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Boi de piranha

A receita do solado bolostrô, protagonizado por Mauro Cid, só tem sua assinatura. A missa foi mais que encomendada pelo clã. Foi escrita e cheia de vícios de linguagem. Até a inteligência artificial, que está longe de ser de fato inteligente, não consegue juntar aquele lé com cré.

O troço foi muito malfeito. Coisa típica de quem ainda carrega cacoetes de abuso do poder, mas perdendo o cachimbo, segue com a boca torta.

Alexandre de Moraes é um cara vivido e sabe ler, de an passant, que aquele pombo correio, tem bico de pombo, asa de pombo, faz titica de pombo e é um pombo.

Na verdade, de tão grotesca essa farsa, nem para entretenimento presta. Isso, se não ajudou Bolsonaro, atrapalhou os trapalhões do clã. E não foi pouco não! A gravidade da tentativa funesta de armar um novelesco telefonema, deve ser vista como tentativa de obstrução de justiça.

Na realidade, esse fato pode antecipar a prisão de Bolsonaro e, de roldão, Moraes agasalhar, se não todo o clã, encaçapar a maioria dos come e dorme do Vivendas da Barra, e jogá-los atrás das barras de ferro, antes do tempo previsto. A lambança foi grande e a ressaca não será menor.

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Celso de Mello: Bolsonaro não está à altura do cargo que ocupa

A crise provocada por Bolsonaro por compartilhar um vídeo convocando a população para um ato contra o Congresso e o STF, recebe agora o repúdio de Celso de Mello, confirmando a velha máxima de que “todos sabem como um golpe começa, mas não sabem como termina”.

Lembrando que, o desmonte institucional no Brasil, deu-se a partir do momento em que o STF aceitou se transformar em programa de auditório da Globo e participar decisivamente da farsa do mensalão.

O Ministro Celso de Mello, na época, era um dos principais protagonistas do ramerrão falso moralista martelado pela Globo e fogueteado por Bolsonaro.

Agora, que Bolsonaro se vê cada dia mais pressionado pelo seu envolvimento in contest com a milícia e, consequentemente com a contravenção, somado ao descontrole da economia, com um PIB decepcionante para o mercado, além da disparada do dólar, usa o Congresso e o STF como boi de piranha para tentar o impossível, fazer seu clã atravessar essa tormenta miliciana ou mesmo utilizar o impeachment como cortina de fumaça política para justificar uma falsa perseguição com as denúncias que explodem contra o presidente e seus filhos, de envolvimento direto com os múltiplos negócios dos milicianos, o assassinato de Marielle Franco e a queima de arquivo de Adriano da Nóbrega.

Para piorar, poucos dias depois da morte de Adriano na Bahia, um bicheiro é assassinado na Barra da Tijuca, irmão do Maninho, Alcebíades Paes Garcia, o Bidi, que estava em guerra com a sobrinha, filha e herdeira de Maninho, que foi assassinado na saída de uma academia no Rio de Janeiro.

Detalhe: O miliciano, Adriano da Nóbrega, o herói de Bolsonaro, assim como Ronnie Lessa, através do escritório do crime, prestava inúmeros serviços a Maninho, que deixou como herança para a filha o pistoleiro de aluguel, Adriano da Nóbrega, considerado herói por Bolsonaro e condecorado por Flávio a seu mando, segundo o próprio presidente da República.

Talvez por isso as palavras de Celso de Mello tenham sido tão duras diante de um moribundo político, como se lê abaixo, da série, cachorro morto, todo mundo chuta:

“Essa gravíssima conclamação, se realmente confirmada, revela a face sombria de um presidente da República que desconhece o valor da ordem constitucional, que ignora o sentido fundamental da separação de poderes, que demonstra uma visão indigna de quem não está à altura do altíssimo cargo que exerce e cujo ato, de inequívoca hostilidade aos demais Poderes da República, traduz gesto de ominoso desapreço e de inaceitável degradação do princípio democrático!!! O presidente da República, qualquer que ele seja, embora possa muito, não pode tudo, pois lhe é vedado, sob pena de incidir em crime de responsabilidade, transgredir a supremacia político-jurídica da Constituição e das leis da República!”

 

 

*Carlos Henrique Machado Freitas