A direita não disfarça. Bastou dar o golpe em Dilma, e Temer já foi direto na jugular dos pobres.
Com Bolsonaro, a coisa foi ainda pior, desemprego recorde e a volta do país ao mapa da fome.
Todos sabiam que viria um neoliberalismo fundamentalista que atacaria os pobres para aumentar a fortuna dos ricos. Que viria o sequestro dos direitos dos trabalhadores para aumentar o lucro dos grandes empresários e banqueiros. Que viria aumento dos combustíveis e gás de cozinha para fazer acontecer, nas costas do povo, os ganhos maiores para acionistas da Petrobras. Que viria, como veio, uma hiperinflação dos alimentos que compensaria com vantagens a queda da renda e do poder de compra das classes C, D e E que, durante o governo Lula, chegou a ser o 16º balcão de negócios do planeta quando a economia brasileira já estava entre as sete maiores do mundo.
Assim, o foco central da campanha de 2022, será a mesa dos brasileiros, tão carente de comida para metade da população que hoje vive com insegurança alimentar.
Nada na direita está definido. Ninguém sabe se Bolsonaro escapará do cerco da CPI da Covid.
Mesmo que a mídia siga discutindo um confronto entre Lula e Bolsonaro, ninguém sabe como vai terminar a CPI e as consequências para Bolsonaro, que podem e devem desembocar em seu impeachment.
O fato é que teremos dois projetos antagônicos. O dos bilionários x o dos pobres.
E nada adianta vir Pedro Parente defender uma terceira via dizendo que era preciso criar um capitalismo humanizado e, muito menos as visões miúdas de políticas compensatórias de Armínio Fraga.
Os programas sociais dos governos Lula e Dilma são muito mais abrangentes do que essa maquiagem tucana para açucarar o neoliberalismo. Mesmo caramelado, o neoliberalismo será sempre formicida para os pobres e estricnina para os trabalhadores.
O livre mercado não faz disputa entre si, mas entre os ricos e pobres. É um pensamento de exploração que transfere o máximo de riqueza produzida no país para as mãos de muito poucos, os chamados 1%.
Lula já provou que pobre não é problema, mas solução se ele for incluído no orçamento do governo, porque é dividindo mais a riqueza que o país cresce.
Os neoliberais, sejam da chamada extrema direita, sejam da suposta centro-direita têm uma linha de pensamento econômico que rouba de nossa mesa o pão nosso de cada dia para entregar para os endinheirados, como vimos com FHC, temer e Bolsonaro.
Não há a menor chance de Bolsonaro continuar governando o Brasil depois da CPI. Não há nenhuma linha de ação que possa livrá-lo do impeachment, nem se Lira fizesse um milagre, coisa que não faz. A ampulheta está virada para Bolsonaro e sua queda é questão de dias.
Segundo reportagem da Agência Pública, em 27 meses no cargo, o general Hamilton Mourão construiu uma trajetória bem diferente da dos vices nos últimos 60 anos. Ele tem atribuições de governo e comanda efetivamente nichos importantes da política ambiental e de relações exteriores. É, por exemplo, mediador de conflitos com a China, processo iniciado com um encontro com o presidente do país, Xi Jinping, em 2019, restabelecendo a diplomacia depois de duros ataques feitos por Jair Bolsonaro ainda na campanha.
Mourão esforça-se para não parecer que conspira, mas é visto por militares e especialistas ouvidos pela Agência Pública como um oficial de prontidão diante de uma CPI que pode levar às cordas o presidente Jair Bolsonaro pelos erros na condução da pandemia.
“Como Bolsonaro virou um estorvo, os generais agora querem colocar o Mourão no governo”, diz o coronel da reserva Marcelo Pimentel Jorge de Souza, um dos poucos oficiais das Forças Armadas a criticar abertamente o grupo de generais governistas que, na sua visão, “dá as ordens” e sustenta o governo de Bolsonaro.
Ex-assessor especial do general Carlos Alberto Santos Cruz na missão de pacificação no Haiti, Jorge de Souza está entre os militares que enxergam o movimento dos generais como uma aposta num eventual impeachment e ascensão de Mourão – que, por sua vez, tem fechado os ouvidos para o canto das sereias.
“Mourão jamais vai ajudar a derrubar Bolsonaro para ocupar a vaga. O que ele pode é não estender a mão para levantá-lo se um fato grave surgir. Honra e fidelidade são coisas muito sérias para Mourão”, diz um general da reserva que conviveu com o vice-presidente, mas pediu para não ter o nome citado.
A opção Mourão é tratada com discrição entre os generais que ocupam cargos no governo. Três deles, Braga Netto (Defesa), Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional, o GSI) e Luiz Eduardo Ramos (Casa Civil), formam o núcleo duro fechado com o presidente. Os demais, caso a crise política se agrave, são uma incógnita. Mas são vistos como mais acessíveis à influência dos generais da reserva que romperam com Bolsonaro e articulam a formação de uma terceira via pela centro-direita.
“O que fazer se a opção em 2022 for Lula ou Bolsonaro? É sentar na calçada e chorar”, afirma à Pública o general Sérgio Etchegoyen, ex-ministro do GSI no governo Michel Temer (MDB).
Embora se recuse a fazer críticas ao presidente, Etchegoyen acha que os sucessivos conflitos entre Executivo e Judiciário criaram no país um quadro grave de “instabilidade e incertezas”, que exigirá o surgimento de lideranças mais adequadas à democracia.
O Brasil não precisa de um leão de chácara. Precisa de alguém que conheça a política e saiba pacificar o país”, diz o general.
O ex-ministro sustenta que 36 anos depois do fim do regime militar, com a democracia madura, a reafirmação do compromisso das Forças Armadas contra qualquer aventura autoritária a cada surto da política tornou-se desnecessária e repetitiva. E cutuca a imprensa: “Alguém ensinou um modelo de análise à imprensa em que a possibilidade de golpe está sempre colocada”, diz, referindo-se à crise provocada por Bolsonaro na demissão de Fernando Azevedo e Silva, ministro da Defesa, e dos comandantes militares. Para ele, a substituição é parte da rotina de governo e das crises decorrentes da política. “Ministros são como fusíveis que podem queimar na alta tensão da política. Quem não tiver vocação para fusível que não vá para o governo”, afirma.
Generais articulam terceira via para eleição
As articulações por uma terceira via são comandadas por generais da reserva, que já ocuparam cargos em governos e, até o agravamento da pandemia do coronavírus, se encontravam com frequência em cavalgadas no 1º Regimento de Cavalaria de Guardas (RCG), sede dos Dragões da Independência, grupamento do Exército sediado no Setor Militar Norte de Brasília, encarregado de guarnecer o Palácio do Planalto.
Os ex-ministros Etchegoyen e Santos Cruz e o general Paulo Chagas, ex-candidato ao governo do Distrito Federal, embora em diferentes linhas, fazem parte do grupo. Têm em comum o gosto pela equitação e bom trânsito com o vice, que também gosta do esporte e frequentava o 1º RCG ao lado de outros generais, o ex-comandante do Exército Edson Pujol e civis como Aldo Rebelo, ex-ministro da Defesa, ex-PCdoB, hoje pré-candidato à presidência em 2022 pelo Solidariedade.
Mourão defende Exército e “vai ficar na cara do gol”
Nas ocasiões em que foi sondado para substituir Bolsonaro diante da probabilidade de impeachment ou para se colocar como terceira via, Mourão rejeitou as duas hipóteses. Segundo fontes ouvidas pela Pública, ele “não se furtaria” a assumir, mas só o faria dentro de limites constitucionais, ou seja, em caso de vacância no cargo.
“O Mourão se impôs um limite ético para lidar com a política. Não disputará contra Bolsonaro e nem imporá desgaste a ele. É um homem de visão de mundo diferenciada, entende muito do que fala, compreende o país e tem trânsito confortável na política externa. Seu perfil não é do interesse do presidente e nem oposição”, avalia a fonte próxima ao vice.
Em entrevista à TV Aberta, de São Paulo, na quinta-feira, 22 de abril, Mourão disse que, por lealdade, não disputará com Bolsonaro em 2022 e apontou como seu horizonte a candidatura ao Senado ou simplesmente a aposentadoria. Em janeiro, quando veio à tona notícia sobre um assessor parlamentar da vice-presidência que falava com chefes de gabinete de vários deputados sobre a necessidade de se preparar para um eventual impeachment, Mourão o demitiu, marcando sua postura pública sobre a questão.
Crítico corrosivo de Bolsonaro e um dos mais empenhados na construção da terceira via, o general Paulo Chagas vê Mourão como um reserva preparado tanto para um eventual impeachment quanto como nome viável pela terceira via. “Benza Deus que ele aceite! Mourão tem toda capacidade para colocar ordem na casa democraticamente, mas isso agora não interessa ao presidente nem à oposição, que quer ver Bolsonaro sangrar até o fim do governo”, diz.
O coronel Jorge de Souza pensa diferente. “Mourão não vai em bola dividida. Ficará na cara do gol”, afirma, referindo-se ao provável desgaste que Bolsonaro enfrentará com o avanço da CPI da Covid, o que, na sua opinião, poderá desengavetar um dos mais de cem pedidos de impeachment parados na Câmara.
Nesta segunda, 26 de abril, em entrevista ao jornal Valor Econômico, o vice defendeu a caserna e antagonizou mais uma vez com Bolsonaro. Afirmou que o Exército não pode ser responsabilizado pela atuação do ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello. E disse que chegou a aconselhar o ex-ministro a deixar o serviço da ativa quando ele assumiu o combate à pandemia. À tarde, logo depois de ter recebido a segunda dose da vacina Coronavac, se recusou a falar sobre a CPI. “Isso aí não tem nada a ver comigo. Sem comentários”, desvia-se.
A CPI deve pegar Bolsonaro em pontos frágeis: o insistente apelo à população pelo uso de medicação sem eficácia, o boicote ao distanciamento social, a falta de remédios para intubação e de oxigênio para UTIs, a recusa em comprar vacina a tempo de evitar o espantoso aumento de mortes e a demora em prover a saúde de insumos necessários ao combate à pandemia.
Reforça as acusações – 23 delas listadas pelo próprio governo em um documento encaminhado a todos os ministérios – um pedido de impeachment da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no qual um parecer do ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ayres Britto sustenta existirem indícios fortes de crime de responsabilidade cometido pelo presidente. O parecer afirma que Bolsonaro sabotou as medidas que poderiam aliviar a tragédia, o que acabou transformando o vírus numa espécie de arma biológica contra a população. A OAB entretanto ainda não protocolou o pedido, e pode fazê-lo em pleno vigor da CPI.
“Mourão é mais preparado e mais perigoso que Bolsonaro”, diz um coronel da reserva.
Um dos principais aliados de Bolsonaro na ala militar, o general Chagas afirma que o momento não é de presidente “estufar o peito e sair dando porrada” Mourão concentra políticas para a Amazônia nas Forças Armadas
Vice-presidente centraliza diretrizes, recursos públicos e informações para atrair apoio de investidores insatisfeitos colocando-se como alternativa a Salles e Bolsonaro.
Mourão defende Exército e “vai ficar na cara do gol”
Nas ocasiões em que foi sondado para substituir Bolsonaro diante da probabilidade de impeachment ou para se colocar como terceira via, Mourão rejeitou as duas hipóteses. Segundo fontes ouvidas pela Pública, ele “não se furtaria” a assumir, mas só o faria dentro de limites constitucionais, ou seja, em caso de vacância no cargo.
“O Mourão se impôs um limite ético para lidar com a política. Não disputará contra Bolsonaro e nem imporá desgaste a ele. É um homem de visão de mundo diferenciada, entende muito do que fala, compreende o país e tem trânsito confortável na política externa. Seu perfil não é do interesse do presidente e nem oposição”, avalia a fonte próxima ao vice.
Em entrevista à TV Aberta, de São Paulo, na quinta-feira, 22 de abril, Mourão disse que, por lealdade, não disputará com Bolsonaro em 2022 e apontou como seu horizonte a candidatura ao Senado ou simplesmente a aposentadoria. Em janeiro, quando veio à tona notícia sobre um assessor parlamentar da vice-presidência que falava com chefes de gabinete de vários deputados sobre a necessidade de se preparar para um eventual impeachment, Mourão o demitiu, marcando sua postura pública sobre a questão.
Bolsonaro não conseguiu barrar a CPI e ainda terá de enfrentá-la em desvantagem, já que o controle da investigação, pelo acordo fechado, será exercido pela oposição.
“A CPI vai render manchetes diárias, mostrará nomes, extratos, vai revolver a política”, alerta o general Etchegoyen, com a experiência de quem teve sob seu controle a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e enfrentou as muitas crises do governo Temer.
Na visão de Paulo Chagas, Bolsonaro fracassou na condução do governo e agora está com a “cabeça na guilhotina” da CPI. Segundo o coronel Jorge de Souza, os generais têm até um plano para a hipótese de uma reviravolta que ponha Mourão no Palácio do Planalto: um pacto para enfrentamento da pandemia e dos efeitos desta na economia, seguido da demissão de ministros tidos como exóticos ou alinhados ao extremismo alimentado pelo presidente. Ele acha, no entanto, que o perfil real do vice é diferente do que é vendido pelo marketing. “Num hipotético cenário de delegacia, em que o preso é torturado para falar, Mourão faz o papel do bom policial. As pessoas gostam dele porque é informal, brinca no ‘gauchal’ e tenta passar para a imprensa a imagem de maleável. Mas que ninguém se engane. Se forçar uma pergunta que não goste, ele explode. Mourão é autoritário”, diz.
O coronel conta que assistiu, no QG do Exército, em 2016, o hoje vice-presidente, num inflamado discurso à tropa, chamar o coronel Carlos Brilhante Ustra, um dos nomes ligados à tortura nos anos de chumbo, de herói e combatente anticomunista. “Mourão é mais preparado e mais perigoso que Bolsonaro. Ele comanda o Bolsonaro, e não o contrário”, afirma o oficial.
Para Souza, os generais terão a paciência necessária para aguardar que o agravamento da crise “consolide a ideia de Mourão é o cara”.
Mônica Bergamo: CPI não vai dar em nada para Bolsonaro, diz senador Ciro Nogueira (PP-PI) em encontro reservado com banqueiros.
Pelo que diz a matéria de Mônica Bergamo, publicada na Folha, Ciro Nogueira faz essa afirmação com um desprezo nojento às 400 mil mortes de brasileiros por covid, sem defender a inocência de Bolsonaro. Ao contrário, ele tem certeza da culpa dele por essa situação trágica porque passa o Brasil, mas também tem certeza da impunidade, porque, segundo ele, Arthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados, não encaminhará o pedido de impeachment, porque tanto Nogueira quanto Lira são cúmplices da política genocida promovida pelo governo Bolsonaro.
Certamente, a afirmação de Ciro Nogueira de que Arthur Lira é o garante de Bolsonaro e que nada passará sem seu crivo, está no fato de que se absteve por completo de qualquer sentimento humano com as 400 mil vidas perdidas, sem falar de um número sem fim de sequelados pela covid e seu sofrimento somado aos de familiares e amigos.
A festa que Ciro está fazendo pela pizza, que ele afirma que Lira vai garantir, certamente está no número de benefícios pessoais que os defensores da política genocida que os apoiadores terão com a lealdade com quem produziu esse morticínio.
De acordo com Bergamo, Ciro Nogueira foi didático: “ainda que o relatório de Renan Calheiros seja aprovado, nada acontecerá, muito menos o impeachment. Por motivo simples: o presidente da Câmara do Deputados, Arthur Lira, não deixará nenhum pedido de afastamento de Bolsonaro ser discutido”, funcionando como uma sólida barreira.
Ou seja, o senador não teve qualquer preocupação de defender um governo indefensável, o que ele deixou claro é que Arthur Lira vai garantir a impunidade, mesmo que a CPI revele e prove uma lista sem tamanho de crimes cometidos contra a vida do povo brasileiro que já deixou um rastro que coloca o Brasil na trágica marca de segunda maior nação de vítimas fatais por covid.
Isso é um escracho com o parlamento, mas acima de tudo, com a sociedade brasileira.
Não se sabe qual foi a reação dos banqueiros e empresários presentes no encontro reservado com Ciro Nogueira, porque, se não ficaram indignados com essa declaração canalha, são iguais ou piores que essa escumalha bolsonarista.
“Estoque de testes do Brasil está no fim, mas o encalhe de cloroquina, que a CPI vai investigar, incomoda o governo. Saúde orientou descarregar Kit-Covid em aldeias indígenas da AM. Cacique Raoni será ouvido sobre a pandemia e mortalidade indígena em Comissão de Meio Ambiente o Senado.” (Saul Leblon – Carta Maior)
Esta talvez seja uma das mais cruéis passagens da pandemia, o uso sistemático e indiscriminado do kit cloroquina que o Ministério da Saúde descarregou nas aldeias indígenas, o que certamente abre um outro campo de batalha fora da CPI, mas que acaba sendo material explosivo contra o governo Bolsonaro na mesma CPI.
Dificilmente, o governo Bolsonaro conseguirá explicar tantas sandices ao mesmo tempo. Não há estratégia possível que possa enfrentar uma realidade tão dura e com tantas provas de incompetência, imprudência e, consequentemente de crimes cometidos pela pasta da Saúde.
Isso dá uma dimensão bem clara de que, mesmo sendo cedo para afirmar, tudo indica que o processo seguirá, a cada depoimento, para desaguar no impeachment.
O próprio governo Bolsonaro listou uma série de crimes, omissões e críticas que podem ser imputadas ao governo por parte dos integrantes da CPI da Covid.
O estranho é que o fato do próprio governo fazer a lista dos motivos que podem levar Bolsonaro a sofrer um impeachment já demonstra que estes são verdadeiros.
A lista, que foi amplamente divulgada pela mídia, é o resultado de quem sabe que seus próprios caminhos podem ser considerados pela CPI como atos criminosos.
A negligência na aquisição de vacinas; a minimização da gravidade da pandemia; o incentivo ao não cumprimento de medidas restritivas são somente alguns dos 23 itens em que o próprio governo admite que, no mínimo, são fruto de omissão e descaso com a população brasileira.
Certamente, a CPI terá em mãos essa lista de 23 pontos produzida pelo governo e mais o dobro de acusações que devem substanciar, pelo conjunto da obra, o pedido de impeachment de Bolsonaro. Cada vez mais essa possibilidade ganha força e dramaticidade contra Bolsonaro.
A tendência é que, sob fogo cruzado e os holofotes de toda a mídia, seja ela industrial ou alternativa, isso se torne um grande debate nacional, o que, com certeza, partindo de qualquer ponto, o pedido de impeachment é dado como certo, até porque o governo não teve força para barrar a abertura da CPI, o comando e, principalmente, a relatoria de Renan Calheiros que, tudo indica, não vai deixar barato e não está entrando nessa guerra para perder, já que está munido de muitas provas e será pressionado pela sociedade a colocá-las na mesa criando uma situação insustentável para a permanência de Bolsonaro à frente do governo.
O que começa a ser investigado hoje no Brasil pela CPI do Senado não é exatamente uma investigação, mas um replay de tudo o que o país assistiu de mais absurdo que um sujeito poderia cometer contra os brasileiros.
Não há sequer na história do Brasil um bandido, por mais cruel e facínora que pudesse ser, que tivesse cometido 1% de crimes documentados pela mídia, ao vivo e a cores, que não tenha custado a vida de centenas de milhares de brasileiros.
As declarações, os gestos, a ousadia, o desrespeito às leis, à saúde publica ou a qualquer norma de civilidade, foram escrachados por Bolsonaro. Uma mistura de esculhambação com anarquia delinquente e selvagem de um sujeito que criou suas próprias leis e regras, como é característico em líderes de milícias, esquadrões da morte e grupos de extermínio.
Quem diz que não há surpresa nos atos de Bolsonaro, mente. Ele superou e muito toda e qualquer a expectativa negativa que se tinha dele do ponto de visto da crueldade, da frieza, do desprezo pela vida alheia, por pura diversão, aquela diversão sarcástica de gente ruim.
O problema maior é que Bolsonaro não é um brasileiro qualquer, é o presidente da República que tem possibilidade de usar as instituições do Estado para fazer um estrago no povo brasileiro, e o fez sem só nem piedade.
A crueza de seus atos macabros foram listados por seu próprio governo que estão longe de se limitarem a 23, como sugere a lista de crimes distribuídas aos ministérios. Bolsonaro, praticamente, cometeu crime todos os dias em que esteve à frente da presidência, muitos deles com o auxílio luxuoso de Moro na pasta da Justiça e Segurança Pública, o mesmo que transformou Bolsonaro em presidente utilizando os métodos mais criminosos que poderia um juiz canalha.
Então, não há o menor sentido pensar em qualquer hipótese que não seja um desfecho trágico a quem produziu tanto sofrimento, tantas mortes que deixarão uma sequela na sociedade brasileira cem vezes maior, em termos de horror, do que a própria ditadura militar e a sua monstruosidade.
O número de vítimas e o deboche com a dor dos brasileiros é um escárnio que não se viu nem nos piores regimes da história da humanidade. Nenhum facínora de regimes totalitários foi capaz de tamanho proselitismo de suas políticas de extermínio diante dos canais de imprensa.
Bolsonaro, além de tudo, tem a doença do narciso, característica de um psicopata que deve ser imediatamente privado de qualquer tipo de contato com a sociedade.
Se pegar cena por cena de tudo o que ele fez para chegar a essa tragédia sanitária e com o prazer sádico, só se chega a uma conclusão, a CPI tem que agir rápido como uma operação de guerra, propor o impeachment de Bolsonaro para cassar seu mandato e que, em paralelo, um processo judicial corra na mesma velocidade para que ele saia do Palácio do Planalto algemado e preso, pois esse sujeito não é gente, que fará presidente da República.
Por tudo isso, não pode haver um vacilo na CPI que permita, sob qualquer hipótese, que esse monstro não sofra todas as sanções possíveis que a sociedade tem como instrumento de defesa para lidar com bandidos sanguinários da cepa de Bolsonaro.
Dirigentes de nove partidos de oposição ao governo Jair Bolsonaro – PT, PCdoB, UP, PSOL, Rede, PV, PDT, Cidadania e PSB – estão convocando todos os signatários de pedidos de impeachment contra o presidente na Câmara dos Deputados para uma reunião nesta sexta-feira, 23.
A reunião será para avaliar “a possibilidade de unificar os pedidos de impeachment em tramitação na Câmara dos Deputados” e discutir formas de mobilizar uma campanha para levar o impeachment de Bolsonaro adiante.
Convocatória
Entre os que entraram com pedidos de impeachment, estão movimentos sociais, entidades, personalidades da área da saúde e até mesmo organizações da direita, como PSDB e MBL. A ideia a reunir todos na sexta, às 14h, via Zoom.
Não bastasse tudo o que já se sabe sobre o que o cão produziu de mortes por covid no Brasil, agora, damos de cara com inúmeras pesquisas que mostram que o assustador aumento de mortes por covid a que assistimos está associado ao uso de cloroquina.
Sabe-se agora que a análise de 28 pesquisas conclui que hidroxicloroquina está associada a maior mortalidade de pacientes com Covid-19.
O que era somente suspeita, transforma-se agora em realidade. O medicamento indicado obsessivamente por Bolsonaro e que é sucesso nos chiqueirinhos e nos pastos aparece como o principal fator do crescimento de mortes por covid no país.
Ou seja, não bastasse matar por dentro, Bolsonaro também matou por fora. Em termos de genocídio, o sujeito não cochilou. O animal fez realmente barba, cabelo e bigode.
Por isso, dependendo da lentidão da CPI da covid, mais gravosa deverá ser a pena para o genocida, porque mais e mais pessoas se tornarão vítimas do monstro, resultando num número infinito de mortes formando torres de corpos, num massacre trágico que não se compara a nenhuma tragédia que o país tenha vivido ao longo de sua história.
Desde já, independente de conhecer o resultado da CPI ou dos que têm apetite e coragem para punir o genocida, qualquer conclusão que a CPI chegue que não deságue na prisão de Bolsonaro, será um absurdo, será uma péssima lição que o Congresso dará, sobretudo quando se lembra que Bolsonaro é o principal culpado pelas vidas devoradas pela covid.
Será uma grande decepção se Bolsonaro for apenas destituído da presidência por um impeachment. Qualquer resultado que não seja do pescoço pra cima, ou seja, dando-lhe a maior sentença numa condenação à prisão, fará com que todos os brasileiros sintam-se órfãos de justiça.
A essa altura dos fatos, fazer avaliação eleitoral incluindo Bolsonaro na disputa, é um insulto, um despudor às 370 mil vidas ceifadas pelo genocida. Essa possibilidade não deve ser sequer aventada ou o Brasil terá acabado de vez.
Se Bolsonaro ontem estava murcho, hoje, está varado e torto.
Acaba de chegar a notícia que tirava o sono de Bolsonaro, Renan Calheiros (MDB) será o relator da CPI do genocida.
O colegiado será presidido por Omar Aziz (PSD-AM) e o vice-presidente será o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP).
A pseudo valentia de um nanico político que está se lascando a cada dia, dizendo que só sai da presidência morto, deve ter recebido essa notícia de maneira ainda mais acovardada do que a expressão que fez quando soube, em plena live, que Cármen Lúcia havia dado cinco dias para Arthur Lira, presidente da Câmara, explicar por que não colocou a cabeça de Bolsonaro a prêmio com o impeachment.
O paredão do MDB se impôs sobre a vontade do facínora que não queria ouvir falar de Renan Calheiros em qualquer cargo na CPI, pois o assustadíssimo Bolsonaro sabe muito bem o que isso significa, que, no mínimo, não terá vida fácil, ao contrário, não gozará de nenhum privilégio porque, tudo indica, Calheiros não vacilará em obrigar Bolsonaro a galgar os degraus do seu cadafalso.