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CNBB contra Bolsonaro: Dom Leonardo Steiner, assume na Amazônia a resistência a Jair Bolsonaro

Chegada do ex-secretário-geral da CNBB é vista como um contraponto à apatia que tomou conta da entidade desde as últimas eleições

“Estamos tentando governar o País na base de notícias falsas, da agressividade, da violência. Isso não constrói um Brasil. (…)” A afirmação não foi ouvida em nenhum plenário ou palanque, mas do altar. Mais precisamente na missa que consagrou dom Leonardo Steiner o novo arcebispo de Manaus. O clérigo que comandou por oito anos o cargo mais destacado da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil atuará agora na Amazônia. E promete não se calar contra os desmandos do governo. Quer ser, conforme declarou nessa mesma ocasião, “fermento e luz na realidade que se apresenta desigual, violenta, desequilibrada, social e ambientalmente”.

Questionado por CartaCapital sobre a pecha de ‘comunista’ que lhe tentam colar, ele retruca: “Falar de democracia virou comunismo. A CNBB teve e tem um papel fundamental na sociedade brasileira, apesar do desejo de que ela se cale. É melhor tentar viver o Evangelho, a vida de Jesus, que perder tempo com essas afirmações.“

De formação franciscana, Steiner é discípulo do catalão Pedro Casaldáliga, o “bispo do povo”. Também mantém proximidade de dom Claudio Hummes, cardeal brasileiro que mais influência tem sobre o papa Francisco. Inicialmente, foi oferecido ao bispo um cargo na arquidiocese de Cuiabá. Caso aceitasse, ficaria sob os auspícios de um arcebispo salesiano conservador. E conviveria de perto com o padre Paulo Ricardo, um vigário ultraconservador convertido em celebridade virtual. Steiner declinou. Pediu à Santa Sé transferência para a Amazônia – é o quarto bispo franciscano, desde o Sínodo, a assumir funções naquela região. Atendido o desejo, passou os últimos meses visitando as comunidades da região. Prometeu colocar em prática as orientações que Francisco dará com a Carta pós-sinodal, ainda não divulgada.

Espera-se que o papa dê aval à maioria das sugestões, como a ordenação dos viri probati (homens casados) e uma liturgia que incorpore conceitos da cosmovisão indígena. No dia anterior à sua posse, em evento promovido pelo deputado católico José Ricardo (PT), fez a defesa da presença cristã na política. Disse o bispo: “O papa Francisco tem insistido que a política é a expressão maior do amor. Não parece, mas é. E é fundamental que nós, cristãos, estejamos presentes na política. É importante que o católico esteja presente na política”. Um padre que o acompanha na empreitada amazônica sublinha: “Dom Leonardo está com o papa. E estar com o papa, neste momento, é estar contra o governo”.

chegada de Steiner é vista como um bem-vindo frescor ao marasmo que tomou conta da CNBB. Passados nove meses desde o conclave que elegeu os novos poderosos da Conferência, o compasso é de espera. Embora a temida guinada à direita não se tenha concretizado, a CNBB baixou o tom no antagonismo ao governo. Fez análises e mais análises de conjuntura, mas não as pôs em prática. Prevaleceu dentro dos muros eclesiais a tese de que um embate com os bispos criaria para Bolsonaro o “inimigo ideal”. Em grande parte, pelo perfil moderado do novo presidente eleito, dom Walmor Oliveira de Azevedo, arcebispo de Belo Horizonte. A ala mais à esquerda o considera institucionalista demais. Já a rede ligada ao bolsonarismo cola nele a pecha de comunista. Tudo porque, sob sua direção, a arquidiocese de Belo Horizonte acolheu uma pastoral da diversidade sexual. Walmor é, na verdade, um moderado. Seu grande projeto é construir a mirífica Catedral Cristo Rei, futura sede da arquidiocese mineira e última obra deixada por Oscar Niemeyer à cidade. “Walmor está mais para conservador. É institucionalista, um administrador da Igreja. Tem pretensões mais ambiciosas e, por isso, tentará agradar a todo o episcopado”, resume um interlocutor dos bispos mineiros.

 

 

*Com informações da Carta Capital

 

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Vídeo: Celso de Mello dá resposta dura a Bolsonaro sobre o vídeo que ele publicou: “Atrevimento de Bolsonaro não tem limites”

Ministro mais antigo do STF, Celso de Mello reagiu com indignação ao vídeo publicado por Jair Bolsonaro em seu Twitter que retrata o STF e outras instituições como hienas. “Constitui a expressão odiosa (e profundamente lamentável) de quem desconhece o dogma da separação de poderes e, o que é mais grave, de quem teme um Poder Judiciário independente”.

O ministro Celso de Mello, decano do Supremo Tribunal Federal, reagiu com indignação à divulgação de um vídeo por Jair Bolsonaro em seu Twitter que retrata o STF, partidos políticos e outras instituições como hienas que tentam ataca-lo, retratado como um leão.

Para Celso de Mello, o vídeo, que foi apagado posteriormente, evidencia que “o atrevimento presidencial parece não encontrar limites”.

“Esse comportamento revelado no vídeo em questão, além de caracterizar absoluta falta de ‘gravitas’ e de apropriada estatura presidencial, também constitui a expressão odiosa (e profundamente lamentável) de quem desconhece o dogma da separação de poderes e, o que é mais grave, de quem teme um Poder Judiciário independente e consciente de que ninguém, nem mesmo o Presidente da República, está acima da autoridade da Constituição e das leis da República”, afirmou o decano em manifestação para a Folha de S. Paulo.

Entre as hienas exibidas no vídeo aparecem algumas identificadas como STF, PSL, partidos de esquerda como PT e PSOL, CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) e veículos de imprensa, incluindo a Folha.

Veja a íntegra da resposta enviada pelo ministro Celso de Mello:

A ser verdadeira a postagem feita pelo Senhor Presidente da República em sua conta pessoal no “Twitter”, torna-se evidente que o atrevimento presidencial parece não encontrar limites na compostura que um Chefe de Estado deve demonstrar no exercício de suas altas funções, pois o vídeo que equipara, ofensivamente, o Supremo Tribunal Federal a uma “hiena” culmina, de modo absurdo e grosseiro, por falsamente identificar a Suprema Corte como um de seus opositores.

Esse comportamento revelado no vídeo em questão, além de caracterizar absoluta falta de “gravitas” e de apropriada estatura presidencial, também constitui a expressão odiosa (e profundamente lamentável) de quem desconhece o dogma da separação de poderes e, o que é mais grave, de quem teme um Poder Judiciário independente e consciente de que ninguém, nem mesmo o Presidente da República, está acima da autoridade da Constituição e das leis da República.

É imperioso que o Senhor Presidente da República —que não é um “monarca presidencial”, como se o nosso país absurdamente fosse uma selva na qual o Leão imperasse com poderes absolutos e ilimitados— saiba que, em uma sociedade civilizada e de perfil democrático, jamais haverá cidadãos livres sem um Poder Judiciário independente, como o é a Magistratura do Brasil.

Assista ao vídeo divulgado por Jair Bolsonaro:

 

*Com informações do 247

 

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A Greve Geral de 14 de junho promete ser histórica

Em entrevista ao DCM, o presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores) fala sobre a greve geral marcada para o dia 14 de junho, que promete parar o Brasil.

Uma data para ficar na história, é o que está prometendo a organização, de acordo com as adesões das classes de trabalhadores do Brasil como um todo.

À frente da organização estão a CUT, as demais centrais sindicais, movimentos sociais, as Frentes, Popular e Povo sem Medo, MST, MTST, todos unidos para o sucesso da greve geral. A paralisação conta com o apoio de diversos setores da sociedade, dentre eles, a CNBB, além da mobilização de sindicatos de 26 estados mais o Distrito Federal.

Todos na luta contra a reforma da Previdência que é destrutiva para os brasileiros, sobretudo para os mais pobres.

O foco da greve é impedir que a reforma seja aprovada na Câmara dos Deputados, pois a PEC entregue ao Congresso pelo governo Bolsonaro é ainda pior que a do presidente ilegítimo Temer, porque quer impor aos trabalhadores um sistema privado que falhou e foi derrubado em mais de 60% dos países onde foi implementado, afirma Vagner.

A reforma da Previdência tem como objetivo dificultar o acesso, ampliar o tempo de contribuição à aposentadoria, além de destruir o sistema de seguridade social que garante aos trabalhadores e seus familiares o direito ao auxílio em caso de doença, invalidez, viuvez.

É por isso que o Planalto está gastando milhões com propaganda mentirosa para dizer ao povo que a reforma combaterá privilégios. Mentira! Somente penalizará os mais pobres.

Será uma greve geral em defesa do Brasil, de toda a população, contra a retirada dos direitos em todas as áreas, em defesa da democracia e, principalmente, contra o desmanche da Previdência e o fim da aposentadoria, disse Vagner.