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No primeiro acordo da trégua no Oriente Médio, 63 pessoas são libertadas entre reféns do Hamas e palestinos presos em Israel

Após um mês de tensas negociações, o acordo feito entre Hamas e Israel levou à libertação nesta sexta-feira (24) de 63 pessoas, entre israelenses e palestinos. A trégua tem duração prevista quatro dias.

O Hamas libertou nesta sexta-feira (24) o primeiro grupo de reféns. No total, 24 pessoas foram libertadas – 13 mulheres e crianças israelenses, como previsto pelo acordo, além de 10 cidadãos tailandeses e 1 filipino, soltos após negociações paralelas com os governos desses países.

Em troca, Israel colocou em vigor a trégua de quatro dias nos bombardeios e libertou 39 palestinos que estavam presos no país desde antes do início da guerra. O Ministério de Relações Exteriores do Catar, que fez a intermediação do acordo, confirmou todas as libertações.

A negociação foi feita de forma secreta durante mais de um mês e intermediada pelo Catar e pelos Estados Unidos.

Os reféns libertados pelo Hamas foram entregues por membros do Hamas a agentes da ONG Cruz Vermelha, que coordenou a operação.

O grupo, que estava sob poder do Hamas em Gaza, foi sequestrado durante os ataques do grupo terrorista ao sul de Israel, em 7 de outubro.

Por volta do meio-dia no horário de Brasília, os cidadãos entregues pelo Hamas atravessaram a fronteira entre Gaza e o Egito pela cidade de Rafah, a mesma por onde brasileiros que estavam no território palestino cruzaram há pouco mais de dez dias.

Na fronteira, ainda na parte de Gaza, palestinos aplaudiram e sorriram quando o grupo passou, diante da perspectiva de que a devolução dos reféns signifique também que a trégua, para o lado deles, estava mesmo em vigor.

Já no Egito, em um local não divulgado, helicópteros do exército Israel receberam o grupo, que foi atendido por médicos e especialistas em comunicação com reféns. Eles então foram levados de volta ao território israelense. Eles vão ficar 48 horas em hospitais em Israel. Os reféns da Tailândia e das Filipinas que foram libertados também seriam conduzidos a Israel para atendimento em hospitais e, de lá, de volta a seus países.

Em Tel Aviv, centenas de pessoas aguardava para recepcionar os reféns israelenses. Na Cisjordânia, uma multidão também aguardava na frente de um presídio em Ramala pela libertação dos 39 palestinos presos.

Nos próximos dias, mais reféns serão libertados. O acordo prevê que o Hamas solte mais de 50 reféns, em troca da trégua temporária nos ataques, que começou na madrugada desta sexta, e da soltura de prisioneiros palestinos, que já estavam detidos antes de a guerra começar.

Palestinos que estavam presos

O primeiro grupo de 39 palestinos presos, entre eles adolescentes, foi solto nesta sexta. Eles foram transferidos de diferentes presídios onde estavam, todos na Cisjordânia, e levados a um centro penitenciário da cidade de Ramala para, de lá, serem libertados.

O porta-voz do ministério catari, Majed Al-Ansari, confirmou que os palestinos foram libertados.

Catar e Egito monitoram cumprimento a acordo

O acordo começou a vigorar às 7h no horário local (2h em Brasília). O cessar-fogo vale no norte e no sul de Gaza, informou o Ministério das Relações Exteriores do Catar, que mediou o acordo. O Hamas confirmou em seu canal no Telegram que todas as hostilidades de suas forças vão cessar.

O Catar disse que uma sala de operações em Doha vai monitorar a trégua e a libertação dos reféns, e que mantém linhas diretas de comunicação com Israel, com o escritório político do Hamas em Doha e com o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV).

O Egito, que também está envolvido na mediação, recebeu listas de reféns e prisioneiros que devem ser libertados e pediu a ambos os lados que respeitem o acordo, disse Diaa Rashwan, chefe do serviço

Relembre o que aconteceu

Em 7 de outubro, homens armados do grupo terrorista Hamas atravessaram a cerca da fronteira entre a Faixa de Gaza e Israel, mataram 1.200 pessoas e capturaram cerca de 240 pessoas, de acordo com os israelenses.

Nesse mesmo dia, Israel declarou guerra ao Hamas e começou a atacar a Faixa de Gaza. Cerca de 13 mil habitantes de Gaza foram mortos pelos bombardeios israelenses, cerca de 40% deles crianças, segundo autoridades de saúde palestinas, ligadas ao Hamas (esses números não foram checados por alguma entidade independente).

Os serviços de saúde palestinos disseram que tem sido cada vez mais difícil manter uma contagem atualizada, pois o serviço de saúde tem sido prejudicado pelos bombardeios israelenses.

 

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Enfim, a cobertura da nossa gloriosa mídia sobre o massacre de Israel na Palestina, é o escárnio do escárnio.

A dita mídia brasileira tem feito um dos trabalhos mais sujos contra a população da Palestina em homenagem ao terrorismo do exército de Israel.

De cara, a mídia cita os palestinos como os próprios terroristas, além da islamofobia racista que martela todas as vezes que pode.

A manipulação da mídia sobre o massacre de Israel, que assassinou mais de seis mil crianças, é um caso a parte. Nenhuma criança palestina morre nas notícias do JN e nas manchetes dos jornalões. Quando muito, os folhetins sionistas dispensam duas palavras protocolares sobre.

É um festival de manipulação de tripla ação. Desinforma a população brasileira, vitimiza os sionistas e reconhece o “direito de autodeterminação” do colonialismo de Israel.

Tudo junto e misturado. Aliás essa é a técnica. Dar informação confusa para ser confusamente entendida.

Para a mídia, o povo da Palestina, não é gente, é bicho selvagem. Portanto, não tem cultura, culinária, família. Não tem nada de uma sociedade normal. Já Israel, é a própria imagem do céu na terra.

Tudo é mostrado como o paraíso sionista e, quem não acha o mesmo, é islamofóbico.

Enfim, a cobertura da nossa gloriosa mídia sobre o massacre de Israel na Palestina, é o escárnio do escárnio.

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Israel fecha acordo com o Hamas pela libertação de 50 reféns

Em troca da libertação de 50 reféns, o governo de Israel concordou com um cessar-fogo temporário e com a libertação de prisioneiros.

O governo de Israel aceitou um acordo pela libertação de 50 reféns capturados pelo Hamas e por outros grupos extremistas da região. O anúncio ocorreu na madrugada de quarta-feira (22/11) no horário local do Oriente Médio, diz o Metrópoles.

O acordo prevê que, em troca das libertação de parte dos reféns capturados em Israel, que o governo israelense liberte prisioneiros palestinos e que promova uma pausa humanitária na Faixa de Gaza. As tratativas contaram com a mediação do Catar.

O acordo, conforme divulgou a mídia israelense, ainda prevê que a Cruz Vermelha tenha acesso aos reféns que não estarão entre os que serão libertados. Embora o acordo contemple 50 reféns, o número total de capturados nas mãos dos extremistas é estimado em 239 pessoas.

A proposta submetida às autoridades de Israel prevê que sejam libertadas 30 crianças e adolescentes, oito mães e 12 mulheres.

O acordo é anunciado após uma série de reuniões governamentais na noite desta terça (horário de Israel). Em meio às negociações pela libertação de reféns, o primeiro-ministro consultou o Gabinete de Guerra, o Gabinete de Segurança e reuniu o governo para tratar do assunto.

A guerra entre Israel e o Hamas chega ao 46º dia nesta terça. O conflito teve uma escalada histórica no último dia 7 de outubro, quando o grupo extremista promoveu um ataque surpresa ao ataque israelense. Desde então, Israel promove bombardeios e incursões na Faixa de Gaza.

A decisão de Israel de aceitar o acordo com o Hamas ocorre em um momento em que o país é pressionado por agir em prol da libertação dos reféns. Na última semana, familiares dos reféns iniciaram manifestações para demandar medidas de Netanyahu.

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Israel teria matado seus próprios cidadãos no 7 de outubro?

Para enfrentar os combatentes do Hamas, Alto Comando israelense teria implementado ordem que instrui tropas a matarem soldados antes que fossem levados reféns.

Carlos Fazio
La Jornada

Tudo indica que a ferocidade genocida do governo de ultradireita do Likud, nesta conjuntura, atinge os seus próprios cidadãos, incluindo soldados, agentes dos serviços secretos e civis. À medida que as horas e os dias passam, novos depoimentos de testemunhas israelitas parecem confirmar que, atingidos ainda pelos militantes do Hamas em 7 de outubro, os comandantes militares israelitas recorreram à artilharia pesada – incluindo tanques e helicópteros de ataque Apache – para enfrentar e neutralizar os insurgentes, teria mesmo implementado o chamado procedimento de Aníbal, que instrui as tropas israelitas a matarem os seus colegas soldados antes de permitirem que sejam levados em cativeiro para serem trocados por prisioneiros palestinos.

Terá sido esta a razão do auto ataque à enorme instalação militar israelita no cruzamento de Erez, sede da Coordenação das Atividades Governamentais nos Territórios Ocupados (Cogat), que funciona como centro nevrálgico do cerco israelita a Gaza, e também a residências no Kibbutz Be’eri e arredores que tinham sido tomadas pelas Fedayeen, bem como a veículos que regressavam a Gaza (com supostos combatentes e reféns) do festival de música eletrônica Nova.

Citando informações de meios de comunicação social israelitas, como o jornal Haaretz, Mako, Radio Israel, Yedioth Aharanoth (o maior jornal de língua hebraica publicado em Tel Aviv) e a conta de telegrama South Responders, jornalistas de investigação como Max Blumenthal e Jonathan Cook, tal como Robert Inlakesh e Sharmine Narwani em The Cradle, desmontaram e denunciaram a propaganda de guerra do regime supremacista de [Benjamin] Netanyahu, incluindo a tirada do embaixador de Israel na ONU, Gilad Erdan, em 26 de outubro, que, usando uma estrela amarela presa ao peito com a legenda “nunca mais”, gesticulou e gritou furiosamente no pódio que o seu país estava a lutar contra os animais, antes de exibir um pedaço de papel com um QR code a legenda: “Escaneie para ver as atrocidades do Hamas”.

No entanto, de acordo com os testemunhos e a análise das informações e dos vídeos que circulam nas redes sociais e nos meios de comunicação israelitas, incluindo oito imagens macabras de corpos queimados e enegrecidos, bem como uma pilha de cadáveres masculinos carbonizados num contêiner, encontrados após a leitura do código apresentado por Erdan na ONU, em vez de provarem as alegadas atrocidades do Hamas, levantam questões como a colocada por Max Blumenthal em The Grayzone: “teriam os socorristas e os médicos (forenses) eliminado os judeus israelitas mortos (a 7 de outubro) desta forma? Além disso, 12 horas depois da teatralidade de Erdan na ONU, o arquivo do Google Drive continha apenas um breve vídeo e, entre as fotos misteriosamente desaparecidas, estava a imagem do contêiner cheio de cadáveres carbonizados. Blumenthal pergunta: “foi apagada porque mostrava combatentes do Hamas a serem queimados por um míssil Hellfire, e não israelitas ‘queimados até à morte’ pelo Hamas?”

Mas, sem dúvida, o que parece ser a operação de fogo amigo mais singular é a que ocorreu no quartel-general da Divisão de Gaza do Exército israelita, sede do Cogat, depois de este ter sido invadido por milicianos do Hamas e da Jihad Islâmica palestina. As imagens de vídeo das câmaras GoPro, alegadamente montadas nos capacetes dos combatentes palestinos, mostram soldados israelitas a serem abatidos em rápida sucessão, muitos deles ainda em roupa interior.

Blumenthal refere que foram mortos pelo menos 340 soldados da ativa (incluindo alguns burocratas a serviço da administração civil) e oficiais dos serviços secretos (cerca de 50% das baixas confirmadas nesse dia), incluindo oficiais superiores como o coronel Jonathan Steinberg, comandante da brigada Nahal de Israel.

Segundo o Haaretz, o comandante da Divisão de Gaza, o Brigadeiro-General Avi Rosenfeld, “entrou na sala de guerra subterrânea (do quartel) juntamente com um punhado de soldados (incluindo pessoal feminino), tentando desesperadamente salvar e organizar o setor atacado”. O general Rosenfeld terá sido forçado a pedir um ataque aéreo contra a própria base (no cruzamento de Erez) para repelir os terroristas. O jornal refere que muitos soldados, que não eram combatentes, foram mortos ou feridos no exterior. Um vídeo divulgado pelo Cogat 10 dias após a batalha – e o ataque aéreo israelita – mostra graves danos estruturais no telhado da instalação militar.

Segundo investigação, militares israelitas recorreram à artilharia pesada para enfrentar e neutralizar o Hamas
De acordo com Jonathan Cook – que criticou a BBC de Londres como negligente por ter aderido à narrativa do Exército israelita “produzida para eles e outros meios de comunicação ocidentais”, quando havia provas em contrário dos próprios órgãos de imprensa de Israel – “os helicópteros (Apache) parecem ter disparado indiscriminadamente, apesar do risco que representavam para os soldados israelitas na base que ainda estavam vivos”. Segundo Cook, Israel utilizou uma política de terra queimada para impedir o Hamas de atingir os seus objetivos de capturar soldados e depois trocá-los por prisioneiros palestinos. Este fato, segundo ele, pode explicar o elevado número de soldados israelitas mortos nesse dia.

Tal como Max Blumenthal, Cook observou que o Exército utilizou a chamada “Diretiva Aníbal”, um procedimento militar estabelecido em 1986 na sequência do Acordo Jibril, através do qual Israel trocou 1.150 prisioneiros palestinos por três soldados israelitas. Na sequência de uma forte reação política, o Exército elaborou uma ordem de campo secreta para evitar futuros raptos. A diretiva ordena às tropas que matem os seus próprios colegas soldados em vez de permitirem que sejam levados em cativeiro, dado o elevado preço que a sociedade israelita insiste em pagar para garantir o regresso dos seus soldados.

Outro meio de comunicação israelita, Mako, relatou que, após o rápido colapso da Divisão de Gaza do Exército, e quando a maioria das forças (palestinas) da vaga de invasão original já tinha deixado a área em direção a Gaza, tinham dois esquadrões de helicópteros Apache (oito aviões) no ar, mas quase nenhuma informação para ajudar a tomar decisões. Os pilotos testemunharam que “dispararam uma enorme quantidade de munições, esvaziaram a ‘barriga do helicóptero’ em poucos minutos, voaram para se rearmarem e voltaram ao ar, uma e outra vez. Mas isso não ajudou e eles compreendem-no”.

De acordo com relatos de testemunhas oculares e dos próprios pilotos das forças especiais, o alto comando militar também lhes ordenou que disparassem contra veículos que regressavam a Gaza depois do festival, com aparente conhecimento de que poderiam haver reféns israelitas no seu interior, e contra pessoas desarmadas que saíam dos carros ou caminhavam a pé nos campos da periferia de Gaza. Um piloto afirmou que se viu confrontado com o “dilema tortuoso” de disparar ou não contra pessoas e veículos onde pudesse haver reféns israelitas, mas “optou por abrir fogo da mesma”; outro referiu que não sabia “contra o que disparar, porque eram muitos; e um disse que nunca pensou disparar contra pessoas no nosso território”.

O mesmo se passou com os postos avançados, os colonatos e os kibutz inicialmente tomados pelos combatentes do Hamas. De acordo com o diário Yedioth Aharanoth, os pilotos disseram que não conseguiam distinguir “quem era terrorista e quem era soldado ou civil”, até que se aperceberam que tinham de “contornar as restrições” e “começaram a bombardear os terroristas com os canhões, sem autorização dos seus superiores”. “Assim, sem qualquer inteligência ou capacidade de distinguir entre palestinos e israelitas, os pilotos desencadearam uma fúria de tiros de canhão e mísseis”.

Um dos casos mais frequentemente utilizados pelo exército israelita para demonstrar as aparentes atrocidades cometidas pelo Hamas foi o do Kibbutz Be’eri. Diferentes relatos indicam que quando o exército chegou e se posicionou, os militantes do Hamas estavam bem entrincheirados e tinham feito os habitantes reféns dentro das suas próprias casas. Testemunhos e relatos dos meios de comunicação sugerem que o Hamas estava a tentar negociar uma passagem segura para Gaza, utilizando civis como “escudos humanos”, e que o objetivo era depois trocar os reféns pela libertação de prisioneiros palestinos.

O diário Haaretz destacou o testemunho de Tuval Escapa, coordenador de segurança do kibutz, que afirmou que os comandantes militares israelitas ordenaram o “bombardeamento das casas com os seus ocupantes no interior, a fim de eliminar os terroristas juntamente com os reféns”.

Segundo o jornal, o exército conseguiu tomar o controlo do kibutz depois de os tanques terem “bombardeado” as casas, com o “terrível balanço de pelo menos 112 residentes mortos”. No seu testemunho à Rádio Israel, Yasmin Porat disse que quando as forças especiais chegaram a Be’eri, “eliminaram toda a gente, incluindo os reféns”, num “fogo cruzado muito, muito pesado”. Acrescentou que, “depois de um fogo cruzado insano, dispararam dois projéteis de tanque contra uma casa”. A conta Telegram dos South Responders de Israel e o jornal conservador New York Post informaram que vários corpos carbonizados, incluindo o de uma criança, foram encontrados sob os escombros.

Da mesma forma, a conta South Responders divulgou um vídeo que mostrava um carro cheio de cadáveres carbonizados à entrada do Kibutz Be’eri, que o Exército israelita apresentou como vítimas da “violência sádica” do Hamas. No entanto, como salientou Max Blumenthal, a carroçaria de aço derretido e o tejadilho do veículo, bem como os cadáveres no interior, “são a prova de um impacto direto de um míssil Hellfire”.

*Opera Mundi

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Haaretz: investigação aponta que mortos em rave foram assassinados por Israel

Reportagem do maior jornal israelense sugere que as IDF atacaram os próprios foliões. Ataque atribuído ao Hamas foi usado como justificativa para os bombardeios contra Gaza.

Uma investigação sobre os incidentes de 7 de outubro em Israel, quando militantes do Hamas teriam assassinado 364 israelenses em um festival de música eletrônica próximo à Faixa de Gaza, revelou que as próprias Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) atingiram os israelenses.

De acordo com informações do jornal israelense Haaretz, um helicóptero de combate das IDF teria tentado alvejar os militantes do Hamas, mas “aparentemente” acabou “atingindo os foliões”.

A imprensa internacional vinha tratando os relatos de que um helicóptero das IDF teria atingido israelenses como “fake news”. O ataque que Israel atribuiu ao Hamas foi usado como justificativa por Israel para lançar a campanha de bombardeios mais intensa contra a Faixa de Gaza em anos. O massacre já tirou a vida de 12,000 palestinos.

 

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Ordem de ‘evacuação imediata’ por Israel leva pacientes a deixarem às pressas hospital em Gaza

Segundo a ONU, 2,3 mil pacientes, entre eles bebês prematuros, cuidadores e pessoas deslocadas estão abrigadas no hospital al-Shifa.

Soldados israelenses que realizam, pelo quarto dia consecutivo, uma operação no hospital al-Shifa, em Gaza, ordenaram na manhã deste sábado (18/11) a evacuação imediata do local, por alto-falantes. Israel assegura que o Hamas, no poder nos territórios palestinos, utiliza o estabelecimento como base militar.

Segundo a ONU, 2,3 mil pacientes, cuidadores e pessoas deslocadas estão abrigadas no hospital. Após os avisos que ecoaram por Gaza, centenas de pessoas começaram a deixar o local.

O exército israelense também telefonou para o diretor do hospital para exigir “a retirada de todos”. O diretor Mohammed Abou Salmiya já havia recusado, esta semana, uma ordem semelhante, alegando a complexidade da operação. Cerca de 120 pacientes, entre eles bebês prematuros, não têm condições de serem removidos, alega o hospital.

Há dias, soldados israelenses entraram nos serviços de al-Shifa, “prédio por prédio”, para interrogar as pessoas e revistar o complexo médico, o maior da Faixa de Gaza, segundo o exército israelense. A eletricidade parou de funcionar há vários dias e os chefes de departamento relatam que várias dezenas de pacientes morreram “porque equipamentos médicos vitais pararam de funcionar devido à queda de energia”.

Combustível a conta-gotas
Nesta sexta (17/11), uma primeira entrega de combustível chegou à Faixa de Gaza depois da autorização de Israel, a pedido dos Estados Unidos. Dois caminhões-tanque de combustível devem poder ingressar por dia no território palestino, para abastecer infraestruturas básicas, inclusive hospitais, e telecomunicações. A escassez afetou os geradores e interrompeu a entrada de ajuda humanitária nas regiões.

*Opera Mundi

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Agência da ONU diz que tanques de Israel usam escolas em Gaza

Philippe Lazzarini, chefe da agência da ONU para Refugiados Palestinos (UNRWA), afirma que seu escritório tem recebido informações de que pelo menos duas escolas das Nações Unidas em Gaza estão sendo usadas como base de operações militares por parte de Israel.

A denúncia foi feita nesta quinta-feira na sede da ONU em Genebra, durante uma coletiva de imprensa de Lazzarini.

Israel tem acusado o Hamas de usar hospitais e escolas como parte de sua estratégia de guerra e colocando esses locais como escudos contra eventuais ataques israelenses.

De acordo com o chefe da entidade, se isso se confirmar, trata-se de um ato “grave”. Sua agência indicou que tanques israelenses estariam nos locais.

Pelo direito humanitário internacional, escolas e hospitais não podem ser alvos militares. Sua suspeita é de que existe uma ação deliberada para enfraquecer as operações da ONU em Gaza.

Lazzarini ainda apontou que as comunicações voltaram a ser suspensas em Gaza. O problema seria a falta de combustíveis. “Isso significa que, em breve, o cerco vai matar mais que as bombas”, alertou.

De acordo com ele, o volume de combustível que Israel permitiu que entrasse em Gaza nos últimos dias é insuficiente e não permite que a ajuda humanitária continue. O total entregue seria de apenas meio caminhão e, mesmo assim, sob condições. Israel teme que o combustível seja usado pelo Hamas.

Para a ONU, o deslocamento de mais de 1,5 milhão de pessoas em Gaza é o maior êxodo de palestinos desde 1948. “E isso está ocorrendo diante de nossos olhos”, lamentou.

Na avaliação de Lazzarini, se não houver uma ação real para uma ajuda humanitária, a ordem civil pode entrar em colapso em Gaza nos próximos dias.

*Jamil Chade/Uol

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Al-Shifa será o estigma de Israel

A palavra ‘genocídio’ já é lugar comum e as medidas formais de denúncia por crimes de guerra se multiplicam.

Por Carol Proner e Helena Pontes

Quem do Brasil acompanha as notícias na Faixa de Gaza sabe que, ao acordar, já acumulamos cinco horas de atraso em relação a tudo que aconteceu no território ocupado e massacrado. A cada manhã nos atualizamos das desgraças da madrugada e dos planos de extermínio do dia que, por lá, já vai pela metade.

A novidade da última jornada foi a invasão do Hospital Al-Shifa.

Atacar um hospital é evidentemente proibido pelo direito internacional. As Convenções de Genebra, que limitam o direito da guerra, proíbem ataques contra pessoal religioso, médico e hospitalar e são taxativas quanto a hospitais certificados e identificados como tal. Esse é o caso de Al-Shifa, o maior entre todos e o único com habilidade para tratamento de câncer. Esse é também o caso de outros 11 centros de saúde bombardeados desde o 7 de outubro em mais de 137 ataques registrados pela OMS. Al-Shifa, portanto, não é um caso isolado, embora certamente o mais abominável.

Para justificar as atrocidades proibidas pelas leis humanitárias em hospitais, o comando militar israelense argumenta serem lugares profanados por servirem a propósitos militares ilícitos. Dá para imaginar o quão tentador pode ser, como disfarce militar, o uso enganoso de um espaço protegido, seja um hospital, uma escola ou um templo. E esse raciocínio hipotético e fantasioso aquece os debates já polarizados entre Hamas e Israel, ofuscando a percepção do fim último das normas humanitárias. Ora, para desabonar regras de proteção consideradas de máxima observação (normas imperativas), a parte que decide desrespeitar precisa, como mínimo, provar o uso manifestamente impostor da mesma (do lugar protegido) e, como se viu, além de uma mochila com armas e outras ilações, nada foi provado.

Al-Shifa sensibilizou a comunidade internacional desde que Israel decidiu decretar a evacuação forçada urgente e sem qualquer planejamento. As imagens de médicos e pacientes em pânico diante do perverso ultimato provocaram revolta e questionamentos. Obviamente uma regra tão auto evidente como a de proteger hospitais não teria sido convencionada sem as garantias laterais de proteção à vida de civis já vulneráveis (hospitalizados).

Para que uma tal acusação, como a perfídia em lugares protegidos, pudesse legitimar a invasão armada ou mesmo um ataque, as mesmas Convenções de Genebra obrigam ao dever de proteger os civis que, no caso do hospital, implica correlato dever de evacuar pessoas com os cuidados devidos, de transferir pacientes ligados a máquinas vitais, de acolher enfermos terminais, de transportar pessoas com dificuldades de deslocamento e, especificamente no caso de Al-Shifa, de garantir a continuidade da vida dos recém-nascidos forçosamente desligados das incubadoras.

*Opera Mundi

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Presidente da Turquia afirma que Israel é um ‘Estado terrorista’

Em discurso, Erdogan mandou recado ao premiê israelense Benjamin Netanyahu: ‘seu fim está próximo, quer você tenha armas nucleares ou não’.

O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, realizou discurso nesta quarta-feira (15/11) um discurso marcado por fortes acusações contra o Estado de Israel e seu primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu.

Segundo o jornal turco Sabah, Erdogan realizou um pronunciamento para explicar a recente denúncia que seu país promove contra o premiê israelense Benjamin Netanyahu no Tribunal Penal Internacional (TPI), em Haia. “É preciso dizer isso claramente: Israel é um Estado terrorista. Israel está cometendo crimes de guerra na Faixa de Gaza”.

A Turquia acusa Netanyahu de cometer um genocídio contra os palestinos residentes na Faixa de Gaza. O documento enviado ao TPI foi divulgado nesta terça-feira (14/11) pelo partido governista turco Justiça e Desenvolvimento (de direita).

Além da ação apresentada em Haia, o governo de Erdogan também tenta articular com líderes de países que se abstiveram na votação de uma resolução da Assembleia Geral da ONU por um cessar-fogo em Gaza, para aumentar o bloco que busca pressionar Israel a retroceder em sua ofensiva contra o território palestino.

*Opera Mundi

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Israel ataca a casa de líder do Hamas em Gaza, mas ele estava no Catar

Nessa quarta-feira (15/11), Israel já indicou que não irá seguir a resolução de cessar-fogo proposta pelo Conselho de Segurança da ONU.

As Forças de Israel (IDF) anunciaram um ataque aéreo à casa de um dos líderes políticos do grupo Hamas, Ismail Haniyeh, na noite dessa quarta-feira (15/11), em Gaza. Contudo, a casa estaria desabitada. Haniyeh vive há três anos em Doha, no Catar, onde também tem residência. Veja o momento do bombardeio:

No vídeo, é possível observar o momento em que um alvo, uma casa no norte da Faixa de Gaza, é atingido por um bombardeio de Israel e, logo em seguida, uma grande explosão toma conta da região. O IDF afirmou que a casa era usada como uma “base terrorista”, além de ser um ponto de encontro para oficiais do grupo Hamas, diz o Metrópoles.

Haniyeh lidera o grupo Hamas há seis anos. Ainda não foram encontradas declarações suas sobre o assunto.