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Em medida inédita, CPI do 8/1 vai propor delação premiada a Mauro Cid

Integrantes da CPI do Senado estão buscando orientação técnica para fazer proposta de delação ao ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.

A CPI dos atos golpistas de 8 de janeiro vai propor um acordo de delação premiada ao tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), segundo o metrópoles.

Essa possibilidade de delação premiada em CPI existe desde 2013, mas nunca foi utilizada. O acordo pode ser estendido a outros investigados que queiram colaborar com provas.

Os integrantes da CPI estão buscando orientação técnica para propor o acordo e aguardam um parecer da Advocacia do Senado, segundo fonte ligada à CPI ouvida pela reportagem. O acordo precisa ser aprovado pelo colegiado da CPI e ter homologação na Justiça.

Mauro Cid está preso desde maio por suspeita de envolvimento em um esquema de fraude de cartões de vacina. Ele também é investigado pela Polícia Federal pelo desvio de presentes enviados por delegações internacionais para Bolsonaro.

Cid na Câmara Legislativa do DF
A exemplo do que fez na CPI do 8/1, em julho, o tenente-coronel Mauro Cid também permaneceu em silêncio durante oitiva na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos, nessa quinta-feira (24/8) na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF).

Antes de anunciar que não responderia às perguntas dos deputados distritais, ele leu o mesmo discurso que proferiu na CPI do Congresso Nacional. Porém, um parágrafo do texto escrito pela defesa dele foi retirado.

Cid escolheu não afirmar que sua vinculação administrativa era estabelecida pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI), como alegou no Congresso.

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Política

Um general chora pelos cantos. Outro, cala-se e se esconde

O tenente-coronel Mauro Cid irá depor outra vez. Fardado?

Você ouviria calado mentiras que manchassem sua honra? Ou as repeliria na hora, indignado, e processaria quem as fez?

Comandante do Exército do governo Bolsonaro, depois ministro da Defesa, o general Paulo César Nogueira está calado.

Finge desconhecer que a mando de Bolsonaro, em agosto do ano passado, o hacker Walter Delgatti foi ao Ministério da Defesa.

Delgatti disse à CPI do Golpe que esteve no ministério pelo menos cinco vezes para reuniões com técnicos militares.

À Polícia Federal descreveu a sala onde ocorreram as reuniões e contou que sempre entrava no ministério pela porta dos fundos.

Em pauta, a segurança ou vulnerabilidade das urnas eletrônicas. A Bolsonaro Delgatti disse que as urnas não eram vulneráveis.

Mas Bolsonaro chegou a propor-lhe que montasse uma urna onde, digitado o número 22, do PL, apareceria o 13, do PT.

A falsa urna seria exibida durante os festejos do dia 7 de setembro, em Brasília, e mais tarde no Rio de Janeiro.

Delgatti não topou. E agora que está preso e condenado a 20 anos e 1 mês de cadeia, resolveu contar o que sabe ou diz saber.

Por que o general Paulo Cesar Nogueira não fala? Por que não o desmente, e com toda razão, o achincalha?

Se não quer ele mesmo fazer isso para não se rebaixar a Delgatti, por que não se vale de uma nota ou de um advogado?

O ministro José Múcio Monteiro Filho, que sucedeu a Nogueira no cargo, quer saber quais militares estão sendo investigados.

A Polícia Federal se recusa a dizer porque a investigação corre em segredo de justiça. O ministro Alexandre de Moraes, não diz.

Monteiro Filho alega que assim fica difícil colaborar com as investigações. Tem razão, mas é melhor para ele.

Os militares são uma corporação. Entre eles, predomina o espírito de corpo. Todos se protegem. Ninguém entrega ninguém.

O Exército impediu várias vezes a entrada da Polícia no acampamento dos golpistas porque entre eles havia militares.

A mulher do general Villas Boas, ex-comandante do Exército a quem Bolsonaro deve tantos favores, esteve no acampamento.

E como ela, muitas outras mulheres, filhos de militares da ativa e da reserva, sobrinhos e amigos. A família militar em peso.

O general Mauro Cesar Lourena Cid chora pelos cantos, arrependido de ter-se metido com a venda das joias roubadas.

Seu filho, o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordem de Bolsonaro, chora pelo pai desde que foi preso em maio.

Autorizado pelo Exército, Mauro Cid apresentou-se fardado para depor à CPI do Golpe. Hoje irá depor a outra CPI. Fardado? A ver.

*Blog do Noblat

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Política

Contas de Michelle, venda de carro e ‘consórcio informal’: as explicações do ex-ajudante de Bolsonaro para movimentar R$ 3,3 mi

Sargento Luis Marcos Reis irá prestar depoimento nesta quinta-feira à comissão parlamentar de inquérito.

Chamado pela CPI do 8 de Janeiro para explicar movimentações financeiras atípicas em sua conta bancária, o segundo-sargento do Exército Luis Marcos Reis, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, já tem uma explicação para dar aos parlamentares, caso decida não recorrer ao direito de ficar em silêncio. O depoimento está marcado para esta quinta-feira. Ao GLOBO, o advogado do militar, Alexandre Vitorino, afirma que seu cliente captava dinheiros com colegas de caserna para fazer investimento e depois dividir os lucros. Ele alega ainda que Reis pagava algumas contas da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, além de ter vendido um carro para o tenente-coronel Mauro Cid, seu chefe direto na época de Palácio do Planalto.

Na comissão, ele será questionado sobre um relatório do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) que identificou uma movimentação da ordem de R$ 3,3 milhões, conforme revelou O GLOBO. O período analisado pelo órgão foi de fevereiro de 2022 a maio de 2023. O montante se refere a R$ 1,5 milhão no crédito e R$ 1,45 no débito.

— Como sargento do Exército, ele tem uma renumeração de R$ 4 mil a R$ 5 mil. Então, ele tinha essa atividade informal. Pode chamar de bico. Eles se juntam em 15 pessoas. Aí cada um fornece um valor (R$ 10 mil, R$ 15 mil, R$ 20 mil) para a aplicação de juros mais altos. Ele (sargento Reis) me disse que fazia isso com muita habitualidade — afirmou o advogado.

Segundo o defensor, o sargento organizava os investimentos de um grupo de 15 militares que se reuniam para obter rendimentos mais altos do que conseguiriam se aplicassem o dinheiro sozinhos. Ele diz que a atividade era uma espécie de “consórcio informal” entre os colegas de trabalho.

— Nos quarteis, sobretudo entre os praças, é muito comum que os colegas se reúnam e transfiram o dinheiro para um único militar que faz uma aplicação com condições de juros melhores. Depois, esses rendimentos são partilhados de volta entre os integrantes do consórcio — acrescentou.

Ao analisar as movimentações, o Coaf também fez um destaque para um repasse de R$ 72 mil de Reis ao tenente-coronel Mauro Cid em quatro depósitos. Ele era subordinado a Cid na Ajudância de Ordens da Presidência. Os dois estão presos preventivamente desde maio por ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes. Ele é suspeito de participar do suposto esquema de inserção de dados falsos no cartão de vacinação de Cid e seus familiares.

A defesa do militar alega que a transferência do dinheiro se refere à venda de um carro do tenente-coronel vendido pelo sargento.

— Ele tinha uma procuração do Mauro Cid para vender um veículo dele. E repassou o dinheiro para ele — afirmou Vitorino.

A defesa do ex-ajudante de ordens disse ainda que, como parte do seu trabalho, Reis fazia pagamentos de despesas pessoais da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro — o que também é investigado pela Polícia Federal. Mas refuta as acusações de que ele participou do suposto esquema do desvio de relógios e joias recebidos pela presidência da República por autoridades estrangeiras.

— Apesar de estar na Ajudância de Ordens, ele não tem conexões com os negócios da família Bolsonaro. Ele era um praça que tinha uma hierarquia subalterna, e, não fosse pelo fato de ser amigo do Mauro Cid, talvez nem estaria preso hoje — concluiu o defensor.

Reis também deverá ser questionado sobre as mensagens em que ele diz ter participado dos atos de 8 de janeiro. O material foi apreendido pela PF.

Segundo o advogado, ele foi à Esplanada dos Ministérios naquele dia, se “aproximou” do Congresso Nacional, mas chegou depois da invasão aos prédios públicos.

Segundo a defesa, ele está se sentindo “cansado” com a detenção prolongada em um batalhão do Exército e se vê injustiçado. A quem o visita, ele costuma dizer que realmente era amigo de Mauro Cid, mas não fazia parte do núcleo de confiança do ex-presidente Jair Bolsonaro.

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Política

As comparações da Lava Jato com o que acontece hoje são imprecisas e não ajudam muito

Leandro Demori*

Mesmo a cobertura da mídia é diferente: hoje o grande cerne do caso coberto pela imprensa são e-mails dos próprios acusados montando o quebra-cabeça da quadrilha.

Os e-mails vieram à tona e estava tudo lá. Não tem um Deltan manipulando a história. Não tem uma turma do MPF selecionando delações e documentos pra montar uma linha narrativa. Dezenas de jornalistas publicaram os e-mails de Mauro Cid e de seus colegas da Ajudância de Ordens da Presidência e eles são cristalinos, diferentemente das informações vazadas seletivamente pela Lava Jato ao longo de anos.

No passado tínhamos operações da PF com releases do MPF distribuídos em coletivas de imprensa na mesma manhã. Os jornalistas todos comiam na mão da versão única montada nessas coletivas. Um espetáculo muito diferente do que se vê hoje. Alguém sabe o nome do procurador do caso? E do delegado? Pois é. Cada momento histórico com suas características.

No mais, segue valendo o que sempre valeu: provas na mesa e devido processo legal com amplo direito a defesa pra todo mundo.

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Justiça

Novo advogado de Mauro Cid empurra responsabilidade para Bolsonaro: “assessor cumpre ordens”

Sobre os atos criminosos supostamente cometidos pelo militar, Cezar Bitencourt declarou: “alguém mandou, alguém determinou”. Cid era ajudante de ordens de Bolsonaro.

Novo advogado do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), Cezar Bitencourt afirmou na manhã desta quarta-feira (16) que o militar era “só o assessor” que cumpria ordens, jogando a responsabilidade dos atos supostamente praticados por ele para Bolsonaro: “militar cumpre ordens”

“Ele é um militar, mas é um assessor. Assessor cumpre ordens do chefe. Assessor militar muito mais. O militar tem por formação essa obediência hierárquica. Então alguém mandou, alguém determinou. Ele [Cid] é só o assessor. Assessor faz o quê? Assessora, cumpre ordens, cumpre determinação”, afirmou. Mais à frente, o responsável pela defesa de Cid disse que “a gente vai examinar quem é quem, até onde vai a responsabilidade de um e até onde vai a responsabilidade do outro”.

“Ele não fez nada por conta. Ele não teve iniciativa. Ele tem uma função, que cumpre da melhor forma possível, com a formação militar que ele tem. Aliás, uma grande formação. O Mauro Cid é um gênio, mas ele tem uma função. Essa obediência hierárquica para um militar é muito séria. Exatamente essa obediência [inaudível] afastar a culpabilidade dele”, complementou.

Bitencourt ainda classificou Cid como “grande injustiçado”. “É um absurdo que o Mauro esteja trancafiado dentro de uma cela dentro do Exército. Essas questões nós vamos começar a discutir”.

O advogado fez questão de registrar que assumiu a defesa de Cid na noite de terça-feira (16) e que ainda não pôde conversar com o militar.

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Justiça

PF encontrou com Mauro Cid documentos sobre colar de nióbio e diamantes com registro do nome de Jair Bolsonaro

 

Mais dois documentos que estavam de posse do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, coronel Mauro Cid, indicam jóias presenteadas ao ex-presidente.

A Polícia Federal encontrou mais documentos comprometedores durante uma operação de busca e apreensão na casa do tenente-coronel Mauro Cid, o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL).

Em um dos documentos localizados está descrita a existência de um colar de nióbio (niobium necklace), além de “diversos certificados de diamantes” com o nome do empresário saudita Saddik Omar Attar.

Os documentos estavam escritos em japonês e ainda serão traduzidos e investigados pelos policiais da PF. Além disso, em um desses certificados – provavelmente relacionado ao colar de nióbio – tem escrito o nome de Jair Bolsonaro.

“Todo material apreendido será analisado e, conforme o conteúdo, daremos sequência na investigação”, disse um investigador da corporação em entrevista à Veja, que publicou a mensagem.

Mauro Cid é o pivô de diversos esquemas envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro. O ex-ajudante de ordens seria o principal responsável pela apropriação de presentes recebidos pelo ex-chefe de estado e pela sua revenda no exterior, em um sistema investigado pela Polícia Federal.

Cid e seu pai, o general Lorenna Cid, são investigados pelo crime, além de outros membros da ajudância de ordens e do escalão mais próximo de Bolsonaro dentro e fora do governo, como Frederick Wassef.

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Cid tinha acesso às contas de Bolsonaro e fez “varredura” à procura de dinheiro

Personagem central do esquema montado no entorno de Jair Bolsonaro para transformar em dinheiro presentes de luxo recebidos pelo governo, o tenente-coronel do Exército Mauro Cesar Cid tinha carta branca para acessar as contas pessoais do então presidente da República, diz Rodrigo Rangel, Metr[opoles.

Uma das primeiras missões que Cid recebeu assim que foi autorizado a cuidar das finanças de Bolsonaro foi fazer um mapeamento de todas as contas bancárias abertas em nome dele. E havia várias, conforme o próprio tenente-coronel relatou a um interlocutor em conversa recente.

“O presidente sempre foi muito desorganizado com dinheiro. Nunca foi gastador, só que nunca controlou o dinheiro dele. Quando cheguei, comecei a procurar as contas que ele tinha, e encontrei várias contas inativas”, disse Cid, que durante o governo, como mostrou a coluna em janeiro, operava uma espécie de caixa paralelo no Palácio do Planalto.

Em algumas das contas “esquecidas” por Jair Bolsonaro, ainda de acordo com o tenente-coronel, havia dinheiro. “A gente fechou todas as contas e centralizou em uma só, no Banco do Brasil”, disse. “Era tudo poupança. Não tinha investimento. Ele odiava esse troço.”
“Checou se botaram dinheiro na minha conta?”

Se, mais recentemente, Bolsonaro não se fez de rogado ao aceitar doações em profusão que lhe renderam impressionantes R$ 17 milhões em depósitos feitos por apoiadores em sua conta pessoal, via Pix, quando estava no governo, segundo Cid, ele temia esse tipo de transação — e deixava por conta do ajudante de ordens averiguar eventuais créditos de origem desconhecida.

Na mesma conversa, Mauro Cid contou que, a certa altura, foi incumbido de trocar a conta bancária de Bolsonaro justamente porque apoiadores dele vinham fazendo depósitos de valores picados.

“Trocamos a conta dele no meio do caminho porque estavam fazendo depósito de um real, de centavos… Ele tinha medo de alguém fazer um depósito na conta dele e sempre perguntava: ‘Checou se botaram dinheiro na minha conta?’. Toda semana eu olhava lá e checava. Ele morria de medo disso. Temia uma armação, um depósito”, disse Mauro Cid.

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Política

No mesmo áudio, Mauro Cid cita US$ 25 mil para Bolsonaro, venda de barco e estátua folheados a ouro e leilão de ‘kit da Arábia’

Um único áudio obtido pela Polícia Federal na investigação da venda ilegal de presentes oficiais recebidos pelo governo Jair Bolsonaro mostra o ex-ajudante de ordens Mauro Barbosa Cid tratando de três temas que comprometem os investigados:

A PF deflagrou nesta sexta uma operação contra pessoas ligadas a Bolsonaro suspeitas de tentar e até mesmo vender presentes recebidos por integrantes do governo durante viagens oficiais.

De acordo com a PF, ao todo, foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão em Brasília (DF), São Paulo (SP) e Niterói (RJ).

A TV Globo e a GloboNews apuraram que são alvos da operação:
Frederick Wassef, advogado que já defendeu Bolsonaro e familiares
Os mandados foram autorizados pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), relator do inquérito que apura a atuação de uma suposta milícia digital contra a democracia, diz o Uoláudio.

Segundo a PF, os crimes apurados na operação desta sexta-feira são lavagem de dinheiro e peculato (desvio de bem público).

Veja abaixo o que disse Mauro Cid sobre cada assunto:

Dinheiro para Jair Bolsonaro
No áudio, Mauro Cid afirma que o pai, o general Mauro Lourena Cid, estaria com 25 mil dólares – “possivelmente pertencentes a Jair Bolsonaro”, segundo a PF.

Mauro Cid também indica, dizem os investigadores, medo de usar o sistema bancário para entregar o dinheiro ao ex-presidente da República. E uma preferência por fazer a entrega em dinheiro vivo, ou “em cash”.

“Tem vinte e cinco mil dólares com meu pai. Eu estava vendo o que, que era melhor fazer com esse dinheiro levar em ‘cash’ aí. Meu pai estava querendo inclusive ir ai falar com o presidente (…) E aí ele poderia levar. Entregaria em mãos. Mas também pode depositar na conta (…). Eu acho que quanto menos movimentação em conta, melhor né? (…)’.

Marcelo Câmara responde, em mensagem de texto, sobre esse assunto. Diz: “Melhor trazer em cachê”. Em seguida, manda uma outra mensagem: “Ok ciente”.

Tentativa de vender palmeira e barco
Em seguida, Mauro Cid relata a Marcelo Câmara que não conseguiu vender, nos Estados Unidos, as esculturas douradas em formato de palmeira e de barco, recebidas por Bolsonaro no exercício da Presidência da República em visita ao Bahrein.

Mauro Cid diz que a operação não foi concluída porque as peças não são de ouro maciço – e que ainda tentava negociar com outro homem, não identificado.

“(…) aquelas duas peças que eu trouxe do Brasil: aquele navio e aquela árvore; elas não são de ouro. Elas têm partes de ouro, mas não são todas de ouro (…) Então eu não estou conseguindo vender. Tem um cara aqui que pediu para dar uma olhada mais detalhada para ver o quanto pode ofertar (…) eu preciso deixar a peça lá (…) pra ele poder dar o orçamento. Então eu vou fazer isso, vou deixar a peça com ele hoje (…)’.

Leilão de kit de joias
Ainda no áudio, Mauro Cid compartilha com Marcelo Câmara informações sobre um “kit”, contendo um relógio, que iria a leilão no dia 7 de fevereiro de 2023.

O ex-ajudante de ordens da Presidência da República não detalha o kit no áudio – mas a PF identificou que este era o kit de joias masculinas recebido por Jair Bolsonaro na Arábia Saudita, e que o Tribunal de Contas da União (TCU) ordenou que fosse devolvido ao governo meses depois.

“(…) o relógio aquele outro kit lá vai, vai, vai pro dia sete de fevereiro, vai pra leilão. Aí vamos ver quanto que vão dar(…)”, diz Mauro Cid.

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Mauro Cid combinou com pai entrega de dinheiro vivo a Bolsonaro

‘Tem 25 mil dólares com meu pai… Meu pai estava querendo ir ai falar com o presidente e aí ele poderia levar. Entregaria em mãos’, disse Cid.

Mensagens de Mauro Cid em poder da Polícia Federal mostram a organização de uma operação que resultaria na entrega de dinheiro vivo a Jair Bolsonaro, segundo a Veja.

O homem da mala, na ocasião, seria o próprio pai do ex-auxiliar do então presidente, o general Lourena Cid. A quantia, uma bolada de 25.000 dólares, seria entregue “em mãos” a Bolsonaro, porque havia “receio de utilizar o sistema bancário”.

A PF, como o Radar vem mostrando, colheu provas de que Bolsonaro e seus aliados e auxiliares desviaram joias e presentes da Presidência da República para vender ilegalmente nos Estados Unidos.

“O conteúdo do áudio revelou, inicialmente, que o General MAURO LOURENA CID estaria com 25 mil dólares, possivelmente pertencentes a JAIR BOLSONARO. Na mensagem, MAURO CID deixa evidenciado o receio de utilizar o sistema bancário formal para repassar o dinheiro ao ex-Presidente e então sugere entregar os recursos em espécie, por meio de seu pai, diz: ‘Tem vinte e cinco mil dólares com meu pai. Eu estava vendo o que, que era melhor fazer com esse dinheiro levar em ‘cash’ aí. Meu pai estava querendo inclusive ir ai falar com o presidente (…) E aí ele poderia levar. Entregaria em mãos. Mas também pode depositar na conta (…). Eu acho que quanto menos movimentação em conta, melhor ne? (…)’”, relata a PF.

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Mauro Cid fez 99 tentativas para acessar email funcional após governo Lula desativá-lo

O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens Jair Bolsonaro (PL), tentou acessar o próprio email funcional mesmo após o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) bloquear a conta do militar.

Uma planilha entregue pela Casa Civil, comandada por Rui Costa, à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro mostrou 99 tentativas de acesso após 15 de março, quando o login de Cid foi bloqueado. O último registro foi do dia 17 de março, às 11h16. O email funcional de Cid foi acessado mais de 500 vezes em 2023.

O governo Lula também informou à comissão que o email funcional de Cid foi acessado mais de 500 vezes em 2023, quando Bolsonaro já havia deixado a Presidência.

O documento da Casa Civil mostra que o usuário maurocbc (iniciais de Mauro César Barbosa Cid) teve 99 tentativas frustradas em três dias pelo mesmo motivo: “Conta desativada, expirada ou bloqueada”.

As informações foram levantadas depois que a CPI questionou a Presidência sobre “quando ocorreram acessos ao email no período após 31/12/2022 e o nome dos eventuais responsáveis pelo login”.

A Casa Civil respondeu que, durante esse período, “constam registros de validação das credenciais do agente público mencionado na requisição [Cid], realizadas por meio dos servidores de rede que disponibilizam o acesso via internet ao serviço de correio eletrônico”.

Antes do bloqueio do email, o militar chegou a receber mensagens com os roteiros de viagem de Lula e da equipe de segurança do atual presidente.

O documento entregue à CPI —um relatório de logins do mesmo usuário— mostra todos os registros de autenticação do email funcional de Cid em 2023. A informação é gerada quando são validados dados do usuário, como nome e senha, para acessar o email.

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