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Tiro da anistia saiu pela culatra

Só os diabos menores do 8 de janeiro serão anistiados ou terão penas reduzidas. Bolsonaro e militares do comando, não.

A insistência de Bolsonaro em uma anistia ampla parece ter gerado um efeito contrário, fortalecendo acordos que o excluem e isolam seus aliados, como sugerem análises e posts nas redes e mídia.

O “tiro da anistia” saiu pela culatra porque a articulação de todos os bolsonaristas, ao buscar proteger, acabou viabilizando um consenso que pune os principais responsáveis.

Com essa anistia seletiva, Malafaia, aos berros, foi à loucura como se o preso, no caso de condenação, não fosse Bolsonaro, mas o próprio pastor charlatão.

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Anistia, ou pode chamar de ‘deterioração de patrimônio tombado’

“Não só por experiência pessoal, mas porque tenho um gosto específico por esporte, sabe-se que nem num torneio de Mixed Martial Arts (MMA) se permite que uma pessoa apanhe durante 40 minutos porque uma surra de 40 minutos é conducente à morte. Só para termos uma ideia, esses lutadores bem preparados fisicamente lutam três rounds de cinco minutos por um de descanso”.

Foi assim que muitos anos atrás, em 2013, Luiz Fux votou por não tornar réu um deputado federal denunciado ao STF por aplicar uma surra de 40 minutos à ex-mulher. Segundo Fux, relator do caso, não havia elementos materiais para aceitar a denúncia de violência doméstica contra o obscuro deputado do Centrão Arthur Lira porque, afinal, no peito da mulher espancada seguia batendo um coração.

Tal e qual “debaixo da toga bate o coração de um homem”.

Lá atrás, em 2013, Fux foi voto vencido e Lira virou réu. Depois, porém, foi absolvido pela Segunda Turma do STF.

Na semana passada, a Primeira Turma do STF condenou a cabelereira Débora Rodrigues a 14 anos de prisão por sua participação no 8/1. Fux votou pela absolvição de Débora pelo crime de abolição violenta do Estado Democrático de Direito. Em seu voto, o ministro propôs a condenação da cabelereira apenas pelo crime de “deterioração de patrimônio tombado”, como se de fato ela estivesse em Brasília a passeio e resolvesse, sem mais nem menos, decorar a estátua de Justiça com batom.

Não por acaso, o voto de Fux recebeu elogio de Michelle Bolsonaro e, nesta segunda-feira, 28, no Globo, Bela Megale informa que o bolsogolpismo prepara para a semana que se inicia “um movimento de apoio e elogios a Luiz Fux”. Não será surpresa se pintar uma camiseta (quem sabe um capacete?) estampada com a frase: “debaixo da toga bate um coração”.

No caso de Débora Rodrigues, Luiz Fux foi voto vencido na queda de braço com o relator Alexandre de Moraes. “Queda de braço”, aliás, foi a expressão usada por Deltan Dallagnol em mensagem de Telegram enviada a Sergio Moro no dia 22 de abril de 2016 para se referir a uma suposta adesão de Luiz Fux ao morogolpismo (“Conversei com o Fux mais uma vez hoje. Reservado, é claro”), contra os freios que Teori Zavascki ensaiava, na época, impor à Lava Jato.

À mensagem sobre o apoio de Fux à República de Curitiba na “queda de braço” com Teori Zavascki, Moro respondeu com a famosa frase que arrisca virar camiseta também, agora, quase 10 anos depois: “in Fux we trust”.

É o que acontece quando a República Federativa do Brasil assobia e olha para cima, dá de ombros, diante de uma referência de tamanha gravidade feita por conspiradores a um ministro do Supremo Tribunal Federal: in Fux they still trust.

*Hugo Souza/Come Ananás

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Hugo Motta trava a tentativa de Sóstenes Cavalcante de forçar a anistia de Bolsonaro

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, decidiu não pautar para as próximas semanas o projeto de lei que anistia Bolsonaro e os golpistas de 8 de Janeiro.

A decisão ocorreu após uma reunião de líderes partidários.

Na verdade, os que colocaram a faca na nuca de Motta impulsionaram sua decisão de travar a urgência do embuste de anistia para golpista.

Sóstenes partiu para a ignorância, ameaçando Motta de romper com ele se não colocasse na mesa para a votação o pedregulho inconstitucional.

Motta peitou o pau mandado de Malafaia e resistiu às ameaças de golpe feitas por ele.

Na verdade, Sóstenes quer um presidente da Câmara que seja sabujo de Bolsonaro.

Motta sai fortalecido e Bolsonaro, mais uma vez, derrotado.

Hugo Motta ainda adicionou à sua decisão o aviso de pautar votações que tragam reais benefícios para a população brasileira.

Isso é tudo o que os bolsonaristas não querem.

A relação entre Hugo Motta e os bolsonaristas pode se tornar ainda mais tóxica, especialmente se Motta continuar a priorizar propostas que beneficiem a população em detrimento das demandas bolsonaristas.

A conferir.

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Depois de canonizar a golpista do batom, Bolsonaro, numa estranha hospitalização, confessa que a anistia é para ele

Débora Rodrigues, mais conhecida como “a golpista do batom”, foi o mote que Bolsonaro usou para se canonizar a partir da canonização de sua leal escudeira do dia 8 de janeiro.

A percepção pública sobre a figura de Bolsonaro pode ser significativamente afetada pela confissão que fez no hospital, a de que está buscando benefícios pessoais através da anistia.

Isso só reforça que ele está agindo de forma interesseira nessa pantomima da anistia a qualquer preço.

O fato concreto é que, Bolsonaro preso, terá um impacto profundo na dinâmica da política brasileira.

A prisão de um ex-presidente terrorista e golpista, especialmente um com tanta polarização em torno de sua figura defensora de golpes, torturas e mortes da ditadura, pode gerar reações intensas tanto de seus apoiadores quanto de seus críticos.

Aliás, a Antônia Fontenelle, Blogueira bolsonarista fundamentalista até então, acusou Bolsonaro de abandono total em dois anos dos detentos do dia 8 de Janeiro e de tentar se beneficiar ao pedir anistia ampla, geral e irrestrita.

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Acredite, este é um editorial do Estadão: “Bolsonaro atrapalha o Brasil”

Lendo este texto, penso, o mundo está de cabeça para baixo

Jair Bolsonaro – aquele que é, segundo seus bajuladores, o “grande líder da direita no Brasil”, timoneiro do PL, o maior partido da Câmara – não tem nada a dizer sobre a profunda crise mundial deflagrada pelo presidente dos EUA, Donald Trump. Nada. Seu único assunto é a tal de “anistia” para os golpistas do 8 de Janeiro – e, por extensão, para si mesmo. Enquanto o mundo derrete em meio à escabrosa confusão criada por Trump, aliás ídolo de Bolsonaro, o ex-presidente mobiliza forças políticas para encontrar meios de driblar a lei e a Constituição e livrar da cadeia os que conspiraram para destruir a democracia depois das eleições de 2022, sob sua liderança e inspiração.

Admita-se que talvez seja melhor mesmo que Bolsonaro não dê palpite sobre o que está acontecendo, em primeiro lugar porque ele não saberia o que dizer nem o que propor quando o assunto é relações internacionais. Recorde-se que, em sua vergonhosa passagem como chefe de Estado em encontros no exterior, ele só conseguia falar com os garçons. Mas o ex-presidente poderia, neste momento de graves incertezas, ao menos mostrar algum interesse pelo destino do país que ele diz estar “acima de tudo”. No entanto, como sabemos todos os que acompanhamos sua trajetória política desde os tempos em que era sindicalista militar, o Brasil nunca foi sua prioridade.

Mas o Brasil deveria ser prioridade de todos os demais. O tema da “anistia” não deveria nem sequer ser discutido por gente séria frente não só às turbulências globais do momento, mas a problemas brasileiros incontornáveis que afligem de fato a população – como a inflação, a violência, a saúde pública, os desafios educacionais, os caminhos para assegurar desenvolvimento em bases sustentáveis ou os efeitos das mudanças climáticas sobre a vida nas florestas e nas cidades.

Infelizmente, num Congresso que se mobiliza de verdade quase sempre apenas para assegurar verbas e cargos, Bolsonaro está em seu meio. Parece intuir que a liderança que exerce sobre sua numerosa base popular basta para submeter os políticos pusilânimes a seus caprichos pessoais, e é por isso que o ex-presidente dobrou a aposta, lançando repto às instituições, reafirmando-se como candidato à Presidência – apesar de sua inelegibilidade – e convocando os potenciais herdeiros políticos a se tornarem cúmplices de seus ataques à democracia.

Bolsonaro está a todo vapor: além de mobilizar parlamentares da oposição e fazer atos públicos e declarações quase diárias sobre o tema, reuniu-se fora da agenda oficial com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), para pressioná-lo a colocar em votação a tal “anistia”. Embora esteja resistindo, o presidente da Câmara iniciou conversas com integrantes do governo e do Supremo Tribunal Federal (STF), pregando uma solução negociada entre os Poderes para reduzir a pena dos condenados pelo 8 de Janeiro com o objetivo de “pacificar” o País. Como demonstra não se preocupar de fato com a massa de vândalos do 8 de Janeiro e sim com a própria absolvição, Bolsonaro chegou a minimizar a importância de uma eventual revisão da dosimetria pelo STF. Disse que só lhe interessa a “anistia ampla, geral e irrestrita” – obviamente uma piada de mau gosto.

Já que a maioria dos brasileiros é contra a anistia, segundo recentes pesquisas, as patranhas do ex-presidente seriam apenas irrelevantes caso se resumissem a ele e ao clã Bolsonaro. Mas é perturbador observar que algumas das principais autoridades do Brasil estão realmente se dedicando ao tema. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, por exemplo, encontrou tempo em sua decerto atarefada rotina para ligar pessoalmente a todos os deputados do seu partido com o objetivo de convencê-los a assinar o requerimento de urgência para o projeto de anistia, como se isso fosse de fato relevante para os paulistas.

Não é. Se Bolsonaro for condenado e preso, e se os golpistas forem todos punidos, rigorosamente nada vai mudar no País. No entanto, se as forças políticas do Brasil não se mobilizarem rapidamente para enfrentar o novo e turbulento mundo que acaba de surgir, aí, sim, os brasileiros sofreremos todos. Está na hora de deixar a Justiça cuidar de Bolsonaro e seguir adiante. O Brasil tem mais o que fazer.

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Anistia: um golpe dentro do golpe

Por Antônio Carlos de Almeida Castro, Kakay*

“Temos odio e nojo à ditadura”

Ulysses Guimarães, no discurso em que promulgou a Constituição.

Ha uma verdade inquestionável: Bolsonaro e seu grupo tentaram dar um golpe de estado e implementar uma ditadura no Brasil. As provas são tão evidentes que sequer as defesas negaram a tentativa de golpe quando do julgamento pelo Supremo Tribunal Federal do recebimento da denúncia. O que se tenta , em ato de certo desespero, é criar factoides e, bem ao estilo fascista,para tentar emplacar uma série de mentiras como verdade encomendada.

É preciso reprisar: as penas foram altas porque os crimes são gravíssimos. Não há nenhum erro jurídico na dosimetria das penas . Agiu tecnicamente o Supremo Tribunal, que por sinal, foi quem sustentou a estabilidade democrática. Não fosse o Poder Judiciário estaríamos mergulhados no caos de uma ditadura sangrenta. O Ministério Público imputou cinco crimes aos denunciados. O Supremo tinha duas alternativas: absolver, o que seria um acinte e um alento para novos golpistas, ou condenar. A condenação era necessária. E as penas, altas, foram fixadas , em regra, no mínimo legal. Somadas representam realmente penas significativas. É do processo penal.

Outra mentira perigosa: espalham que o Congresso estuda modificar as penas fixadas pelo STF e já transitadas em julgado! Um disparate com cheiro de golpe. É um golpe dentro da tentativa de golpe. É um tiro na independência dos poderes. É subjugar a Corte Suprema e estabelecer uma ditadura do Parlamento. Primeiro mudam o que foi julgado. Depois conseguem ampla maioria no Senado e fazem impeachment de Ministros do Supremo. Depois fecham a Corte. Ou seja o golpe ainda está em curso. Urge que apoiemos o Poder Judiciário.

Anistia

Tivesse o golpe sido concretizado não haveria nenhuma benevolência com os perdedores, nós democratas. O Supremo e o Congresso seriam fechados. O plano inicial de matar o Presidente Lula, o vice Alckmin e o Ministro Alexandre de Moraes, obviamente, era só para tomarem o poder. Depois de instalada a ditadura, o numero de mortos, desaparecidos, presos e exilados seria incontrolável. Muitos de nós sofreríamos na pele a força fria do arbítrio. Agora, depois de resistir ao golpe, os democratas se unem aos golpistas fracassados para dar uma nova chance ao terror.

Falar em pacificação com uma negociação espúria é um outro atentado contra a democracia. Vamos dar uma outra chance ao Bolsonaro, ao general Heleno, ao motorista do caminhão que queria explodir o aeroporto, aos que derrubaram e sabotaram as 16 torres de transmissões,aos que depredaram a sede do Supremo Tribunal Federal. Enfim, aos que tentaram implementar um regime de força que, certamente, seria sangrento e violento. Vamos dormir com os inimigos.

Em regra quem vence é que escreve a história. Se o golpe tivesse vingado seríamos nós, os democratas , que sentiríamos na pele a força bruta da violência que acompanha e sustenta toda ditadura. Estamos dando aos golpistas derrotados a oportunidade de escreverem a história. E não tenham duvidas, se isto ocorrer eles voltarão a tentar o golpe. E não desistirão até que a democracia seja subjugada. Não tenhamos ilusão ,eles não serão benevolentes com os que agora, covardemente, estão ajudando a anistiar os não conseguiram, ainda, a implementar o terror. O simbolismo desta traição irá moldar as novas gerações.

Lembrando o grande Fernando Pessoa:

“É tempo de travessia, e,se não ousarmos fazê-la, teremos ficado para sempre à margem de nós mesmos.”

*ICL

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Não poderia ter hora pior para Bolsonaro clamar por anistia diante da greve de fome de Glauber Braga

Se Bolsonaro tentou usar sua internação e seus palavrórios “humanistas” para causar comoção, diante do quadro que se agrava de Glauber Braga, por conta de sua greve de fome, Bolsonaro não poderia ter escolhido hora pior.

Seus paus mandados na Câmara dos Deputados, que falam em nome dos “direitos humanos”, na hora do cagaço de Bolsonaro, são os mesmos que querem cassar, impiedosamente e sem motivos, o mandato do grande Glauber Braga, o melhor e mais atuante parlamentar da casa.

Além de escancarar a contradição do discurso de Bolsonaro por anistia para ele próprio, o ato de Glauber fez sombra no circo armado por Bolsonaro.

De sobra, Glauber dá uma aula de dignidade para o presidente da Câmara, Hugo Motta, não se rendendo à chantagem dessa cloaca fascista.

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Bolsonaro tem que ser preso imediatamente por ameaçar o presidente da Câmara e os ministros do STF

A psicopatia de Bolsonaro vai muito além de tudo que o mundo do crime, de onde veio, já sabe dele.

No inacreditável documento de exigência de sua anistia, que ele quer que paute imediatamente, inclusive ameaçando Hugo Motta, de cassar sua eleição como presidente da Câmara se ele não pautar, Bolsonaro acaba confessando o crime de tramar o golpe dizendo que tem que ser anistiado quem tramou e quem financiou a tentativa de golpe e condenar qualquer autoridade judicial que for contra a anistia, sobretudo o STF.

Não para aí.

Bolsonaro, na mesma baciada da anistia, quer tornar inválida a sua inelegibilidade por conta de outro crime que nada tem a ver com 8 de janeiro.

Esse bandido, o mais violento e perigoso do Brasil, tem que ser preso preventiva e imediatamente, como manda a lei.

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Mídia quer a anistia de Bolsonaro e a cassação de Glauber Braga

A anistia de Bolsonaro está sento tratada como algo banal para a grande mídia.

O mesmo comportamento dos barões da imprensa industrial é visto na cassação de Glauber Braga

Essa é a natureza virgem da chamada grande mídia brasileira. Ela capricha em criar tons de cinza com as melhores tonalidades naquilo que lhe interessa, financeira e politicamente.

Quer reintegrar Bolsonaro na disputa eleitoral de 2026, porque não consegue criar um candidato compatível que possa ao menos tentar superar Lula nas urnas.

Não havendo remédio jurídico para Bolsonaro e seus terroristas e assassinos, a desintegração das penas dos criminosos poderá ser feita pelos próprios criminosos no Congresso Nacional.

A mídia quer amarrotar a constituição, todo o sistema de justiça, um trabalho iniciado pelo próprio Bolsonaro em nome da “legítima defesa dos golpistas”

Como se sabe, a história é um processo contínuo do que se fez no passado com o objetivo utilitário de nortear o futuro.

Então, o que esperar de uma mídia historicamente golpista?

As armas, temperadas em prol de Bolsonaro na mídia, também estão sendo usadas pelas redações para matar o mandato de Glauber Braga em benefício da direita, mas sobretudo do orçamento secreto, comandado por Arthur Lira, mostrando sua influência na Câmara e na grande mídia.

Não precisa ser um matemático para saber quais são os cálculos políticos e financeiros que a mídia faz sobre a anistia de Bolsonaro e a cassação de Glauber Braga.

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Excessos de bolsonaristas pioram situação do projeto de anistia aos golpistas

Pressões, obstruções e ataques ao presidente da Câmara, além do rechaço da opinião pública à anistia, dificultam aprovação de regime de urgência buscado pela extrema direita.

Sonho dos bolsonaristas, o projeto de anistia aos golpistas da extrema-direita — que beneficiaria diretamente o ex-presidente Jair Bolsonaro — continua enfrentando dificuldades para se viabilizar. E pelo visto, acontecimentos recentes indicam que a proposta poderá não ter vida fácil no Congresso.

As mobilizações recentes nas ruas do Rio de Janeiro e São Paulo a favor do projeto ficaram aquém do esperado por eles e a opinião pública tem se colocado majoritariamente contra a medida, conforme pesquisa recente. Esse clima deve influenciar os humores dos parlamentares.

Soma-se a isso o fato de que o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB) não parece muito disposto a agilizar a tramitação em regime de urgência, especialmente após ter sido constrangido no ato deste domingo (6) na avenida Paulista, quando o histriônico pastor Silas Malafaia o chamou de “vergonha da Paraíba” por ainda não ter pautado a matéria.

Leia também:Maioria quer Bolsonaro preso, mas teme impunidade; 56% rejeitam anistia

Além disso, segundo o noticiário, obstruções na Casa na semana passada e a pressão que os bolsonaristas vêm exercendo sobre deputados do Centrão teriam gerado incômodo neste segmento, especialmente porque se trata de uma pauta que não está na boca do povo e é rechaçada por mais da metade da população, ou seja, não é interessante para eles se expor com o eleitorado, comprando essa briga. Ao constatar esse mal-estar e temendo jogar tudo por terra, o PL decidiu recuar da ofensiva.

Em meio a esse cenário, Motta teria conseguido convencer os líderes partidários a não assinarem o requerimento de urgência, o que faria com que o projeto de anistia fosse analisado diretamente no plenário, sem passar pelas comissões.
Até o momento, o requerimento teria 233 das 257 assinaturas necessárias, mas mesmo que atinja esse número mínimo, não há garantia de que o presidente da Casa paute o projeto.

Leia também: Deputados avaliam que não há espaço para pautar projeto da anistia

Por outro lado, Motta não deixa clara a posição que irá tomar a respeito, caso os bolsonaristas consigam as assinaturas necessárias. Nesta semana, o parlamentar disse não ser “censor” de pauta e que conduziria o debate com “serenidade” e “sensibilidade”, mas também pontuou que o assunto não é “a única pauta do Brasil”.

Também ponderou que “não podemos — diante de um Brasil que tem tantos desafios pela frente, esse cenário internacional, os nossos problemas internos —nos dar o luxo de achar que, aumentando uma crise institucional, nós vamos resolver esse problema”.

Motta ainda teria dito a líderes próximos que não é o momento de avançar com essa proposta e teria sinalizado o desejo de costurar uma saída com o Senado, o Executivo e mesmo com o STF. Porém, de acordo com a CNN, Motta deve se encontrar com Bolsonaro ainda nesta quarta-feira.

*Com agências