Comissão refuta ideia de que Jair Bolsonaro teria imunidade.
A CPI da Pandemia usou o argumento de que Carlos Bolsonaro é o responsável pelas redes sociais de Jair Bolsonaro ao defender a suspensão das redes do presidente em manifestação enviada nesta segunda-feira (1/11) ao STF. Para o comando do colegiado, isso derrubaria a tese do governo de que Jair Bolsonaro tem imunidade.
“É de conhecimento público, ademais, que o responsável pelas redes sociais do impetrado é seu filho Carlos Bolsonaro, o que afasta a alegada violação de imunidade do Presidente da República”, disse a comissão.
As declarações foram enviadas ao STF, após Alexandre de Moraes cobrar explicações da CPI pela ação que pede o banimento do presidente Bolsonaro das redes sociais.
Na manifestação, a CPI afirma que as investigações são sobre órgãos públicos informais, ou seja, as redes sociais de Bolsonaro.
Para a comissão, as redes do presidente são “alimentadas e geridas com recursos públicos federais, sendo certo que o Presidente da República, ele mesmo, sequer acessa as referidas plataformas, mas assessores do Poder Executivo”.
A CPI ainda diz que há uma confusão entre o público e o privado e menciona decisão do TSE que considerou comprovado o uso ilegal de mídias sociais pelo impetrante no contexto das eleições de 2018.
O maior temor de Jair Bolsonaro em relação a sua competitividade em 2022 é ser banido de alguma das principais redes sociais brasileiras, Facebook, Instagram e Twitter. Por isso, na semana passada, este foi o ponto do relatório da CPI que primeiro mobilizou sua equipe jurídica.
*Com informações do Metrópoles
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Não é só Jair Bolsonaro que deverá ter o seu indiciamento pedido no relatório da CPI da Covid. A cúpula da CPI também avalia indiciar dois dos filhos do presidente, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-RJ) e o vereador carioca Carlos Bolsonaro, além de pessoas do círculo restrito do bolsonarismo que frequentaram o Palácio do Planalto.
Junto com os irmãos Bolsonaro, devem entrar na lista o ex-secretário de Comunicação da presidência da República, Fábio Wajngarten, e o assessor da área internacional Filipe Martins.
Os nomes dos quatro deverão constar do capítulo relativo à disseminação de fake news. Eles estão entre as mais de 30 pessoas que deverão ser alvo do relatório, previsto para ser apresentado no próximo dia 19 e votado no dia seguinte.
Segundo pessoas envolvidas na elaboração do documento, o relator, Renan Calheiros, e a equipe de juristas que assessora a CPI estão escrutinando trocas de mensagens dos filhos do presidente que comprovariam o envolvimento com o esquema de divulgação de notícias falsas sobre o coronavírus, vacinação e tratamentos sem eficácia contra a Covid-19.
As mensagens constam do material compartilhado com a CPI pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes. O ministro conduz o inquérito das fake news. A investigação apura a disseminação de conteúdos falsos por autoridades e influenciadores bolsonaristas que receberam dinheiro público por meio de anúncios em seus sites e canais na internet.
No caso de Eduardo, a principal evidência para o indiciamento são as mensagens trocadas com empresários que os membros da CPI chamam de “patrocinadores” da máquina de fake news na pandemia, entre eles o dono da Havan, Luciano Hang e o ex-gestor de fundos do banco Lehman Brothers Otávio Fakhoury.
Numa das mensagens, por exemplo, Eduardo e o blogueiro Allan dos Santos conversam sobre um pedido de patrocínio ao dono da Havan. Meses depois, Allan diz a Eduardo que o empresário havia concordado com o patrocínio. Na CPI, Luciano Hang negou que tenha dado dinheiro para a disseminação de fake news.
Fakhoury, por sua vez, admitiu na CPI a doação de R$ 200 mil para o Instituto Conservador Liberal, de Eduardo Bolsonaro. Segundo apurou a comissão, Eduardo e Fakhoury também planejaram comprar uma rádio para disseminar conteúdo.
O empresário, que foi ouvido na semana passada pela comissão, hoje é presidente do PTB de São Paulo. Também integra o Instituto Força Brasil, entidade que entrou no radar da CPI depois que seu presidente, um coronel reformado, se envolveu em tratativas pouco ortodoxas para a compra de vacinas no Ministério da Saúde.
Já Carlos Bolsonaro aparece trocando mensagens com Filipe Martins a respeito do conteúdo sobre a pandemia a ser distribuído nas redes bolsonaristas.
Para a cúpula da comissão, é certo que Carlos, ou Carluxo, compõe e coordena o chamado gabinete do ódio. O que os assessores da CPI ainda estão estudando é se os filhos do presidente podem ser enquadrados em algum crime e qual seria.
*Com informações de O Globo
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No cruzamento dos dados levantados pela CPI da Pandemia destaca-se o nome do assessor internacional do Palácio do Planalto, Filipe Martins. Ele, junto com o vereador carioca Carlos Bolsonaro, o Carluxo, é apontado como um dos coordenadores do Gabinete do Ódio (GDO) criado na Presidência da República para atacar adversários do presidente Jair Bolsonaro com falsas notícias e mensagens de ódio.
Martins é processado criminalmente na 12ª Vara de Justiça Federal do Distrito Federal por racismo. Em 24 de março, durante uma sessão do Senado Federal, transmitida ao vivo pela TV daquela casa, foi flagrado fazendo gesto racial, comum aos supremacistas brancos. Com a mão esquerda sobre a lapela do paletó, fez o sinal de “OK” com três dedos retos, em forma de W. Com o formato do indicador e do polegar (conforme se vê na foto acima), o gesto representa as letras W e P, significando White Power, ou “Poder Branco”, em português.
Denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF), a ação foi acatada pelo juiz federal Marcus Vinícius Reis Bastos. O assessor responderá por ter praticado e induzido discriminação e preconceito de raça e pode ser condenado à prisão, sujeito ainda a uma multa de R$ 30 mil e a perda do cargo público, onde foi mantido por Bolsonaro, como se nada tivesse ocorrido.
Carluxo e Martins espalham fakes de Bolsonaro e Olavo
Nas informações recebidas pela CPI ele aparece, ao lado de Carluxo, como um dos “formuladores” no chamado Gabinete do Ódio. Significa que ele e o filho 02 do presidente elaboram as mensagens depois repicadas nas redes sociais pelos demais participantes do GDO. Nas investigações, aparecem, no mínimo, 50 pessoas e 25 sites envolvidos neste esquema de disseminação de falsas notícias e ataques a adversários do presidente.
Jair Bolsonaro e o suposto astrólogo Olavo de Carvalho são apontados como “formuladores”, em um nível diferente. Deles, pelo que se depreende, surgem as ideias. Algumas postadas nas redes sociais pelo próprio presidente. Mas depois ele que, depois, são transformadas por Carluxo e Martins em mensagens a serem espalhadas nas redes sociais.
Foi do presidente da República após visita ao então presidente americano Donald Trump, a iniciativa de propagar a Cloroquina como remédio para combater a Covid. Pouco importou os cientistas garantirem que tal medicamento não serve a este propósito e ainda pode gerar problemas paralelos. Carluxo e Martins repassaram tais “formulações” que foram disseminadas nas redes sociais.
Pelo desenho que a CPI da Pandemia faz, os dois “formuladores operacionais” cuidam de espalhar para alguns sites de direita, comandados por bolsonaristas, as teses dos “formuladores”. Tão logo estes sites divulgam tais mensagens, há grupos que tratam de replicá-las.
PF já identificou 50 pessoas no Gabinete do Ódio
Entre estes, por exemplo, encontram-se parlamentares federais cujos nomes vêm sendo citados por aqueles que já se sabem que foram ouvidos pela Polícia Federal. Como nos depoimentos prestados por quatro deputados federais que se desligaram do bolsonarismo: Joice Cristina Hasselmann, Alexandre Frota de Andrade, Heitor Rodrigo Pereira de Andrade e Nereu Crispim.
É o caso dos deputados do PSL Bia Kicis, Carla Zambelli, Daniel Silveira, Filipe Barros, Cabo Junio Amaral e Luiz Philippe de Orléans e Bragança, que, conforme divulgado em maio de 2020 pelo O Globo, já foram intimados a depor nesse mesmo inquérito.
Não são os únicos. Entre os 50 membros do GDO já identificados aparecem a deputada federal Caroline (Carol) de Toni e o também deputado federal Hélio Lopes (PSL-RJ). São citados ainda diversos deputados estaduais tais como Gil Diniz (sem partido SP); André Fernandes (Republicanos – CE); Delegado Cavalcante (PTB-CE); Bruno Engler (PRTB-MG); Alexandre Knoploch (PSL – RJ) e ainda Douglas Garcia (PTB-SP).
Estes parlamentares ainda colocam a serviço do GDO alguns de seus assessores que cuidam de repassar as mensagens fakes. As investigações levantaram 11 assessores de políticos:
Tancredo dos Santos, José A Barros e Kavan Miranda são apontados como assessores do deputado estadual André Fernandes; José Henrique trabalha para o deputado federal Lopes; Guilherme Julian, Manuela Melo, Alex Melo e Jossely Duarte estariam lotados no gabinete do deputado estadual Delegado Cavalcante, no Ceará; Fernanda Salles é indicada como repórter/assessora no gabinete do deputado estadual mineiro Brino Engler; o blogueiro Davi Albuquerque surge como assessor do deputado Knoploch, na Assembléia do Rio de Janeiro; por fim, Bicholas Mello trabalha para a deputada federal Carol deToni.
Isso apenas mostra, provavelmente ainda de forma incompleta, como funciona a teia de retransmissão das mensagens mentirosas e de ódio elaboradas pelos “formuladores de conteúdo” do GDO, dentro do Palácio do Planalto.
Ali mesmo, no Planalto, outros quatro assessores são apontados, pela Polícia Federal como participantes do GDO: Tércio Arnaud, Felipe Mateus, José Mateus e Mateus Diniz. Sem falar no antigo Secretário de Comunicação, Fabio Waingarten. A eles soma-se ainda pelo menos um assessor de Carluxo na Câmara dos Vereadores do Rio, Natheus Sales.
Com esse time de assessores – e muito provavelmente outros ainda não relacionados – é que o GDO espalha as mensagens elaboradas por Carluxo e Martins. Elas, inicialmente, são divulgadas nos sites notoriamente de direita. Informações a que o Blog teve acesso citam, ao menos, 25 destes sites e/ou Twitter, a saber:
Crítica Nacional (@criticanac), Inspetor Alberto, Bolsonéas, Endireita Iguatu, @leandroruschel, Bolsonaro Nordetino 1.0, Filipebarrost, @oofaka (Faka), Lets_Dex (Left Dex), Endireita Fortaleza, Renova Mídia, TerçaLivre, @llantercallivre (oficial), República de Curitiba, Conexão Política, Admiradores de Bolsonaro, Brasil Paralelo, Jornal Cidade On Line, carteiroreaca, Vapor Waves, Os Brasileirinho @twitter, Leitadas do Loen, Patriotas, @bernardopkuster, TeAtualizei (@taokei1).
Eles são administrados por bolsonaristas conhecidos como o já famoso Allan dos Santos (preso recentemente) e alvo das investigações que tramitam no STF. Há ainda Paulo Enéas, José Bastos, Armando Schneider, Paulo Generoso, Davi Albuquerque (também assessor do deputado Knoploch), Gil Diniz (deputado estadual em São Paulo), e o conhecido paranaense Bernado P Kuster.
Três empresários citados nos relatórios
A partir dos repiques feitos por todos esses parlamentares e seus assessores, além de possivelmente outros personagens ainda não citados nas investigações que este Blog recebeu, estes sites recebiam dividendos através da conhecida monetização das redes sociais. Enriqueceu muitos bolsonaristas até o ministro Alexandre de Moraes determinar a suspensão destes pagamentos.
s ganhos, porém, não se resumiam a esta monetização. Há fortes indícios de que empresários bolsonaristas financiaram alguns destes blogs. Como o empresário Luciano Hang, conforme falaram na sessão de quarta-feira (29/09) da CPI da Pandemia.
As investigações mostram, ao lado de Hang, jo nome do empresário sino-brasileiro Winston Ling, na condição de “admiradores de Jair Bolsonaro”. Para a CPI da Pandemia, porém, Hang é muito mais do que mero admirador do presidente. É visto como provável financiador dos sites e campanhas que espalha fake news.
Já o empresário Otávio Oscar Fakhoury, ouvido quinta-feira (30/09) na CPI da Pandemia, sempre foi apontado como financiador de sites e campanhas de disseminação de fake news e de mensagens de ódio. Nesta condição é que foi ouvido e continua sendo investigado pela Polícia Federal. Suspeita-se ainda que tenha financiado também atos públicos que defenderam o fechamento do Congresso e do Supremo Federal.
Como foi demonstrado na sessão da CPI na qual ele próprio não escondeu todo o seu negacionismo – declarou-se contra as vacinas, contra o isolamento social tal como foi praticado, entendeu desnecessário o uso de máscaras e defendeu o uso de medicamentos que, cientificamente, não têm eficiência no combate à Covid.
Ou seja, ele próprio, ainda que respaldado em liminar concedida pelo Supremo Tribunal Federal, se autoincriminou admitindo, ao ser confrontado pelo senador Fabiano Contarato, suas posições homofóbicas nas redes sociais.
Além de presidente do PTB em São Paulo, ele é vice-presidente do Instituto Força Brasil, organizado para disseminar ideias da extrema direita e que também se envolveu na tentativa de compra de vacinas, como a indiana Covaxin, para serem repassadas a instituições privadas.
Fakhoury não teve como esconder, ao ser confrontado pelos dados que a CPI obteve com o afastamento de seu sigilo bancário, as contribuições financeiras não declaradas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para a campanha política de Bolsonaro, em 2018.
Contribuiu ainda, pelo menos até junho deste ano quando fez transferência de R$ 80 mil, com o Força Brasil. Outros R$ 200 mil foram doados, através do Instituto Conservador Liberal, a Eduardo Bolsonaro para a Conferência de Ação Política Conservadora – CPAC, ocorrido em setembro passado, no Centro de Convenções de Brasília
Embora tenha dito não ter relações maiores de amizade com o filho 03 do presidente, Fakhoury admitiu tê-lo procurado quando tentou assumir o comando de uma estação de rádio que ele pretendia transformar em porta-voz do conservadorismo.
Na mesma investigação que apresenta Fakhoury como financiador de sites que disseminam fake news e que cita Hang e Ling como “admiradores de Bolsonaro”, aparecem ainda os nomes de Sérgio Lima – ex-marqueteiro do Aliança pelo Brasil, partido que a família Bolsonaro tentou montar – e da escritora Madeleine Lakson. Não há nenhuma referência mais detalhada sobre os dois, a não ser o fato de terem uma ligação direta com o GDO.
*Blog do Marcelo Auler
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Esquema de corrupção teria começado em 2001, quando Carlos Bolsonaro, aos 17 anos, foi emancipado para disputar – e vencer – a eleição em disputa direta com a mãe, Rogéria Nantes, ex número 01 de Bolsonaro. Ana Cristina Valle, ex 02 do presidente, é figura de destaque, diz MP.
O Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) aponta o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) como “beneficiário final” da organização criminosa montada em seu gabinete para desviar recursos públicos através de um esquema de corrupção que ficou conhecido como “rachadinha”.
“Na presente investigação, pelos elementos de provas colhidos já é possível vislumbrar indícios da existência de uma organização criminosa caracterizada pela permanência e estabilidade, formada desde o ano de 2001 por diversos assessores nomeados pelo Parlamentar (…)”, diz o relatório dos promotores.
Segundo reportagem de Caio Sartori, na edição deste sábado (25) do jornal O Estado de S.Paulo, o esquema funciona há mais de 20 anos no gabinete do filho de Jair Bolsonaro na Câmara e tem como figura de destaque Ana Cristina Siqueira Valle, ex número 02 do presidente.
Mãe de Jair Renan, Ana Cristina teria montado o esquema de corrupção quando atuou como chefe de gabinete logo que Carlos foi eleito, aos 17 anos, emancipado pelo pai para disputar – e vencer – a eleição numa disputa direta do eleitorado da mãe, Rogéria Nantes, ex número 01 de Bolsonaro, que não foi reeleita na ocasião.
Ao menos sete parentes de Ana Cristina teriam atuado como funcionários fantasmas do gabinete, devolvendo até 90% dos salários recebidos. A ex 02 de Bolsonaro, segundo o MP, lavava o dinheiro no mercado imobiliário.
“Tanto a aquisição de imóveis por pagamento ‘em moeda corrente’ quanto a aquisição de bens por preços subestimados sugerem que Ana Cristina Siqueira Valle se utilizasse de dinheiro em espécie em suas operações imobiliárias, de modo que haverá de se aferir a possibilidade de que a remuneração da Câmara Municipal destinada a seus parentes tenha sido clandestinamente repassada em seu favor”, diz o MP.
*Com informações da Forum
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O juiz que autorizou a quebra de sigilos fiscal e bancário do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), Marcello Rubioli, da 1ª Vara Criminal Especializada do TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Rio), também autorizou o afastamento do sigilo dos registros de chamadas telefônicas e dos metadados de 11 ex-funcionários do vereador na Câmara Municipal do Rio. A reportagem é de Juliana Dal Piva, Uol.
A decisão é de 24 de maio e teve como base pedido do MP-RJ (Ministério Público do Rio). O juiz autorizou ao identificar “indícios rotundos de atividade criminosa em regime organizado”. Ele escreveu que Carlos é “citado diretamente como o chefe da organização”. A 3ª PIP (Promotoria de Investigação Penal) investiga a existência da prática de rachadinha, a entrega ilegal de salários dos assessores, e da nomeação de pessoas que eram “funcionários fantasmas”.
Com a decisão, os investigadores terão acesso aos dados armazenados nos celulares de um grupo de 11 ex-assessores do gabinete. Serão identificados o histórico de chamadas telefônicas efetuadas e recebidas, dados cadastrais, de conexão com Wi-Fi, de localização e das antenas que tenham sido utilizadas pelos investigados enquanto trabalharam na Câmara do Rio, em períodos entre 2005 e 2019. Alvos da quebra
Os alvos pertencem a três dos seis grupos identificados pelo MP-RJ como núcleos da organização criminosa. Sete pessoas são parentes de Ana Cristina Siqueira Valle, ex-chefe de gabinete de Carlos (2001 a 2008) e segunda mulher do presidente Jair Bolsonaro.
São eles: André Valle e Andrea Valle, irmãos de Ana Cristina; Marta Valle, cunhada de Ana Cristina, Gilmar Marques, ex-cunhado de Ana Cristina; Guilherme Henrique de Siqueira Hudson, primo de Ana Cristina, e sua mulher Ananda Hudson; e Monique Hudson, cunhada de Guilherme de Siqueira Hudson. Ana Cristina e Carlos Bolsonaro não foram alvo da quebra de sigilo telefônico.
Em seguida, outras quatro pessoas também tiveram o sigilo afastado. Esses ex-assessores integram os núcleos das famílias Góes e Cruz Martins: Rodrigo de Carvalho Góes, Nadir Barbosa Góes, Diva da Cruz Martins e Andrea Cristina da Cruz Martins.
Segundo a decisão do juiz Marcello Rubioli, a quebra do sigilo telefônico dos ex-assessores é “juridicamente viável e necessária”, pois os dados “podem conter informações a respeito da organização criminosa supostamente por eles integrada” e possibilitar a “identificação de outros criminosos e a descoberta dos ilícitos” cometidos em meio às atividades dos indivíduos, que estão “supostamente envolvidos em crimes de notória gravidade”.
O MP-RJ pediu também a quebra de sigilo de Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro, mas o magistrado não autorizou. “Fortes indícios” de atividade criminosa
Carlos Bolsonaro é investigado pelo MP-RJ desde julho de 2019 pela prática de rachadinha, que é a entrega ilegal de salários dos assessores, e da nomeação de “funcionários fantasmas”, pessoas que não trabalhavam de fato em seu gabinete.
O juiz Marcello Rubioli, que autorizou as quebras de sigilo, escreveu que os elementos de informação ligados aos autos dos processos “apontam para a existência de fortes indícios da prática de crime de lavagem”. Rubioli escreveu ainda que “da leitura dos autos do procedimento declinado, apura-se, facilmente, que se encontram presentes indícios rotundos de atividade criminosa em regime organizado para prática de crimes”. O juiz afirma que “Carlos Nantes é citado diretamente como o chefe da organização, até porque o mesmo efetua as nomeações dos cargos e funções comissionadas do gabinete”.
Procurada pela coluna, a defesa de Carlos Bolsonaro não se manifestou até o momento. Em declarações anteriores sobre a investigação, Carlos Bolsonaro escreveu, em seu perfil no Twitter: “Na falta de fatos novos, requentam os velhos que obviamente não chegaram a lugar nenhum e trocam a embalagem para empurrar adiante a narrativa.”
Na quinta-feira (23), ele postou ainda: “Impren$a, in$titutos de pe$quisa, garganta$ profunda$, “terceira via” e os asseclas do ex-presidiário trabalham em suas publicações de forma tão entranhadas que não mudam nem a vírgula. Imagine se fossem outras pessoas? Toda a narrativa e orque$tra tem método! (sic)”
No ano passado, o MP-RJ denunciou o senador Flávio Bolsonaro, irmão de Carlos, como líder de uma organização criminosa que existia em seu gabinete quando era deputado na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio). A análise da denúncia está suspensa no momento por uma decisão do STJ. Flávio negou ter cometido qualquer ilegalidade.
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Na investigação do Ministério Público sobre a suspeita de “rachadinha” na equipe de Carlos Bolsonaro, foram encontrados indícios de que uma ex-funcionária, Diva da Cruz Martins, frequentava o gabinete do vereador, no Centro do Rio, para devolver pessoalmente as quantias recebidas pela filha, Andrea Cristina da Cruz, também empregada pelo político, revela reportagem de Lauro Jardim, no Globo.
Entre novembro de 2013 e dezembro de 2019, a promotoria fluminense identificou 58 visitas de Diva à Câmara de Vereadores, todas endereçadas ao escritório de Carluxo. Ela ia ao local com regularidade mensal, quase sempre nos primeiros dias do mês e permanecia por curtos intervalos.
Nesse período, Diva sequer constava na folha de pagamento de Carlos, o que só aconteceu entre fevereiro de 2003 e agosto de 2005, com exoneração oito anos antes das aparições dela no gabinete.
Para os investigadores, as idas de Diva ao local provavelmente coincidiam com o recebimento da remuneração do cargo ocupado por Andrea, que num processo judicial, enquanto estava lotada no gabinete, afirmou trabalhar, na verdade, como babá.
No pedido de quebra de sigilo dos investigados, diz o MP:
“Tais visitas, associadas às contradições nas declarações de Diva da Cruz Martins, sugerem a possibilidade de que tais visitas observassem uma rotina de repasse dos valores da remuneração paga em nome de sua filha (…)”.
Registros obtidos pela coluna via Lei de Acesso à Informação mostram, por exemplo, que entre janeiro de 2016 e março de 2018, Diva esteve no gabinete religiosamente, quase sempre entre os dias 1º e 5 de cada mês. Em algumas ocasiões, ela saiu cerca de cinco minutos depois de ter entrado.
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Segundo reportagem de Juliana Dal Piva, do Uol, na decisão em que autorizou a quebra de sigilos bancário e fiscal do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), o juiz Marcello Rubioli, da 1ª Vara Criminal Especializada do TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Rio), avaliou os dados apresentados pelo MP-RJ (Ministério Público do Rio) e escreveu ao longo de 79 páginas que verificou “indícios rotundos de atividade criminosa em regime organizado” e que “Carlos Nantes [Bolsonaro] é citado diretamente como o chefe da organização”.
A 3ª PIP (Promotoria de Investigação Penal) investiga a existência da prática de rachadinha, entrega ilegal de salários dos assessores, e da nomeação de pessoas que eram “funcionários fantasmas” no gabinete de Carlos Bolsonaro.
O MP-RJ pediu a quebra de sigilo no dia 5 de maio e o juiz autorizou, no dia 24 de maio, o afastamento dos sigilos de Carlos Bolsonaro, Ana Cristina Valle, segunda mulher do presidente Jair Bolsonaro, e outros 25 investigados. O MP-RJ tinha pedido a quebra de sigilo de Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro, mas o magistrado não autorizou.
Procurada pela coluna, a defesa de Carlos Bolsonaro não se manifestou até o momento. Em declarações anteriores sobre a investigação, Carlos Bolsonaro negou que tenha cometido qualquer ilegalidade: “Na falta de fatos novos, requentam os velhos que obviamente não chegaram a lugar nenhum e trocam a embalagem para empurrar adiante a narrativa. Aos perdedores, frustrados por não ser o que sempre foram, restou apenas manipular e mentir. É o que mais acusam e o que mais fazem”.
“Fortes indícios”
Após analisar os dados apresentados pelo MP, o juiz Marcello Rubioli escreveu que “os elementos de informação coligidos aos autos – mais notadamente quando se atenta ao vasto acervo de documentos que acompanham o expediente investigatório – apontam para a existência de fortes indícios da prática de crime de lavagem de capitais”.
Rubioli escreveu ainda que “da leitura dos autos do procedimento declinado, apura-se, facilmente, que se encontram presentes indícios rotundos de atividade criminosa em regime organizado para prática de crimes”. O juiz afirma ainda que “Carlos Nantes é citado diretamente como o chefe da organização, até porque o mesmo efetua as nomeações dos cargos e funções comissionadas do gabinete”.
O MP informou no pedido de quebra de sigilo que “na presente investigação, pelos elementos de provas colhidos já é possível vislumbrar indícios da existência de uma organização criminosa caracterizada pela permanência e estabilidade, formada desde o ano de 2001 por diversos assessores nomeados pelo parlamentar (Carlos Bolsonaro) para cargos na Câmara Municipal.
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Ex-assessores disseram em depoimento que distribuíam informativos sobre o mandato, mas versão contradiz ofício enviado pelo gabinete do vereador ao MP.
Investigação conduzida pelo Ministério Público do Rio (MP-RJ) aponta indícios de que declarações prestadas por quatro ex-funcionários do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos), em apuração sobre a prática de “rachadinha” na Câmara Municipal do Rio, foram “previamente combinadas” no próprio gabinete na véspera dos depoimentos, no fim de 2019. Os promotores também detectaram contradições nas informações prestadas pelo militar reformado Edir Barbosa Góes, sua esposa e seus dois filhos quando foram chamados a explicar quais atividades desempenharam para o vereador por quase duas décadas.
Rafael Carvalho Góes, irmão de Rodrigo Góes e filho de Edir e de Neula Carvalho Góes, negava ter trabalhado para o gabinete de Carlos Bolsonaro, embora tenha constado como funcionário entre janeiro de 2001 e junho de 2008. Em depoimento ao MP, Rafael disse que cursava faculdade de Nutrição quando foi nomeado e que, embora não fosse ao gabinete, realizava “trabalho externo” na Zona Oeste do Rio. O ex-funcionário alegou que distribuía folhetos informativos contendo “todas as propostas legislativas do vereador e os serviços já prestados, além da história do próprio vereador”.
Porém, em ofício enviado ao MP-RJ, o gabinete de Carlos disse não produzir “informativos acerca das propostas e atividades do parlamentar”, fazendo apenas “distribuição para as equipes do material desenvolvido pelo então deputado federal Jair Bolsonaro”, seu pai. Procurada, a defesa de Carlos Bolsonaro disse que “o procedimento está sob sigilo decretado pelo Juízo” e, portanto, não iria “comentar ou passar qualquer informação”. A defesa informou ainda que apresentou requerimento em que “pede a investigação pelo vazamento de informações sigilosas, que ainda não foi analisado pelo Magistrado”.
O depoimento da família Góes, ainda de acordo com o MP, foi prestado no dia 5 de novembro de 2019, uma semana depois da data originalmente prevista, 31 de outubro. Isso porque no dia 30, véspera do depoimento, a defesa dos Góes solicitou adiamento da oitiva, alegando precisar de mais tempo para analisar os autos da investigação. No mesmo dia 30, Edir, Neula, Rodrigo e Rafael compareceram pela manhã ao gabinete de Carlos na Câmara Municipal — à época, apenas o militar reformado constava como assessor parlamentar —, onde permaneceram por cerca de três horas. Segundo Rafael, apenas o pai teria entrado no gabinete, para mostrar a notificação do MP. O chefe de gabinete de Carlos, Jorge Fernandes, teria orientado Edir e sua família a comparecer ao MP, o que não ocorreu na data prevista.
Para o MP, a narrativa “carece de verossimilhança, na medida em que não haveria necessidade de comparecimento pessoal de quatro integrantes da família Góes à Câmara Municipal, nem de sua permanência no local por mais de três horas, apenas para receber a orientação de comparecimento ao MPRJ”.
No ano passado, O GLOBO revelou que, além da família Góes, outros dois ex-funcionários investigados pelo suposto esquema de “rachadinha”, Guilherme dos Santos Hudson e Guilherme de Siqueira Hudson, foram ao gabinete de Carlos na mesma data, no período da tarde. O movimento ocorreu dias antes de ambos prestarem seus depoimentos ao MP. Os investigadores afirmam que a situação “sugere que o teor de seu depoimento tenha sido coordenado no gabinete” de Carlos.
Além das contradições nos depoimentos, chamou atenção dos promotores o fato de que Rodrigo de Carvalho Góes chegou a trabalhar simultaneamente em duas farmácias, uma delas em Itaguaí, na Baixada Fluminense, enquanto constava como funcionário de Carlos Bolsonaro. O MP avaliou, ao pedir a quebra de sigilo dos ex-funcionários, que não haveria “disponibilidade de horário” para Rodrigo desempenhar todas as funções, mais um indício de que poderia ser funcionário fantasma na Câmara Municipal.
*Com informações de O Globo
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Hoje, ruralistas se confundem com nuvem de gafanhotos, é exatamente assim que vê a sociedade brasileira. Ruralistas e gafanhotos se confundem, em termos de ideologia, com os próprios bolsonaristas. Afinal, os dois repetem cegamente como papagaios todas as postagens feitas pelo general comandante do gabinete do ódio, Carlos Bolsonaro Carluxo.
Todos sabem que quem nutre o gado com mentiras, ataques a adversários e a ministros do STF, é o próprio, naquilo que é essencial para a sobrevivência de Bolsonaro e, consequentemente para o bolsonarismo fascista e o ruralismo predatório, gafanhoto.
Por isso Bolsonaro, em defesa dos interesses dos piores predadores do país, fez em uma cerimônia, um apelo para que o STF não altere o marco temporal e permita que pistoleiros, grileiros, enfim, a milícia rural tenha liberdade para dizimar o último índio da Amazônia para que tudo se transforme num grande pasto depois de derrubarem e comercializarem a última árvore e explorarem toda a riqueza do solo que desperta tanta cobiça pelas terras indígenas.
De repente, Bolsonaro, que dias atrás proferiu um discurso afirmando que fuzil é mais importante que feijão para os brasileiros e que fez também defesa da aquisição de armas de grosso calibre para esses mesmos milicianos rurais, solta essa pérola de que, “se o STF barrar o marco temporal, os preços dos alimentos vão disparar”, como se o Brasil já não vivesse uma hiperinflação dos alimentos.
Bolsonaro foi mais longe com sua chacota à inteligência alheia, isso vai desabastecer o mundo, diz o genocida que já matou 600 mil pessoas por covid sem esboçar qualquer empatia e que agora está preocupado com as tais consequências catastróficas para a humanidade, caso venha a faltar feijão brasileiro no planeta.
É coerente. Não há um genocida que não seja cem por cento cínico.
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Local em que presidente morou com ex-mulher aparece nos registros de quatro funcionários do vereador.
Uma casa do presidente Jair Bolsonaro constou no cadastro da Receita Federal ou da Câmara Municipal do Rio de Janeiro de quatro pessoas suspeitas de serem “funcionárias fantasmas” do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ).
À época em que morava no local, Bolsonaro estava casado com a advogada Ana Cristina Siqueira Valle, investigada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro sob suspeita de ser a articuladora de um esquema de “rachadinha” no gabinete do vereador.
O endereço cadastrado na Receita e na Câmara é o local para onde são encaminhadas eventuais comunicações fiscais e administrativas dos funcionários de Carlos.
A informação sobre o endereço dos supostos “funcionários fantasmas” consta nos autos da investigação do MP-RJ que levou à quebra de sigilo bancário do vereador, da ex-mulher do presidente e de outras 25 pessoas e sete empresas.
A suspeita dos promotores é a de que Carlos mantinha em seu gabinete um esquema semelhante ao atribuído ao senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), pelo qual foi denunciado sob acusação de liderar uma organização criminosa, lavagem de dinheiro, peculato e apropriação indébita.
Procurada, a Secretaria de Comunicação da Presidência não respondeu ao contato da reportagem. Carlos afirmou, quando a quebra de sigilo foi divulgada, que a apuração se tratava de “fatos requentados”. A defesa de Ana Cristina não se pronunciou.
A antiga casa de Bolsonaro que consta nos endereços dos ex-servidores fica na rua Professor Maurice Assuf, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro.
O imóvel foi adquirido pelo presidente e Ana Cristina em 2002. Ele se tornou propriedade de Bolsonaro em 2008 após a separação dos dois, e foi vendido no ano seguinte.
O presidente declarou morar no endereço ao menos em duas oportunidades, em 2002 e 2006. No primeiro caso, o endereço consta numa escritura de compra de terreno em Resende, também com Ana Cristina. No segundo, na prestação de contas de campanha à Justiça Eleitoral na eleição daquele ano.
De acordo com o MP-RJ, esse mesmo endereço consta nos cadastros de Gilmar Marques (ex-cunhado de Ana Cristina), André Luís Procópio (irmão de Ana Cristina), Andrea Siqueira Valle (irmã de Ana Cristina) e Marta da Silva Valle (cunhada de Ana Cristina).
Todos estiveram lotados no gabinete em período semelhante ao que Bolsonaro e Ana Cristina viveram na casa.
No caso de André Luís, o endereço aparece tanto no cadastro da Receita como da Câmara Municipal, de acordo com os dados a que o MP-RJ teve acesso.
A antiga casa do presidente aparece nas informações fiscais de Gilmar. Já no caso de Andrea e Marta, aparece nos dados da Câmara.
Apesar de lotados na Câmara Municipal, os quatro moravam fora do Rio de Janeiro, segundo o MP-RJ. O MP-RJ também aponta o fato dos quatro terem sido alvos de reportagens da revista Época que indicavam os servidores como fantasmas por terem uma rotina distante da Câmara Municipal.
André Luís e Andrea viviam em Resende, segundo dados de outros cadastros. O primeiro esteve lotado no gabinete de Carlos entre 2001 e 2008 (com um intervalo de um ano fora entre 2005 e 2006) e a segunda, de 2006 a 2008.
Gilmar e Marta viviam em cidades de Minas Gerais, de acordo com informações coletadas pelos promotores. Ele estava nomeado na Câmara entre 2001 e 2008 e ela, de 2001 a 2009.
Em maio, a 1ª Vara Criminal Especializada autorizou a quebra de sigilo bancário e fiscal de Carlos, outras 26 pessoas e sete empresas ligadas a Ana Cristina.
*Com informações da Folha
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