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Liderou o golpe contra Dilma e, agora, Skaf tenta derrubar presidente da Fiesp

Sob seu comando, 86 sindicatos patronais marcaram assembleia para o dia 21, à revelia de Josué Gomes, para votar sua destituição.

Líder do movimento que levou ao golpe contra Dilma Rousseff em 2016, com a campanha do pato amarelo e apoio a manifestantes violentos na avenida Paulista, Paulo Skaf organiza agora um levante contra o empresário Josué Gomes da Silva, que é presidente da Federação das Indústrias de São Paulo. Josué é filho do José Alencar, que foi vice de Lula, e foi eleito presidente da Fiesp depois de sucessivos mandatos do próprio Skaf.

Segundo Lauro Jardim, O Globo, os 86 (de um total de 106) sindicatos patronais que querem tirar Josué Gomes da Silva da presidência da Fiesp subiram o tom neste fim de semana.

Resolveram convocar uma assembleia geral extraordinária para o dia 21 com o propósito de votar sua destituição, algo inédito na história da entidade.

O edital de convocação da assembleia já está publicado — numa operação feita à revelia de Josué, que nunca quis marcar uma data para que ela acontecesse.

De hoje até o dia 21, é certo que esse edital terá como consequência uma reação do atual presidente da entidade. Josué pretende judicializar a questão. E tentar na Justiça barrar a a instalação da assembleia.

No edital, os apoiadores de sua queda lembram que em 10 de outubro o “colégio de representantes, órgão máximo e soberano” da Fiesp decidiu pela convocação da assembleia e que em 21 de outubro o documento com o pedido foi entregue a ele. E que, desde então, Josué, se esquivou de marca uma data.

Os temas a serem tratados na assembleia não deixam dúvidas do que se pretende. Ei-los:

 

*”A atuação do Sr Diretor Presidente da Fiesp acerca de atos que denotem desvirtuamento dos fins estabelecidos nos estatutos da Fiesp mediante a defesa de ideias incompatíveis com os interesses dos sindicatos filiados e com os anseios das categorias industriais representadas, nos termos das correspondências encaminhadas ao Diretor Presidente, datadas de 10 de outubro de 2022 e 16 de novembro de 2022, bem como no requerimento protocolado na secretaria da Fiesp datado de 23 de novembro de 2022″;

*Esclarecimentos do Sr Diretor Presidente da Fiesp dos atos e procedimentos que se encontram pormenorizados na correspondência datada de 16 de novembro de 2022, conforme devidamente encaminhada e recebida pelo Diretor Presidente da Fiesp”;

*”Deliberar sobre a natureza dos atos praticados pelo Diretor Presidente na administração da Fiesp e seu enquadramento e consequências, nos termos do artigo 27 e parágrafos do Estatuto Social da Fiesp”;

*”Analisar as condutas do Diretor Presidente acerca de eventual quebra do dever de diligência, com as possíveis imputações e consequências descritas no artigo 27 do Estatuto Social da Fiesp”.

A oposição a Josué Gomes da Silva é liderada por Paulo Skaf, seu antecessor na presidência da Fiesp.

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Fiesp contra a democracia: Fiesp marca assembleia para discutir saída de Josué Gomes do cargo

O levante tem por trás o ex-presidente da Fiesp, Paulo Skaf.

Estadão – O conflito na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) vai ganhar na próxima semana um novo capítulo, que promete colocar mais lenha em um briga que eclodiu desde a eleição de Josué Gomes da Silva ao cargo. Dessa vez, representantes de 86 sindicatos conseguiram marcar para as 14h da próxima segunda-feira, 12, uma assembleia geral com o objetivo de mudar o comando da entidade.

Esse movimento é um desdobramento de outro que teve início em outubro, mas cuja assembleia não foi chamada pelo presidente da federação das indústrias.

Todo o levante teve por trás Paulo Skaf, que esteve à frente da Fiesp por quase 20 anos. Segundo fontes que participam da alta cúpula da entidade, as assinaturas para convocar a assembleia partiram essencialmente de sindicatos menores do Estado, com os grandes sindicatos patronais ficando de fora.

Uma fonte afirma que o atual imbróglio joga luz sobre os chamados “sindicatos de gaveta”, que tem pouca ou nenhuma representatividade, mas acabam sendo úteis para fins políticos.

Por trás do embate está uma questão política, que continuou acesa mesmo após o fim das eleições, no inicio de novembro. Skaf, que não tinha manifestado apoio antes do primeiro turno, voltou a se manifestar publicamente antes do segundo turno, apoiando Jair Bolsonaro, candidato que foi derrotado.

Do outro lado está Josué, filho de José Alencar, que foi vice de Lula e morreu em 2011. Um dos pontos de tensão foi a decisão da entidade de divulgar um manifesto em favor da democracia, o que foi visto como um aceno favorável a Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Novo presidente da federação das indústrias só assumiu o cargo há 5 meses; ‘levante’ de pequenos sindicatos é comandado por Paulo Skaf, que comandou entidade por quase 20 anos

O conflito na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) vai ganhar na próxima semana um novo capítulo, que promete colocar mais lenha em um briga que eclodiu desde a eleição de Josué Gomes da Silva ao cargo. Dessa vez, representantes de 86 sindicatos conseguiram marcar para as 14h da próxima segunda-feira, 12, uma assembleia geral com o objetivo de mudar o comando da entidade.

Esse movimento é um desdobramento de outro que teve início em outubro, mas cuja assembleia não foi chamada pelo presidente da federação das indústrias.

Todo o levante teve por trás Paulo Skaf, que esteve à frente da Fiesp por quase 20 anos. Segundo fontes que participam da alta cúpula da entidade, as assinaturas para convocar a assembleia partiram essencialmente de sindicatos menores do Estado, com os grandes sindicatos patronais ficando de fora.

Uma fonte afirma que o atual imbróglio joga luz sobre os chamados “sindicatos de gaveta”, que tem pouca ou nenhuma representatividade, mas acabam sendo úteis para fins políticos.

Por trás do embate está uma questão política, que continuou acesa mesmo após o fim das eleições, no inicio de novembro. Skaf, que não tinha manifestado apoio antes do primeiro turno, voltou a se manifestar publicamente antes do segundo turno, apoiando Jair Bolsonaro, candidato que foi derrotado.

Do outro lado está Josué, filho de José Alencar, que foi vice de Lula e morreu em 2011. Um dos pontos de tensão foi a decisão da entidade de divulgar um manifesto em favor da democracia, o que foi visto como um aceno favorável a Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Ex-presidente da entidade, que ficou 18 anos no poder, se movimenta com presidentes de sindicatos patronais para pressionar por renúncia do sucessor

Josué, no entanto, jamais declarou seu voto. Uma fonte próxima ao presidente da entidade disse que o presidente da Fiesp errou ao divulgar o documento pró-democracia, algo que acabou abrindo uma oportunidade para seus opositores.

Alguns dos presidentes de sindicatos patronais, que estão em defesa do atual comando da entidade, estão conversando com alguns dos sindicatos que assinaram a convocação da assembleia. No entanto, segundo uma fonte, Josué “está pela bola sete”. O movimento capitaneado por Skaf também já foi definido como “golpe na Fiesp”.

Mais votos

No atual pedido para a convocação da assembleia houve mais assinaturas do que na primeira tentativa. Em outubro o requerimento entregue reuniu 78 assinaturas, de um total de 112 delegados dentro do estatuto da Fiesp. O estatuto exige 50% para a convocação de uma reunião. “A Fiesp não pode ser uma panelinha de muitos sindicatos que não representam ninguém”, disse uma fonte.

O presidente da Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast), José Ricardo Roriz Coelho, disse à reportagem que o movimento neste momento “está totalmente fora do razoável e que a entidade deveria estar convergente para se construir uma proposta de mais competitividade para a indústria”. Reforçou que, na sua opinião, a entidade precisa ser apartidária e manifestou seu apoio a Josué.

Procurada, a Fiesp não comentou.

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O maior aliado de Lula sempre foi saber querer

Um programa de governo é como um arranjo musical que soa exatamente aquilo que é determinado pelo sentido do repertório.

É desse ponto que nascem as ideias do que os outros nos sugerem.

Tem que saber querer, e isso, Lula sabe fazer como ninguém, e deixou claro, nesta terça-feira (9), na Fiesp, seu principal objetivo num possível terceiro mandato.

O evidente descaso humano que ocorreu nesse país depois dos golpes em Dilma e Lula, foram o diapasão do ex-presidente.

Lula foi transparente ao afirmar que seu objetivo é, novamente, acabar fome e a miséria. Ele propôs caminhos possíveis para tal empreitada governamental.

Lula não fez um discurso inesperado, ao contrário, é o seu discurso de vida.

Não foi sem motivos que o ex-presidente conseguiu o feito de tirar 40 milhões da miséria.

Tudo depende apenas de acomodar-se às circunstâncias do momento para se ter êxito nos seus objetivos.

Foi esse o discurso de Lula, que agradou em cheio os empresários que o assistiam, propor o recomeço de um projeto de país em que a fome e a miséria não sejam mais toleradas.

O modo de fazer isso, pouco importa, ele se dará pela força do meio. O que importa é saber querer, e Lula sabe como ninguém o que quer.

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Lula entusiasma Fiesp com propostas para reindustrialização

Em encontro com empresários na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), nesta terça-feira (9), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a criação de políticas que estimulem a reindustrialização do Brasil e disse ser fundamental que os empresários sinalizem em quais nichos de indústria o país pode ser competitivo e que devem ser estimulados. Os conceitos apresentados pelo candidato ajudaram a diminuir resistências junto ao empresariado.

“A vantagem de o PIB crescer é distribuí-lo. Não adianta o PIB crescer 14% ao ano, como nos anos 70, e ficar com meia dúzia de pessoas”, disse. “Nosso programa passa por compreender que o Brasil precisa se reindustrializar. Quanto de engenharia e investimento em tecnologia tem em um grão de soja?”, afirmou, sob aplausos.

Mas ele também defendeu a evolução científica necessária à pecuária, contando da reunião que teve com empresários do agronegócio. Ele indagou por que o agronegócio gosta de Bolsonaro. “O que ele fez de bom para o agronegócio? Nada.” A última medida importante feita para o setor, de acordo com ele, foi sua, em 2008, com a securitização da dívida ruralista, por meio de uma medida provisória, que evitou a quebra do setor. “Duvido alguém dizer o que Bolsonaro fez para o agronegócio”, apostou.

Lula recomendou que a sociedade precisa discutir que tipo de emprego o país vai criar no contexto de indústria digital. Item presente nas diretrizes do programa de governo do Movimento Vamos Juntos pelo Brasil.

Ao lado de Josué Gomes, presidente da Fiesp e filho de José Alencar, que foi seu vice nos dois mandatos, Lula ressaltou a importância de o Estado atuar como agente do desenvolvimento. Gomes substituiu Paulo Skaf, alinhado com o presidente Jair Bolsonaro (PL) e defensor do impeachment de Dilma Rousseff (PT), em 2016. Nesta eleição, Skaf articula campanha ao Senado pelos Republicanos.

Em discurso de abertura, o presidente da Fiesp sinalizou as demandas do setor. Afinado com o que já defende o ex-presidente Lula, Josué Gomes ressaltou a necessidade de reindustrialização, considerando os avanços tecnológicos, a digitalização dos processos, a inteligência artificial e a questão climática.

“A economia de baixo carbono é imperativa, tendo em vista a emergência climática que está aí a nos cobrar soluções. Não podemos ignorar tais mudanças e a esperada reindustrialização do país passa por essas questões e pelo desenvolvimento tecnológico”, afirmou Gomes.

O dirigente da entidade empresarial defendeu também mudanças no sistema tributário, “anacrônico e burocrático”, para desafogar a indústria de transformação. “A indústria de transformação representa 30% dos impostos arrecadados e só 11% do PIB, já tendo representado mais de 27%”, afirmou, destacando também necessidade de investimentos em infraestrutura.

Credibilidade, estabilidade e previsibilidade

O ex-presidente lembrou o legado de seus governos, com redução da dívida, crescimento, fluxo de comércio exterior, investimento em educação e criação de emprego e de reservas e disse que, naquela época, o país deu um salto de qualidade. “Ninguém quer desmontar o que está dando certo. O que a gente quer é fazer com que as coisas que não estão certas fiquem certas”, completou.

Lula destacou políticas de seu governo, como a criação do maior programa de infraestrutura da história, o Programa de Aceleração do Crescimento, e ressaltou também a necessidade de o desenvolvimento respeitar a questão ambiental. “A economia de baixo carbono é uma necessidade para a competitividade e é um jeito de ganhar dinheiro também. Temos que discutir como tirar proveito das riquezas que a gente tem”

Também fez um panorama da situação do Brasil, com instituições desacreditadas, sem respeito internacional e com a volta da fome, e afirmou que nenhum governo pode dar certo se não tiver credibilidade, estabilidade e previsibilidade.

“Qualquer governante, se não tiver essas três palavras permeando o comportamento dele, o governo não dará certo”. Ainda em panorama sobre a situação do Brasil, pior hoje do que em 2003, quando iniciou o primeiro mandato, Lula criticou os retrocessos promovidos pelo atual governo, disse ser preciso voltar à normalidade, com cada uma das instituições atuando na esfera que lhe cabe.

O ex-presidente criticou os que cobram garantias ao mercado que seu governo terá responsabilidade fiscal. “Quem tem responsabilidade não precisa de teto de gastos”, disse. “Deixamos o país com 370 bilhões de dólares de reserva e é por isso que nunca quebrou.”

Salto de qualidade

O ex-presidente lembrou o legado de seus governos, com redução da dívida, crescimento, fluxo de comércio exterior, investimento em educação e criação de emprego e de reservas e disse que, naquela época, o país deu um salto de qualidade. “Ninguém quer desmontar o que está dando certo. O que a gente quer é fazer com que as coisas que não estão certas fiquem certas”, completou.

O ex-presidente lembrou que ouvia governadores, prefeitos e empresários, além de movimentos sociais e entidades sindicais na definição das políticas em seus governos, como fará num eventual novo mandato, e disse ter orgulho do que fez em suas gestões. Somadas, disse ele, as políticas públicas de seus governos deram vultoso investimento ao país.

“Nós fizemos aquilo que a sociedade nos incentivou a fazer. Muitas das políticas públicas foram deliberadas no Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social. Todas as políticas foram tiradas de 74 conferências nacionais. É por isso que o país deu certo”, afirmou, lembrando da importância da inclusão dos pobres no orçamento para dar jeito no país. “Nunca o país viveu um estágio de alegria coletiva como nesse período”.

O ex-presidente não perdeu a oportunidade de criticar o pacote eleitoreiro de Bolsonaro, com a PEC do Auxílio. Ele tratou a medida como distribuição de dinheiro em plena campanha. “Vamos concorrer vendo um dos adversários fazendo a maior distribuição de dinheiro que uma campanha política já viu desde o fim do império”, disse, citando os R$ 42 bilhões que estão sendo pagos até dezembro.

Pessoas passam, instituições ficam

Antes de Lula, o ex-governador paulista Geraldo Alckmin saudou a entidade pelo apoio ao manifesto Em defesa da Democracia e da Justiça. “As pessoas passam, as instituições ficam. A nação é mais importante que um governo”, acrescentou.

O vice de Lula destacou a necessidade de se construir confiança entre governo e setores produtivos para produzir um ambiente propício ao desenvolvimento. Segundo Alckmin, o foco tem de ser “na questão de emprego e renda”.

Ele mencionou a agenda da competitividade, crescimento com sustentabilidade e também a credibilidade do possível próximo governo. Segundo Alckmin o fato de Lula ser “conhecido no mundo inteiro vai recolocar o Brasil na economia mundial”.

*Com Vermelho

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A feliz citação da Semana de Arte Moderna de 1922 do manifesto da Fiesp pela democracia

Lógico, a carta da Fiesp em defesa da democracia é extremamente rebuscada para a cabeça ajumentada de Bolsonaro. Sim, alegra-nos ler a citação da Semana de Arte Moderna de 1922, liderada por Mário de Andrade que repudiava os discursos patrióticos a partir de uma estética oficial e exaltava o estrato mais humano da alma brasileira pela arte do povo.

Quando, já em 2017, o olhar arguto sobre o formato artístico espraiado em território nacional pelo povo de que a nossa arte deveria seguir o mesmo caminho obreiro e independente e de uma identidade severa, respaldada no sentimento coletivo da nação, refletido já na nossa maior arte de vanguarda até então, a música.

Essa celebração, que hoje é vista por Bolsonaro como principal inimiga do fascismo, dada a sua robustez e uma capacidade estonteante de resistência, vejam só, há um século é o principal pilar da construção de uma economia moderna a partir da comunhão de ideias que gerou a modernização da indústria nacional que, por sua vez, acabou inspirando, anos mais tarde, a criação da primeira indústria de base no Brasil, a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), em Volta Redonda.

Trazer essa memória nesse momento foi, sem sombra de dúvida, uma feliz ideia, não só pela representação da mudança de paradigma determinante para o desenvolvimento do Brasil, como também trouxe à luz um caminho a ser retomado pelo próximo mandatário do país, que esperamos, seja Luiz Inácio Lula da Silva.

Há um aspecto bastante simbólico nesse ponto nevrálgico do manifesto da Fiesp, que é a adoção da primeira Semana de Arte Moderna pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, por ser o ponto alto dos três dias que abalaram o país, com o slogan de Mário de Andrade, “Brasileiros, chegou a hora de realizar o Brasil”.

No mesmo evento, Mário de Andrade leu um dos mais duros poemas críticos à falta de grandeza social da nossa burguesia. A leitura do poema foi feita na escadaria do Teatro Municipal de São Paulo, em tom de manifesto, “Ode ao Burguês”, extraído do seu livro “Pauliceia Desvairada”.

Por isso, não é sem motivos que a Semana de 1922, que foi repudiada pela burguesia daquele período, ganhou a dimensão que ganhou gerando os maiores debates  sobre cultura no Brasil, com um número incontável de livros que, 100 anos depois, continua sendo o grande marco institucional da cultura brasileira, por ser a expressão de natureza artística e cultural mais fiel ao sentimento mais profundo da alma brasileira, extraído do povo.

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A amarga e crescente solidão de Bolsonaro

Uma coisa é não ter medo de viver isolado. Como disse Fernando Pessoa: “A liberdade é a possibilidade do isolamento. Se te é impossível viver só, nasceste escravo”.

O poder é solitário. Isso é dito por quase todos os presidentes.
Mas não é dessa solidão natural que estamos falando, mas da que provoca isolamento resultante de conflitos.

Ou seja, um isolamento político provocado por atritos, confrontos que muitas vezes se tornam um ativo contra quem está sendo isolado pelos fatos. Esse retiro político que Bolsonaro amarga, é letal.

Quanto mais abandonado Bolsonaro se sente, mais agressivo fica e mais cava sua cova política.

É esse repuxo que Bolsonaro hoje não tem musculatura política para segurar.
O resultado é um festival de vai e vem como ocorreu hoje com a Globo.

Bolsonaro disse que só daria entrevista ao Jornal Nacional se fosse no Palácio do Planalto, a Globo cancelou a entrevista, anunciando o ocorrido e em seguida. Bolsonaro pipocou e se curvou à imposição dos Marinho.

Bolsonaro agora adotou uma receita política que funciona dependendo da cara e do humor do freguês.

Isso, lógico, dá uma esfriada na paixão dos bolsonaristas, que adoram as provocações do “mito”, que não tem mais cacife para, diante do isolamento crescente, produzir enfrentamentos “inesquecíveis”.

Essa ajoelhada no milho imposta pela Globo a Bolsonaro é um sinal claro de que sua sarcopenia política está em acelerada redução de massa muscular.

Ele agora quer tudo, menos bulir com a sensibilidade dos “que mandam”.

Em outras palavras, até cachorro louco picado por cobra (Fiesp) tem medo de linguiça.

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Arregou: Bolsonaro foge da sabatina da Fiesp

Algum ingênuo tinha mesmo crença de que um sujeito com o histórico de covardia e de fuga de debates, enfrentaria a mais importante federação da indústria brasileira?

Bolsonaro é a expressão do medo, isso é tradição no camarada e, lógico, não suportaria o peso de aparecer na Fiesp sem apresentar um dado positivo dos seus 4 anos de governo, menos ainda apresentaria, mesmo por projeção, alguma coisa que ao menos parecesse um borralho de projeto voltado ao fomento ao desenvolvimento industrial brasileiro.

Bolsonaro hoje é apenas um refil mais barato de 2018.

Foram 4 anos em que o nulo não produziu absolutamente nada de bom para esse país. Ele não tem sequer um printzinho que possa colar na sua pasta para apresentar ao empresariado. O extrato de feitos de Bolsonaro é vazio, está em branco e, claro que, para tal covardia, ele precisaria justificar seu arrego outra vez.

Um sujeito que cria uma farsa burlesca como a da facada para fugir dos debates em 2018, não agiria de forma diferente agora, ou não seria o mesmo.

Por isso bordou uma desculpa esfarrapa, dizendo-se indignado com a adesão da Fiesp ao manifesto pela democracia.

O que tem na Fiesp para Bolsonaro fugir da sabatina? Ora, a sabatina.

Seja como for, e com a desculpa que Bolsonaro deu, ele já avisa que aquela amarelada padrão de 2018 seguirá pipocando em 2022, porque um sujeito que tem canela e, sobretudo, telhado de vidro, não vai entrar em dividida em hipótese nenhuma.

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Opinião

Isolado

O apoio da Fiesp ao movimento em defesa da democracia foi a gota d’água para afirmar que Bolsonaro está isolado do mundo civilizado.

As agressões constantes às instituições e a tentativa de assassinar a democracia com um golpe de Estado, assediando o TSE, não encontrou apoio em nenhuma camada da sociedade.

Os abusos que Bolsonaro comete, usando o cargo que ocupa, já deram nas medidas de todos.

Pra piorar, o novo presidente do Superior Tribunal Militar foi taxativo: “não temos que nos envolver nas eleições”.

A sociedade almeja mais e não menos democracia. Mais transparência e menos sigilo de um século como Bolsonaro tem feito para acobertar seus malfeitos, os dos filhos e aliados.

Bolsonaro hoje é visto pelos brasileiros como grave ameaça à democracia. Ele trabalhou duro pra isso. Sua arrogância, que caracteriza o temperamento dos psicopatas, foi um alerta para a sociedade do perigo que representa.

O blogueiro bolsonarista, Allan dos Santos, uma espécie de chefe da milícia digital, mais conhecida como gabinete do ódio, foi condenado novamente à prisão, mas segue foragido nos EUA.

A pesquisa Datafolha divulgada na última quarta feira (27)  mostra que Bolsonaro, entre os jovens, é o líder disparado em rejeição. Entre os jovens de 16 a 29 anos de 12 capitais brasileiras, 67% diz não votar em Bolsonaro de jeito nenhum.

Não é sem motivos que o chefe da Secom, Fabio Faria, deixou transparecer na expressão e na declaração, que Bolsonaro sentiu o repuxo, quando Fabio Faria disse que a Faria Lima continua apoiando, enquanto bolsonaristas tentam derrubar ou ao menos tenta adulterar o manifesto em prol da democracia, assinado por artistas, empresários, juristas e várias entidades da sociedade civil, definindo seus papéis diante da ameaça de Bolsonaro de tentar a aventura de uma ruptura democrática.

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Política

Por que Bolsonaro que quebrou a economia brasileira foi aplaudido por empresários na Fiesp quando disse não saber o que é o IPHAN?

O fato de Bolsonaro ser aplaudido por empresários na Fiesp quando falou que não sabia o que era o IPHAN, fala muito sobre os grandes empresários no Brasil. O nível cultural dessa gente é daí pra baixo. Por isso um muambeiro como o Veio da Havan é hoje a grande referência de empresário brasileiro.

A pior besteira de Bolsonaro na Fiesp, foi dizer que, depois de 28 anos como deputado e 3 anos na presidência, não sabe o que é IPHAN.

Bolsonaro diz que demitiu integrantes do IPHAN após obra de loja do muambeiro Veio da Havan ser interditada.

O IPHAN, que desempenha papel importantíssimo para a cultura nacional, deveria merecer o mínimo de respeito do empresariado que adora fazer fotos em monumentos fora do país, em casas de ópera e algumas coisas da moda no mundo da cultura global.

No Brasil, eles sempre foram essa verruga anticultural. Há cem anos esse empaste balofo foi extremamente criticado na Semana de Arte Moderna de 1922, pelo singular contraste entre a cultura do povo brasileiro e essa marmota de smoking chamada elite brasileira, que sempre foi antinacional e que, agora, aplaudindo a estupidez de Bolsonaro, denuncia que nada mudou na cabeça dos chamados donos do PIB nacional.

Por isso ciceronearam com tantos vivas um sujeito que está levando o país a um dos maiores desastres econômicos de que se tem notícia, desempenhando o papel de desmonte da nação e que acaba de receber um veredito da Europa de que o Brasil terá um boicote pesado à exportação do agronegócio.

O graúdo boicote deixa claro que essa criatura chamada Bolsonaro, provavelmente, a mais odiada no planeta, é um monstro amazônico que devora florestas e promove incêndios com danos irreversíveis ao mundo, o que hoje é inadmissível em qualquer pensamento civilizado.

Por isso é difícil entender por que o empresariado aplaudiu um sujeito bárbaro que declarou perseguição e demissão a funcionários do IPHAN e o pouco caso que ele fez ao dizer que desconhece o órgão que, em última análise, está sob sua batuta.

Pergunta-se, que encanto é esse pela burrice, pela ignorância, pela estupidez que tem o grande empresariado brasileiro para aplaudir uma esquizofrenia chamada Bolsonaro?

Caros Leitores, precisamos de um pouco mais de sua atenção

Nossos apoiadores estão sendo fundamentais para seguirmos nosso trabalho. Leitores, na medida de suas possibilidades, têm contribuído de forma decisiva para isso. Agradecemos aos que formam essa comunidade e convidamos todos que possam a fortalecer essa corrente progressista. Seu apoio é fundamental nesse momento crítico que o país atravessa para continuarmos nossa labuta diária para trazer informação de qualidade e independência.

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Política

Bolsonaro espalha manifesto de federação de empresários de Minas Gerais contra o STF

Entidade abre dissidência com Fiesp e Febraban e, segundo o presidente, faz seu próprio documento às vésperas do 7 de setembro.

O presidente Jair Bolsonaro está espalhando por WhatsApp um manifesto da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) que endossa o discurso bolsonarista sobre supostos ataques à liberdade de expressão e faz críticas ao Supremo Tribunal Federal.

Nele, a entidade diz esperar que a “exacerbação”do STF “seja revisada”.

A entidade já tinha se alinhado a Bolsonaro ao se recusar a assinar o manifesto pela harmonia entre os Três Poderes feito pela Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de SP) com endosso da Febraban, a federação que apoia os bancos. Ele foi adiado depois de intensa pressão do governo.

Segundo o que Bolsonaro reencaminhou à sua rede de amigos, a Fiemg decidiu fazer o seu próprio documento, intitulado “Manifesto pela liberdade”. A federação já tinha anunciado que divulgaria um documento separado da Fiesp. Mas ainda não postou a nota enviada a Bolsonaro em seu site oficial.

Nele, a entidade critica o Supremo Tribunal Federal (STF) e defende sites investigados por divulgar fake news que foram alvo de ação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e estão sendo desmonetizados.

Ela afirma que “os direitos individuais, como a liberdade de expressão, pilares fundamentais de um Estado Democrático de Direito, estão sob ameaça no Brasil e precisam ser defendidos com veemência”.

Em seguida, vira sua artilharia contra o STF.

“Nas últimas semanas, assistimos a uma sequência de posicionamentos do Poder Judiciário, que acabam por tangenciar, de forma perigosa, o cerceamento à liberdade de expressão no país. Falamos de investigações e da possibilidade de desmonetização de sites e portais de notícias que estão sendo acusados em inquéritos contra as fake news. Em nosso entender, impor sanções sem o devido processo legal, contraditório e ampla defesa é uma precipitação, além de inequívoca afronta à Constituição Federal”, afirma.

A entidade diz ainda que “espera que a exacerbação desta interpretação por parte do Supremo Tribunal Federal (STF) seja revisada. Atuar, assim, será fundamental para resguardar o Estado Democrático de Direito, em que as liberdades individuais devem ser sagradas e asseguradas permanentemente. Elas são condição para um país prosperar, garantindo segurança jurídica e institucional para investidores e empreendedores”.

A federação chega a invocar uma citação feita pelo ex-ministro do Supremo Marco Aurélio Mello, em que ele diz que “Supremo não é sinônimo de absoluto”, creditada ao professor Adilson de Abreu Dallari.

O movimento da Fiemg está sendo creditado ao empresário Salim Mattar, da Localiza, que ocupou um cargo no governo de Bolsonaro no primeiro ano do governo.

Mônica Bergamo/Folha

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