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Saúde

Ministério da Saúde prevê até 3 mil mortes diárias por covid-19 em março

Cúpula da pasta vê “tempestade perfeita”, com novas variantes, colapso hospitalar e falta de vacinas.

A cúpula do Ministério da Saúde espera que o Brasil atravesse nas próximas duas semanas o pior momento da pandemia. O Valor apurou que, no entorno do ministro Eduardo Pazuello, a expectativa é que haja uma explosão de casos e mortes no período, com os óbitos ultrapassando a barreira dos 3.000 por dia.

O diagnóstico decorre de uma tempestade perfeita: o alastramento do vírus em todo o país, impulsionado pelas aglomerações no fim do ano e no Carnaval; a dificuldade da população de manter-se em isolamento social; a circulação no país de novas variantes mais contagiosas e com grande carga viral; a iminência de um colapso do sistema hospitalar em diversos Estados ao mesmo tempo; e a falta de vacinas disponíveis para imunizar os brasileiros.

As atenções da pasta estão voltadas sobretudo para a região Sul. No Rio Grande do Sul, por exemplo, a ocupação de leitos de UTI tem estado próximo ou acima de 100% durante toda a semana. Na região Norte, embora o número de casos seja menor, há preocupações quanto à pouca disponibilidade de leitos. Os alertas também já dispararam quanto à situação de Estados como Goiás, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo.

Na visão da equipe de Pazuello, São Paulo tem conseguido até o momento evitar o pior por possuir a maior rede hospitalar do Brasil. Principal porta de entrada do país, o Estado mais populoso da federação registrou 60 mil das cerca de 260 mil mortes pelo coronavírus em solo brasileiro. Para a equipe de Pazuello, se um colapso hospitalar ocorrer ali, os números dessa “tragédia anunciada” podem subir exponencialmente.

A cúpula da Saúde entende que não há muito no momento o que fazer, a não ser estimular a reabertura de hospitais de campanha nos Estados. O governo federal também cogita novas instalações desse tipo já nos próximos dias.

As ações de fechamento e restrições à circulação de pessoas estão nas mãos dos Estados. O governo federal não vai decretar lockdown nacional, escorado em decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) e também por acreditar que as decisões devem ser tomadas levando em critérios regionais.

Para o médio prazo, as projeções da equipe de Pazuello são mais otimistas. A estimativa é que a vacinação começará a se acelerar a partir deste mês, com a maior produção do Butantan e da Fiocruz. Em abril, ambos já deverão estar produzindo 1,4 milhão de doses diárias.

Com as diversas vacinas importadas começando a chegar, a expectativa de Pazuello é vacinar 70 milhões de pessoas até o fim de junho. Fazem parte desse grupo prioritário idosos com mais de 60 anos, pessoas com comorbidades e médicos, professores, policiais, indígenas, entre outros.

Na quarta-feira, o Ministério da Saúde anunciou a intenção de comprar 100 milhões de doses da vacina da Pfizer e outras 38 milhões de doses da vacina da Janssen, braço farmacêutico da Johnson & Johnson.

Segundo um cronograma ao qual o Valor teve acesso, o ministério espera para o primeiro semestre a chegada de apenas 9 milhões de doses desse total, todas da Pfizer. Outras 30 milhões de doses da fabricante americana devem chegar entre julho e setembro. As entregas se aceleram no último trimestre, com 61 milhões de doses.

Já a Janssen deve entregar 16,9 milhões de doses em setembro e 21,1 milhões de doses em dezembro, segundo ficou apalavrado entre o ministério e a farmacêutica.

O Ministério da Saúde pretende autorizar a compra de vacinas por empresas e entes privados somente quando os grupos prioritários estiverem imunizados. Isso será feito por decreto, e as empresas terão que doar metade dos lotes para o Plano Nacional de Imunização (PNI).

O governo, porém, jogará toda sua força política para evitar que Estados façam o mesmo. O ministério já sinalizou aos laboratórios, com quem mantém contratos bilionários, que negociar com governadores individualmente ou em grupo não agradaria o governo federal. A impressão de governadores que estiveram reunidos com Pazuello nesta semana foi a mesma: dificilmente conseguirão adquirir vacinas separadamente ou em consórcios.

Planalto e Saúde tentam evitar que o governo federal perca o protagonismo na imunização – como aconteceu em janeiro, quando o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), vacinou a primeira pessoa em território nacional com transmissão ao vivo pela TV.

Ontem, um grupo de 14 governadores enviou carta a Jair Bolsonaro pedindo a providências “imediatas” para a compra de novas doses de vacinas contra a covid-19. Eles citaram um “aumento exponencial dos casos de infecção e do número de óbitos” nos últimos dias. E disseram que estão “no limite de suas forças e possibilidades”.

Pazuello espera que toda a população esteja vacinada até o fim do ano. E pretende deixar o cargo somente quando isso acontecer. Segundo interlocutores, os partidos do Centrão já entenderam que dificilmente Bolsonaro trocará o auxiliar, de sua extrema confiança, durante a pandemia.

O número diário de 3.000 mortes, caso seja alcançado, não será um recorde mundial. Os Estados Unidos já chegaram a registrar mais de 5.000 mortes por dia no início de fevereiro, segundo a Universidade Johns Hopkins.

Bolsonaro desistiu nesta semana de fazer um pronunciamento em cadeia de rádio e TV sobre vacinação. A fala seria veiculada inicialmente na terça-feira, dia em que as mortes pelo coronavírus atingiram um recorde de 1.726, segundo o consórcio de veículos de imprensa. Foi, então, adiada para a quarta. Mas, diante de um novo recorde de 1.840 mortes, ele desistiu de vez da ideia.

Ontem, o presidente criticou o isolamento social e pediu que se pare de “frescura” e “mimimi”.

A despeito da fala de Bolsonaro, porém, a expectativa geral é que a escalada de mortes continue.

*Com informações do Valor Econômico

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Saúde

STF acolhe pedidos de SP e MA e manda ministério pagar leitos de UTI covid

A ministra Rosa Weber, do STF (Supremo Tribunal Federal), acolheu pedido feito pelas Procuradorias do Estado do Maranhão e de São Paulo e determinou que o Ministério da Saúde volte a financiar leitos de UTI (unidade de terapia intensiva) dos dois estados destinados a pacientes com covid-19. A liminar foi concedida ontem, e a intimação das partes ocorreu hoje.

“Intime-se a ré para imediato cumprimento. Intimem-se, simultaneamente, as partes, para que, no prazo de cinco dias, se manifestem sobre o interesse no encaminhamento dos autos à Câmara de Conciliação e Arbitragem da Administração Federal”, determina a ministra nas duas decisões.

O pedido do governo do Maranhão foi o primeiro, feito no dia 8 de fevereiro, questionando o porquê de o governo federal interromper a habilitação e custeio desses leitos em dezembro — o que deixou o pagamento integralmente a cargo do governo do estadual. O pedido paulista foi feito dois dias após o do Maranhão no STF.

Agora, com a liminar, os estados devem “juntar aos autos protocolos trocados com Ministério da Saúde sobre a renovação ou novas propostas de habilitação de leitos de UTI da covid-19.”

“Fica evidenciado que não se cuida de um ‘favor’, e sim de um direito dos estados e um dever do governo federal, segundo a Constituição e legislação do SUS”, afirmou o governador do Maranhão, Flávio Dino (PC do B) sobre a liminar.

A ação

Segundo a ação cível originária do Maranhão, em dezembro de 2020, dos 20.770 leitos então em uso no Brasil, 12.003 estavam habilitados, ou seja, contavam com o financiamento do Ministério da Saúde.

“Em janeiro/2021, esse número reduziu para 7.017 e em fevereiro será de apenas 3.187, exatamente no momento em que se constata alta crescente no número de casos por todo o país e a vacinação ainda é incipiente para causar qualquer efeito de diminuição de casos”, diz o pedido.

No caso do Maranhão, em 2020 o Ministério da Saúde havia habilitado 216 leitos exclusivos para covid-19. Todos foram desabilitados em dezembro.

O governo estadual afirma que solicitou ao Ministério da Saúde a habilitação imediata de 119 leitos, o que foi recusado. Depois, em janeiro, a solicitação foi feita novamente, sem receber resposta.

Hoje, dos 268 leitos exclusivos para covid-19 em funcionamento na rede estadual, nenhum está habilitado pelo Ministério da Saúde.

No caso de São Paulo, o STF determina o custeio de 3.258 leitos de UTI que tiveram verba cortada pelo ministério.

Segundo a ação da procuradoria paulista, em dezembro, o governo federal mantinha pagamento para 3.822 leitos de UTI, e esse ano passou a pagar pelo funcionamento de apenas 564.

*Com informações do Uol

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Saúde

Butantan: Ministério da Saúde ignorou oferta em julho de 160 milhões de doses da CoronaVac

O Ministério da Saúde ignorou uma oferta feita em julho do ano passado para o fornecimento de 160 milhões de doses da CoronaVac, vacina contra Covid-19 do laboratório chinês Sinovac, disse hoje o presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas.

Em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo do Estado de São Paulo, ao qual o Butantan é vinculado, Covas disse que a oferta foi reiterada nos meses de agosto, outubro e dezembro novamente sem resposta por parte da pasta.

“Vamos colocar a responsabilidade em quem tem responsabilidade. Estão aqui os ofícios que foram encaminhados ao Ministério da Saúde ofertando vacinas. O primeiro em 30 de julho de 2020. Ofertamos nessa oportunidade 60 milhões de doses de vacinas prontas para entrega ainda em 2020 e 100 milhões para serem entregues em 2021. Não tivemos resposta”, disse Covas enquanto mostrava uma apresentação com a imagem dos ofícios.

“Fizemos novos ofícios com o mesmo teor em agosto, em outubro e em dezembro. Não tivemos resposta. A resposta saiu com a assinatura do contrato no dia 7 de janeiro”, acrescentou.

O contrato assinado entre o Butantan e o Ministério em janeiro prevê a entrega de 46 milhões de doses da CoronaVac até abril, com a opção, exercida pela pasta em fevereiro, de mais 54 milhões de doses da vacina.

Na manhã de hoje, o ministério disse que manifestou ao Butantan a intenção de comprar mais 30 milhões de doses entre outubro e dezembro. Procurado, o Butantan disse que está analisando a manifestação.

A declaração de Covas foi uma resposta à manifestação na véspera do secretário-executivo do Ministério da Saúde, Elcio Franco, que atribuiu ao Butantan o atraso na entrega de doses da vacina aos Estados e municípios.

Covas reiterou que o Butantan já entregou 9,8 milhões de doses da CoronaVac ao Programa Nacional de Imunização do Ministério da Saúde e que, além da CoronaVac, há apenas 2 milhões de doses importadas prontas da vacina da AstraZeneca com a Universidade de Oxford no PNI.

Ele disse que o envase da vacina pelo Butantan foi atrasado pela demora na chegada do insumo farmacêutico ativo (IFA) vindo da China, que deveria ter chegado em janeiro, mas acabou chegando somente no início de fevereiro, o que impactou as entregas previstas para este mês.

O atraso na chegada do IFA, de acordo com Covas, aconteceu devido aos problemas diplomáticos do governo do presidente Jair Bolsonaro com a China e à demora na decisão do ministério de adquirir doses da CoronaVac.

Ele disse ainda que o Butantan iniciará na terça-feira a entrega escalonada de mais 3,4 milhões de doses e que já tem IFA para totalizar a entrega de 27,1 milhões de doses da vacina até o final de março.

A partir daí, o Butantan depende da importação de mais IFA para chegar a 46 milhões de doses entregues até o final de abril e a 100 milhões de doses até agosto.

Também presente na entrevista coletiva, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), reiterou informação dada em entrevista exclusiva à Reuters no início deste mês de que autorizou o Butantan a comprar mais 20 milhões de doses da CoronaVac a partir de setembro para serem usadas no Estado de São Paulo, caso faltem doses no PNI.

Procurado, o Ministério da Saúde não comentou de imediato as declarações do presidente do Butantan.

*Eduardo Simões/Uol

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Política

Há 9 dias Bolsonaro ignora oferta de aviões dos EUA e ONU para oxigênio a Manaus

O Ministério da Saúde e o governo do Amazonas receberam nos dias 16 e 18 de janeiro as ofertas de três aeronaves, duas da ONU (Organização das Nações Unidas) e uma do governo dos Estados Unidos (EUA), para transportar de forma mais rápida oxigênio até o Amazonas. A autorização para a utilização destes aviões, que deveria ser dada pelo governo federal, segue sob análise, segundo apurou o UOL.

Manaus tem ligação por terra precária com o restante do Brasil. Segundo o Ministério da Saúde, a melhor solução na crise de desabastecimento de oxigênio no estado é o transporte aéreo. O sistema de saúde do Amazonas está em colapso desde 14 de janeiro, com UTIs superlotadas, falta de vagas em hospitais e falta de oxigênio na rede hospitalar.

O UOL teve acesso a uma troca de emails entre a Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas e a representante do Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) no Brasil, Florence Bauer. Nela, os representantes do estado têm a confirmação de apoio logístico para o transporte de oxigênio com a Opas (Organização Pan-Americana da Saúde) por via aérea. Ambos os órgãos são ligados à ONU.

No email do dia 16 de janeiro, Bauer informa que dois cargueiros (Boeing 767 e Boeing 737) foram oferecidos ao Ministério da Saúde. “Espero que possa ser viabilizada rapidamente junto ao ministério”, afirma a representante do Unicef na mensagem.

A assessoria de comunicação do Ministério da Saúde informou que “a proposta está em análise no departamento de logística devido às peculiaridades técnicas”.

Deputado anunciou em rede social oferta dos EUA para fornecer aeronave

No dia 18 de janeiro, o deputado federal Marcelo Ramos (PL-AM) publicou em suas redes sociais uma terceira oferta de ajuda para transportar oxigênio para o Amazonas. No Twitter, ele diz que o governo do Amazonas havia pedido à embaixada americana uma aeronave para levar o insumo e que “intercedeu junto ao Itamaraty para acelerar os trâmites”.

No mesmo dia, o deputado postou que a embaixada americana “já havia disponibilizado a aeronave para o transporte de oxigênio”. “Faltando apenas o Ministério da Saúde confirmar a necessidade da aeronave”, afirmou o parlamentar em sua rede social.

Nenhuma das aeronaves entrou no circuito logístico para socorrer os amazonenses.

Itamaraty não explica tempo de análise do caso

Procurado pelo UOL sobre a razão de a aeronave da embaixada americana não ter sido utilizada na logística do Amazonas, o Ministério da Saúde informou que, segundo a “assessoria internacional” da pasta, “as tratativas estão a cargo do MRE (Ministério das Relações Exteriores)”. A assessoria de comunicação do MRE foi questionada pela reportagem na quinta-feira (21), mas nenhuma resposta foi enviada até a publicação desta reportagem.

O governo estadual, por meio do coordenador da Unidade de Gestão Integrada, Thiago Paiva, confirmou que a solicitação da liberação do uso das aeronaves foi feita ao governo federal, que ainda não havia se manifestado. Paiva ainda destacou o caráter “fundamental” deste apoio no transporte aéreo de oxigênio.

O MPF (Ministério Público Federal) informou que recebeu denúncias que estão sendo analisadas, mas que prefere não se manifestar sobre o caso durante as investigações. Na semana passada, procuradores enviaram ao Ministério da Saúde questões sobre a atuação da pasta na crise de Manaus.

*Com informações do Uol

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Saúde

Conselho Federal de Medicina pede que Ministério da Saúde retire imediatamente do ar o aplicativo que sugere cloroquina

Plataforma traz prescrição de medicamentos comprovadamente ineficazes contra a Covid-19.

O Conselho Federal de Medicina (CFM) publicou uma nota nesta quinta-feira (21) em que afirma ter pedido ao Ministério da Saúde a retirada imediata do ar do aplicativo “TrateCOV”. A plataforma permite que profissionais de saúde reportem sintomas e orienta que iniciem o que a pasta chama de “tratamento precoce”, com a prescrição de medicamentos que não têm eficácia comprovada ou são comprovadamente ineficazes contra a Covid-19.

O aplicativo está fora do ar no momento. O Ministério da Saúde informou ao GLOBO que a plataforma “foi lançada como um projeto-piloto e não estava funcionando oficialmente, apenas como um simulador. No entanto, o sistema foi invadido e ativado indevidamente – o que provocou a retirada do ar, que será momentânea.”

O CFM afirma que após uma análise feita por conselheiros e assessores técnicos e jurídicos sobre o aplicativo, alertou o Ministério da Saúde sobre inconsistências na ferramenta.

Segundo a nota do conselho, o aplicativo não preserva adequadamente o sigilo das informações, permite seu preenchimento por profissionais não médicos e assegura a validação científica a drogas que não contam com esse reconhecimento internacional.

A ferramenta também induz à automedicação e à interferência na autonomia dos médicos e não deixa clara a finalidade do uso dos dados preenchidos pelos médicos assistentes, alerta o CFM.

A bancada do PSOL na Câmara protocolou na tarde desta quarta-feira (20) uma representação contra o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, por conta da disponibilização do TrateCOV. Na representação o partido pede que o ministro seja enquadrado nos crimes de improbidade administrativa e de responsabilidade por conta da ferramenta TrateCOV. O deputado Marcelo Freixo (PSOL-RJ) também entrou com uma ação na 5ª Vara Federal Civil do Distrito Federal pedindo a suspensão da plataforma.

Leia a íntegra da nota:

“ESCLARECIMENTO À IMPRENSA

Após análise feita por conselheiros e assessores técnicos e jurídicos sobre o aplicativo TrateCov, recém lançado para auxiliar as equipes na coleta de sintomas e sinais de pacientes possivelmente infectados pela covid-19, o Conselho Federal de Medicina (CFM) alertou ao Ministério da Saúde sobre as seguintes inconsistências na ferramenta:

• Não preserva adequadamente o sigilo das informações;

• Permite seu preenchimento por profissionais não médicos;

• Assegura a validação científica a drogas que não contam com esse reconhecimento internacional;

• Induz à automedicação e à interferência na autonomia dos médicos;

• Não deixa claro, em nenhum momento, a finalidade do uso dos dados preenchidos pelos médicos assistentes.

Diante do exposto, o CFM pediu ao Ministério da Saúde a retirada imediata do ar do aplicativo TrateCov.

Brasília, 21 de janeiro de 2021.

CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA”

*Com informações de O Globo

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URGENTE: Ministério da Saúde exige que Butantan entregue imediatamente a Coronavac

Agora há pouco, foi enviado a Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, o diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias, cobra a entrega imediata das 6 milhões de doses importadas da Sinovac.

No documento, Ferreira diz que as doses “foram objeto do pedido de uso emergencial perante a Anvisa”.

“Ressaltamos a urgência na imediata entrega do quantitativo contratado e acima mencionado, tendo em vista que este Ministério precisa fazer o devido loteamento para iniciar a logística de distribuição para todos os estados da federação de maneira simultânea e equitativa, conforme cronograma”.

Ele ainda lembra que a decisão da Anvisa sobre a autorização de uso está prevista para sair no domingo.

 

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Política

Procurador do AM diz que Ministério da Saúde foi alertado quatro dias antes sobre falta de oxigênio

Integrante do MPF afirma que ainda tenta contabilizar mortes por asfixia.

Igor da Silva Spindola, procurador da República do Amazonas, afirmou nesta quinta-feira que o Ministério da Saúde foi alertado há pelo menos quatro dias que faltaria oxigênio nos hospitais de Manaus.

“O estado não se preparou. E como se não bastasse, a direção de Logística do Ministério da Saúde só se reuniu hoje (quinta-feira) para tratar disso após ser avisada há quatro dias”, disse à coluna o procurador que atua na área de saúde no estado.

Spindola criticou o que avalia como “falta de coordenação” do governo federal e de militares no ministério, que desconhecem o funcionamento do SUS. Ele ainda tenta contabilizar as mortes por asfixia.

“Acordei hoje com uma ligação por volta de 7h do diretor do Hospital Universitário dizendo que só tinha duas horas de oxigênio. Por volta de 12h, a gente já tinha notícia dos óbitos por asfixia. Foi emocionalmente impactante”.

De acordo com Spindola, no pico da pandemia em 2020 a demanda por oxigênio em Manaus era de 20 mil metros cúbicos. Agora, saltou para 70 mil.

A empresa White Martins, que fornece oxigênio para os hospitais da capital, consegue produzir 28 mil metros cúbicos de oxigênio.

O excedente era transformado em oxigênio líquido, o que o torna mais perigoso e inflamável, e o transporte só pode ser feito por avião cargueiro, como o da Força Aérea Brasileira (FAB).

No entanto, a aeronave quebrou nesta quarta-feira:

“O que o Exército nos passou oficialmente é que o avião da FAB teria quebrado. Mas eles têm outros aviões. Ninguém se movimentou para resolver”, disse o procurador.

O procurador é um dos membros do MP que assinam uma ação civil pública ajuizada nesta quinta-feira na Justiça Federal do Amazonas.

A ação cobra da União uma solução para o colapso de fornecimento de oxigênio na saúde da capital.

Mais de 5,8 mil pessoas já morreram de Covid no Amazonas.

Em Manaus, a média móvel de mortes pela doença saltou 183% nos últimos sete dias.

*Guilherme Amado/Epoca

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Saúde

Ministério da Saúde assume a distribuição da Coronavac e Butantan vai cancelar acordo com mais de 180 cidades

Instituto Butantan deve comunicar na próxima segunda-feira (18) que todos os acordos com cidades estão cancelados. O presidente do instituto, Dimas Covas, explicou que todas as doses da vacina serão entregues ao Ministério da Saúde, assim que a Anvisa aprovar o uso emergencial ou o registro da vacina. O órgão discute no próximo domingo (17) o pedido para que 6 milhões de doses da vacina tenham a autorização de uso para grupos específicos no país.

Covas explicou à CNN que, assim que o acordo for fechado, o Ministério da Saúde, por meio do Programa Nacional de Imunizações (PNI), que assume a distribuição da vacina. “O critério é populacional. Todos os estados vão receber da mesma maneira. O acordo com os municípios era para o caso de o Ministério se recusar a comprar a vacina, mas como firmamos a parceria isso não vai acontecer”, disse ele.

Com a eficácia anunciada em 78% para casos mais leves e 100% para casos graves, a Coronavac teve 184 municípios interessados, que procuraram diretamente a direção do Instituto Butantan para pedir a vacina. São municípios de fora do estado de São Paulo que escolheram contar com um ‘plano B’, caso o plano de vacinação do Ministério da Saúde não avançasse. O levantamento foi feito pela Secretaria de Desenvolvimento Regional do Governo de São Paulo junto ao Butantan. Os dados foram confirmados pelo secretário Marco Vinholi.

A maior da lista é a capital fluminense. O próprio prefeito eleito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, firmou um acordo de cooperação com o órgão ligado ao governo de São Paulo para ter acesso à vacina, mesmo acreditando em um calendário nacional.

São ao todo 26 cidades do Rio de Janeiro. A prefeitura de Maricá, que tem pouco mais de 160 mil habitantes, pediu 440 mil doses ao Butantan e queria manter o acordo, mesmo depois da investida do Ministério sobre a vacina. Já a prefeitura de Niterói decidiu comprar 1,1 milhão de doses da vacina coronavac por R$ 57 milhões, pagando 10 dólares por dose. Cerca de 300 mil chegariam no fim de janeiro para vacinar profissionais da saúde e idosos, o que não vai mais acontecer.

Outras grandes capitais como Curitiba e Belo Horizonte também pleiteiam o uso da coronavac e assinaram compromisso de compra da vacina. O prefeito da capital paranaense, Rafael Greca, tinha fechado o acordo no início de dezembro para imunizar profissionais da saúde da cidade. Esse também era o foco da vacinação prevista pelo prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil.

A diretoria do Butantan recebeu ainda o pedido de 10 associações de municípios de diversos estados. Nas contas do setor técnico do órgão paulista, se somadas todas as cidades que integram esses coletivos, seriam mais de 1000 municípios de olho na vacina chinesa.

*Com informações da CNN Brasil

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Saúde

Reflexo das festas de fim de ano, Brasil tem 1.379 mortos em 24 horas

Um dia após ultrapassar as 200 mil mortes provocadas pela covid-19, o Brasil alcançou outras tristes marcas nesta sexta-feira (8). Confirmando a previsão de médicos, o país atingiu o mais alto índice de pessoas infectadas pela covid-19 e o maior número de óbito confirmados em 24 horas desde 4 de agosto, exatas duas semanas após o início das festas de fim de ano. Os dados são do consórcio de veículos de imprensa do qual o UOL faz parte.

Pelo quarto dia consecutivo, o Brasil registrou mais de mil novas mortes por covid-19 entre um dia e outro. Nas últimas 24 horas, foram cadastrados 1.379 novos óbitos (maior marca desde 4 de agosto, com 1.394), com um total de 201.542 mortos desde o começo da pandemia.

Exatamente duas semanas após o Natal, o país voltou a apresentar aceleração na média móvel de mortes. Foram 872 mortes na média de sete dias, o que representa uma aceleração de 37% na comparação com 14 dias atrás. A última vez que o país teve média acima de 800 foi em 6 de setembro.

O país repete uma sequência que não via acontecer desde 18, 19, 20 e 21 de agosto (com 1.365, 1.170, 1.234 e 1.031 mortes, respectivamente), última vez na qual houve mais de mil novos óbitos em um intervalo de 24 horas durante quatro dias consecutivos. Em 5, 6 e 7 de janeiro, foram 1.186, 1.266 e 1.120, respectivamente.

Recorde de novos diagnósticos

Também hoje o Brasil ultrapassou a marca de 8 milhões de infectados pela doença, sendo o terceiro país do mundo a passar a marca, atrás apenas de Estados Unidos e Índia (com 21.808.008 e 10.413.417, respectivamente, em dados da Universidade Johns Hopkins).

De ontem para hoje, foram cadastrados 84.977 casos de covid-19 em todo o país. Até então, o recorde entre um dia e outro havia acontecido em 29 de dezembro (79.295). Deve-se ressaltar, porém, que o estado do Paraná não havia enviado dados atualizados antes do fechamento do boletim desta quinta (7), às 20h. Ou seja: estes números que estavam faltando foram inseridos no cálculo desta sexta. No total, são 8.015.920 infectados desde o início da pandemia.

Os altos números exatos 14 dias depois do Natal confirmam a previsão feita por epidemiologistas de que as festas de fim de ano elevariam os números de contaminados e mortos pela doença. Segundo eles, a tendência é continuar crescendo no mês de janeiro.

Dados do Ministério da Saúde

Em boletim divulgado nesta tarde, o Ministério da Saúde confirmou o registro de 52.035 testes positivos para o novo coronavírus nas últimas 24 horas em todo o país. Na quinta-feira (7), de acordo com as informações do Ministério, o Brasil bateu o recorde de novos casos de um dia para o outro, com 87.843. O total de infectados chegou a 8.013.708 desde o início da pandemia.

De ontem para hoje, houve 962 novas mortes causadas pela covid-19, segundo a pasta. Desde o começo da pandemia, 201.460 pessoas morreram devido à doença. O governo federal também informou que 7.114.474 pessoas se recuperaram da doença, com 697.774 outras em acompanhamento.

Nenhum estado em queda

Pela primeira vez desde que o consórcio de veículos de imprensa faz o cálculo, nenhum estado apresentou queda na média móvel. Por outro lado, 15 mais o Distrito Federal tiveram aceleração. Onze mantiveram estabilidade.

Das regiões, apenas o Centro-Oeste ficou estável (11%). As demais, apresentaram aceleração: Nordeste (17%), Norte (110%), Sudeste (47%) e Sul (25%).

*Com informações do Uol

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‘Obstáculos’ de Bolsonaro e demora na compra da vacina dificultam chegada de imunizante da Pfizer

Presidente e o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, têm feito críticas públicas a exigências da farmacêutica.

BRASÍLIA – A tentativa do presidente Jair Bolsonaro de responsabilizar laboratórios pela falta de oferta de vacinas no Brasil esbarra na demora do próprio governo em fechar acordos com os fabricantes. No caso da Pfizer, responsável pelo imunizante que já foi autorizado em mais de 40 países, o Ministério da Saúde assinou um memorando para aquisição de 70 milhões de doses em 2021, mas o papel não garante o negócio. Além disso, tanto Bolsonaro quanto o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, têm feito críticas públicas a exigências da farmacêutica.

Ao falar com apoiadores na segunda-feira, 28, o presidente questionou a razão de nenhum fabricante ainda ter pedido o aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para distribuir vacinas no País. “O Brasil tem 210 milhões de habitantes, um mercado consumidor de qualquer coisa enorme. Os laboratórios não tinham que estar interessados em vender para a gente? Por que eles não apresentam documentação na Anvisa?”, indagou Bolsonaro a um grupo de apoiadores no Palácio da Alvorada, em Brasília.

Após a declaração, a Pfizer reagiu e divulgou uma nota em que justifica a ausência de um pedido de uso emergencial do seu imunizante justamente pela falta de acordo com o governo brasileiro. O laboratório disse que só poderia cumprir exigências da Anvisa, como definição de quantidade de doses e cronograma, após a “celebração do contrato definitivo”, o que ainda não ocorreu.

A empresa ainda informou ter desistido do aval emergencial, o que poderia acelerar o calendário de vacinação, e optou por manter apenas a ideia de entrar com pedido de registro definitivo. O motivo alegado é que os dados de desenvolvimento da vacina já estão sob análise da Anvisa, no processo chamado de “submissão contínua”.

Pressionada para ser célere na liberação dos imunizantes, diretores da agência convocaram uma reunião com representantes da Pfizer para esta quarta-feira, 30. Segundo apurou o Estadão, a ideia é discutir dúvidas sobre o trâmite para o aval às vacinas. A Anvisa já realizou encontros do mesmo tipo com representantes da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), da AstraZeneca e do Instituto Butantã (que desenvolve a Coronavac).

Em audiência pública na Câmara dos Deputados, no começo de dezembro, o presidente da Pfizer, Carlos Murillo, já havia citado que a demora em fechar um contrato com o governo brasileiro criava “limitações” sobre a disponibilidade de doses. “O concreto da oferta da Pfizer é 70 milhões com um quantitativo que vai começando quando sair o registro da Anvisa, que deve ser em janeiro, e vamos aumentando esse quantitativo à medida que transcorre o ano. Quanto mais demorarmos em assinar o contrato, menos segurança em termos essas doses lá na frente. Alguns países assinaram um tempo atrás e, por isso, já estão começando a vacinar. No Brasil estamos perto, vamos conseguir, mas não assinamos, o que cria obviamente uma limitação de segurança sobre a disponibilidade das doses”, disse Murillo, na ocasião. Procurada nesta terça-feira, 29, a Pfizer disse que “em momento algum perdeu interesse no Brasil”.

Em entrevista na noite de terça-feira, o secretário-executivo do Ministério da Saúde, Elcio Franco, questionou a justificativa dada pela empresa. Segundo ele, a avaliação para uso emergencial da Anvisa é semelhante ao da FDA (Food and Drug Administration), agência federal do departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos. “Me causa espécie o pronunciamento de que estava com dificuldade pelas solicitações da Anvisa. Os aspectos são os mesmos da FDA para uso emergencial. Eu que estranho que a Pfizer pense dessa forma. Não temos os detalhes da submissão que está acontecendo. É diálogo do laboratório com a Anvisa. Não sei se faltou uma folha, uma planilha…. Dessa forma não temos como estimar quando será concedido (o registro da vacina)”, disse Franco, o “número dois” da pasta comandada por Pazuello.

Plano federal prevê meio milhão de doses de farmacêutica americana em janeiro

Mesmo sem o contrato fechado, o plano de imunização do Ministério da Saúde prevê que a Pfizer reserve 500 mil doses ao Brasil em janeiro. O documento ainda estima 2 milhões de doses da farmacêutica no primeiro trimestre. A soma até a metade do ano seria de 8,5 milhões de unidades. No segundo semestre, cerca de 61 milhões de vacinas chegariam ao País.

A ideia do ministério é usar as doses recebidas no primeiro trimestre para imunizar profissionais de saúde de capitais e regiões metropolitanas que atuam no combate à covid-19.

Antes de firmar um memorando de entendimento com a Pfizer, Pazuello chegou a comentar nos bastidores, de forma irônica, que a proposta da farmacêutica não servia nem para imunizar Brasília, que tem cerca de 3 milhões de habitantes. Em audiência pública no Senado, no último dia 17, Pazuello fez críticas às exigências da farmacêutica. Ele reclamou do número de doses oferecidas, além do pedido de assinatura de cláusula para isentar a empresa de responsabilidade sobre efeitos colaterais que a vacina ou de julgamentos em tribunais brasileiros. “Pasmem, estamos pensando em aceitar. É uma realidade, isso, claro, precisa passar pela decisão do governo e chancela do Congresso”, disse o ministro.

Bolsonaro também tem tratado a proposta da Pfizer com desdém. “Lá no contrato da Pfizer está bem claro: ‘Não nos responsabilizamos por qualquer efeito colateral. Se você virar um jacaré, é problema de você’”, disse em 17 de dezembro, em Porto Seguro, no sul da Bahia.

A principal aposta do governo federal é o imunizante desenvolvido pela farmacêutica AstraZeneca e pela Universidade do Oxford, que será produzido na Fiocruz. O laboratório brasileiro afirma que pedirá registro da vacina até a próxima semana. Nesta quarta-feira, 30, o Reino Unido autorizou o uso emergencial do produto.

Além disso, o ministério tem acordo para receber doses para 10% da população brasileira por meio do consórcio internacional Covax Facility, que ainda não definiu qual imunizante será ofertado. No caso da Coronavac, imunizante desenvolvido pela chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantã, o governo também possui apenas memorandos de entendimento, sem a obrigação de compra. As empresas ainda não pediram o registro do produto à Anvisa.

 

*Com informações do Estadão

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