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NÃO À ANISTIA!: Declaração de Hugo Motta sobre 8 de Janeiro anima Bolsonaro, que volta a pressionar por anistia

Novo presidente da Câmara negou golpe de Estado. Bolsonaro vê esperança.

Após o novo presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), acenar para os golpistas e defender que o 8 de Janeiro não representou uma tentativa de golpe de Estado, Jair Bolsonaro (PL) se animou.

O ex-ocupante do Palácio do Planalto, que defende a anistia aos responsáveis pelos atos antidemocráticos enquanto se aproxima de uma possível prisão por seu envolvimento na trama golpista, desejou sorte a Motta na empreitada que pode, no fim das contas, beneficiá-lo diretamente.

“Que Deus continue iluminando o nosso presidente Hugo Motta, bem como pais e mães voltem a abraçar seus filhos brevemente. Essa anistia não é política, é humanitária”, destacou Bolsonaro em mensagem enviada no WhatsApp a uma série de veículos de comunicação, neste sábado (8).

Na sexta-feira (7), Motta contestou a interpretação de que os eventos do 8 de Janeiro representaram uma tentativa de golpe de Estado. Segundo o parlamentar, na ausência de um líder capaz de coordenar uma ruptura do regime democrático, o episódio se resumiu a uma ação de “vândalos e baderneiros” que buscavam expressar revolta, sem configurar uma ameaça real à ordem institucional.

As declarações foram amplamente repudiadas pelo campo democrático no Congresso Nacional e pelo meio jurídico, que também rejeitaram as tentativas de retomar as discussões sobre o projeto de anistia aos golpistas.

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Política

Novo presidente do Senado, Alcolumbre admite que anistia ‘não vai pacificar o país’

Alcolumbre explica que “discutir o assunto não quer dizer que está apoiando o tema”.

Eleito neste sábado (1º) como novo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP) comentou o projeto que pretende anistiar os condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023, quandos sedes dos Três Poderes, em Brasília, foram depredadas. A pauta é uma das principais bandeiras da extrema direita no Congresso Nacional.

Alcolumbre disse que a Casa precisa priorizar pautas que promovam a pacificação do país. Mas em entrevista à Globo News, ele concordou com o jornalista Octávio Guedes e disse que esse não é o caso do PL da Anistia.

“Esse assunto não vai pacificar o Brasil. Se continuarmos revisitando assuntos que trazem a discórdia em vez da concórdia, a gente vai passar nos corredores e ver senadores de diferentes partidos agredindo uns aos outros. E quando um senador agride um ao outro por causa de uma única agenda, ele não está interessado na agenda do brasileiro”, disse.

Para ele, a prioridade do brasileiro, neste momento, é o combate à pobreza e essa deve ser a principal pauta do parlamento. Também voltou a afirmar que a agenda vitoriosa nas urnas em 2022 foi a do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

“Espero ter a coragem de dizer àqueles que insistem em trazer uma pauta que não é a agenda do parlamento para o debate principal. Ela pode existir, ela vai existir, nós não vamos tirar o direito de ela existir. Mas ela não é a prioridade do Brasil e do Parlamento brasileiro”.

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Oposição colocou na mesa PL da Anistia
Nas negociações para apoiar Alcolumbre na eleição, os oposicionistas colocaram na mesa o PL da Anistia. O senador se comprometeu a não impedir a discussão da proposta. No entanto, ele nega que tenha tratado do tema quando esteve reunido com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que poderia ser um dos principais beneficiados pela anistia.

“Na minha conversa com Bolsonaro, tratamos de liberdade partidária. Nunca houve imposição de uma agenda. Nem do PL, nem do PT. O que houve é o desejo de parte do Senado e da Câmara de debater a anistia. E nós não podemos nos furtar de debater qualquer assunto. Discutir o assunto não quer dizer que está apoiando o tema”.

A bancada do PL pretende cobrar Alcolumbre, após a eleição, para garantir a tramitação do projeto de lei, ainda em discussão na Câmara dos Deputados, e também de uma segunda proposição que beneficiaria figuras com direitos políticos cassados por relação com as invasões aos prédios públicos naquela data.

O intuito da articulação é pavimentar a aprovação de uma proposta para derrubar a condenação de Bolsonaro à inelegibilidade e facilitar que ele concorra na próxima eleição. Com ICL.

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Justiça

Renan Calheiros afirma que Bolsonaro está “apavorado” e que anistia “não acontecerá”

Parlamentar disse que é preciso dar consequência a todas as investigações contra o atual mandatário.

Brasil de Fato – O senador Renan Calheiros (MDB-AL) afirmou que uma anistia a Jair Bolsonaro (PL) não acontecerá. “Bolsonaro está apavorado, querendo uma anistia, um acordo de não punição. Mas isso, na circunstância em que ele criou no Brasil, é difícil de acontecer”, disse o relator da CPI da Covid, em entrevista ao UOL.

O parlamentar afirmou que é “preciso dar consequência a todas as investigações, inclusive aquelas que foram postas pela CPI. Não dá para passar pano nisso. Bolsonaro é responsável por uma grande quantidade de mortes no Brasil. A CPI demonstrou que se ele tivesse feito a sua parte, comprado as vacinas no momento em que foram oferecidas, nós teríamos salvo uma quantidade significativa de vidas”.

Segundo um estudo do epidemiologista e pesquisador da Universidade Federal de Pelotas, Pedro Hallal, o governo federal poderia evitar cerca de 400 mil mortes por covid-19 caso tivesse adotado outra postura durante a pandemia, de apoio às medidas de contenção do vírus e de compra de imunizantes.

“Quatro de cada cinco mortes teriam sido evitadas se estivéssemos na média mundial. Se nós estivéssemos na média, como um aluno que tira nota média na prova, nós teríamos poupado 400 mil vidas no Brasil” disse Pedro Hallal, em depoimento à CPI, em junho do ano passado.

“Isso, em benefício da própria democracia, precisa ser investigado, absolutamente tudo. O tratamento que a Procuradoria-Geral da República deu à investigação da CPI é um absurdo. Bolsonaro foi denunciado por nove crimes, e a procuradoria já o isentou em oito. Mas ele é acusado de crimes contra a humanidade. Esses crimes são imprescritíveis, transnacionais, isso não ficará sem ser investigado”, afirmou Calheiros.

Os pedidos de arquivamento das investigações enviados ao Supremo Tribunal Federal (STF) foram assinados pela vice-procuradora-geral da República, Lindôra Araújo, braço direito de Augusto Aras na PGR. Ela afirmou que as conclusões da CPI foram “políticas” e não podem ser transportadas para a área jurídica “de forma automática”.

Bolsonaro foi acusado dos crimes de charlatanismo, prevaricação, infração de medida sanitária preventiva, emprego irregular de verba pública e epidemia com resultado de morte.

“A democracia só se completará se nós avançarmos nessa investigação. Isso precisaria acontecer no Brasil”, concluiu Calheiros.

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