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Resistência houthi escancara fragilidades e hipocrisia do imperialismo neoliberal, dizem estudiosos

Ao ameaçar a estabilidade do comércio marítimo global, as dezenas de ataques do movimento político Ansar Allah, mais conhecido como os houthis do Iêmen, nas últimas semanas lançaram luz sobre a fragilidade do modelo imperialista neoliberal do mundo atual.

De acordo com especialistas ouvidos pelo programa Mundioka, da Sputnik Brasil, a soberba e a hipocrisia imperialista do Ocidente têm sido desveladas pelas ações resilientes e nacionalistas dos rebeldes iemenitas.

https://twitter.com/mundioka/status/1748092569760723439?ref_src=twsrc%5Etfw%7Ctwcamp%5Etweetembed%7Ctwterm%5E1748092569760723439%7Ctwgr%5Eb3de693a9888e6c1f147f9d1727166646841f390%7Ctwcon%5Es1_&ref_url=https%3A%2F%2Fsputniknewsbr.com.br%2F20240118%2Fresistencia-houthi-escancara-fragilidades-e-hipocrisia-do-imperialismo-neoliberal-dizem-estudiosos-32608717.html

O grupo declarou guerra a navios e embarcações de países no mar Vermelho que apoiam Israel na guerra contra o Hamas em Gaza. Até o momento, o grupo rebelde atacou pelos menos 12 navios comerciais até o momento.

Para os historiadores Ramez Philippe Maalouf e Ailton Dutra Junior, apesar da narrativa hegemônica de criminalizar o movimento, a iniciativa houthi “é mais do que legítima” e oferece uma “resistência vitoriosa às estruturas de dominação mundial comandadas pelos EUA”.

“O movimento houthi, em sua prática política, demonstra ser um movimento de caráter anti-imperialista, anticolonial e manifesta sua solidariedade aos palestinos justamente fazendo parar o comércio global, controlado até hoje pelo Ocidente, que é patrocinador de Israel nessa guerra colonial contra os palestinos”, opina Maalouf, professor da rede estadual do Rio de Janeiro e doutor em geografia humana pela Universidade de São Paulo (USP).

Dutra Junior traz um complemento ao raciocínio exposto pelo colega.
“Acho que o mérito que eles têm é de continuar a tradição nacionalista e iemenita de luta contra a dominação anglo-americana, primeiro britânica, depois americana, e os seus aliados regionais, os seus representantes do poder americano na região, principalmente a Arábia Saudita”, disse Dutra Junior, doutorando no programa de geopolítica da USP.

Ele acredita que os recentes ataques do grupo Hezbollah, de forças nacionalistas iraquianas contra as bases americanas no seu país e na Síria, e as ações dos houthis têm em comum uma tentativa de fazer com que o Ocidente recue no projeto de dominação de Gaza por interesses geopolíticos e até energéticos.

“A guerra em Gaza coincide com o processo de adesão de vários países da região ao BRICS”, pondera Dutra Junior. “[Eles] estão procurando aos poucos novas formas de organização internacional da economia mundial, do sistema mundial, que não favorecem os EUA e seus aliados ocidentais de clientes. A guerra em Gaza poderia ter como objetivo parar esse processo.”

*Spurnik

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É o imperialismo, estúpido!

É difícil, num momento de catarse midiática falar em realidade. Vimos o que a parceria Moro, Lava Jato, EUA, Globo e congêneres, fez nesse país para golpear a primeira mulher presidenta da República da história brasileira para, em seguida, colocar na cadeia sem provas de crime, não só um presidente que obteve 87% de aprovação em oito anos de governo, mas o maior líder trabalhista e popular do país.

É uma medida exata da violência que essa química produziu. Foi no governo Obama, que tinha Biden como vice, que Dilma foi espionada pelos EUA, não pelo governo Putin. Portanto, não foi contra a Rússia que Dilma usou a tribuna da ONU para denunciar a espionagem que, todos sabem, tinha o objetivo de esmiuçar sobre o pré-sal que, em viagem ao Brasil, Biden disse à Dilma que os EUA tinha interesse em estabelecer parceria na exploração do pré-sal, o que foi negado por Dilma.

Não por acaso, Biden termina sua visita ao Brasil com uma longa reunião com Temer no Itamaraty e, em seguida, dá uma coletiva ao lado do sabotador.

Aonde entra Putin nessa história? Em lugar nenhum. Na verdade, o golpe em Dilma e a prisão de Lula, senão acabaram com os BRICS, que pretendiam estimular uma outra globalização, esfriaram com Temer e congelaram com Bolsonaro.

Lembrando quem são os BRICS, formados Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. por  não era segredo para ninguém, incomodavam muito os EUA, Brasil.

Então, se Putin entra nessa história, entra como prejudicado pela mão invisível dessa trama macabra que jogou o Brasil nesse inferno em que vive hoje.

Na verdade, se partir da realidade brasileira, não tem o que apontar de benefício que os EUA tenha trazido ao Brasil, ao contrário, os EUA foi responsável por boa parte das mazelas se deram nesse país pelo assassinato da ideia de nação promovida pelo imperialismo americano, em nome de uma democracia de mercado comandada pelo grande capital estadunidense.

Assim, não é preciso tanta pesquisa para comparar as relações com o Brasil de Biden e Putin, da Rússia e EUA.

E aqui nem foi mencionada a ditadura de 21 anos que teve como nave-mãe os interesses dos EUA.

Então, não custa nada partir da realidade brasileira para debater questões dentro do contexto da geopolítica global, porque, como bem disse Milton Santos, um dos maiores estudiosos da globalização, “o mundo é o que se vê de onde se está”.

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Bolívia, Palestina e Irã: sionismo e imperialismo são palavras com o mesmo conteúdo

Pelo mundo ecoa a voz de muitos milhões de iranianos e árabes feridos na sua dignidade: “Yankees, go home!” é o grito de guerra da hora.

A palavra sionismo perdeu o sentido original que qualificava o movimento de judeus em direção a Sion, ou Monte Sião. O local seria a terra de seus ancestrais, território em Jerusalém, onde floresceu a Palestina e que também é berço de outros povos e civilizações.

Israel surgiu no pós-Segunda Guerra pelas mãos dos países vencedores, que redesenharam a geopolítica em todo o Oriente do Mediterrâneo e na Ásia Central. Se consolidou como uma cabeça de praia (ponta avançada) do capitalismo global e se tornou potência bélica e nuclear.

A partir da gestão do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu (2009-atual), Israel passou a ser um Estado teocrático sionista e se tornou uma ameaça permanente à paz no mundo. O país se nega a cumprir a resolução da ONU, que prevê a criação de dois Estados — o israelense e o palestino — e segue ocupando áreas palestinas, promovendo um genocídio contra essa população.

Com a evolução do capitalismo global e a consolidação da hegemonia estadunidense, o sionismo passou a atuar como uma inteligência do novo imperialismo em expansão. A grande nação norte-americana parece guiada pelos sionistas.

Por exemplo, o mais poderoso lobby no Congresso dos EUA é o sionista e que se confunde com o poderoso lobby da indústria armamentista. Wall Street, a meca do capital financeiro, é controlada por judeus, sionistas, claro. Lá estão os maiores e poderosos banqueiros planetários, como Lehman Brothers, Rothschild, Mellon, etc…

Influência religiosa

Mesmo a religião nos Estados Unidos, que histórica e hegemonicamente era protestante e anglicana, cedeu lugar ao neopentecostalismo. A antiga ética sofreu uma reviravolta sob a égide da teologia da prosperidade, que nada mais é do que a adoração ao deus dinheiro e está, portanto, intimamente vinculada ao sionismo.

Os fatos comprovam que muito além da coincidência bíblica (os neopentecostais veem Jerusalém como a Terra Santa e os sionistas como Terra Prometida), há confluência de ideologia, negócios bilionários e ocupação de espaço em favor da hegemonia do capital financeiro e dos interesses dos Estados Unidos. Deixa de ser coincidência ao fator religioso quando o objetivo é político e de poder.

Na prática, os templos denominados neopentecostais espalhadas pelo mundo nasceram nos Estados Unidos e atuam como braços desse sionismo de novo tipo, que se confunde com o nazismo naquilo de mais trágico da saga hitlerista: supremacismo racial e genocídio em massa dos desiguais.
Sionismo fora de Israel

Maurício Macri assumiu o poder na Argentina em 2015 para executar um projeto neoliberal a serviço do capital financeiro transnacional. A primeira atitude ao chegar ao governo foi privilegiar as relações com Israel. Visitas recíprocas e amplos acordos de cooperação na área de defesa, principalmente, foram realizados.

Paralelamente, houve, da parte argentina, um alinhamento da política externa aos interesses dos Estados Unidos, o que fez com que o país passasse a condenar governos progressistas, como os de Bolívia e Venezuela.

Na sequência, a Argentina descobre petróleo no sul da Patagônia; os Estados Unidos instalam uma base militar na província de Neuquén; Israel passa a patrulhar a fronteira hídrica entre Argentina, Uruguai, Brasil e Paraguai com barcos fortemente armados, soldados e assessores sionistas.

Interessante que, coincidentemente, a Argentina tem a maior colônia judaica na América do Sul e também é sede de uma poderosa máfia judia. Na prática, com o governo macrista, os interesses do país passaram a ser o mesmo do Estado Sionista.

 

*Paulo Cannabrava Filho/Diálogos do Sul