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Fascista, futurista ou vigarista? As origens de Elon Musk

A relação entre fascismo, futurismo e tecnocracia não é nova, e a trajetória de Elon Musk inclui laços diretos, pessoais e familiares, com esse passado.

Jasper Saah
Liberation News

Elon Musk deixou de ser simplesmente o homem mais rico do planeta e para virar um “presidente” nas sombras, com as mãos sobre os controles do poder executivo dos EUA. Esse golpe da elite do Vale do Silício tem sido analisado de diversas perspectivas na mídia corporativa e alternativa. No final de 2024, o Liberation News fez um perfil de Peter Thiel, o “dono” da chamada “Máfia do PayPal” – que inclui Elon Musk e um grupo seleto de nomes que são players influentes no mundo do capital de risco e no Vale do Silício, mas que estão relativamente fora dos holofotes.

É fundamental entender que, no fim das contas, esses oligarcas do Vale do Silício são capitalistas e criminosos, e trabalham para os interesses de sua classe. Não é exagero chamar esse grupo de homens de máfia. No entanto, seria um erro ignorar as forças ideológicas e históricas que moldaram essa fração da burguesia no que ela é hoje.

Quem detém o futuro?
O futuro é uma ideia poderosa e motivadora, além de ser um campo de disputa. A classe capitalista gasta bilhões de dólares para estabelecer a hegemonia sobre a forma como imaginamos o futuro – por meio do ensino da ciência, do desenvolvimento da tecnologia, do cinema, da literatura, da arte e das formas como falamos sobre progresso e desenvolvimento –, e os chamados “futuristas”, como Musk, são figuras-chave nessa batalha de ideias.

Muitas pessoas e grupos se autodenominaram “futuristas” ao longo das décadas. O termo tem suas origens nos movimentos artísticos de vanguarda europeus do início do século 20. O poeta italiano e declarado apoiador do ditador fascista Mussolini F. T. Marinetti, escreveu o “Manifesto do Futurismo” em 1908. Esse texto exaltava a mecanização, a automação e a guerra como forma de “limpar” a Terra das estéticas românticas decadentes e ineficientes do século 19. Não surpreendentemente, Marinetti mais tarde seria coautor do manifesto e do programa político do Partido Nacional Fascista Italiano.

Embora os futuristas como movimento artístico tenham caído no esquecimento após a Segunda Guerra Mundial, muitos dos princípios centrais dos futuristas – a fetichização da violência, da tecnologia, da guerra e da velocidade; o repúdio ao passado; e a adoção irrestrita de toda nova tecnologia, independentemente das consequências – inspiraram cientistas, engenheiros e autores da era da Guerra Fria.

Nessa época, figuras futuristas como o cientista e autor de ficção científica Isaac Asimov e o ex-cientista de foguetes nazista que se tornou diretor da NASA, Wernher von Braun, eram presenças constantes na TV, pintando imagens dramáticas da exploração humana do espaço e do cosmos. Von Braun, membro do Partido Nazista e da SS, foi o engenheiro-chefe do foguete V2 alemão, que devastou Londres durante os bombardeios da cidade. Esse foguete foi construído com trabalho escravo em campos de concentração.

Após a guerra, von Braun foi levado secretamente para os Estados Unidos pela Operação Paperclip e se tornou parte fundamental do Programa Apollo. Em 1953, ele escreveu um livro chamado “Projeto Marte”, que imaginava o mundo no ano de 1980, unido sob um governo mundial. O poder desse governo mundial era consolidado por uma Estrela da Morte no estilo de Star Wars, chamada Lunetta, em órbita da Terra, que teve papel integral na aniquilação nuclear da URSS e da República Popular da China em uma devastadora Terceira Guerra Mundial. No texto, esse governo mundial liderado pelo Ocidente estava empreendendo uma missão tripulada a Marte, algo pelo qual von Braun nutria profunda fascinação e paixão.

Ao chegar em Marte, os astronautas no livro de von Braun encontram o planeta vermelho habitado por marcianos cuja sociedade é organizada de forma tecnocrática e liderada por uma figura executiva conhecida como Elon. Errol Musk, pai de Elon – sul-africano, político pró-apartheid, engenheiro e beneficiário de uma mina de esmeraldas na Zâmbia – afirmou em entrevistas que, em sua juventude, leu as obras de von Braun e de outro cientista de foguetes nazista, Hermann Oberth, anos antes do nascimento de Elon. De fato, o líder marciano de von Braun, junto com o fato de que o bisavô materno de Elon também se chamava Elon – um nome com raízes no hebraico bíblico – foi uma inspiração direta para o nome de seu filho.

Tecnocracia e fascismo
Por parte de mãe, Musk é neto de Joshua N. Haldeman, um canadense defensor do movimento tecnocrata que se mudou para a África do Sul em 1950 e foi um fervoroso apoiador da Alemanha nazista e do apartheid sul-africano. A tecnocracia foi um movimento norte-americano que se desenvolveu na década de 1930, nos EUA e no Canadá, e que promovia uma visão anticomunista, antidemocrática e antiliberal do desenvolvimento econômico, à luz das crises do capitalismo durante a Grande Depressão.

O movimento tecnocrata teve suas raízes em várias tendências utópicas, tecnocráticas e antidemocráticas, e foi formalizado na organização “Technocracy Inc.” por seu fundador, o engenheiro americano Howard Scott. Scott compreendia que a crise econômica da Grande Depressão era resultante do “sistema de preços” que governava a troca e circulação de commodities, e, a partir dessa compreensão, os tecnocratas se apresentavam como mais radicais e esclarecidos do que comunistas, fascistas ou democratas liberais.

Um aspecto do pensamento tecnocrata que ressoa até os dias de hoje é sua compreensão da automação. Em resumo, a visão da tecnocracia é de que a classe trabalhadora está em processo de extinção devido ao avanço da tecnologia. Isso lhes permite a fantasia de uma sociedade totalmente burguesa, na qual não há trabalhadores a serem explorados ou escravizados, mas apenas proprietários e máquinas.

Essa visão foi criticada de forma sucinta pelos comunistas da época: “Quando os tecnocratas descartam a classe trabalhadora como um elemento diminuto e insignificante, isso só significa que a direção geral de suas teorias está caminhando para o fascismo, isto é, para a evolução de novos suportes para o sistema capitalista em colapso.”

Em todos os aspectos, Musk é uma força motriz na retomada de muitas visões tecnocráticas, futuristas e, em última instância, fascistas quanto ao futuro. Além das teorias econômicas descritas acima, o Technocracy Inc. também propôs a criação de um “Tecnato da América”, descrito na revista “The Technocrat”, do Technocracy Inc., como uma entidade política que “abrangerá todo o continente americano, do Panamá ao Polo Norte, pois os recursos naturais e as fronteiras naturais dessa área a tornam uma unidade geográfica independente e autossustentável.”

Este é um mapa com o qual os imperialistas norte-americanos vêm sonhando há séculos. Nos séculos 18 e 19, houve inúmeras tentativas de integrar o Canadá, de roubar cada vez mais território mexicano e de anexar diretamente Cuba e Porto Rico. Expansionistas confederados organizados na ordem fraternal dos Cavaleiros do Círculo Dourado sonhavam em anexar todo o México e a América Central, o Caribe e o norte da América do Sul, transformando o Golfo do México e o Caribe em um “Círculo Dourado” de estados de plantações escravocratas.

Mas o fato de algo não ser sem precedentes não significa que não seja novo. O ressurgimento e a inversão dessas formas dos séculos 19 e 20 nos dias atuais é algo novo, mas não historicamente sem precedentes. Podemos ver os ecos da tecnocracia e do futurismo na figura de Musk e como isso o moldou, enquanto um indivíduo criado nesse meio – na interseção do fascismo americano, alemão e sul-africano, nas tradições do futurismo e da tecnocracia, e alinhado com os interesses capitalistas do imperialismo norte-americano e da supremacismo branco global.

A farsa da “inovação capitalista”
No primeiro mês do retorno de Donald Trump à presidência, ele praticamente cedeu poderes executivos a Musk, que assumiu esse papel como Assessor Sênior de Trump e Administrador do Departamento de Eficiência Governamental (DOGE), aproveitando a oportunidade para lançar um ataque em grande escala contra vários segmentos do governo federal. Um dos principais alvos foram agências e departamentos federais que atendem o Departamento de Educação, os Departamento de Assuntos de Veteranos e a Agência de Proteção Financeira do Consumidor, todos responsáveis por facilitar benefícios, assistência e programas sociais dos quais centenas de milhões de pessoas nos EUA dependem diariamente.

Musk conseguiu efetuar esses cortes, como se estivesse usando uma motosserra nesses programas e benefícios, porque, em essência, demonstrou ao longo de sua carreira ser um servidor disposto do capital. Em sua trajetória profissional, ele sempre encontrou novas fontes de lucro, independentemente do custo moral ou ético. Além disso, sua riqueza foi, em grande parte, criada pelo papel de Musk como uma espécie de Robin Hood reverso. Desde a Tesla até a SpaceX, suas empresas sempre dependeram da riqueza pública dos EUA como muleta para evitar o colapso ou fracasso.

A história da Tesla nesse sentido é bem documentada. Em 2010, durante a administração Obama, a Tesla Inc. enfrentava sérias dificuldades. Seu modelo de negócios, que prometia um carro esportivo de 100 mil dólares, com uma fabricação considerada de baixa qualidade e um produto pouco confiável, não era, previsivelmente, suficientemente atrativo para manter a solvência da empresa.

“Não podemos avançar […] sem uma grande quantidade de capital”, afirmou Musk em dezembro de 2008. Felizmente para ele, a administração Obama estava mais preocupada em dar uma aparência “verde” a projetos empreendedores do que em resolver a crise climática e promover uma transição justa para um sistema de energia renovável.

Quase um ano depois da admissão de Musk de que precisava de um aporte de capital, Obama distribuiu um pacote de estímulo de 800 bilhões de dólares para “criar uma nova economia de energia verde”. Uma das beneficiárias desse estímulo foi, claro, a Tesla, que recebeu um empréstimo federal de 465 milhões de dólares para fabricar o modelo Tesla Roadster. Contrariando a chamada “inovação” que a classe capitalista afirma oferecer à sociedade, o Roadster acabou incorporando completamente o chassi já existente do carro Lotus Elise, de 1996. Essa falta de inovação levou a preocupações com o design e a segurança do veículo, preocupações que se confirmaram após dois recalls consecutivos de centenas de Roadsters, ambos relacionados à incompatibilidade do chassi e do sistema elétrico com a estrutura e a carroceria do carro.

No que o Roadster falhou como automóvel, ele triunfou como peça de propaganda. Em 2018, a SpaceX de Musk lançou um Tesla Roadster ao espaço, supostamente para Marte, em um truque publicitário que buscava se tornar um meme. O carro em si continha um manequim no banco do motorista, uma cópia do livro “O Guia do Mochileiro das Galáxias”, de Douglas Adams, e a “Trilogia Fundação”, de Isaac Asimov, estava armazenada digitalmente no computador interno do veículo.

As imagens do feito criam uma referência visual a um verso do Manifesto Futurista: “Queremos entoar hinos ao homem que segura o volante, cuja haste ideal atravessa a Terra, lançada também numa corrida sobre o circuito de sua órbita.”

Em última análise, o Roadster é hoje simplesmente um pedaço de sucata espacial flutuando em algum lugar entre a Terra e Marte.

E, mesmo com todas as centenas de milhões de investimento, a Tesla continua incapaz de produzir um produto simplesmente bom, quanto mais seguro. Por serem movidos por uma bateria de íon de lítio, qualquer colisão tem o potencial de provocar um incêndio na bateria. Além disso, as portas da Tesla dependem de mecanismos elétricos para funcionar, podendo aprisionar os ocupantes se a bateria superaquecer durante uma colisão ou se o veículo ficar submerso em água. Uma colisão comum pode transformar uma Tesla em uma armadilha mortal para os ocupantes em poucos segundos. Casos como esses se tornaram tão infames que surgiu um movimento popular para documentar o número de mortes envolvendo o Autopilot da Tesla por meio do site tesladeaths.com, que, no momento da redação deste artigo, registra um total de 52 mortes relacionadas ao sistema.

*Opera Mundi

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Esperto é esperto no mundo todo, só muda o endereço

Elon Musk pode estar cortando gastos do governo, mas não em seus próprios projetos — bilhões de dólares em dinheiro federal provavelmente estão indo para a SpaceX, graças a mudanças de política que tornarão o homem mais rico do mundo ainda mais rico

Musk procede como qualquer vigarista que por meios políticos contraria a lógica para se beneficiar seus negócios.

Não temos tantos desses aqui no Brasil?

Isso é uma forma de suborno por meio direto, na fonte.

Não é sem motivos que nos EUA Elon Musk é acusado de estar de olho grande no talão de cheques da Casa Brasnca.

A SpaceX está posicionada para garantir bilhões em novos contratos federais sob Trump.

Sob o presidente Trump, o papel de Elon Musk permite que ele influencie a política, potencialmente beneficiando suas empresas. Os apoiadores dizem que ele tem a melhor tecnologia.

Ou seja, como no Brasil, os EUA tem espertos e trouxas.

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Lojas da Tesla, de Elon Musk, são atacadas nos Estados Unidos

O Departamento de Justiça dos Estados Unidos disse que já identificou alguns dos responsáveis.

O bilionário Elon Musk viu as fábricas e concessionárias de sua empresa de carros elétricos, a Tesla, serem alvo de ataques que depredaram a propriedades da empresa nos Estados Unidos.

Os ataques ocorreram em diversos estados do país, com vandalismo, incêndios criminosos e invasões. Uma das concessionárias atacadas, em Las Vegas, foi completamente destruída. Imagens de segurança mostram indivíduos destruindo veículos e instalações.

O Departamento de Justiça dos Estados Unidos classificou os ataques como atos de terrorismo doméstico e disse que já identificou alguns dos responsáveis. O FBI tem ajudado nas investigações para mapear os possíveis mandantes e cúmplices dos crimes.

Reação do governo aos ataques à Tesla
Elon Musk, que além de CEO da empresa é Comissário do Departamento de Eficiência Governamental do país, criticou em suas redes sociais a falta de segurança diante da escalada de violência contra a Tesla e pediu que os responsáveis sejam punidos.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, condenou os atos e prometeu ações rigorosas para evitar novos incidentes deste tipo.

A Procuradora-geral dos EUA, Pamela Bondi, chamou os ataques de “pequenos ataques terroristas”. Ela afirmou que as investigações estão avançando para chegar aos envolvidos, tanto os que cometeram atos físicos quanto os que agiram por trás, coordenando os ataques, segundo o ICL.

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O grupo que assumiu o mega-ataque ao X e derrubou a rede no mundo

Grupo criado em 2023 é um dos mais temidos por usar táticas avançadas de guerra cibernética. Lojas da montadora Tesla, de Elon Musk, também dono no X, vêm sendo atacadas.

Pela terceira vez nesta segunda-feira (10), a rede social X (antigo Twitter) está fora do ar em todo o mundo após um mega-ataque cibernético. A plataforma é de propriedade do magnata Elon Musk, que também é dono da Tesla, a montadora de automóveis elétricos que teve lojas atacadas inclusive a tiros, em vários estados dos EUA. Vale lembrar que Musk se alinhou fortemente ao atual presidente dos EUA, Donald Trump, e que assumiu uma espécie de cargo semigovernamental que está “enxugando” os gastos da administração norte-americana, mandando milhares de pessoas embora até em áreas sensíveis e essenciais.

Depois de deixar off-line uma das mais influentes redes do planeta pela terceira vez em um dia, um grupo notório de hackers assumiu a autoria dos ataques. Trata-se do Dark Storm Team, um coletivo temido em todo o mundo pelo emprego de táticas avançadas e devastadoras de guerra cibernética, composto por especialistas capazes de invadir e destruir até os sistemas ultraprotegidos de governos e de órgãos militares como a OTAN. As informações são do canal de notícias indiano Times Now News, publicado na Forum por Henrique Rodrigues.

Autointitulados pró-Palestina e tendo como alvo preferencial países e organismos ligados a Israel e à política dos EUA, o Dark Storm Team emitiu um comunicada em seu canal no aplicativo Telegram informando ser o responsável por tirar o X do ar em todo o planeta, postando ainda prints de tela mostrando milhares de status de conectividade da rede social “rompidos” em vários países.

Na mensagem dos hackers não há qualquer menção sobre os reais motivos do ataque, mas as suspeitas são de que o grupo mirou na plataforma de Musk por conta de suas falas e ações contra palestinos, pelos problemas que ele vem causado ao povo trabalhador dos EUA e por seus recentes gestos nazistas feitos desavergonhadamente em público durante atos oficiais.

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Elon Musk sob ataque: Lojas da Tesla são incendiadas

Desde que assumiu um cargo no governo Trump, as empresas do bilionário têm sido alvo de protestos.

Vídeos que circulam pelas redes sociais mostram uma loja da Tesla, a montadora de carros elétricos pertencente a Elon Musk, sendo destruída por manifestantes que não concordam com as posições do bilionário.

Além dos EUA, as lojas da Tesla têm sido alvo de ataques na Europa. Na França, revendedoras da montadora foram incendiadas por grupos anarquistas, que assumiram a autoria dos atos.

Os anarquistas criticam o que chamam de “inclinações nazistas” de Elon Musk. Em um comunicado, declararam:
“Enquanto as elites multiplicam as saudações nazistas, decidimos saudar uma concessionária Tesla à nossa maneira […] o antifascismo militante que não acredita no mito da democracia e a ecologia radical que não acredita em soluções tecnológicas”.

Os grupos anarquistas franceses publicaram chamados para novos ataques contra as revendedoras da Tesla e, pelo visto, o apelo surtiu efeito. Nesta segunda-feira (10), manifestantes destruíram uma loja da montadora. Há registros de incidentes semelhantes em outras localidades dos EUA.

Dezenas de carros da Tesla, de Elon Musk, são incendiados na França

Dezenas de carros da Tesla, empresa de Elon Musk, foram incendiados entre domingo (2) e segunda-feira (3) na cidade de Toulouse, no sul da França.

Logo após o incêndio, que destruiu dezenas de carros da Tesla, a polícia local foi categórica e afirmou se tratar de um “ataque organizado”. Eles não estavam enganados: anarquistas assumiram a autoria do ataque.

Nesta terça-feira (4), um grupo anarquista assumiu a autoria do incêndio e publicou uma espécie de manifesto no site lata.info (Informações Antiautoritárias de Toulouse e Arredores) sob o título “Saudação Incendiária à Tesla”. No texto, é informado que os veículos foram incendiados “dentro das instalações com a ajuda de dois galões de gasolina”.

Os anarquistas criticam as inclinações nazistas de Elon Musk. “Enquanto as elites multiplicam as saudações nazistas, decidimos saudar uma concessionária Tesla à nossa maneira […] o antifascismo militante que não acredita no mito da democracia e a ecologia radical que não acredita em soluções tecnológicas”.

“Com esse ato, participamos do chamado ‘Bem-vindo à primavera, queime um Tesla’, da campanha internacional contra a Tesla, da Alemanha aos Estados Unidos e, mais amplamente, do conflito anarquista”, continua o texto dos autores do ataque.

Após a publicação do manifesto, uma série de chamados para incendiar carros da Tesla surgiram nas redes sociais. A polícia francesa revelou que está investigando aqueles que incentivam “atos de vandalismo e contra o patrimônio”.

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Por que a imprensa dos EUA está detonando Elon Musk por destruir os programas sociais, e imprensa brasileira nada fala?

Na verdade, não se vê na mídia brasileira uma palavra critica contra as lambanças protecionistas de Trump.

Talvez por sempre tratar os EUA como um santuário do capitalismo mundial.

Mais que isso, por achar que deveríamos ser fieis seguidores da agenda neoliberal norte-americana, o baronato midiático do Brasil, que se posiciona como o principal bastião de um conservadorismo tosco, mais que nunca determinado a implodir a agenda progressista que ordena o país, faz boca de siri sobre as pesadas críticas internas que Trump vem sofrendo, mas sobretudo a artilharia pesada que Elon Musk está enfrentando por destruir os programas sociais dos EUA, dentro e fora do país.

Isso nos dá a dimensão da canalhice da mídia brasileira, que sempre operou nas manchetes contra as camadas mais pobres da população.

Lógico que, sendo feio falar mal dos pobres e dos nossos programas sociais, atacam os “gastos” do governo Lula.

No fim das contas, Globo e congêneres estão achando é pouco a perversidade de Elon Musk com os pobres nos EUA.

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Em retaliação às medidas de Trump, Canadá rompe com empresa de Elon Musk que perde dezenas de bilhões

Província mais rica do Canadá confronta Trump e suspende contrato com Starlink, de Elon Musk.

Em resposta ao tarifaço dos EUA, decisão de Ontário pode provocar perdas bilionárias para os EUA; ‘não fazemos negócios com quem destrói nossa economia’, disse premiê Doug Ford.

A província de Ontário, a mais populosa e rica do Canadá, anunciou nesta segunda-feira (03/02) que vai suspender o contrato com os serviços de internet via satélite Starlink, fornecidos pela empresa SpaceX, do bilionário Elon Musk, atual chefe do Departamento de Eficiência Governamental dos Estados Unidos (DOGE).

A decisão foi tomada em resposta às ações do presidente dos EUA, Donald Trump, de tarifar mercadorias canadenses em 25%, apesar do longo histórico de cooperação e amizade entre os dois países.

“Vamos rasgar o contrato da província com a Starlink. Ontário não faz negócios com pessoas empenhadas em destruir nossa economia”, declarou o primeiro-ministro conservador da província, Doug Ford, que também vai banir companhias norte-americanas de licitações na região.

De acordo com Ford, as empresas sediadas nos EUA perderão “dezenas de bilhões de dólares” em novas receitas como resultado da sua decisão, e a população “só tem o presidente Trump para culpar”.

“O Canadá não começou essa briga com os EUA, mas pode acreditar que estamos prontos para vencê-la”, concluiu.

Segundo o jornal The New York Times, o contrato de Ontário com a SpaceX vale cerca de US$ 68 milhões (R$ 400 milhões) e havia sido assinado em novembro, com o objetivo de fornecer internet de alta velocidade para 15 mil imóveis e negócios rurais em áreas remotas.

A província responde por quase 40% do Produto Interno Bruto (PIB) e da população do Canadá, abrigando a cidade mais populosa do país, Toronto, e a capital nacional, Ottawa.

O recente tarifaço do governo Trump, que atingiu primeiramente o Canadá, o México e a China, e agora ameaça os países europeus, foi repudiado pelos respectivos governos. Em resposta, o premiê progressista do Canadá, Justin Trudeau, anunciou taxas retaliatórias contra uma série de produtos norte-americanos.

Já no domingo (02/02), Trump disse que “o Canadá deixa de existir como um país viável” e defendeu a anexação da nação ao afirmar que deve se tornar o “51º estado” dos EUA, com “impostos muito mais baixos e proteção militar muito melhor”.

*Opera Mundi

 

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Altman aponta confluência entre nazismo e sionismo após gesto de Musk

Jornalista judeu criticou o silêncio das entidades judaicas após o gesto nazista do bilionário.

Breno Altman usou as redes sociais nesta terça-feira (21) para criticar o silêncio generalizado de entidades judaicas, que se recusaram a condenar de maneira enfática o gesto nazista feito pelo bilionário de extrema-direita Elon Musk durante um evento realizado após a posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos.

Nesta segunda-feira, ao discursar, Musk bateu com a mão direita sobre o coração, com os dedos bem abertos, depois estendeu o braço direito para fora, enfaticamente, em um ângulo ascendente, com a palma para baixo e os dedos juntos. Em seguida, ele se virou e fez o mesmo gesto com a mão para a multidão atrás dele. Musk foi acusado de promover o nazismo, mas algumas entidades judaicas, como a Liga Anti-Difamação, discordou. Ele rejeitou as críticas ao gesto com a mão como um ataque “desgastado”.

Segundo Altman, o silêncio das entidades sionistas evidencia o que ele chama de “confluências” com a ideologia nazista. Para ele, judaísmo e nazismo não são necessariamente opostos, mas compartilham, na sua visão, o objetivo de estabelecer um Estado baseado em princípios racistas.

“O silêncio de entidades sionistas acerca da saudação hitleriana de Elon Musk simboliza confluência entre nazismo e sionismo. Essas doutrinas nunca foram efetivamente contrapostas. Sionismo não é sobre enfrentar nazismo ou antissemitismo, mas sobre criar um Estado racista judaico”, escreveu Altman na plataforma X.

Disse Altman:

“O silêncio de entidades sionistas acerca da saudação hitleriana de Elon Musk simboliza confluência entre nazismo e sionismo. Essas doutrinas nunca foram efetivamente contrapostas. Sionismo não é sobre enfrentar nazismo ou antissemitismo, mas sobre criar um Estado racista judaico.”

Após tomar posse, Trump assinou um decreto para criar um grupo consultivo chamado Departamento de Eficiência Governamental com o objetivo de realizar cortes drásticos no governo dos EUA, atraindo ações judiciais imediatas que contestam suas operações.

O grupo — apelidado de “DOGE” — está sendo dirigido por Elon Musk e tem metas grandiosas de eliminar agências federais inteiras e cortar três quartos dos empregos do governo federal.

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Veículo da Tesla, de Elon Musk, explode em frente a hotel de Trump

Polícia trata caso como possível ato terrorista, que pode ter vínculo com atropelamentos em Nova Orleans. Motorista morreu com explosão.

Um carro elétrico da Tesla, de Elon Musk, explodiu no estacionamento do hotel Trump Las Vegas, nesta quarta-feira (1º/1), nos Estados Unidos.

O motorista do veículo Cybertruck morreu com a explosão. Outras sete pessoas tiveram ferimentos leves.

As autoridades tratam o caso como um possível ato terrorista, de acordo com a ABC News.

O veículo teria sido alugado pelo aplicativo Turo, assim como o carro utilizado por um terrorista para matar pelo menos 15 pessoas atropeladas durante as festividades de ano novo em Nova Orleans, também nos Estados Unidos.

De acordo com a rede de notícias, o veículo estava recheado com uma carga de morteiros, estilo fogos de artifício.

 

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Política

Que pátria é a deles?

É preciso ser uma besta quadrada para desafiar desta forma a soberania brasileira.

Que coisa extraordinária. Que coisa absolutamente extraordinária. Uma multidão entusiasmada celebra o dia nacional aplaudindo um empresário americano e execrando um juiz que é seu compatriota. No dia da independência do Brasil os celebrantes usam cartazes em inglês e os oradores frases em inglês. Tudo para agradar ao seu novo herói americano. Desculpem, mas que espécie de patriotismo é aquele? Que pátria celebram — a do juiz ou a do empresário?

O empresário. É preciso ser uma besta quadrada para desafiar desta forma a soberania brasileira. A penosa história do Brasil do século vinte está repleta de ilegítimas intervenções do governo dos Estados Unidos da América na sua soberania, mas, desta vez, não é sequer o governo americano, mas um bilionário americano. Um megalômano. Um ativista político disfarçado de empresário que espreita a oportunidade de liderar a extrema direita brasileira na sua batalha pela liberdade de insultar os outros e desrespeitar os princípios básicos de civilidade democrática.

E, no entanto, bem vistas as coisas, o episódio resultou numa première: finalmente, um Estado de economia de mercado fechou uma rede social. Assim se construiu uma proeza brasileira cujo significado politico ainda não foi inteiramente percebido no plano internacional (a suspensão do TikTok nos Estados Unidos não foi fundamentada no incumprimento da lei, mas em razões de segurança nacional).

A multidão. O mais difícil de explicar não é o comportamento do empresário americano, mas a atitude daqueles que no Brasil o apoiam. Que espetáculo grotesco. A multidão aplaude o bilionário americano e maldiz o juiz brasileiro. Entre o poder da lei e a lei do dinheiro a extrema direita brasileira faz a sua escolha nas ruas berrando impropérios contra o Tribunal Supremo do País. Liberdade? Mas nada nesta história tem a ver com liberdade, só com poder. A cegueira política só encontra explicação no ódio. Um ódio existencial ao adversário político que impede qualquer diálogo democrático.

A soberba do bilionário é fácil de compreender. Ela é filha da maluquice neoliberal dos últimos anos que entende que o Estado deve servir o mercado, não regulá-lo. Já não se trata do liberalismo clássico do laisser faire, isto de demarcar uma zona de racionalidade econômica que deve ser deixada aos mecanismos de mercado e uma outra de racionalidade política, de interesse geral, que deve ser deixada ao Estado. Não. Para a nova utopia neoliberal é a economia que funda a política, não a política que define as regras da economia. A arrogância do empresário compreende-se assim: o juiz devia pôr a lei ao serviço dos seus interesses, não ao serviço do interesse geral.

Quanto à extrema direita, ela não aprende nem esquece: ela imita. Imita de forma quase perfeita o que vê acontecer nos Estados Unidos — “as eleições foram conduzidas de forma parcial”; os “patriotas e inocentes do 8 de janeiro devem ser anistiados”; o juiz é “psicopata” e deve sofrer um “processo de impeachment”.

Eis o seu programa político. Um pouco mais e reclamavam que a última eleição foi roubada. Não, eles nunca perderam uma eleição. Como poderiam, aliás? Como poderiam perder se são eles que representam o povo, o povo autêntico e virtuoso? Os outros? Os outros não são do povo, são um não-povo envenenado por ideologias estranhas à tradição popular. Enfim: o Brasil acima de tudo, Elon Musk acima de todos.

Não tenho especial simpatia pela atuação do juiz Alexandre de Moraes. Pelo contrário, sou dos que veem sérios problemas para o Estado de direito democrático quando o mesmo juiz abre um processo, investiga o processo e julga esse processo. Incluo-me entre aqueles que pensam que uma das mais nefastas doenças brasileiras é a judicialização da política. Não gosto de ver juízes tutelarem escolhas políticas e detesto profundamente o paternalismo corporativo das classes que se julgam acima das escolhas democráticas, como é agora o caso dos juízes e antes foi o dos militares.

Todavia, isto dito, o que é absolutamente repulsivo nesta disputa entre o juiz e o bilionário americano é o desrespeito deste último pela dignidade nacional do Brasil. É isto que está em causa. Nesta disputa o juiz é mais do que ele próprio. Pela minha parte, como para todos aqueles que prezam a dignidade dos povos, tenho gosto em estar do seu lado.

*José Socrates/ICL