desaparecimentos forçados, incluindo a execução de Rubens Paiva. O documento trouxe à tona documentos, testemunhos e provas que desmentiram as versões oficiais divulgadas pelo regime militar e serviram como base para narrativas como a de Ainda Estou Aqui.

A conquista histórica do cinema brasileiro
A premiação de Ainda Estou Aqui marca a primeira vitória do Brasil na categoria de Melhor Filme Internacional. O longa, dirigido por Walter Salles e baseado no livro de Marcelo Rubens Paiva, retrata a luta de Eunice Paiva, advogada e defensora dos direitos humanos, após o desaparecimento e assassinato de seu marido, Rubens Paiva, um dos casos mais emblemáticos da repressão militar, diz o 247.

Ao receber a estatueta, Walter Salles dedicou o prêmio à protagonista da história. “Uma honra tão grande. Isso vai para uma mulher que teve uma perda tão grande. Esse prêmio vai para ela, Eunice Paiva, e para as mulheres extraordinárias que deram vida a ela, Fernanda Torres e Fernanda Montenegro”, declarou.

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Ganhar um Oscar em pleno carnaval levando a Sapucaí a uma explosão de alegria, é a cara do Brasil.

Em que país no mundo se comemora um Oscar como no Brasil? Não existe.

A cultura brasileira é única, antropofágica e, potencialmente, popular.

Não foi a vitória da grana, mas da história que os militares tentaram apagar ao se vingarem de Dilma que, com coragem, bancou a Comissão da Verdade.

O mundo viu o que é o Brasil.

Mesmo diante de uma trágica ditadura, contada em detalhes, o país encontra na alegria a forma de denunciar crimes hediondos.

Está rodando o mundo a maneira Ganhar um Oscar em pleno carnaval levando a Sapucaí explodir de alegria, é a cara do Brasil com que os brasileiros, em pleno carnaval, receberam a notícia do 1º Oscar. Nunca se viu nada igual.

Brasil nas ruas, na maior festa popular do mundo, explodindo de alegria pela vitória, através da cultura, do bem contra o mal, sem sombra de dúvida, deixa o caminho aberto para outras glórias.

O povo brasileiro tem orgulho de sua cultura no sentido mais profundo, complexo e poético. Isso surpreendeu o mundo.

Esse clima de copa do mundo que tomou o Brasil na noite deste domingo (02), mostra como o filme Ainda Estou Aqui é representativo para o povo brasileiro.


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Brasil ganha seu primeiro Oscar. Melhor Filme Internacional: “Ainda Estou Aqui”

O filme Ainda Estou Aqui concorria ao Oscar de Melhor Filme Internacional com grandes produções como Emília Perez e Flow.

Sucesso de crítica e de bilheteria, o filme brasileiro Ainda Estou Aqui fez história neste domingo (2/3) ao ser a primeira produção 100% brasileira a vencer a categoria de Melhor Filme Internacional no Oscar 2025. Dirigido por Walter Salles, o filme é estrelado por Fernanda Torres e Selton Mello e desbancou o favorito à premiação, Emilia Pérez.

Além de Emilia Pérez (França), os outros filmes que concorreram na categoria foram A Garota da Agulha (Dinamarca), A Semente do Fruto Sagrado (Alemanha) e Flow (Letônia).

Com a vitória na categoria, Ainda Estou Aqui tornou-se o filme brasileiro de maior destaque na história do Oscar, ultrapassando Central do Brasil (1999), que foi indicado ao prêmio, mas acabou derrotado pelo longa italiano A Vida é Bela.

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A mídia fala somente sobre as premiações do filme “Ainda Estou Aqui” não do enredo, porque apoiou o golpe militar de 1964 e o de 2016 contra Dilma

Todos nós conhecemos bem o ditado popular: “o uso do cachimbo deixa a boca torta”

Na prática, isso quer dizer, uma vez golpista, sempre golpista.

Mais do que isso, Marcelo Rubens Paiva, filho do deputado Rubens Paiva, morto pela ditadura, que escreveu o livro que inspirou o filme, foi certeiro: “Tenho dito! Por conta da Comissão da Verdade, tive elementos para escrever o livro Ainda Estou Aqui e, agora, temos esse filme deslumbrante. E Dilma pagou um preço alto pelo necessário resgate da memória.”

Isso deixa claro, como disse Dilma no último aniversário do PT. que a esquerda sempre respeitou a democracia, a direita, jamais.

Lembrando também que o golpe, em forma de fraude eleitoral em 2018, armada por Moro, ainda juiz da Lava Jato, e Bolsonaro foi vivamente comemorado pela mesma grande mídia e os mesmos militares que ajudaram a golpear Dilma.

Nesse caso. a vítima foi Lula, preso por Moro e, diga-se de passagem, sem provas de crime, para Bolsonaro vencer a eleição presidencial e, Moro, ser ministro da justiça.

Ou seja, o velho ditado. uma coisa puxa a outra. explica o desvio de propósito da grande mídia quando só fala de premiação do filme Ainda Estou Aqui, na tentativa de nublar o enredo, que é o principal ativo do filme.

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O filme Ainda Estou Aqui, cumpre o principal papel da arte, o de mobilizar a sociedade.

Há um claro desconforto na Globo que apoiou a ditadura, com o filme Ainda Estou Aqui.

Não só a Globo, a Folha e Estadão também soltaram rojões em 1964 pendurados nas fardas dos generais.

A dificuldade da grande mídia em jogar luz no enredo do filme, é gritante e justificável.

A verdade sempre virá a seu tempo.

E essa verdade é que a mídia não tem o menor interesse em propagar porque estava do lado oposto da sociedade na hora do golpe militar que assassinou Rubens Paiva, assim como muitos que se opuseram a ditadura militar.

O principal papel da arte, é mobilizar e manter uma sociedade atenta a seus próprios destinos.

Cada premiação que o filme recebe, a atenção da sociedade, aumenta e o público também.

Certamente Ainda Estou Aqui, terá recorde de público.

Este público, produzirá questionamentos, terá uma visão mais crítica sobre o fato e assim cumpre o que mais importa na arte.

A capacidade incomparável de manter a sociedade em movimento.

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Ainda estou aqui: por motivos óbvios, mídia exalta o nome do santo sem citar o enredo do milagre

A resenha sobre o prêmio de melhor atriz, merecidamente, dado à Fernanda Torres, o Globo de Ouro, limita-se a isso.

O enredo não está disponível na impecável cobertura feita pela midia sobre a premiação. Porque, quem quiser assistir a uma aula de dissimulação, observará que, nos diálogos que ocorrem sobre o filme, a coisa está limitada zpenas à premiação da atriz brasileira, Fernanda Torres.

O porquê da premiação e o enredo do filme, extraído do livro, homônimo de Marcelo Rubens Paiva, Ainda Estou Aqui, são absolutamentamente censurados pela mídia corporativa, mídia esta, que é bom lembrar, apoiou solenemente o golpe de 1964, que é o foco principal  da trama do longa metrgem exibido em tela.

Mas o absurdo não para aí, Marceclo Rubens Paiva fez questão de textualmente dizer nas redes sociais.

“Tenho dito! Por conta da Comissão da Verdade, tive elementos para escrever o livro Ainda Estou Aqui, agora temos esse filme deslmbrante. E Dilma pagou um preço alto pelo necessário resgate da memória.”

Provavelmente a midia sabe que a memória da ditadura militar e do golpe que Dilma sofreu em 2016, em que se uniram militares golpistas, grande mídia e os cavaleiros do apocalipse, Eduardo Cunha, Aécio Neves e Michel Temer, não é algo convenientte para ser lembrado.

A ordem na grande mídia foi, garanta todos os holofotes no talento dramático de Fernanda Torres sem, com isso, harmonizar o kit macabro que traz o enredo do filme.

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Vídeo: Fernanda Torres vence Globo de Ouro por atuação em ‘Ainda estou aqui’

Atriz interpretou a advogada Eunice, viúva de Rubens Paiva, que foi morto pela ditadura.

O cinema brasileiro vive um momento histórico. A atriz Fernanda Torres recebeu nesta segunda-feira (06), em Los Angeles, nos Estados Unidos, o prêmio Globo de Ouro de melhor atriz na categoria Drama.

A premiação, entregue pela primeira vez a uma brasileira, é um reconhecimento ao trabalho da atriz no filme “Ainda estou aqui”. Na produção, ela interpreta a advogada Eunice Paiva, viúva de Rubens Paiva, deputado federal assassinado pela ditadura militar em 1971.

Fernanda concorria com grandes estrelas de Hollywood como Nicole Kidman, Angelina Jolie, Tilda Swinton, Pamela Anderson e Kate Winslet.

Fernanda Torres

Há 25 anos, Fernanda Montenegro, mãe de Fernanda Torres, disputou a mesma categoria pela atuação em Central do Brasil. Ela não venceu, mas o filme ganhou o Globo de Ouro na categoria melhor filme estrangeiro.

Em seu discurso, ela agradeceu ao diretor Walter Salles, ao marido Andrucha Waddington e aos filhos. “Meu Deus, eu não preparei nada, não sabia se estava pronta. Este foi um ano extraordinário para as atrizes. Há tantas aqui que eu admiro profundamente”, começou dizendo.

“Quero dedicar esse prêmio à minha mãe. Vocês não têm ideia. Ela estava aqui há 25 (26) anos, e é uma prova que a arte pode sobreviver na vida até em momentos difíceis, pelos quais sobreviveu a Eunice Paiva (personagem vivida por Torres) e com tanto problema hoje em dia no mundo. Esse é um filme que nos ajudou a pensar em como sobreviver em tempos como esses. Então, para a minha mãe, para a minha família, para os meus filhos e para todos, muito obrigada ao Golden Globe”, disse Fernanda, ainda durante o discurso de agradecimento.

Há 25 anos, Fernanda Montenegro, mãe de Fernanda Torres, disputou a mesma categoria pela atuação em Central do Brasil. Ela não venceu, mas o filme ganhou o Globo de Ouro na categoria melhor filme estrangeiro.

Em seu discurso, ela agradeceu ao diretor Walter Salles, ao marido Andrucha Waddington e aos filhos. “Meu Deus, eu não preparei nada, não sabia se estava pronta. Este foi um ano extraordinário para as atrizes. Há tantas aqui que eu admiro profundamente”, começou dizendo.

“Quero dedicar esse prêmio à minha mãe. Vocês não têm ideia. Ela estava aqui há 25 (26) anos, e é uma prova que a arte pode sobreviver na vida até em momentos difíceis, pelos quais sobreviveu a Eunice Paiva (personagem vivida por Torres) e com tanto problema hoje em dia no mundo. Esse é um filme que nos ajudou a pensar em como sobreviver em tempos como esses. Então, para a minha mãe, para a minha família, para os meus filhos e para todos, muito obrigada ao Golden Globe”, disse Fernanda, ainda durante o discurso de agradecimento.

Há 25 anos, Fernanda Montenegro, mãe de Fernanda Torres, disputou a mesma categoria pela atuação em Central do Brasil. Ela não venceu, mas o filme ganhou o Globo de Ouro na categoria melhor filme estrangeiro.

Em seu discurso, ela agradeceu ao diretor Walter Salles, ao marido Andrucha Waddington e aos filhos. “Meu Deus, eu não preparei nada, não sabia se estava pronta. Este foi um ano extraordinário para as atrizes. Há tantas aqui que eu admiro profundamente”, começou dizendo.

“Quero dedicar esse prêmio à minha mãe. Vocês não têm ideia. Ela estava aqui há 25 (26) anos, e é uma prova que a arte pode sobreviver na vida até em momentos difíceis, pelos quais sobreviveu a Eunice Paiva (personagem vivida por Torres) e com tanto problema hoje em dia no mundo. Esse é um filme que nos ajudou a pensar em como sobreviver em tempos como esses. Então, para a minha mãe, para a minha família, para os meus filhos e para todos, muito obrigada ao Golden Globe”, disse Fernanda, ainda durante o discurso de agradecimento.