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Bolsonaro quer transformar em ‘novo normal’ as mortes por colapso no sistema de saúde

Às vésperas do pico, a imprensa não para de alertar que estados estão entre falta de leito e fim do isolamento.

Ou seja, morrer por falta de atendimento será normal para o governo genocida de Bolsonaro.

Menos de uma semana depois de ser escolhido como o novo ministro da Saúde, o empresário “oncologista” Nelson Teich anunciou, nesta quarta-feira (22), que o governo federal vai lançar uma diretriz para que estados e municípios possam criar políticas e “programas próprios” em relação ao isolamento social durante a pandemia do novo coronavírus.

Sobre a saúde das pessoas e a morte de pacientes por falta de leitos, não deu um pio porque isso não está na pauta do mercenário da medicina que Bolsonaro colocou na pasta da Saúde para atender aos doentes da ganância e avareza.

“A gente tem de tentar entender melhor isso aí”, disse o funesto ministro durante entrevista coletiva.

E seguiu com outra conclusão estúpida:

“o isolamento é uma medida natural e lógica na largada, mas ele não pode não estar acompanhado de um programa de saída”.

O que ele não disse é que não é o governo que determina isso, mas o surto, a pandemia. Enquanto o pico não passar, não pode relaxar com o isolamento ou a carnificina é certa.

Ele sabe disso, mas é mercenário e pouco se importa em colocar a vida de milhões de brasileiros em risco de morte sem ter ao menos direito a um atendimento digno por colapso no sistema de saúde.

Um planeta inteiro ameaçado por um vírus mortal e aqui no Brasil nosso ministro da saúde está preocupado com o comércio, com o mercado, com tudo que esteja relacionado a lucros, a qualquer coisa, menos com as pessoas.

O anúncio do desenvolvimento dessa diretriz vem num momento em que, às vésperas de alcançar a marca de 3.000 mortes pela covid-19, o sistema de saúde já mostra sinais que não está suportando a carga.

Já há relatos de médicos tendo que escolher quem vai viver ou morrer.

Mas nada disso parece ter importância para o novo ministro da Saúde. Por isso foi escolhido por Bolsonaro que carrega com ele um instinto assassino.

Todo mundo sabe que a pressão de empresários é que está antecipando os planos de fim do isolamento.

A pergunta que tem que ser feita é: quem vai responder criminalmente pelas mortes por coronavírus se o sistema de saúde implodir?

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Para o presidente do BC, Campos Neto, quanto mais mortos pelo coronavírus, melhor, mais lucros para investidores

Presidente do BC diz a investidores que reduzir mortes por coronavírus é pior para a economia.

“Esse é um gráfico que muita gente tem comunicado em palavras, que é a troca entre o tamanho da recessão e o achatamento da curva [de contaminação] que você quer atingir. Mostra que, quando você tem um achatamento maior, você tem uma recessão maior e vice-versa”, teorizou Campos Neto em uma live organizada pela XP Investimentos, uma das maiores corretoras de valores do Brasil.

A fala foi acompanhada ao vivo por mais de 6 mil pessoas no último dia 4, um sábado à noite.

Na ótica do neto de Roberto Campos – ministro do Planejamento da ditadura militar e um dos maiores expoentes do liberalismo econômico no Brasil –, o gráfico serve “para ilustrar que existe essa troca [entre salvar vidas ou combater a recessão] e é uma troca que está sendo considerada.”

Na lógica fria de Campos Neto, quanto mais rápido vierem novos casos e mortes por covid-19, melhor para a economia. Mais importante é que a indústria continue produzindo e vendendo. Ainda que isso cause o colapso de hospitais e do sistema de saúde pública, forçando médicos a escolher quem atender e quem deixar morrer, é um preço razoável a pagar em nome do lucro.

A fala do presidente do BC embute uma desonestidade intelectual. O gráfico usado por ele consta da introdução do livro “Mitigating the covid economic crisis: act fast and do whatever it takes” – “Reduzindo a crise econômica da covid: agir rápido e fazer todo o possível”, em tradução livre.

Trata-se de uma compilação de artigos organizada pelos economistas Richard Baldwin e Beatrice Weder di Mauro, do Centro de Pesquisas de Política Econômica, um think tank baseado em Genebra e que desde 1983 reúne mais de 700 pesquisadores de universidades majoritariamente europeias. Lançado em 18 de março, o livro (em inglês) pode ser baixado de graça na internet.

Na obra, os pesquisadores concluem sem deixar margem para dúvidas que a recessão causada pela quarentena é uma “medida de saúde pública necessária” e que perder vidas para preservar a economia não deve sequer ser uma opção considerada pelos líderes mundiais. Talvez Campos Neto não tenha lido esse trecho da obra – se leu, preferiu se esquecer dele. Em mais de uma hora e meia de fala aos investidores, ele não mencionou a conclusão uma única vez. Não foi a primeira vez que o BC usou o gráfico fora de seu contexto original: ele havia aparecido anteriormente no relatório trimestral de inflação divulgado em março.

 

*Do Intercept Brasil

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A estratégia de Bolsonaro foi falar de um suposto colapso na economia para não falar do inevitável colapso na saúde

Todos discutindo o que Bolsonaro disse, mas e o que ele não disse?

Ninguém, certamente, esperava Bolsonaro mostrar o resultado do seu exame e o da sua esposa, menos ainda o extrato bancário do depósito de Queiroz na conta da primeira-dama ou do Flávio e do resto do clã. Falar algo sobre a morte de Bebianno, Adriano da Nóbrega e o assassinato de Marielle, e de onde os assassinos se deslocaram do Vivendas da Barra ao centro do Rio para executá-la.

Bolsonaro imagina que isso já esteja superado, mexeu os pauzinhos aqui, ali, colocou Moro para fazer pressão em cima do porteiro, sumiu com o Coaf, tudo com a luxuosa ajuda do GSI. Por isso ninguém imaginou que seu pronunciamento tivesse algum componente dos crimes com os quais o clã está envolvido.

Bolsonaro partiu para o diversionismo mais tosco e colocou não só o país, como a imprensa internacional para descer a lenha em sua demência.

Mas e o que ele não disse?

Primeiro, não deu a mínima assistência à imensa maior parte da população. Segundo, Bolsonaro foi alertado pela Abin sobre a quantidade de mortes que o vírus provocará e que será imensamente maior se as medidas de prevenção não forem devidamente tomadas, ainda assim, a tragédia será agravada com o colapso do sistema de saúde, ou seja, muito mais mortes acontecerão também em função de outras doenças e por absoluta falta de estrutura de atendimento.

Para ficar bem claro, muito mais gente morrerá de infarto por falta de atendimento, assim como de diabetes, AVC, câncer e outras doenças provocadas por outros vírus como do sarampo, influenza, H1N1, entre outras.

A questão não é se vão morrer velhinhos com uma gripezinha, mas quem vai precisar ser hospitalizado para não morrer com o coronavírus e outras enfermidades devido a um colapso no sistema de saúde. Isso não ataca somente os velhinhos, mas todas as faixas etárias, do netinho ao vovô.

Bolsonaro deveria anunciar medidas de contenção do coronavírus, principalmente direcionadas para as camadas mais pobres da população, não simplesmente por serem as maiores vítimas, porque o colapso no sistema de saúde atingirá a todos, sem distinção.

Foi um discurso cômodo em que ele criou polêmicas para não se comprometer com a saúde de todos os brasileiros, porque esse é o grande perigo, o descontrole total e não o discurso binário.

E o que Bolsonaro disse sobre isso? Nada, nem um pio. Aliás, ele produziu um discurso idiota como o de vendedores de bugigangas como o Véio da Havan e dos donos de podrões de lanchonetes como a Girafa, por exemplo, já que não vale a pena comentar a fala do ancião de 65 anos, com síndrome de Peter Pan, Roberto Justus.

São esses empresários brasileiros a grande referência do pensamento econômico de Bolsonaro na crise do coronavírus, imagina isso!

Então, meus caros, Bolsonaro, com seu sofisma destilando estupidez oficial, acabou monopolizando as manchetes da mídia e fugiu de qualquer responsabilidade com a tragédia anunciada, como se não fosse o presidente da República e não tivesse qualquer compromisso com o colapso que, inevitavelmente, virá no sistema de saúde e provocará a morte de milhares de brasileiros com ou sem o coronavírus, como ocorreu na China, na Itália e na Espanha que também já ultrapassou o número de mortes na China.

Caminho que os EUA está fazendo com passos largos, conforme números do
Coronavírus no país:
14-03: 1700 casos, 41 mortos.
24-03: 55200 casos, 800 mortos.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas