Guedes não caiu, é verdade, mas também não está de pé, ao contrário, está de joelhos.
O língua de trapo, não deu uma dentro. Tudo que Guedes fogueteou, deu o oposto.
Convenhamos, Guedes não comanda a economia, a economia é que comanda o Guedes. Depois ele “explica”.
Guedes ainda não virou churrasco para não piorar a imagem de Bolsonaro no mercado que, por sua vez, já não leva fé nas lorotas do Posto Ipiranga.
Mas trocá-lo, seria sublinhar o que até o mundo mineral sabe. Paulo Guedes não tem a menor ideia de como tocar a pasta da economia e Bolsonaro, idem.
Quando o o general Luiz Eduardo Ramos rebocou a mala, arrancando de uma coletiva, ele o enfiou no quarto dos loucos e o tirou de circulação, numa das cenas mais dantescas da história do Brasil. Ali já estava selada a sua sorte no governo.
E nada adianta Bolsonaro fazer live fingindo prestigiar Guedes. Isso só piora a sua imagem e a do próprio Bolsonaro diante do mercado e da sociedade. Bolsonaro quer fingir que esse governo não é uma bagunça que é? Os resultados trágicos da economia estão expostos em praça pública fedendo cada vez mais.
Com a metade do valor do auxílio emergencial, o que já é fúnebre promete se transformar em catastrófico.
É isso, o (des)governo anuncia um programa social, mas sem saber de onde vai tirar recursos para bancar. Talvez amanhã o governo tenha uma ideia diferente, pois a cada dia ele apresenta uma fonte de recursos.
Avaliação é que medida pode avançar no Congresso se for para reforçar política social. Pela manhã, Mourão admitiu possibilidade e sugeriu flexibilizar o teto de gastos.
Diante do impasse sobre a fonte de financiamento do Renda Cidadã, integrantes da ala política do governo passaram a avaliar que uma solução possível seria criar um novo imposto, vinculado ao novo programa social, que substituirá o Bolsa Família.
Além disso, seria feita uma revisão nas despesas da União, inclusive com precatórios (dívidas decorrentes de condenações judiciais) para abrir espaço do teto de gasto público com o objetivo de acomodar o novo programa.
Apesar da rejeição à criação de um novo imposto, há uma avaliação dentro do governo e de lideranças partidárias de que a medida tem chance de avançar no Congresso se a justificativa for reforçar a política social para abrigar a parcela mais vulnerável da população.
Mas só receita nova não resolve o problema porque há o limite do teto de gastos. Ou seja, é preciso cortar despesas também.
Para auxiliares do presidente Jair Bolsonaro, isso ficou claro na entrevista dada ontem pelo ministro da Economia, Paulo Guedes. Com aval do presidente, Guedes disse que o Renda Cidadã precisará de uma receita permanente e não pode ser um puxadinho, em referência aos recursos dos precatórios.
O ministro, no entanto, chamou atenção para o crescimento desse tipo de despesa, alegando que ela precisa ser revista.
Mais cedo, o vice-presidente, Hamilton Mourão, também falou na criação de imposto para financiar o programa, mas a nova receita e o programa ficariam fora do teto de gastos.
Guedes defendeu a consolidação de todos os programas sociais, o que resultará em ajustes em alguns deles, como abono. A proposta, no entanto, já foi rejeitada por Bolsonaro, que disse não tirar de pobres para dar a “paupérrimos”.
Na equipe econômica estão descartadas soluções rápidas para a questão e, além disso, a proximidade as eleições é outro complicador que pode empurrar a solução para depois do resultado das urnas.
O plano do ministro é criar um imposto sobre transações nos moldes da extinta CPMF para reduzir os encargos trabalhistas e gerar empregos. Mas esta narrativa enfrenta resistência no Congresso.
Na visão de parlamentares, a reação seria diferente se o governo vincular as novas receitas ao financiamento do programa social. Não necessariamente o novo tributo seria uma CPMF, disse uma fonte.
Moeda brasileira apresenta desempenho bem pior que a lira turca, enquanto no acumulado de 12 meses seu desempenho é próximo do peso argentino.
Com a questão fiscal aumentando a tensão entre os investidores aqui no Brasil, o dólar comercial fechou setembro com uma alta de 2,46% ante o real, cotado a R$ 5,6150 na compra e R$ 5,6160 na venda.
Além da crise do coronavírus, que afeta boa parte das moedas emergentes, o real tem outros fatores que estão pesando em seu desempenho. E um dos principais deles é o risco fiscal, elevado ainda mais esta semana com a decepção do mercado com o programa Renda Cidadã.
Na última semana, analistas já havia apontado esta preocupação diante das dificuldades que o governo já enfrentava para realizar os ajustes necessários na economia. O Bank of America, inclusive, disse estar mais cauteloso com o real e alertou para volatilidade no curto prazo.
Em entrevista para a Bloomberg, Sergio Zanini, sócio gestor da Galapagos Capital, destacou que o mercado está na “torcida para que o que foi anunciado na segunda [o Renda Cidadã] seja revertido em algum momento”.
“O mercado não compra mais esse discurso do Executivo, em que por um lado sempre defende o teto de gastos e a responsabilidade fiscal, mas por outro sempre anuncia planos que vão na contramão”, disse Breno Martins, trader de renda fixa da MAG Investimentos, também para a Bloomberg.
Na segunda, o governo apresentou o novo programa social e tem em sua proposta a ideia de usar o Fundeb e precatórios como forma de financiamento, decisão que foi vista por muitos especialistas como uma “pedalada fiscal”. Isso gerou muitas críticas à proposta e agora o mercado fica de olho para ver o que o governo fará sobre isso.
Nesta quarta, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que nunca foi proposta da equipe econômica romper teto ou financiar programas de forma equivocada, em referência ao direcionamento de recursos para o Renda Cidadã com a limitação ao pagamento de precatórios.
Em coletiva de imprensa, Guedes afirmou que seu time está estudando como fazer a fusão de 27 programas que já existem como forma de consolidar um programa de transferência de renda mais robusto, que represente uma aterrissagem após o fim do auxílio emergencial neste ano. Ele frisou que, como se trata de uma despesa permanente, terá que ser coberta por uma receita permanente.
Com esta preocupação crescente nas últimas semanas, o real se consolidou como a moeda com pior desempenho do mundo em 2020 até o momento, com o dólar subindo 39,60% ante a divisa brasileira, segundo dados da Refinitiv.
A performance é de longe a pior, já que contra a segunda pior divisa, a lira turca, o dólar subiu 29,69%. Com isso, o real também aparece bem atrás de moedas de países com grandes crises, como a Argentina, em que o dólar teve valorização de 27,25% contra o peso.
Outras moedas que veem o dólar registrar forte valorização no ano são o rublo da Rússia (25,17%), o rand sul-africano (19,59%) e os pesos mexicano (16,77%) e colombiano (16,44%).
A crise por conta do coronavírus tem pesado bastante para o desempenho das moedas de emergentes, já que em momentos de maior tensão os investidores globais tendem a procurar ativos mais seguros, entre eles o dólar americano.
Tanto que contra algumas divisas consideradas mais fortes, a moeda dos EUA registra queda neste ano. É o caso do euro, com queda de 4,33% do dólar, do iene japonês (-3,10%) e do franco suíço (-4,86%). Confira:
Já no acumulado de 12 meses, o dólar subiu 34,94% contra o real, em um desempenho muito parecido com a Argentina, por exemplo, onde a moeda americana teve alta de 32,26% no mesmo período.
Vale lembrar que os nossos vizinhos passam por um momento bastante complicado, com diversos calotes de suas dívidas e uma inflação que já supera 42% no acumulado de 12 meses até agosto.
Confira o desempenho das principais moedas em 12 meses:
No dia em que se tem a notícia de que o Ibovespa tem o pior mês desde março com queda de 4,8%; dólar fechando a R$ 5,62, o ministro da Economia, Paulo Guedes, participou de coletiva de imprensa nesta quarta-feira (30) para tentar mostrar que suas ideias ainda estão vivas dentro do governo e do Congresso. Mas o tiro saiu pela “culatra”.
Ele acabou confirmando que a decisão sobre a fonte de financiamento para o programa Renda Cidadã veio da ala política e não da equipe econômica. E, ao tentar rebater as críticas que têm sofrido do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), acabou sendo taxado de “desequilibrado” pelo deputado.
A briga entre Guedes e Maia vem de meses, e por vários motivos. Um deles é a reforma tributária.
O ministro disse que o presidente da Câmara estava interditando o debate em torno da proposta do governo ao não topar pautar a criação da nova CPMF em troca da desoneração da folha para todos os setores. Em suas redes sociais, Maia respondeu dizendo que Guedes é quem estava travando a reforma tributária e lançou o questionamento aos seus seguidores: “Por que Paulo Guedes interditou o debate da reforma tributária?”
Nesta quarta-feira, Guedes foi para a tréplica, falando sobre outra interdição. Disse que ouviu boatos de que o presidente da Câmara teria feito um acordo com partidos da esquerda para não dar andamento aos projetos de privatização do governo. O texto que permite a venda da Eletrobras, por exemplo, está desde novembro de 2019 na gaveta de Maia aguardando despacho para iniciar a tramitação. “Não há razão para interditar as privatizações”, afirmou Guedes.”
Segundo a jornalista Vera Rosa, do Estadão, o desespero pelo fracasso do seu liberalismo de botequim, o Chicago Boy tardio, Paulo Guedes, agarrou-se às barras da saia do Bolsa Família, citando Lula como exemplo de solução para a vida dos mais pobres. Pobres dos quais, hoje, por ironia do destino, Bolsonaro é refém, com o aplauso entusiasta da turma do ódio ao Bolsa Família.
O que Guedes deixou, de maneira bem clara, é que o governo está levando fumo na asa e o sonho de transformar o Brasil no Chile de Pinochet, está melado, enterrado e só não está soterrado porque foi salvo política e economicamente pelo auxílio emergencial que o Congresso propôs e aprovou a contragosto de Bolsonaro. Ou seja, até os dois neurônios de Bolsonaro tiveram que funcionar depois que os dois calos apertaram.
Guedes ainda solta o bordão em defesa do Bolsa Família, “é dinheiro na veia do povo”.
Isso, se não é uma clara confissão de derrota desse governo que se limita a um único olhar sobre toda uma gama de políticas econômicas e sociais produzidas pelos 13 anos de governo do PT, com Lula e Dilma, eu não sei o que é.
Agora, Bolsonaro e Guedes tentam arrumar um suspiro debaixo de um monumento de estupidez que levou o governo à falência precoce, afogado no próprio gorfo provocado pelo garganta Paulo Guedes.
Empresário e fundador do banco Pactual em 1983, ao lado do atual ministro da Economia, Paulo Guedes, Luiz Cezar Fernandes disse à TV 247 que Jair Bolsonaro, mediante o esgotamento do ‘combustível’ do ministro, chamado de ‘posto Ipiranga’, passa adotar uma estratégia populista com o apoio do Centrão para financiar seus projetos. Ele disse também que o governo tem sérios problemas com a dívida interna brasileira e que o calote deve acontecer.
Fernandes explica que o primeiro passo para a implementação de uma agenda populista é conquistar apoio popular e, para isso, não se pode “combater inicialmente o inimigo mais forte”. “Para que ele implemente o populismo ele precisa de apoio popular, então o que o governo está fazendo é tentar buscar apoio onde ninguém possa identificar e apontar o dedo, então ele vai e procura o Centrão, que todo mundo sabe que existe mas ninguém sabe quem é, e aí o seguinte passo é como conseguir pegar segmentos da sociedade que não criem muita resistência e que tenha um certo apoio popular”.
Para o empresário, a iniciativa de tentar financiar o Renda Cidadã com verba de precatórios e do Fundeb é um gesto claro de tentar mobilizar recursos em áreas com baixa resistência para viabilizar um programa social que trará grande retorno de uma camada ampla da sociedade. “Quando o governo fala ‘vou meter a mão no precatório’, quem são os líderes que vão brigar por precatório? Qual a sociedade organizada que vai falar disso? É muito pulverizado, é um foco que não tem resistência. O Fundeb é a mesma coisa, vai ter lá um deputado que vai reclamar, uma Tabata, mas quem é Tabata dentro do contexto político? É muito pouco. Então ele começa a buscar recursos nessas áreas de menor resistência”.
Luiz Cezar Fernandes alertou, porém, que este tipo de ação que toma Bolsonaro é o início apenas de uma política populista, que poderá se agravar ao longo do tempo, chegando até uma atitude como a do ex-presidente Fernando Collor, que confiscou a poupança dos brasileiros. “Como todo populismo, isso não basta. Esse degrau é um dos primeiros. Isso vai avançando até chegar no limite, como já aconteceu várias vezes na Argentina e no nosso caso com o confisco do Collor, o que me surpreende, porque o Paulo Guedes e nós fomos muito resistentes ao Plano Collor e principalmente ao confisco cambial. Agora, como acabou a gasolina do posto Ipiranga, o Centrão está vindo com essas ideias populistas”.
Dívida interna
Para Luiz Cezar Fernandes, o governo Jair Bolsonaro já encontra problemas para rolar a dívida interna brasileira e tenta arrumar possibilidades para sanar a questão. “Nosso problema é a dívida interna, nós não temos problema com a dívida externa. A pressão do mercado internacional é muito menor, nós não somos devedores brutais do mercado internacional, então nosso problema é o mercado interno. De alguma maneira o capital vai ser punido nos próximos anos”.
O mercado se iludiu com Guedes
Ainda na linha do populismo pretendido por Bolsonaro, Fernandes afirma que o mercado, que apoiou a chegada do bolsonarismo ao Palácio do Planalto, se iludiu com o governo e com Guedes. O mercado financeiro, segundo o empresário, acreditou que Guedes poderia fazer sua vontade no ministério da Economia, mas não contava com o desconforto de Bolsonaro diante do “super ministro” Guedes e, agora, o processo de fritura já está em andamento. “Acho que o mercado comprou a ideia de que o Paulo Guedes, tendo essa visão macroeconômica muito forte, saberia mexer claramente as pecinhas. Mas ele, como nós, acho que comprou a ideia de que ele poderia ser realmente o posto Ipiranga. Só que o presidente, que quer uma estratégia populista, tinha que eliminar aquilo que deu popularidade a ele e criar substitutos. Então ele vai eliminando alguns ministros, o Moro, o Mandetta, e agora eu preciso criar um espaço para desfazer a força que tinha o posto Ipiranga. Então não estou fornecendo mais combustível, estou tirando o combustível e daqui a pouco alguém já esqueceu do posto Ipiranga. O Moro, o Mandetta, todos eles achavam que o propósito do presidente era consertar, enquanto o propósito é ser populista”, esclareceu.
Classe média é o marisco
De acordo com o empresário, a classe média é quem pagará a conta pela agenda populista de Bolsonaro. Com o mercado sempre se moldando e se adequando ao cenário momentâneo e as camadas mais populares nos olhos do governo, por conta dos interesses populistas, a classe média é quem deve ser deixada de lado, de acordo com Luiz Cezar Fernandes. “A classe média sempre foi e sempre será o marisco da brincadeira. Ela é o marisco da brincadeira, fica entre o rochedo e o mar. Quem foi para a rua desde 2013 não sabia por que estava indo à rua. Se você pegar 90 pessoas que estavam ali, cada uma tinha uma razão diferente para ir, não existia um movimento coeso. Qual era o objetivo? Então esses movimentos que nós vimos foram todos muito dispersos, então você não conseguia unir, e o Bolsonaro sabe disso, ele não tinha o mote para unir a sociedade, e ele está agora criando isso”.
Uma cena inusitada marcou a coletiva realizada após a reunião entre membros do grupo da articulação política do governo, do Ministério da Economia e do Palácio do Planalto.
Após o líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP-PR), terminar sua fala, o ministro Paulo Guedes assumiu o microfone e começou a falar sobre “tributos alternativos para desonerar a folha”.
Barros e o ministro-chefe da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, encerraram a coletiva e o “escoltaram” para fora do púlpito. Com as mãos para o alto, Guedes disse que foi interrompido pela “articulação política”. O ministro da Economia, Paulo Guedes
O ministro da Economia, Paulo Guedes, falava sobre 'tributos alternativos' quando foi interrompido pelo ministro Luiz Eduardo Ramos e pelo líder do governo na Câmara, Ricardo Barros, e conduzido para longe dos jornalistas https://t.co/SLkqafIS8Ipic.twitter.com/Fo7Mb3BUpw
Atos vistos como abusivos ou extravagantes configuram situação de anormalidade em que nenhuma instituição é o que deveria ser.
O autoritarismo que ataca no varejo, aqui e ali, até formar a massa de truculência que é um Poder incontrastável, já avançou muito mais do que notamos. Os atos vistos como abusivos ou extravagantes, e logo deslocados em nosso espanto por outros semelhantes, já configuram uma situação de anormalidade em que nenhuma instituição é o que deveria ser.
O incentivo que Bolsonaro já propaga para recusas a vacinar-se amplia a descrença que difundiu na contaminação e, sem dúvida, responde por um número alto e incalculável de mortes. Só a vacinação impedirá aqui, se chegar em tempo, o repique que alarma a Espanha, repõe os rigores na Nova Zelândia, abala cidades mundo afora. Nada concede a Bolsonaro a liberdade para as suas pregações homicidas.
Se, no início da pandemia, a atitude de Bolsonaro causou pasmo e indignação, a de agora, apesar de mais grave, é recebida como mais extravagância amalucada e eleitoralmente interesseira. E não como arbitrariedade que se inscreve no Código Penal.
A proibição de Paulo Guedes aos seus assessores, altos escalões do Ministério da Economia, de conversar com Rodrigo Maia, parece uma bobice que nem fica mal no atônito ministro. É, porém, uma atitude só identificável com regimes de prepotência. Os assessores não discutiam com Rodrigo Maia, mas com o presidente da Câmara. Sobre projetos a serem votados e cuja forma influirá na vida nacional, por isso mesmo sujeitos a discordâncias parlamentares.
Onde problemas assim são tratados com responsabilidade, a integridade da Câmara e a repercussão levariam à pronta saída do ministro desajustado. A solução aqui é típica: Maia passará a conversar, em nome da Câmara e sobre assuntos grandiosos como reformas, com um general do bolsonarismo. E o Congresso ficará mais diminuído e passível de mais truculências ditatorialescas.
Os jagunços do prefeito Marcelo Crivella estão atualizados: mostram bem até onde o autoritarismo e a truculência se infiltram nos costumes e nas pessoas.
O bispo Crivella é uma personalidade estranha. Mas, por menos que fosse esperado dele, é surpreendente a sua adesão à truculência para impedir o trabalho de repórteres indefesas. E para afugentar pacientes desesperados nas entradas do inferno hospitalar mantido pela prefeitura. É o que traz da aliança com o bolsonarismo.
O avanço de Bolsonaro na posse do Poder, por ausência de força adversa, não ameaça só as instituições democráticas. “Quem vai decidir sou eu. Nenhum palpite” —é sua advertência no importante assunto da futura, e já atrasada, adoção da tecnologia chamada 5G. Trata-se de uma revolução fantástica nas possibilidades originadas da internet. A disseminação da 5G mudará o mundo.
Será um desastre condenatório para o Brasil se assunto de tal dimensão tecnocientífica ficar com um ignorantaço. Além do mais, confessado entreguista aos Estados Unidos e, portanto, incapaz de ser a voz do futuro brasileiro na escolha entre a tecnologia norte-americana e a chinesa.
O governo Bolsonaro, aliás, já mostrou do que é capaz neste tema, protelando a decisão para o ano que vem. O pretendente a ditador quer decidir sozinho porque, afinal, o atraso é útil ao país do seu ídolo Trump, hoje em reconhecida desvantagem na confrontação tecnológica.
Como a Justiça tarda mas não chega, os Bolsonaro ganharam no Rio uma censura judicial à TV Globo. E o bem informado portal GGN, do jornalista Luis Nassif, foi posto sob outra forma de censura também judicial: a retirada de notícias sobre negócios, no mínimo polêmicos, do banco BTG Pactual. A censura nunca é casual nem isolada. Exprime um ambiente institucional.
Ao menos para não fugir ao seu projeto social, Bolsonaro e Paulo Guedes decidiram por uma concessão: o aumento do salário mínimo a vigorar em 2021. Dos atuais R$ 1.045 para R$ 1.067. Mais R$ 22 por mês. Ou R$ 0,73 por dia.
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou em entrevista à CNN nesta quinta-feira (3) que um almoço que teria com dois secretários do ministro Paulo Guedes foi cancelado e que a sua interlocução a partir de agora será apenas com o Palácio do Planalto.
“A interlocução agora é com o [ministro-chefe da Secretaria de Governo Luiz Eduardo] Ramos”, disse o deputado, em entrevista ao repórter Chico Prado, após receber o projeto do governo para a reforma administrativa das mãos do ministro-chefe da Secretaria-Geral, Jorge Oliveira.
Maia ainda elogiou Ramos e atribuiu ao trabalho dele o avanço da pauta legislativa de interesse do governo Bolsonaro. “Pelo menos comigo, a relação com o ministro Ramos tem sido muito positiva e muito transparente”, comentou.
O fim do seu diálogo com o ministro da Economia não vai, segundo Maia, atrapalhar a agenda de votações da pauta econômica na Câmara dos Deputados.
“Eu não transfiro problema pessoal para a minha função como presidente da Câmara, como deputado federal”, afirmou Rodrigo Maia. “Meu compromisso é com o presidente da República”, completou.
O deputado diz que a exigência de uma comissão especial para a tramitação da Reforma Administrativa, apresentada nesta quinta, não é uma retaliação. Segundo Maia, esse é o trâmite ideal para que a proposta não possa ser questionada na Justiça.
“Se eu queimar etapa, a oposição vai ao Judiciário e ganha, porque regra é para ser cumprida”, disse o presidente da Câmara.
A respeito da proposta apresentada, Rodrigo Maia disse que os parlamentares vão discutir a inclusão do serviço público do Poder Legislativo, que não foi abarcado pelo texto do governo federal.
Em fevereiro Paulo Guedes anunciou um PIB positivo de 1%, isso no pior cenário da pandemia. Mas o que se contava como certo era um PIB positivo de 1,8.
Hoje, o deixa que eu chuto neoliberal, diante de uma pica do tamanho de um cometa, como diria Queiroz, com a queda do PIB de 10%, virou poeta de fim de noite num copo sujo, fazendo declaração de amor ao dono do estabelecimento que aturou o mala bêbado até as 6 horas da manhã. Mas tem terraplanista antivacina que ainda compra as paspalhices econômicas desse sujeito.
Já Dallagnol, foge pela porta dos fundos da Lava Jato, Lava Jato que hoje só existe na cabeça dos românticos da Globo.
Desmoralizado pelo próprio Lula, que foi alvo da fraude do power point, a prescrição do processo depois de 42 adiamentos de Dallagnol, arrastou o próprio MP para um vexame histórico e sua permanência na Lava Jato, que nem existe mais, ficou insustentável.
Mas até o teatrinho curitibano não quis mais o queima filme como logomarca da maior organização criminosa instalada dentro do sistema de justiça no Brasil. Nem o mais otimista anti Dallagnol imaginou assistir a uma decomposição pública dessa monta.
Para piorar a já detonada Lava Jato e o próprio Dallagnol, o TFR-1 (Tribunal Regional Federal da Primeira Região) absolveu Lula por unanimidade jogando no lixo a acusação podre da Força-tarefa contra ele sobre as palestras que a Lava Jato acusou Lula de ter inventado para receber propina da Odebrecht.