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Brasil anuncia retaliação comercial aos EUA em disputa sobre tarifas ao aço e alumínio

Presidente Lula da Silva anunciou que o Brasil deve retaliar os Estados Unidos, caso a OMC não resolva a disputa comercial entre os dois países.

Durante sua visita oficial ao Japão, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou que o Brasil deve retaliar os Estados Unidos, caso o recurso à Organização Mundial do Comércio (OMC) não resolva a disputa comercial entre os dois países. Confira mais em TVT News.

O governo brasileiro planeja recorrer à OMC para contestar as tarifas impostas pelos Estados Unidos aos produtores nacionais de aço e alumínio, buscando restabelecer a política de cotas de exportação que vigorava até o início deste ano. A preocupação é que novas taxações possam ser anunciadas em breve, especialmente no próximo dia 2, com receio de que mais produtos brasileiros sejam alvo ou que todas as exportações passem a ser taxadas, conforme já sugerido pela Casa Branca.

“No caso do Brasil, nós vamos recorrer à OMC e, se não tiver resultado, a gente vai utilizar os instrumentos que nós temos que é a reciprocidade e taxar os produtos americanos. É isso que nós vamos fazer. Espero que o Japão faça o mesmo. Espero que o Japão possa recorrer à OMC, mas é uma decisão soberana do governo japonês em que eu não posso dar palpite”, declarou Lula durante entrevista coletiva em Tóquio.

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A intenção de acionar a OMC foi mencionada anteriormente pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, que lidera as negociações comerciais sobre o aço com os EUA. Contudo, esta é a primeira vez que Lula confirma publicamente essa estratégia. Ao apelar à OMC, o Brasil tem duas possibilidades: que o país alvo reveja suas medidas protecionistas ou, caso mantenha as tarifas, a organização autorizará o Brasil a aplicar retaliações — algo que o governo já admite estar disposto a fazer.

Lula destacou que o Donald Trump “precisa medir as consequências dessas decisões”, que podem elevar a inflação nos Estados Unidos. No entanto, ele não especificou quando o Brasil formalizará o recurso à OMC para revisar as tarifas sobre aço e alumínio aplicadas pelos EUA.”É colocar em prática a lei da reciprocidade. Não dá para a gente ficar quieto, achando que só eles têm razão e que só eles podem taxar outros produtos”, afirmou o presidente.

Recentemente, o governo brasileiro enviou uma manifestação formal ao governo americano alertando que o aumento das tarifas pode prejudicar “severamente” as relações comerciais bilaterais. Essa comunicação ocorreu durante a abertura de consultas públicas pelo gabinete do representante comercial dos EUA (USTR) sobre os anúncios de tarifas feitos pela Casa Branca. Diplomatas brasileiros, no entanto, reconhecem que há um desafio significativo: a OMC está enfraquecida e sem capacidade de mediar efetivamente essas disputas.

*TVTNews

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Política

Quais as reais motivações por trás da fuga para os EUA?

Prováveis motivações por trás da fuga aos Estados Unidos

Desde que foi anunciada há pouco mais de uma semana, um dos principais assuntos nas pautas de conversas da maioria dos brasileiros tem sido tentar descobrir as verdadeiras razões que levaram um dos mais ardentes expoentes da extrema direita política de nosso país a fugir descaradamente para os Estados Unidos.

Muito tem se falado sobre a covardia que seria uma qualidade inerente a todos os adeptos do nazifascismo.

Porém, há outros que creem que as motivações do dito cujo não devem estar limitadas às propensões de covardia típicas daqueles que se apresentam como valentões e machões e atuam como cães raivosos quando estão lidando com vítimas indefesas, mas que costumam colocar o rabo entre as pernas e dar no pé diante de situações em que são enfrentados com mais vigor.

O certo é que, para vários analistas, o cidadão ao qual estamos nos referindo está lançando mão da tradicional prática que vem caracterizando a todo seu grupo familiar desde tempos imemoriais (imemoriais para nossa conjuntura política, esclareço): o hábito de se aproveitar da política para acumular fortuna de caráter pessoal.

Para aqueles que sustentam este ponto de vista, uma prova evidente de que é assim que todo o clã atua está dada pelo fato de que, embora nenhum deles tenha jamais exercido algum tipo de trabalho fora da política, todos eles enriqueceram como poucos em apenas umas poucas décadas.

Assim, nos cochichos que tem sido ouvidos pelos corredores dos espaços políticos pelo Brasil afora, o que se argumenta é que o personagem que protagoniza nosso texto decidiu aproveitar a fuga para os Estados Unidos para levar adiante mais um projeto com o qual sua capacidade empreendedora poderia trazer para si e para seus patrocinadores mais alguns significativos rendimentos.

Dizem as más línguas que o propósito em questão é juntar o queijo com a goiabada. Assim, já que é para fugir, por que não encontrar no local de guarida alguma forma de ganhar mais uns bons cobres?

E o que se comenta é que a ideia principal é recorrer aos ensinamentos de um congênere salvadorenho de nosso clã tupiniquim, ou seja, ninguém mais, ninguém menos que Nayib Bukele, o presidente de El Salvador, cujos vínculos de dependência com os interesses estadunidenses são mais do que conhecidos.

Os rumores que andam à solta por todos os lados fazem menção à intenção de seguir o exemplo do prócer da extrema direita salvadorenha, que inovou a economia de seu país num esforço para diversificar o já batido modelo de dependência baseado na exportação de bens primários e nas remessas enviadas dos Estados Unidos pelos emigrantes salvadorenhos que tiveram de ir embora pela absoluta falta de condições de sobrevivência em seu próprio país.

Agora, de maneira muito inovadora, o presidente salvadorenho está invertendo o fluxo de pessoas entre os Estados Unidos e El Salvador.

Em lugar de haver tão somente gente querendo ir embora para tentar a vida nos Estados Unidos, El Salvador passou a receber um grande contingente de pessoas provenientes do gigante norte-americano.

O fato de que as citadas pessoas cheguem ali contrariamente a sua vontade e como prisioneiros condenados sem nenhum julgamento é apenas um detalhe menor que, para os defensores desta nova maneira de expandir a economia, não merece nenhum tipo de reprovação.

É bem provável que o atual presidente salvadorenho aspire a passar a história como o grande inovador, aquele que transformou um país da América Latina na primeira colônia presidiária a serviço dos Estados Unidos.

Os comentários nos meios políticos dão a entender que os expoentes da extrema direita brasileira gostariam imensamente de ser, pelo menos, os segundos mais ardorosos defensores deste tipo de projeto em nosso continente.

Portanto, em conformidade com as fontes pesquisadas a respeito desta questão, as reais motivações que impulsionaram a fuga de nosso personagem para os Estados Unidos podem ter também muito a ver com seu desejo de aprender ali junto aos mentores de Nayib Bukele as técnicas a empregar para obter resultados similares por aqui.

*Jair de Souza/Viomundo

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Política

Eduardo Bolsonaro tem empresa holding nos EUA em endereço de residência

Uma holding registrada nos EUA em nome de Eduardo Bolsonaro (PL-SP) tem seu endereço em uma residência, na cidade de Arlington, Texas. Dados oficiais do registro do estado norte-americano apontam que a Braz Global Holding tem apenas três sócios, entre eles, o filho do ex-presidente indiciado, Jair Bolsonaro (PL)
Abrir uma empresa holding nos EUA é legal, inclusive para estrangeiros.

A região do registro da empresa é a mesma de onde Eduardo Bolsonaro tem feito suas lives e fotos desde que decidiu deixar o Brasil.

Em recente entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, ele indicou que estava naquele momento em Dallas, também no Texas. Mas tem evitado anunciar onde fixará residência no país

A abertura da empresa, em março de 2023, ocorreu quando Jair Bolsonaro estava nos EUA, depois de ser derrotado nas eleições presidenciais de 2022.

A holding tem mais dois sócios. Um deles é André Porciuncula Esteves, que, no registro da holding, aparece no mesmo endereço de Eduardo Bolsonaro. Esteves teve um cargo no governo do pai do deputado.

Ele ainda ocupou, por alguns meses, a Secretária de Fomento e Incentivos da Cultura no governo Bolsonaro. Era ele quem administrava, por exemplo, os recursos da lei Rouanet. O incentivo, atacado pelo bolsonarismo, teve um incremento durante sua gestão.

Numa postagem nas redes sociais, o deputado federal Pedro Campos (PSB-PE) destacou como, durante a gestão da lei Rouanet pelo sócio de Eduardo, o valor de captação saltou R$ 600 milhões.

Antes de entrar para o governo, Esteves era policial militar na Bahia.
O mesmo Esteves é ligado ao Liber Group Brasil, que tem Paulo Generoso com um dos sócios. Generoso é, justamente, o outro sócio de Eduardo Bolsonaro em sua holding no Texas.

Segundo reportagem exclusiva da Agência Pública e também publicada pelo UOL de 2023, é em sua residência que está registrada a holding com o filho do ex-presidente. Naquele momento, Eduardo se recusou a comentar sobre a empresa aberta nos EUA.

No mesmo endereço, está também registrada a empresa Liber Group Brasil, sem a presença oficial de Eduardo Bolsonaro, mas com os outros dois sócios que aparecem na Braz Global Holding.

Generoso é um dos fundadores do Movimento República de Curitiba, criada em 2016 para apoiar a Operação Lava Jato. Ele teve suas contas nas redes sociais suspensas por disseminação de desinformação.

Renda média de morador de Arlington é de quase R$ 500 mil

Um levantamento realizado pelo UOL com dados oficiais do estado do Texas indicam que um morador de Arlington tem uma renda média de US$ 73 mil por ano, ou R$ 418 mil.

Em média, o aluguel de um apartamento com dois quartos na cidade sai por US$ 1.500 (R$ 8.600). Já uma casa com as mesmas proporções estaria avaliada, em média, em US$ 351 mil, cerca de R$ 2 milhões.

Para viver confortavelmente em Arlington, um adulto solteiro sem dependentes deve ganhar um salário anual de cerca de US$ 52 mil (R$ 298 mil). Além de moradia, a estimativa é de que o indivíduo gaste US$ 7.500 (R$ 43 mil) em mantimentos e US$ 12 mil (R$ 69 mil) em serviços.

*Reportagem de Jamil Chade publicada no Uol

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Mundo

Esperto é esperto no mundo todo, só muda o endereço

Elon Musk pode estar cortando gastos do governo, mas não em seus próprios projetos — bilhões de dólares em dinheiro federal provavelmente estão indo para a SpaceX, graças a mudanças de política que tornarão o homem mais rico do mundo ainda mais rico

Musk procede como qualquer vigarista que por meios políticos contraria a lógica para se beneficiar seus negócios.

Não temos tantos desses aqui no Brasil?

Isso é uma forma de suborno por meio direto, na fonte.

Não é sem motivos que nos EUA Elon Musk é acusado de estar de olho grande no talão de cheques da Casa Brasnca.

A SpaceX está posicionada para garantir bilhões em novos contratos federais sob Trump.

Sob o presidente Trump, o papel de Elon Musk permite que ele influencie a política, potencialmente beneficiando suas empresas. Os apoiadores dizem que ele tem a melhor tecnologia.

Ou seja, como no Brasil, os EUA tem espertos e trouxas.

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Mundo

Alemães são barrados nos EUA e política migratória de Trump gera alerta em Berlim

Chancelaria alemã advertiu cidadãos que visto de entrada não garante acesso ao país norte-americano.

A Alemanha atualizou suas recomendações de viagens para os Estados Unidos para alertar seus cidadãos que um visto ou isenção de visto de entrada não garante o acesso ao país, após Washington reforçar os controles como parte do endurecimento da política migratória adotada do governo do presidente Donald Trump.

A recomendação foi emitida depois de três alemães serem barrados pelas autoridades norte-americanas de fronteira, informou um porta-voz do Ministério alemão do Exterior nesta quarta-feira (19/03).

Um desses casos envolveu um cidadão alemão que vive no país, que, de acordo com familiares, está detido em Boston há mais de uma semana.

De acordo com a emissora pública WGBH, sediada em Boston, o alemão, que possui uma autorização de residência – o chamado “green card” – foi detido este mês por autoridades de imigração no aeroporto de Boston ao retornar ao país vindo de Luxemburgo e estava sendo mantido em um centro de detenção.

Outros dois casos receberam ampla cobertura na imprensa alemã.

Um deles envolve um alemão de 25 anos, detido ao cruzar a fronteira do México com sua noiva norte-americana em fevereiro, de acordo com a revista alemã Der Spiegel. Ele passou duas semanas detido antes de ser enviado de volta para a Alemanha. De acordo com sua noiva, ele foi detido depois de responder incorretamente a uma pergunta sobre onde morava, devido ao seu fraco domínio do inglês.

O outro caso envolve uma mulher de 29 anos que também foi parada na fronteira entre os EUA e o México em janeiro. Amigos relataram que ela estava viajando com equipamento de tatuagem – que pode ter sido interpretado pelos funcionários da imigração como um sinal de que ela estava planejando trabalhar nos EUA. Segundo os relatos, ela passou três semanas detida, incluindo nove dias em confinamento solitário – uma alegação refutada pelo centro de detenção.

De acordo com portal de internet do Ministério, ter antecedentes criminais nos EUA, fornecer informações falsas sobre o propósito da viagem ou até mesmo uma curta extensão da permanência além do prazo oficial pode levar à prisão, detenção e deportação ao entrar ou sair do país.

*Opera Mundi

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Mundo

Lojas da Tesla, de Elon Musk, são atacadas nos Estados Unidos

O Departamento de Justiça dos Estados Unidos disse que já identificou alguns dos responsáveis.

O bilionário Elon Musk viu as fábricas e concessionárias de sua empresa de carros elétricos, a Tesla, serem alvo de ataques que depredaram a propriedades da empresa nos Estados Unidos.

Os ataques ocorreram em diversos estados do país, com vandalismo, incêndios criminosos e invasões. Uma das concessionárias atacadas, em Las Vegas, foi completamente destruída. Imagens de segurança mostram indivíduos destruindo veículos e instalações.

O Departamento de Justiça dos Estados Unidos classificou os ataques como atos de terrorismo doméstico e disse que já identificou alguns dos responsáveis. O FBI tem ajudado nas investigações para mapear os possíveis mandantes e cúmplices dos crimes.

Reação do governo aos ataques à Tesla
Elon Musk, que além de CEO da empresa é Comissário do Departamento de Eficiência Governamental do país, criticou em suas redes sociais a falta de segurança diante da escalada de violência contra a Tesla e pediu que os responsáveis sejam punidos.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, condenou os atos e prometeu ações rigorosas para evitar novos incidentes deste tipo.

A Procuradora-geral dos EUA, Pamela Bondi, chamou os ataques de “pequenos ataques terroristas”. Ela afirmou que as investigações estão avançando para chegar aos envolvidos, tanto os que cometeram atos físicos quanto os que agiram por trás, coordenando os ataques, segundo o ICL.

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Política

Bolsonaro é aconselhado a se “refugiar” na embaixada dos EUA

Alvo de ação no STF que pode levá-lo à prisão, Jair Bolsonaro foi aconselhado a se “refugiar” na embaixada dos Estados Unidos no Brasil.

Jair Bolsonaro foi aconselhado a se “refugiar” na embaixada dos Estados Unidos no Brasil, em Brasília. O conselho foi dado pelo comunicador Rodrigo Constantino, que atuou na Jovem Pan e atualmente vive no exterior após obter a cidadania norte-americana.

Segundo Constantino, Bolsonaro deveria ingressar na embaixada dos Estados Unidos para evitar a cadeia, uma vez que já haveria consenso no Supremo Tribunal Federal pela prisão do ex-presidente. Como as instalações fazem parte do território dos EUA, a Polícia Federal não poderia entrar no local para encarcerar Bolsonaro.

Os atritos do governo Trump com o ministro Alexandre de Moraes (STF), relator do inquérito que mira o ex-presidente, também ajudariam os Estados Unidos a reconhecerem o status de refugiado político a Bolsonaro, diz Paulo Cappelli, Metrópoles.

Procurado pela coluna, contudo, Bolsonaro disse descartar a possibilidade: “Não vou para a embaixada nem lugar algum. Eu vou ficar em casa”.

Embaixadas
Caso peça asilo diplomático aos Estados Unidos, Bolsonaro estariq sujeito às regras que valem para todo o planeta. A concessão de asilo diplomático em território ou em embaixadas estrangeiras está prevista no Estatuto dos Refugiados da Organização das Nações Unidas (ONU), estabelecido na Convenção de Viena em 1951. O Brasil e os Estados Unidos são signatários do tratado, que estabelece os critérios para a concessão do refúgio por um país estrangeiro.

As normas para a concessão do asilo diplomático têm como base os princípios da Declaração dos Direitos Humanos de 1948, segundo a qual todo indivíduo tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal. Por consequência, qualquer um que seja perseguido em seu território por delitos políticos, convicções religiosas ou situações raciais tem assegurado o direito de buscar asilo.

O interessado deve solicitar o benefício ao país estrangeiro, que avaliará caso a caso o pedido de proteção e classificará a natureza dos delitos ou dos motivos da alegada perseguição. No Brasil, a análise dos pedidos de asilo pode se estender por até um ano.

A Organização dos Estados Americanos (OEA) também dispõe de um tratado para a concessão de asilo diplomático. A convenção da OEA afirma que “não é lícito conceder asilo a pessoas que, na ocasião em que o solicitem, tenham sido acusadas de delitos comuns, processadas ou condenadas por esse motivo pelos tribunais ordinários competentes, sem haverem cumprido as penas respectivas”.

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Política

Coitado! Eduardo Bolsonaro, nos EUA, diz temer nunca mais ver o pai

Um, prestes a perder o passaporte, o outro, prestes a ser preso.

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou que seu pai, Jair Bolsonaro (PL), aceitou sua decisão de permanecer nos Estados Unidos. Segundo ele, a escolha foi motivada por supostas ameaças do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Em entrevista ao jornalista Luís Ernesto Lacombe e ao blogueiro bolsonarista foragido Allan dos Santos, Eduardo, que pretende se licenciar do mandato, disse temer nunca mais ver o pai e classificou essa possibilidade como um “sacrifício”. De acordo com o parlamentar, Bolsonaro inicialmente desejava que ele retornasse ao Brasil.

“Não gosto de parecer que estou me vitimizando. É uma possibilidade real de eu nunca mais ver o meu pai. É a vida adulta. Sacrifício […] Muita gente falou que ‘ah, pode vir, que ele não vai pegar teu passaporte’. Mas o Alexandre de Moraes já fez muita atrocidade, e a gente não pode esperar contar com alguma decência e senso de moralidade desse tipo de pessoa. Ele está na prateleira do psicopata”, declarou o parlamentar, de acordo com o Metrópoles.

Eduardo Bolsonaro também mencionou o temor de ser preso, citando o caso do ex-deputado federal bolsonarista Daniel Silveira, e ressaltou a dificuldade de estar longe da família. “Eu conversei com ele (Bolsonaro). Não foi fácil. Foi muito difícil. Ele queria que eu estivesse por perto. Mas, conforme fui conversando com ele e ele entendendo meus argumentos, aceitou minha decisão”, afirmou.

O passaporte de Eduardo está na mira do STF, que aguarda manifestação da Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre o caso. O deputado está nos Estados Unidos desde 27 de fevereiro, data em que parlamentares do PT ingressaram no Supremo Tribunal Federal (STF) com um pedido de apreensão de seu passaporte.

A sigla acusa Eduardo de atentar contra a soberania nacional ao atacar e tentar organizar uma reação ao Judiciário brasileiro a partir do exterior. O relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, enviou a ação à PGR, que não cumpriu o prazo de cinco dias para se manifestar sobre o pedido. Diante do impasse, o parlamentar decidiu se licenciar da Câmara por quatro meses.

Com a licença, Eduardo Bolsonaro será substituído na presidência da Comissão de Relações Exteriores pelo deputado Zucco (PL-RS), atual líder da oposição na Câmara. A mudança foi confirmada pelo líder do PL na Casa, Sóstenes Cavalcante (RJ).

Jair Bolsonaro – O presidente da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, ministro Cristiano Zanin, marcou para o dia 25 de março o julgamento da denúncia apresentada pela PGR contra Jair Bolsonaro e mais seis investigados no inquérito do plano golpista. Além do ex-mandatário, são alvos da denúncia Almir Garnier (ex-comandante da Marinha), Alexandre Ramagem (ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência – Abin), Anderson Torres (ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do Distrito Federal), General Augusto Heleno (ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional), Mauro Cid (ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e delator) e Paulo Sérgio Nogueira (general do Exército e ex-ministro da Defesa).

Os magistrados do STF decidirão se aceitam ou não as acusações formuladas pela PGR. Caso a denúncia seja aceita, Bolsonaro e os demais denunciados passarão à condição de réus no processo. No total, a Procuradoria denunciou 33 pessoas no âmbito da investigação sobre a tentativa de golpe de Estado.

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Mundo

África do Sul após embaixador ser expulso dos EUA: ‘Lamentável’

Diplomata Ebrahim Rasool foi considerado persona non grata e terá que deixar país.

Horas após o embaixador sul-africano Ebrahim Rasool se tornar persona non grata nos Estado Unidos e, consequentemente, ser expulso do país, o governo da África do Sul reagiu por meio de nota. “A presidência tomou nota da lamentável expulsão do embaixador da África do Sul nos Estados Unidos, o senhor Ebrahim Rasool”, afirma o texto, divulgado neste sábado (15).

A expulsão do embaixador foi comunicada nesta sexta-feira (14) pelo secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, que chegou a acusar que Rasool de “odiar” os Estados Unidos e o presidente Donald Trump.

Este é mais um capítulo das ofensivas estadunidenses contra o país africano. No início de fevereiro, Trump anunciou corte de assistência financeira à África do Sul, afirmando ser uma reação ao anúncio de uma política de desapropriação de terras aprovada pelo presidente Cyril Ramaphosa em janeiro deste ano.

Trump também citou a ação movida pela África do Sul no Corte Internacional de Justiça (CIJ) contra Israel por conta do massacre promovido pelo país na Faixa de Gaza.

A denúncia sul-africana aconteceu em dezembro do ano passado, argumentando que a guerra na Palestina viola a Convenção das Nações Unidas para a Prevenção e Punição do Crime de Genocídio de 1948, acusação que Israel nega.

Na última semana, a África do Sul reforçou a denúncia. O Ministério de Relações Exteriores da África do Sul acusou Israel de utilizar “a fome como arma de guerra” em Gaza, em um comunicado emitido sobre o bloqueio à ajuda humanitária imposto pelo exército israelense no início de março.

“Impedir a entrada de alimentos em Gaza é a continuação do uso da fome como arma de guerra por Israel”, afirmou a chancelaria sul-africana.

Recentemente, o presidente Ramaphosa esteve em um encontro com membros da União Europeia quando foram anunciados acordos entre as nações envolvidas.

Membra do Brics, a África do Sul assume, desde dezembro passado e até novembro de 2025, a presidência rotativa do G20, o grupo que reúne as 19 maiores economias do mundo, além da União Europeia e da União Africana.

*BdF

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Em ofensiva contra Moraes Eduardo Bolsonaro faz quarta viagem do ano aos EUA

Aliados defendem que ele fique nos Estados Unidos e não retorne ao Brasil, sob pena de perder o passaporte.

O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) retornou a Washington pela quarta vez no ano para encontros com integrantes do governo americano como parte de uma ofensiva contra o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).

O parlamentar foi com a família para a Flórida e, nesta semana, passou pela capital dos EUA. Em um vídeo com o influenciador de direita Paulo Figueiredo, ele relata ter tido conversas com integrantes do governo na Casa Branca, sem detalhar quem são as autoridades.

Até a sexta-feira (14), Eduardo ainda não tinha data para voltar e aliados defendem que ele fique no país e não retorne ao Brasil, sob pena de perder o passaporte.

O PT acionou o STF pedindo a apreensão do passaporte do deputado, alegando crimes contra a soberania cometidos pelo parlamentar no périplo pelos EUA. A solicitação foi feita em 27 de fevereiro, quando Eduardo chegou ao país.

A medida repercutiu nas redes sociais, sendo criticada por bolsonaristas, que alegam perseguição política ao deputado, com o objetivo de dificultar sua ascensão à Comissão das Relações Exteriores.

O PL indicou o parlamentar para comandar o colegiado. Parlamentares do PT reagiram e falam em possíveis ruídos com o Supremo e nas relações diplomáticas do Brasil para tentar evitar a escolha, como mostrou a Folha de S.Paulo.

Figueiredo, também alvo das ações de Moraes, defende que Eduardo permaneça nos EUA. O parlamentar não respondeu a pergunta da reportagem sobre o tema.

Enquanto isso, o deputado mantém a ofensiva nos EUA, junto com o youtuber, para convencer autoridades americanas a aplicarem sanções a Moraes, que vão desde a perda do visto para entrar no país ao bloqueio de contas no exterior.

Moraes

Moraes é o relator
O ministro do STF é o relator da denúncia da PGR (Procuradoria-Geral da República) sobre a trama golpista de 2022, na qual Bolsonaro e Figueiredo estão incluídos.

“O que estamos fazendo aqui nos Estados Unidos não é nenhum absurdo. Só estamos levando ao conhecimento de várias autoridades o que está acontecendo no Brasil”, afirmou Eduardo numa live.

“Chutaram o Rumble [tiraram a rede do ar], o cara está pedindo mandado de prisão contra brasileira que está em solo americano [Moraes pediu a prisão de uma brasileira com dupla cidadania, naturalizada americana, por participar no 8 de janeiro]”, disse.

Bolsonaro ainda disse na live que os ministros estavam fazendo piadas com a possibilidade de perderem o passaporte e agora levam a sério.

Eduardo tratou do pedido de cassação do seu passaporte e alegou novamente haver uma perseguição.

“Vir aos Estados Unidos com muita frequência é um crime?”, ironizou. “Qual é o crime ao articular reações ao STF no exterior? O STF é ‘incriticável’, você não pode criticar medidas de ministros do STF”, disse.

A investida ocorre às vésperas do julgamento da Primeira Turma que pode tornar Jair Bolsonaro réu. Na quinta (13), o ministro Cristiano Zanin, marcou para os dias 25 e 26 de março a análise do recebimento da denúncia contra o ex-presidente e aliados pela trama golpista em 2022. A expectativa de bolsonaristas é que uma sanção a Moraes possa pressionar os demais ministros do STF a recuar nos processos.

Uma das apostas de quem faz parte da ofensiva é que Moraes possa ser sancionado com base na chamada Lei Magnitski -em homenagem ao advogado russo Sergei Magnitski. A legislação, aprovada no governo Barack Obama, impõe restrições a vistos, congela contas e ativos dos alvos no exterior e impõe restrições financeiras a empresas.

Bolsonaristas dizem que a sanção pode levar instituições financeiras a encerrarem as contas dos alvos, sob pena de os bancos serem impedidos de participar do sistema financeiro internacional. Isso poderia significar o encerramento das contas de Moraes no próprio Brasil, afirmou Figueiredo numa live.

Essa sanção é aplicada pelo Executivo. O deputado republicano Rich McCormick afirmou nas redes sociais que pediria a Trump a aplicação das sanções Magnistsky contra o ministro.

A outra frente é busca pela aprovação da proposta “No Censors on our Shores Act” (Sem censores em nosso território), que estabelece a deportação e o veto de entrada nos EUA. Esse projeto foi aprovado no colegiado análogo à CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara americana e ainda não tem data para ir a plenário.

O texto tem apoio de republicanos, mas também de democratas, por se tratar de uma proteção da liberdade de expressão, cara aos americanos e prevista na Constituição.

A expectativa de bolsonaristas é que alguma sanção seja aplicada nos próximos meses.

Da última vez que esteve nos EUA, no final de fevereiro, Eduardo esteve com integrantes do Departamento de Estado, órgão equivalente ao Ministério das Relações Exteriores.

Dias depois, o órgão publicou mensagem com referência implícita a Moraes e disse que punir empresas americanas por se recusarem a praticar censura vai contra os valores democráticos. Daquela vez, Eduardo também participou da Cpac, maior conferência conservadora do mundo, em que discursou, criticou Moraes e defendeu seu pai.

Na semana anterior, esteve no país porque tinha encontros marcados com deputados e senadores e autoridades. Antes, viajou para participar da posse de Donald Trump em 20 de janeiro.

Eduardo disse à Folha de S.Paulo antes que as viagens foram pagas por ele pela conferência. Desta vez, o parlamentar não respondeu à reportagem. Aliados dizem que ele pagou por conta própria a ida aos EUA.