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O miliciano obsceno, Luiz Galeazzo, fez campanha para Bolsonaro e se encontrou com pai de Mainardi

O caso do publicitário bolsonarista Luiz Acácio Galeazzo Vareta estourou no dia 5 de fevereiro depois de uma nota da revista Época que o apontava como novo diretor de canais digitais da Secom. No mesmo dia, circularam histórias de ataques machistas feitos por ele no Twitter em um perfil hoje já suspenso chamado @oiluiz. E foi assim que o deputado Alexandre Frota postou fotos de um ménage à trois de Luiz com outras duas mulheres, o que provocou um mal-estar no Planalto e fez Jair Bolsonaro reavaliar a decisão.

Dois dias depois, uma das mulheres que aparece na imagem do ménage, Rafa Artner, expôs que Luiz espalhou fotos íntimas delas em redes sociais, incluindo o Twitter, sem o seu consentimento. E o publicitário “dava risada” quando repostavam as imagens. No mesmo dia, ele afirmou no Instagram que não assumiria mais a Secom e que “foi apenas um de muitos sondados para o cargo”.

Só que o passado de Luiz Galeazzo vai além de ataques machistas, problemas com ex-namoradas ou exposições indevidas nas redes sociais. De acordo com reportagem do Diário do Grande ABC, publicada em 17 de dezembro de 2018, o publicitário bolsonarista trabalhou efetivamente na campanha presidencial.

Diz um trecho do texto:

“A agência Nova Cin anunciou a contratação da digital planner Samantha Teixeira, especialista em inbound marketing e produção de conteúdo para a web pela Universidade Rock Content. Ela atuou na administração do prefeito de Santo André, Paulo Serra (PSDB), e também no governo de Márcio França (PSB), no Estado de São Paulo. Outro reforço anunciado foi o do professor universitário Luiz Galeazzo Vareta, que integrará o time criativo da empresa. Vareta atuou como digital influencer da campanha do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL)”.

Por alguma razão ainda desconhecida, o publicitário esconde essas informações do público e tentou se colocar como um apoiador voluntário de Bolsonaro e do bolsonarismo.

Isso não é verdade, mas ele esconde as pistas.

Galeazzo tem uma empresa aberta em seu nome e um MEI (Microempreendedor Individual), que foi fechado em fevereiro de 2019, mesmo mês do anúncio de sua entrada na Secom. Nenhum dos dois CNPJs está na prestação de contas da campanha de Bolsonaro. A agência digital que aparece na prestação de contas fornecida ao TSE é AM4, a mesma que está sendo investigada pelo TSE depois da denúncia de disparos irregulares de WhatsApp feita pela jornalista Patrícia Campos Mello na Folha de S.Paulo.

Mas há um indício forte de que Galeazzo participou de fato da campanha de Bolsonaro. O DCM informou em março de 2019 que o também publicitário e diretor de arte Leonardo ‘l0en’ Oliveira estava presente num vídeo da fanpage A Reunião publicado em 25 de outubro de 2018.

A página foi criada por Ênio Mainardi, também publicitário e pai de Diogo Mainardi, o ex-Veja e editor do site de extrema direita O Antagonista. Na gravação, Luiz Galeazzo não confessa envolvimento com fake news, como fez Leonardo, mas fala sobre a atuação das milícias bolsonaristas nas redes.

E isso se refletiu na própria cobertura do anúncio de Galeazzo na Secom.

A cobertura da mídia e seu verdadeiro currículo

A maioria dos veículos brasileiros que cobrem política deram a imagem do ménage de Luiz Galeazzo com as duas garotas e noticiaram seus episódios controversos nas redes sociais. Segundo apuração do DCM, somente dois veículos não deram as imagens: a Folha de S.Paulo, que preferiu apenas informar que Alexandre Frota começou a espalhar tais imagens, e o site O Antagonista, que evitou a foto mas não o assunto.

Entre os veículos bolsonaristas, o site Terça Livre do olavista Allan dos Santos evitou o assunto, enquanto o Jornal da Cidade deu um artigo com o título “Frota tenta desqualificar assessor com divulgação de fotos íntimas e atinge o limite da hipocrisia”.

Um terceiro site apoiador do presidente, chamado Conexão Política, fez elogios ao publicitário e publicou o currículo dele:

“Luiz Galeazzo

Redator bilíngüe (Português e Inglês)

Profissional com experiência em redação publicitária e desenvolvimento de campanhas em agências e empresas como Sunset Comunicação, E/OU- MRM, RAPP Brasil e Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP).

Entre outras, trabalhou com marcas como: Natura, Itaú, Volkswagen, Banco Santander, TIM, Nextel, Cisco, Grendene, Vivo, MasterCard, Laboratórios Delboni Auriemo, Nycomed, Procter & Gamble, SBT e Grupo Pão de Açúcar.

Prêmios

Prêmio Colunistas 2017 – bronze com o case Keep Calm SP

Prêmio Colunistas 2016 – case Volkswagen no Salão do Automóvel

ABEMD 2015 – prata com o case Volkswagen no Salão do AutomóvelDMA ECHO AWARDS 2011 – finalista com o case ARG iD Editora

ABEMD 2008 – ouro com o case Lançamento Novo Golf

ABRAREC 2008 – ouro com o case Lançamento do Novo Golf

ABEMD 2007 – bronze com o case Welcome Kit VolkswagenAmauta 2007 – prata com o case Welcome Kit Volkswagen

ABRAREC 2007 – ouro com o case Welcome Kit Volkswagen”

O Conexão foi o único site de notícias que tentou defender abertamente Galeazzo. As informações sobre o currículo do publicitário não são mentirosas, mas demonstram que é um profissional que dificilmente se envolveria no submundo bolsonarista se não fosse através de um contrato.

Ameaças de processo

No Instagram, Luiz Galeazzo afirmou que “medidas cabíveis serão tomadas” no caso da exposição da foto do ménage à trois. “Tive minha vida íntima exposta exposta numa foto antiga usada e repercutida por um político e parte da imprensa para me atacar por conta da minha posição política”. Ele dá a entender que pode processar o deputado Alexandre Frota e veículos de comunicação.

Seu advogado chama-se Emerson Grigollette, que é abertamente bolsonarista nas redes sociais e afirma no Twitter que pode entrar na Justiça contra a exposição promovida por Rafa Atner, ex-namorada de Galeazzo.

Ele publicou o seguinte em seu perfil de rede social:

“Considerando a inércia do @Twitter em promover o cumprimento de seus próprios termos e condições de uso, abaixo colacionados, a gravidade da exposição, os riscos reais de agressão física, a violação da intimidade e privacidade, sem prejuízo do comando previsto no art. 21 do Marco Civil da Internet, que assim dispõe:

‘Art. 21. O provedor de aplicações de internet que disponibilize conteúdo gerado por terceiros será responsabilizado subsidiariamente pela violação da intimidade decorrente da divulgação, sem autorização de seus participantes, de imagens, de vídeos ou de outros materiais contendo cenas de nudez ou de atos sexuais de caráter privado quando, após o recebimento de notificação pelo participante ou seu representante legal, deixar de promover, de forma diligente, no âmbito e nos limites técnicos do seu serviço, a indisponibilização desse conteúdo’.

Solicito a IMEDIATA REMOÇÃO de todos os conteúdos de nudez envolvendo o Sr. Luiz Galeazzo na rede, manualmente ou através do algoritmo, aplicando-se as penalidades previstas no TCU da própria empresa contra usuários que violaram o mesmo, nestes termos, incluído aí as calúnias e difamações promovidas contra meu cliente, na conta alocada sob o ID: @desestima salientando que a mesma já fora notificada porém recusou-se a tomar qualquer providências até o momento. O não atendimento da solicitação importará na responsabilização direta da rede social nos termos da lei, sem prejuízos da responsabilização de todos os terceiros envolvidos. A mesma notificação está sendo enviada via e-mail e Correios, fazendo-se indispensável o envio da presente através deste, haja vista a urgência na resolução da situação”.

A defesa de Galeazzo também entrou com processo contra o Twitter para recuperar acesso à conta @oiluz alegando que exerce “atividade profissional” na rede.

Processo de Luiz Galeazzo contra o Twitter. Foto: Reprodução

Mesmo com a intimidação do advogado de Luiz Galeazzo publicada nas redes, Rafa Artner manteve o texto. Ela, sim, foi vítima do publicitário. E tem o direito de se defender nas redes.

 

 

*Com informações do DCM

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O exemplo que veio da cultura revertendo uma decisão de Bolsonaro em poucas horas de mobilização

Foi exemplar e surpreendente a mobilização relâmpago do setor cultural que reverteu, em menos de 24 horas, a retirada da atividade cultural do MEI.

Poucas horas depois do governo Bolsonaro anunciar a retirada do setor cultural do MEI, formou-se uma corrente nas redes sociais que foi engrossando com sindicatos e outras entidades representativas do setor, fazendo parlamentares enxergarem o desastre que seria marginalizar, da noite para o dia, mais de 2 milhões de pessoas ligadas à atividade cultural e o custo para a economia que essa decisão desastrosa e irresponsável demandaria.

Os parlamentares também se mobilizaram rápido, é verdade, mas tudo se deu pela orientação do setor. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, posicionou-se imediatamente contrário à medida do governo.

Alcolumbre foi alcançado na Espanha e sublinhou as palavras de Maia que garantiram que pautariam a questão na primeira sessão da Câmara e do Senado para que a medida fosse revogada.

Esse fato obrigou o governo a reunir os técnicos da Fazenda, mesmo virtualmente, em pleno sábado para reverem essa absurda decisão. Assim foi feito e, em praticamente, poucas horas após os jornais anunciarem a retirada da cultura do MEI, foi anunciada a revogação da medida pelo governo.

Isso traz lições importantes, sobretudo para a apatia a que assistimos de setores organizados hoje no Brasil com os desmandos do governo e as perdas de direitos dos trabalhadores, até porque a cultura nem é tão organizada assim e, muito menos reza pela mesma cartilha partidária, mas soube focar cirurgicamente na questão e pautar o que interessava a todos e, de maneira relâmpago e de forma vigorosa, enriqueceram o movimento com gente do setor com íntima harmonia com que estava sendo pautado, mal dando tempo do governo respirar. Paulo Guedes só teve tempo de balbuciar, apoplético, diante de um tsunami que cresceu em cima do governo, que ele não sabia da medida.

Fica o exemplo para o próprio setor cultural tão massacrado pelo governo fascista. Se agir assim sempre nas reivindicações, o setor recuperará tudo o que foi retirado da cultura e ainda avançará muito mais.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Bolsonaro se vinga dos artistas: profissões artísticas e culturais são excluídas do MEI

DJs, cantores, professores de música, instrumentistas, arte e teatro não poderão mais ser enquadrados como microempreendedores individuais.

O camarada é um sujo.

Estava demorando sua vingança contra a cultura e a arte brasileira depois do miliciano destruir o MinC.

Lógico que o discurso será o de que a arte no Brasil é ideológica, assim como o vigarista do Paulo Guedes disse hoje, justificando o projeto de privatização da água no Brasil e entregar para as grandes transnacionais, utilizando o financiamento do BNDES para patrocinar esse assalto ao bem mais precioso desse país, a água.

Isso mostra que Bolsonaro está aí para cumprir um serviço muito mais sujo do que se imagina de destruição do patrimônio do povo.

A arte e a cultura brasileiras não ficariam fora. Para que se devolva o Brasil à condição de colônia, é preciso destruir as bases culturais do país, desarticular qualquer forma de organização e impedir o máximo possível as interfecundações.

É uma clara forma de censura, uma tentativa de obstruir as atividades artísticas e culturais no Brasil. O que o país ganha sobretaxando os custos das produções culturais? Nada, isso apenas atrofia de forma violenta a própria democracia brasileira. Violência esta que atinge em cheio a informação e o debate produzidos pelas inúmeras formas artísticas e culturais, sejam elas simbólicas ou materiais.

Bolsonaro, criando essa norma central, contribui ainda mais para piorar o ambiente, que já está pela hora da morte. É difícil até avaliar a imensa quantidade de artistas, produtores, professores e uma série de técnicos ligados à produção cultural que serão punidos com essa sanção.

Uma coisa é certa, não há qualquer contradição nisso, pois a interpretação de mundo de Bolsonaro é exatamente essa. Enquanto o mundo inteiro fomenta a cultura como estímulo a uma outra forma de economia, abrindo vários caminhos de irrigação dessa atividade, Bolsonaro coloca o seu ódio na frente contra uma classe que tem, em sua grande maioria, verdadeira aversão a ele, por motivos óbvios. Enquanto a arte une as pessoas pelo amor, pelo afeto e pela identidade, Bolsonaro quer que isso se fragmente para que possa disseminar mais ódio.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Com desemprego em alta, população está sem paciência com as bobagens de Bolsonaro

Bolsonaro tem no combate ao desemprego a sua pior avaliação entre 18 áreas, de acordo com pesquisa Datafolha, divulgada nesta segunda (2). Após oito meses, 65% da população considera a atuação de seu governo como ruim ou péssima nesse quesito. O top 5 da tristeza se completa com saúde (59%), combate à fome e à miséria (58%), meio ambiente (49%) e educação (49%). Sua reprovação geral passou de 33% para 38% e a aprovação, de 33% para 29%.

O presidente da República teria mais liberdade para a sua pauta medieval em costumes e comportamento caso tivesse conseguido reduzir drasticamente o desemprego no país. A maioria da população brasileira, que não é de direita, nem de esquerda, mas pragmática, digeriu as denúncias do Mensalão e reelegeu Lula, em 2006, em meio ao crescimento econômico. Toleraria mais facilmente, portanto, o pacote bolsonarista desde que o seu governo garantisse dignidade econômica. O que não tem sido o caso.

A geração de empregos segue patinando. Na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD) Contínua, divulgada pelo IBGE, na última sexta (30), a taxa de desocupação caiu de 12,5% (no trimestre encerrado em abril) para 11,8% (no encerrado em julho). São 12,6 milhões de brasileiros procurando trabalho sem encontrar.

Mesmo diante desses números, o presidente não apresentou até o momento um projeto nacional para fomentar geração de postos formais de trabalho. Pelo contrário: pressionado, já disse: “Tenho pena? Tenho. Faço o que for possível, mas não posso fazer milagre, não posso obrigar ninguém a empregar”. O argumento é intelectualmente indigente, uma vez que governos podem e devem criar ambientes propícios para o crescimento econômico e a geração de postos de trabalho.

Acreditando que tinha cacife junto à população ou apostando no acirramento de posições para agregar aliados em torno de sua proteção, Bolsonaro apertou a tecla “foda-se” a partir de uma live no Facebook no dia 18 de julho. Não que ele já não fosse Bolsonaro antes disso, mas parece que qualquer indício de freio desapareceu.

Desde então, ele trouxe o cocô para o centro da retórica presidencial, abraçou publicamente o nepotismo e a filhocracia e brigou com o mundo quando reclamaram que ele estava permitindo a maior fogueira tropical do planeta. Com o desemprego e a informalidade em alta, um indulto às suas loucuras foi negado pela maioria da população como se pode ver pelos números do Datafolha.

A informalidade bateu recorde na série histórica da PNAD Contínua. A taxa de desocupação vem caindo através do aumento de postos sem carteira assinada (mais 441 mil frente ao trimestre anterior) e dos trabalhadores por conta própria (mais 343 mil). Vagas sem 13o salário, férias, descanso semanal remunerado, limite de jornada. Ou seja, sem direitos.

O que vai ao encontro de outro bordão presidencial: “o trabalhador vai ter que decidir se quer menos direitos e emprego, ou todos os direitos e desemprego”. Essa relação tende a ser binária apenas em matrizes de pensamento simplistas, que excluem a possibilidade de um empregado produzir mais riqueza quando está sob condições saudáveis.

Os números da informalidade, por incrível que pareça, são comemorados por membros de sua equipe que veem nisso um momento em que brasileiros se “libertam” do jugo da CLT. Confundem o empreendedor consciente com o precarizado desolado. Ignoram que muitos dos que trabalham como vendedores de quentinhas e bolos na rua e motoristas para serviços de aplicativos trocariam seu CNPJ de MEI por um emprego que garantisse segurança e direitos num piscar de olhos.

Parte de seus apoiadores vendeu a falsa ideia de que, com o avanço da Reforma da Previdência, leite e mel correriam no meio fio das calçadas de imediato e unicórnios vomitariam arco-íris nos trabalhadores. Mesma ladainha, aliás, vendida pelo governo Michel Temer com a Reforma Trabalhista, que prometeu um dilúvio de empregos formais. Agora que a vida real se impõe, encontram outras desculpas.

Bolsonaro inverteu a ordem das coisas, acreditando que manter uma base bolsonarista bem alimentada e com energia para sair às ruas é a melhor garantia de proteção ao seu mandato. Optou por manter o país em Estado de campanha eleitoral constante, fazendo com que a principal meta do governo não seja emprego, saúde, combate à miséria, meio ambiente, educação, mas sua reeleição e o bem-estar de seus filhos. Se a campanha, em 2018, foi a mais curta da história recente, durando 45 dias, a de 2022 será a mais longa, e vai durar quase quatro anos.

O problema é que a maior parte da população está ficando irritada em ver um presidente comprar briga com tudo e com todos, pondo em risco a imagem e os negócios do país, enquanto entrega, no lugar de empregos decentes, vídeo de golden shower e declarações com cocô.

 

*Por Leonardo Sakamoto/Uol