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Cessar-fogo em Gaza é pré-fabricado para prolongar o genocídio, denuncia presidente da Fepal

Para Ualid Rabah, reconstrução de Gaza e bloqueio à ajuda humanitária revelam continuidade do genocídio

O presidente da Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal), Ualid Rabah, afirmou que o cessar-fogo em Gaza é “pré-fabricado” e serve para prolongar o genocídio do povo palestino. Em entrevista ao Brasil de Fato, ele denunciou que “os Estados Unidos e Israel não estão agindo de boa fé e querem continuar o genocídio”.

“Gerir o genocídio significa gerir a fome, não impor a fome como arma de guerra. Nesse caso, o precedente da fome como arma de guerra está sendo reeditado, impedindo a entrada de ajuda humanitária”, disse Rafah, ao comentar o bloqueio israelense à ajuda em Rafah após a entrega de restos mortais de prisioneiros israelenses nesta terça-feira (14).

Nesta segunda-feira (13), seis palestinos foram mortos no norte de Gaza, segundo o próprio Exército israelense, após se aproximarem das forças de ocupação. O episódio, para Rabah, tende a se repetir com o fim do cessar-fogo.

Segundo ele, Israel utiliza justificativas prévias para romper acordos e manter o controle sobre Gaza. “Estamos falando de um território devastado, que produziu a maior quantidade de mortos sob escombros proporcionalmente da história humana”, afirmou. O presidente da Fepal estima que entre 11 mil e 20 mil palestinos permanecem desaparecidos.

Rabah também alertou para a tentativa de Israel impor zonas de “segurança” que, na prática, confiscariam partes do território palestino. “[Forças israelenses] ocupam 53% do território. Seguramente, vão impor áreas de segurança e impedirão os palestinos de circularem no seu próprio território”, explicou.

Ao analisar o papel dos Estados Unidos e de outros países ocidentais na reconstrução de Gaza, ele acusou esses governos de buscarem apagar provas do genocídio. “Remover a totalidade dos escombros e não permitir que investigadores internacionais ingressem no território significa normalizar o genocídio”, afirmou.

Rabah acrescentou que o envolvimento de potências e empresários ligados ao presidente Donald Trump pode transformar o sangue palestino “em um grande negócio”. “O verdadeiro dono desse genocídio são os Estados Unidos. Há uma reserva gasífera estimada em até US$ 900 bilhões. O sangue palestino virará um grande negócio”, criticou.


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Trump acabou com o genocídio em Gaza tanto quanto o sargento Garcia prendeu o Zorro

O boquirroto Trump, com todo o seu show de “paz histórica” e planos mirabolantes para transformar Gaza na “Riviera do Oriente Médio” (incluindo ideias malucas de realocar palestinos para a Líbia ou Somália, que foram duramente rejeitadas por todo mundo), não acabou com o genocídio em Gaza.

Na verdade, ele ajudou a prolongá-lo.

Vamos aos fatos
Em fevereiro de 2025, Trump propôs que os EUA tomassem controle de Gaza e deslocassem a população palestina, o que a Human Rights Watch chamou de escalada de limpeza étnica.

Durante meses, ele forneceu armas ilimitadas a Netanyahu.
Ele mesmo admitiu isso em discursos recentes, dizendo que Bibi ligava pedindo armas que eu nem conhecia e que usaram muito bem.

O conflito, que já havia matado mais de 66 mil palestinos até setembro, continuou com ofensivas israelenses em Gaza City, fome declarada pela ONU e uma comissão da ONU concluindo em setembro que Israel cometeu genocídio intencional contra os palestinos.

Trump?

Ele financiou e incentivou isso tudo, enquanto posava de mediador.
Só em 29 de setembro de 2025, com pressão de aliados árabes e um plano de 20 pontos (que inclui desarmar o Hamas e um “governo tecnocrático” supervisionado por ele mesmo), veio um cessar-fogo parcial libertando reféns em troca de prisioneiros, com Israel recuando de partes de Gaza.

Mas isso é fase 1 de um acordo frágil, com o futuro da governança de Gaza ainda incerto, reconstrução pendente e milhares de mortos no currículo.

Acabar com o genocídio?

Se Trump quisesse de verdade parar a carnificina, teria condicionado as armas à um cessar-fogo real desde o dia 1, em vez de bancar o fã-clube de Netanyahu.

Israel não acabou com sua ocupação dos territórios palestinos. Pelo contrário, apesar de um cessar-fogo parcial em Gaza implementado como parte do plano de paz de 20 pontos de Trump (que incluiu a liberação de reféns israelenses, prisioneiros palestinos e uma retirada limitada de tropas israelenses de partes da Faixa de Gaza), o controle efetivo israelense persiste em áreas chave, como fronteiras, espaço aéreo e marítimo.

Além disso, Gaza continua sob bloqueio, e a reconstrução e governança futura permanecem sob influência israelense, com propostas de “governo tecnocrático” supervisionado por potências externas, incluindo os EUA.

Na Cisjordânia (incluindo Jerusalém Oriental), a ocupação militar israelense se intensificou em 2025, com expansão de assentamentos ilegais

43 novos em 2025, somando mais de 330 existentes, confisco de terras, cerca de 2.400 hectares declarados terra estatal israelense e operações militares que resultaram em centenas de mortes palestinas.

Em resumo, o cessar-fogo em Gaza é um passo frágil, mas não altera o status quo de ocupação, que dura desde 1967 e se agravou em 2025.
Para uma solução de dois Estados, precisaria de negociações reais, desmantelamento de assentamentos e reconhecimento mútuo, algo distante sob o atual governo Netanyahu.


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O apoio ao genocídio de Israel em Gaza mostra como a mídia industrial e a extrema direita são irmãs siamesas

A extrema direita global e brasileira tem se posicionado como escudeira inabalável de Israel, independentemente das evidências de crimes de guerra cometidos pelos exército assassino de Israel.

No Brasil, a mídia industrial, conglomerados como Globo, Folha e Estadão, atua sem qualquer pudor como cúmplice ao adotar uma cobertura enviesada que humaniza vítimas israelenses enquanto desumaniza palestinos.

Em 2023-2025, veículos brasileiros trataram o ataque do Hamas em 7 de outubro como “do nada”, sem contextualizar o bloqueio de Gaza ou a ocupação, e rotulam ações israelenses como “retaliações” legítimas, enquanto resistência palestina é narrada como “terrorismo”.

Jornalistas da BBC (global, mas ecoada no Brasil) denunciaram em julho de 2025 censura interna e viés pró-Israel, com mais de 300 funcionários criticando a omissão de crimes de guerra e o bloqueio de documentários sobre ataques a médicos em Gaza.

No Brasil, a SOCICOM e a Rede Nacional de Combate à Desinformação emitiram nota em 2025 condenando a cobertura restritiva e desinformativa de veículos como GloboNews, que priorizam narrativas de Israel (como investigações preliminares sobre ataques a hospitais, ignorando contraprovas) e silenciam sobre flotilhas humanitárias interceptadas, como a que libertou 13 brasileiros em outubro.

Essa seletividade não é acidental.
Enquanto isso, posts em redes sociais destacam a hipocrisia.
A grande mídia amplifica mortes de ativistas de direita nos EUA, mas ignora 340 palestinos mortos em filas de comida em Gaza em junho de 2025.

Essa seletividade não é acidental.

O que há são interesses comerciais, como parcerias com Israel. A extrema direita fornece o veneno ideológico (supremacia, ódio ao outro), e a mídia industrial, os holofotes e microfones, beneficiando-se de audiências polarizadas e seus laços econômicos com Israel.

O resultado?

Uma opinião pública manipulada que ignora o controle total de 75% de Gaza por Israel em 2025, com fome declarada pela ONU e emigração forçada.

Quebrar essa simbiose exige mais do que denúncias.

É urgente a regulação midiática, apoio a jornalismo independente e mobilização contra a desinformação.

Gaza não é só um conflito distante, é um espelho da nossa polarização interna.

Se a extrema direita e a mídia continuarem despudoradamente siamesas, o preço será pago por todos nós, em direitos e humanidade.

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Israel matou entre 66 e 300 mil palestinos em dois anos de genocídio

Guerra de narrativas alimenta controvérsia e esconde dimensão da tragédia em Gaza que o mundo não quer encarar

Desde o dia 7 de outubro de 2023, o mundo assiste o maior genocídio já realizado no século 21, que já vitimou dezenas de milhares, ou talvez centenas de milhares de palestinos residentes na Faixa de Gaza, vítimas do extermínio praticado pelas forças militares de Israel.

Embora a questão quantitativa não influa no caráter repudiável sobre os crimes cometidos por Tel Aviv, o fato é que existe uma controvérsia sobre o tamanho do genocídio, já que há diferentes metodologias sendo aplicadas, e que apresentam números distintos.

A contagem mais utilizada pela maioria dos meios de comunicação é baseada no relatório entregue diariamente pelo Ministério da Saúde de Gaza. No dia 30 de setembro, esse informe indicou que o total de mortes ultrapassava os 66 mil.

Considerando que Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Médio Oriente (UNRWA, por sua sigla em inglês) estimava a população do território em cerca de 2,2 milhões de pessoas, a marca de 66 mil mortes permite dizer que o genocídio vitimou ao menos 3% dos habitantes de Gaza em apenas dois anos.

Se o Brasil sofresse um massacre de proporções similares, que dizimasse 3% da sua população, estaríamos falando em mais de 7 milhões de pessoas assassinadas, aproximadamente. Se a mesma comparação fosse feita com a população da Europa, seriam mais de 26 milhões de mortos.

Outros dados
Outras entidades indicam o número de vítimas de forma mais segmentada. O Comitê para a Proteção dos Jornalistas, por exemplo, informa que há pelo menos 274 profissionais da comunicação, entre repórteres, cinegrafistas e auxiliares, morreram durante a cobertura dos acontecimentos na região.

Também foram registrados pela Crescente Vermelha – entidade similar à Cruz Vermelha que atua em países de maioria muçulmana – um total de 1,4 mil profissionais da saúde falecidos desde 7 de outubro de 2023.

Já a UNRWA afirma que 203 funcionários das Nações Unidas foram assassinados por Israel enquanto trabalhavam em missão humanitária durante o genocídio em Gaza.

Mais de 300 mil?
Porém, o levantamento do Ministério da Saúde contabiliza apenas as mortes causadas diretamente pelos bombardeios e ataques das tropas terrestres israelenses presentes em Gaza, e ignora as mortes causadas por outros fatores indiretos provocados pela ofensiva ao território.

Um artigo publicado em julho de 2024 pela revista científica The Lancet advertiu que as mortes causadas por outros fatores que não apenas os bombardeios poderiam representar um número total de vítimas até quatro vezes maior que o indicado pelos informes oficiais.

O estudo foi liderado pelo pesquisador britânico Martin McKee, que é membro do conselho editorial do Israel Journal of Health Policy Research e do Comitê Consultivo Internacional do Instituto Nacional de Investigação sobre Políticas de Saúde de Israel, e contou com a colaboração da jornalista libanesa Rasha Khatib e do médico indiano-canadense Salim Yusuf.

*Opera Mundi


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Mundo

Por que o genocídio em Gaza não tem nada a ver com o ataque do Hamas

Israel impõe restrições à pesca em Gaza por meio de um bloqueio naval desde 2007, limitando a zona permitida (que varia de 3 a 15 milhas náuticas ou até proibição total em 2025).

Há relatos de incidentes em que a marinha israelense atira em pescadores que ultrapassam esses limites, resultando em mortes e ferimentos.

Relatos consistentes de organizações como a ONU, Human Rights Watch e grupos locais documentam incidentes em que a marinha israelense dispara contra pescadores que ultrapassam os limites ou se aproximam deles, resultando em mortes, ferimentos e danos a embarcações.

Por exemplo, relatórios de 2020-2024 indicam casos de pescadores mortos ou feridos, com embarcações confiscadas ou destruídas.
Em 2025, a situação permanece tensa, com restrições agravadas em períodos de limpeza étnica.

Não há dados precisos de 2025 nos resultados disponíveis, mas o padrão histórico sugere continuidade desses assassinatos de Israel a sangue frio.

O sofrimento humano gerado pela monstruosidade dessas ações sionistas é inegável e injustificável para qualquer ser minimamente decente.


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Mundo Política

O dia em que o JN lamentou por 20 reféns israelenses e ignorou o genocídio de milhares em Gaza

Pretensa regra de ouro da emissora foi quebrada em favor de um dos governos que promove uma das matanças mais cruéis que a humanidade já viu

É cada vez mais estarrecedor o nível de barbárie com que Israel executa o genocídio em Gaza há quase dois anos. Não só pelos números superlativos, que chegam a mais de 60 mil mortos (cerca de 40 mil mulheres e crianças) e 150 mil feridos, mas também pelo modus operandi.

Desde que os homens do Hamas invadiram território israelense, mataram 1.200 pessoas e sequestraram cerca de 200 reféns, as tropas de Netanyahu receberam de seus comandantes carta branca para exterminar a população civil de Gaza. A justificativa de que terroristas se escondem entre a população comum tem servido de salvo conduto para a matança indiscriminada.

Naquele pedaço de terra, os militares de Israel destruíram casas, bombardearam campos de refugiados, explodiram escolas, mandarem pelos ares hospitais. As bombas e os tiros mataram professores, médicos, socorristas, funcionários da ONU e da Cruz Vermelha, jornalistas…

Na fase atual, a máquina da morte de Israel usa a fome para acabar com adultos e crianças que escaparam dos tiros e explosões. O governo Netanyahu impede a entrada de mantimentos no território palestino, o pouco alimento que chega não corresponde a 10% do necessário. São cada vez mais comuns as imagens de meninos e meninas esquálidos, com os ossos visíveis sob a pele. Morrer de fome virou destino comum.

A crueldade do massacre é tamanha que até mesmo países que por muito tempo fizeram vistas grossas ao genocídio passaram a reclamar da falta de humanidade do governo israelense. Alguns, como França, Alemanha, Austrália, Reino Unido e Canadá, anunciaram que vão reconhecer o Estado da Palestina em setembro. Até mesmo Donald Trump, o principal cúmplice de Netanyahu, reconheceu que as imagens de crianças famélicas são chocantes.

Com o tempo, a vergonha pelo extermínio causado em Gaza faz com que Israel perca aliados em várias partes do mundo.

Os lobistas israelenses sabem, no entanto, que no Brasil sempre terão um poderoso alto-falante para amenizar os seus malfeitos.

O principal telejornal da maior emissora de TV do país sempre faz o possível para minimizar o genocídio em Gaza.

São ilustrativas dessa parcialidade as justificativas que os apresentadores do Jornal Nacional têm divulgado logo após noticiarem os seguidos fuzilamentos de moradores de Gaza surpreendidos enquanto disputam um pouco de comida em meio à multidão. Esse tipo de tiro ao alvo macabro se repetiu dezenas de vezes. A repetição não deixa dúvida quanto à intenção assassina. Mas no telejornal da Globo as notícias sobre esses episódios sempre se encerram com a cínica versão israelense de que teria havido erro por parte dos soldados.

Todos sabem que no dia seguinte o “erro” se repetirá.

Em oportunidades anteriores, a coluna usou um parâmetro que não tem nada de subjetivo para comprovar a parcialidade da Globo a favor de Israel: a minutagem. A contagem de tempo das matérias mostra sempre que para a emissora o drama dos reféns israelenses sequestrados pelo Hamas é muito mais importante que as dezenas de milhares de palestinos assassinados a mando de Netanyahu.

Na edição de terça-feira (12), porém, essa tomada de posição ficou ainda mais clara.

Em reportagem que duraria 2 minutos e 40 segundos, William Bonner anunciou: “O governo israelense divulgou um relatório que detalha o sofrimento dos reféns capturados pelo grupo terrorista Hamas”. A seguir, a repórter Bianca Rothier, de Genebra, abordou o documento apresentado à ONU, mostrando o impacto físico e mental nas vítimas, com base em relatos e condições de 12 sobreviventes libertados no fim ano.

Violações do Direito Internacional Humanitário, abuso, tortura e negligência médica foram constatados. O vídeo cedido pelo governo de Israel realmente mostrava um refém em condição lastimável, uma afronta à dignidade humana. Mães de jovens em cativeiro (um deles soldado) e o embaixador de Israel na ONU foram entrevistados.

A estimativa é de que haja 20 reféns ainda nas mãos do Hamas, e nada mais justo que o jornalismo apresente esse drama ao público.

Ao fim do relato, no entanto, frustrou-se quem esperava que a Globo fosse mostrar o cotidiano trágico dos moradores de Gaza, mesmo que com tempo menor, como é seu costume.

Nem isso. O telejornal não dedicou aos palestinos um segundo sequer.

A edição de quarta-feira (12) do JN entrou para a história da infâmia do jornalismo brasileiro como aquela em que a Globo ignorou as centenas de vítimas que foram mortas e feridas em Gaza naquele dia (juntando-se aos 60 mil mortos e 150 mil feridos já contabilizados) e lamentou exclusivamente pelos 20 reféns israelenses.

A pretensa regra de ouro da emissora, de “ouvir os dois lados”, foi quebrada justamente em favor de um dos governos que promove uma das matanças mais cruéis que a humanidade já viu.

Pareceu até que um tênue sinal de constrangimento marcou as expressões dos apresentadores do telejornal no começo e no fim da reportagem.

Mas talvez tenha sido apenas impressão deste colunista, diz Chico Alves no ICL.


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Genocídio em Gaza: Israel bloqueia entrada de mais de 22 mil caminhões de ajuda

Cerca de 17 mil crianças sofrem de desnutrição severa e mais de 650 mil entrarão em risco nas próximas semanas; 181 pessoas já morreram de fome

Autoridades de Gaza denunciaram neste domingo (03/08) que Israel mantém bloqueados mais de 22 mil caminhões de ajuda humanitária nos postos de fronteira com o enclave palestino. Os veículos aguardam liberação para entrar na região.

A política de bloqueio israelense, apontam, “impede deliberadamente a entrada deles como parte de uma política sistemática de fome, bloqueio e caos”. Nas últimas 24 horas, seis adultos morreram de fome em Gaza, segundo o Ministério da Saúde local. Ao todo, 181 pessoas morreram por inanição, entre elas, 94 crianças e bebês.

A situação é descrita como “desesperadora”. Cerca de 17 mil crianças sofrem de desnutrição severa, e mais de 650 mil menores de cinco anos estão em risco grave de desnutrição aguda nas próximas semanas. No total, 1,1 milhão de crianças estão na região.

Dados do Gabinete de Imprensa local indicam que Israel está permitindo a entrada de apenas 14% da ajuda humanitária diária necessária. Segundo informações repassadas à Al Jazeera, apenas 674 caminhões entraram na Faixa de Gaza desde 27 de julho, quando houve um leve alívio nas restrições, o que corresponde a uma média de 84 caminhões por dia.

Organizações humanitárias calculam que Gaza precisa de no mínimo 600 caminhões por dia, incluindo alimentos, medicamentos e combustíveis, para atender às necessidades básicas da população. O bloqueio prolongado foi classificado por autoridades palestinas como crime de guerra. A ONU exige a reativação dos 400 centros de distribuição que operavam sob sua responsabilidade antes do endurecimento do cerco israelense em março.

Deslocamentos mortais
Atualmente, apenas quatro centros da Fundação Humanitária para Gaza (GHF), vinculada a Israel e aos EUA, estão em operação — forçando a população a longos deslocamentos sob risco de sucessivos ataques.

Esses deslocamentos se tornaram mortais. De acordo com a ONU, entre 27 de março e 31 de julho, ao menos 1.373 palestinos foram mortos ao tentar acessar comida e suprimentos — 859 em centros da GHF e 514 enquanto aguardavam caminhões — atingidos por franco-atiradores, drones e tanques do Exército israelense.

O grupo de resistência Hamas afirmou estar aberto a permitir que o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) entregue ajuda humanitária aos prisioneiros israelenses detidos. A condição para isso é que Israel abra corredores humanitários e garanta, de forma segura, o amplo acesso da população aos suprimentos.

Em meio à catástrofe, no sábado (02/08), a Autoridade Nacional Palestina pediu à comunidade internacional que aumente a pressão política sobre Israel para liberar a entrada dos caminhões e evitar uma tragédia ainda maior entre os dois milhões de palestinos em Gaza.

*Opera Mundi


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Mundo

Grupo de Haia determina seis medidas contra genocídio na Palestina

32 países se comprometeram, entre outros pontos, a vetar venda ou transferência de armas para Israel, rever contratos públicos com regime sionista e pressionar por julgamento dos crimes internacionais

A primeira Cúpula Ministerial de Emergência do Grupo de Haia, realizada em Bogotá, Colômbia, nos dias 15 e 16 de julho, adotou uma declaração conjunta com seis medidas para deter o genocídio na Palestina, proibir o apoio militar a Israel e promover a justiça internacional em resposta à crise humanitária no Território Palestino Ocupado.

A declaração conjunta adotada pelos países reunidos em Bogotá detalha as seguintes medidas para abordar crimes internacionais e a situação na Palestina:

Proibição de Remessas Militares para Israel
Os Estados se comprometeram a bloquear a exportação de armas, munições, combustível e equipamentos militares para Israel. Essa medida visa impedir que as indústrias nacionais dos países participantes contribuam, direta ou indiretamente, para genocídios, crimes contra a humanidade e outras violações do direito internacional nos Territórios Palestinos Ocupados. A proibição inclui quaisquer materiais que possam ser usados para perpetuar a ocupação ilegal ou a violência contra civis palestinos, garantindo que recursos estatais não sejam vinculados a essas ações.

Restrição à passagem de embarcações que transportem equipamentos militares

Os países proibirão o acesso, a atracação ou a prestação de serviços em seus portos a embarcações que representem risco claro de transporte de armas, munições ou suprimentos militares destinados a Israel. Essa medida está em conformidade com o direito internacional, especialmente com as obrigações dos Estados de não facilitar atividades que violem os direitos humanos ou o direito humanitário.

Os portos nacionais implementarão controles rigorosos para identificar e deter qualquer embarcação suspeita de contribuir para a máquina de guerra israelense.

Controle de embarcações que arvoram bandeiras nacionais
Embarcações registradas sob as bandeiras de países membros do Grupo de Haia estão proibidas de transportar armas, munições, combustível militar ou equipamentos de dupla utilização para Israel.

Essa restrição garante que as frotas nacionais não sejam utilizadas para apoiar a ocupação ou crimes na Palestina. Os Estados devem estabelecer mecanismos de supervisão para garantir o cumprimento, incluindo inspeções e sanções para embarcações que violem esta disposição.

 

Revisão de Contratos Públicos com Israel
Os Estados revisarão urgentemente todos os contratos públicos com entidades israelenses, tanto governamentais quanto privadas, para garantir que fundos estatais não sejam utilizados para atividades que perpetuem a ocupação ilegal da Palestina ou violações de direitos humanos.

Essa medida inclui a avaliação de acordos comerciais, contratos de defesa e qualquer tipo de cooperação que possa contribuir para a maquinaria da ocupação. Os países se comprometeram a suspender ou cancelar contratos que não estejam em conformidade com os princípios do direito internacional.

Investigação e julgamento de crimes internacionais
Os países promoverão a investigação e o julgamento de crimes graves, como genocídio, crimes de guerra e crimes contra a humanidade, cometidos nos Territórios Palestinos Ocupados. Essas ações serão realizadas em tribunais nacionais e internacionais, garantindo que as vítimas recebam justiça e que crimes futuros sejam prevenidos. Os Estados fortalecerão seus sistemas judiciais para julgar esses casos e colaborarão com organismos internacionais para garantir a responsabilização.

*Opera Mundi


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Brasil

Genocídio em Gaza: Brasil vai aderir a denúncia sul-africana contra Israel em Haia

Chanceler Mauro Vieira disse que governo Lula estava ‘trabalhando’ na adesão que acusa Tel Aviv de cometer genocídio contra os palestinos.

O chanceler Mauro Vieira confirmou que o Brasil se juntará formalmente ao processo movido pela África do Sul contra Israel na Corte Internacional de Justiça (CIJ) das Nações Unidas em Haia. “Os últimos desenvolvimentos da guerra nos fizeram tomar a decisão de nos juntarmos à África do Sul na Corte Internacional”, declarou o Ministro das Relações Exteriores em entrevista exclusiva à emissora catari Al Jazeera no último sábado (12/07).

O processo, que acusa o governo israelense de cometer genocídio contra civis palestinos na Faixa de Gaza, agora contará com a participação do Brasil como terceira parte. A decisão marca uma mudança significativa na postura diplomática brasileira e deve provocar reações tanto de Israel quanto de aliados estratégicos, como os Estados Unidos.

Vieira também afirmou que a demora para formalização era porque estavam “trabalhando nisso” e reiterou que logo “terão boas notícias em pouco tempo”.

A medida marca mais um passo na estratégia diplomática do governo Lula de reposicionar o Brasil em fóruns multilaterais e reforçar a defesa do direito internacional e dos direitos humanos.

Na semana retrasada, o assessor especial da Presidência para assuntos internacionais, Celso Amorim, declarou à Folha de S.Paulo em 4 de julho, que o Brasil “não deve aceitar a indicação de um novo embaixador por Israel”, em resposta à escalada militar na Faixa de Gaza e às milhares de mortes entre civis palestinos. “O Brasil deve manter as relações em níveis mínimos e ser muito severo no acordo de livre comércio, talvez até suspendê-lo”, afirmou.

Posicionamento África do Sul
A África do Sul apresentou uma ação na CIJ em dezembro de 2024, argumentando que a guerra em Gaza viola a Convenção das Nações Unidas para a Prevenção e Punição do Crime de Genocídio de 1948, acusação que Israel nega.

O país sul africano abriu uma nova petição na última semana apontando que o governo de Benjamin Netanyahu teria escalado o conflito a “uma nova e horrenda fase”.

Em outro momento, o diplomata sul-africano Ronald Lamola também condenou a agressão sionista ao Irã. O líder repudiou veementemente a violação do território iraniano por Israel e os ataques a instalações nucleares do país.

Corte de Haia
O Grupo de Haia convocou uma reunião de emergência em Bogotá, Colômbia, para terça-feira (15/07) com o objetivo de encontrar medidas concretas contra Israel e buscar uma resposta internacional para o conflito na Faixa de Gaza, que se arrasta desde outubro de 2023.

Representantes de mais de 30 países de todos os continentes devem participar do encontro. A iniciativa pretende aplicar políticas tanto no plano jurídico quanto diplomático, para tentar pôr fim a agressão sionista.

“Não podemos aceitar o retorno de épocas de genocídio diante dos nossos olhos e da nossa passividade. Se a Palestina morre, a humanidade morre”, declarou o presidente colombiano Gustavo Petro. A Colômbia, assim como o Brasil, apoia o processo histórico movido por Pretória contra Israel na CIJ.

*Opera Mundi


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Em um mês, 516 palestinos famintos são mortos enquanto buscam alimentos em Gaza

A situação descrita refere-se a uma grave crise humanitária na Faixa de Gaza, onde, segundo fontes como a Agência Brasil, Opera Mundi, entre outras, 516 palestinos foram mortos em um mês enquanto tentavam acessar ajuda alimentar em pontos de distribuição controlados por Israel, operados pela Fundação Humanitária de Gaza (GHF), instalada por Israel e pelos Estados Unidos.

Esses ataques, que incluem um massacre na manhã de 24 de junho de 2025, com cerca de 50 mortes, são descritos como parte de uma série de eventos violentos em torno desses centros de ajuda.

O Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, e organizações não governamentais, além de agências da ONU, confirmaram as mortes, relatando cenas de multidões famintas sendo alvos de disparos. A ONU classificou Gaza como o “lugar mais famoso do mundo” e alertou que impedir o acesso a alimentos pode configurar crime de guerra.

Israel alega que os ataques ocorreram devido à aproximação de “suspeitos” de suas forças, enquanto o Hamas e outros acusam as forças israelenses de atacar puramente civis em busca de comida, descrevendo a matança como “emboscadas”.

A UNRWA, agência da ONU para refugiados palestinos, considera a ajuda distribuída pela GHF insuficiente, com cerca de 2 milhões de pessoas de enfrentamento fome e mais de 5 mil crianças tratadas por desnutrição aguda somente em maio de 2025. A infraestrutura de Gaza foi amplamente destruída, e a ONU relata que 6 mil caminhões de ajuda humanitária estão bloqueados na fronteira, com Israel justificando a restrição para evitar que a ajuda seja desviada para o Hamas, em violação ao direito humanitário internacional.

O conflito, intensificado desde outubro de 2023 após um ataque do Hamas quando morreram 1,2 mil pessoas e fez 220 reféns, levou a uma intervenção israelense que deslocou 90% da população de Gaza e destruiu toda a infraestrutura local, sendo considerada por alguns países e organizações como genocídio.

O governo de Benjamin Netanyahu defende uma ocupação permanente de Gaza, com o pretexto de resgatar reféns e eliminar o Hamas, o que Israel de fato pretende é tomar o território, para tabto, promove a emigração de palestinos.

A crise humanitária é agravada pela fome generalizada, com relatos de crianças morrendo de desnutrição e famílias recorrendo a medidas extremas para sobreviver.


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