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O cerco se fecha: TJ-RJ quebra sigilo telefônico de 11 ex-assessores de Carlos Bolsonaro

O juiz que autorizou a quebra de sigilos fiscal e bancário do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), Marcello Rubioli, da 1ª Vara Criminal Especializada do TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Rio), também autorizou o afastamento do sigilo dos registros de chamadas telefônicas e dos metadados de 11 ex-funcionários do vereador na Câmara Municipal do Rio. A reportagem é de Juliana Dal Piva, Uol.

A decisão é de 24 de maio e teve como base pedido do MP-RJ (Ministério Público do Rio). O juiz autorizou ao identificar “indícios rotundos de atividade criminosa em regime organizado”. Ele escreveu que Carlos é “citado diretamente como o chefe da organização”. A 3ª PIP (Promotoria de Investigação Penal) investiga a existência da prática de rachadinha, a entrega ilegal de salários dos assessores, e da nomeação de pessoas que eram “funcionários fantasmas”.

Com a decisão, os investigadores terão acesso aos dados armazenados nos celulares de um grupo de 11 ex-assessores do gabinete. Serão identificados o histórico de chamadas telefônicas efetuadas e recebidas, dados cadastrais, de conexão com Wi-Fi, de localização e das antenas que tenham sido utilizadas pelos investigados enquanto trabalharam na Câmara do Rio, em períodos entre 2005 e 2019.
Alvos da quebra

Os alvos pertencem a três dos seis grupos identificados pelo MP-RJ como núcleos da organização criminosa. Sete pessoas são parentes de Ana Cristina Siqueira Valle, ex-chefe de gabinete de Carlos (2001 a 2008) e segunda mulher do presidente Jair Bolsonaro.

São eles: André Valle e Andrea Valle, irmãos de Ana Cristina; Marta Valle, cunhada de Ana Cristina, Gilmar Marques, ex-cunhado de Ana Cristina; Guilherme Henrique de Siqueira Hudson, primo de Ana Cristina, e sua mulher Ananda Hudson; e Monique Hudson, cunhada de Guilherme de Siqueira Hudson. Ana Cristina e Carlos Bolsonaro não foram alvo da quebra de sigilo telefônico.

Em seguida, outras quatro pessoas também tiveram o sigilo afastado. Esses ex-assessores integram os núcleos das famílias Góes e Cruz Martins: Rodrigo de Carvalho Góes, Nadir Barbosa Góes, Diva da Cruz Martins e Andrea Cristina da Cruz Martins.

Segundo a decisão do juiz Marcello Rubioli, a quebra do sigilo telefônico dos ex-assessores é “juridicamente viável e necessária”, pois os dados “podem conter informações a respeito da organização criminosa supostamente por eles integrada” e possibilitar a “identificação de outros criminosos e a descoberta dos ilícitos” cometidos em meio às atividades dos indivíduos, que estão “supostamente envolvidos em crimes de notória gravidade”.

O MP-RJ pediu também a quebra de sigilo de Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro, mas o magistrado não autorizou.
“Fortes indícios” de atividade criminosa

Carlos Bolsonaro é investigado pelo MP-RJ desde julho de 2019 pela prática de rachadinha, que é a entrega ilegal de salários dos assessores, e da nomeação de “funcionários fantasmas”, pessoas que não trabalhavam de fato em seu gabinete.

O juiz Marcello Rubioli, que autorizou as quebras de sigilo, escreveu que os elementos de informação ligados aos autos dos processos “apontam para a existência de fortes indícios da prática de crime de lavagem”. Rubioli escreveu ainda que “da leitura dos autos do procedimento declinado, apura-se, facilmente, que se encontram presentes indícios rotundos de atividade criminosa em regime organizado para prática de crimes”. O juiz afirma que “Carlos Nantes é citado diretamente como o chefe da organização, até porque o mesmo efetua as nomeações dos cargos e funções comissionadas do gabinete”.

Procurada pela coluna, a defesa de Carlos Bolsonaro não se manifestou até o momento. Em declarações anteriores sobre a investigação, Carlos Bolsonaro escreveu, em seu perfil no Twitter: “Na falta de fatos novos, requentam os velhos que obviamente não chegaram a lugar nenhum e trocam a embalagem para empurrar adiante a narrativa.”

Na quinta-feira (23), ele postou ainda: “Impren$a, in$titutos de pe$quisa, garganta$ profunda$, “terceira via” e os asseclas do ex-presidiário trabalham em suas publicações de forma tão entranhadas que não mudam nem a vírgula. Imagine se fossem outras pessoas? Toda a narrativa e orque$tra tem método! (sic)”

No ano passado, o MP-RJ denunciou o senador Flávio Bolsonaro, irmão de Carlos, como líder de uma organização criminosa que existia em seu gabinete quando era deputado na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio). A análise da denúncia está suspensa no momento por uma decisão do STJ. Flávio negou ter cometido qualquer ilegalidade.

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Bolsonaro: Quebra de sigilos pela CPI da Covid pode “ferrar” o governo

Duas pessoas que conversaram com o presidente Jair Bolsonaro afirmam, de forma categórica, que ele está com muito medo da quebra de sigilos pela CPI da Covid. No entender de Bolsonaro, isso pode “ferrar” o governo. Há suspeitas entre os senadores de que integrantes do Palácio do Planalto receberam propina de laboratórios fabricantes de cloroquina.

Não por acaso, o presidente esta tentando criar um fato atrás do outro para confundir a população. A fala sobre o possibilidade de o governo derrubar a obrigatoriedade do uso de máscaras por quem já foi vacinado ou teve covid-19 está dentro dessas estratégias.

Assessores do presidente já estão correndo para averiguar até que ponto a quebra de sigilos pela CPI pode atingir em cheio o Planalto. Estão na lista das pessoas que tiveram aprovada a quebra de sigilos telefônico e telemático o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, o assessor internacional da Presidência da República, Filipe Martins, e o empresário Carlos Wizard.

*Vicente Nunes/Correio Braziliense

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Entendimento do STF pode reverter decisão que beneficiou Flávio Bolsonaro

A decisão da desembargadora Suimei Cavalieri, do Tribunal de Justiça do Rio, de paralisar as investigações contra o senador Flávio Bolsonaro, pode fazer com que o Supremo Tribunal Federal seja acionado mais uma vez para se pronunciar sobre o foro privilegiado. E já há um entendimento do STF que, em tese, contraria a argumentação da desembargadora usada para decidir a favor do filho do presidente Jair Bolsonaro.

A desembargadora determinou a suspensão das apurações sobre a rachadinha até que a 3ª Câmara Criminal do TJ julgue o pedido da defesa. Segundo os advogados do senador, a investigação não deveria ter sido conduzida pela primeira instância, porque, à época dos fatos, Flávio era deputado estadual. O foro adequado para julgar ocupantes deste cargo é o Tribunal de Justiça – ou seja, a segunda instância.

A defesa alega que as ordens de quebra de sigilos e de busca e apreensão foram foras emitidas pela primeira instância da Justiça do Rio. Portanto, deveriam ser anuladas. Até o colegiado julgar o tema, o Ministério Público do Rio não poderá concluir as investigações, nem apresentar denúncia contra o parlamentar.

Mas em maio de 2018, o Supremo declarou que deputados e senadores têm de ser investigados e julgados em primeira instância, se o crime do qual são acusados não tiver sido cometido durante o exercício do mandato, e em decorrência do cargo ocupado. Caso contrário, o processo é com o STF.

O que pode reverter a decisão de Suimei é que Flavio poderia ser investigado pela segunda instância se as apurações tivessem começado quando ele era deputado estadual. Mas, em princípio, pela decisão do Supremo, se a investigação foi aberta depois que o político deixou o cargo, o caso vai mesmo para a primeira instância. Mesmo que o cargo tenha sido deixado para que se assuma outro, como o de senador.

 

 

*Com informações do Globo

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Justiça bloqueia R$ 3,5 milhões de Ronnie Lessa, vizinho de Bolsonaro que matou Marielle

A Justiça do Rio de Janeiro determinou ontem à noite a quebra dos sigilos fiscal e bancário e bloqueou os bens do sargento da reserva da PM Ronnie Lessa, acusado de matar a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes. Ao todo, foi sequestrado patrimônio de Lessa avaliado em cerca de R$ 3,5 milhões, de acordo com levantamento feito pelo UOL com base em valores atualizados do mercado imobiliário.

A investigação já rastreou um patrimônio de ao menos R$ 7 milhões pertencente a Lessa —o valor envolve apreensões policiais nos últimos meses e a lista completa de propriedades bloqueadas pela Justiça, que inclui imóveis, terrenos, uma lancha e um carro blindado. Segundo a Polícia Civil, Lessa ocultou parte da sua fortuna com o auxílio de “laranjas”, que também tiveram os seus sigilos quebrados.

O ex-PM Élcio Queiroz, que responde com Lessa pela morte da vereadora, também teve os sigilos quebrados.

Em uma ação em parceria com o Gaeco/MP-RJ (Grupo de Atuação Especial do Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Rio de Janeiro), o inquérito concluiu que os valores são incompatíveis com a renda mensal de R$ 7.400 da aposentadoria de Lessa. O patrimônio do policial aposentado seria o equivalente a 73 anos de pagamentos integrais recebidos da corporação, incluindo o 13º.

A delegacia especializada no combate a crimes como corrupção e lavagem de dinheiro, responsável pelo inquérito, baseou a investigação na análise de relatórios de inteligência financeira.

Parte do patrimônio pode ser usada para indenizar os parentes das vítimas do duplo homicídio, em caso de condenação. Verificamos movimentações atípicas, como depósitos em espécie com valores acima de R$ 100 mil.

São indícios de lavagem de dinheiro e da participação de Ronnie Lessa em outras atividades criminosas, como homicídios encomendados e o envolvimento em jogos de azar. Agora, vamos verificar a origem desses valores.

Delegado Thiago Neves, responsável pela investigação

O sargento da reserva tinha ainda outras fontes de renda.
Reportagem do UOL apontou que ele ainda foi dono de um bingo clandestino e pretendia expandir o seu negócio de distribuição de água para áreas dominadas pelo tráfico, segundo relatório do MP-RJ.

Entre os “laranjas” usados por Lessa, estão a esposa, o irmão e um amigo. A Justiça ainda bloqueou os dados de uma filha dele e do ex-PM Élcio Vieira de Queiroz, também acusado participar do atentado.

A dupla, acusada de cometer o duplo homicídio, foi presa em março de 2019. A investigação ainda irá verificar se há contas bancárias ligadas a Lessa no exterior.

O patrimônio de Ronnie Lessa e de “laranjas”

Bens bloqueados pela Polícia Civil

R$ 1.200.000
Casa luxuosa na Barra da Tijuca,
zona oeste do Rio
Em nome de Dennis Lessa, irmão de Ronnie

R$ 718.000
Lancha modelo Real 330 Special Edition 2018
Em nome de Alexandre Motta de Souza, amigo de Ronnie

R$ 600.000
Terreno no condomínio Portogalo,
em Angra dos Reis (RJ)
Em nome de Ronnie Lessa e de Elaine Pereira Figueiredo Lessa

R$ 400.000
Casa no bairro Pechincha, zona oeste do Rio de Janeiro
Em nome de Ronnie Lessa e de Elaine Pereira Figueiredo Lessa

R$ 300.000
Terreno em Mangaratiba (RJ)
Em nome de Ronnie Lessa e de Elaine Pereira Figueiredo Lessa

R$ 121.000
Jeep Renegate 2018 com blindagem nível III-A
Em nome de Elaine Pereira Figueiredo Lessa, esposa de Ronnie
Bens apreendidos em operações policiais

R$ 3.500.000
Armas de grosso calibre
Valor estimado de peças para montagem de 117 fuzis e 360 munições encontradas na casa de Alexandre Motta de Souza

R$ 61.293
Dinheiro apreendido
Em mandado de busca e apreensão na casa de Ronnie Lessa

R$ 50.000
Dinheiro apreendido
Em mandado de busca e apreensão na casa dos pais de Ronnie Lessa

Lessa é dono de um imóvel luxuoso na Barra da Tijuca, zona oeste carioca, avaliado em pelo menos R$ 1,2 milhões, com valor atualizado. Entretanto, a Polícia Civil suspeita de ocultação da propriedade. Durante cumprimento de mandado de busca e apreensão, os agentes encontraram uma escritura de compra e venda do imóvel, de 7 de julho de 2015.

Manobras para ocultar o patrimônio No documento, a propriedade consta como pertencente a Dennis Lessa, irmão do sargento reformado.

Contas de luz, IPTU e certidões do imóvel também estavam em nome de Dennis. Os comprovantes de pagamento de contas de luz apareciam na conta-corrente de Elaine, esposa de Lessa.

Documento emitido pelo Crea-RJ (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio de Janeiro) com a autorização de uma obra no imóvel em nome do sargento reformado também foi anexado ao inquérito.

Em 29 de junho de 2015, um dia antes do pagamento do ITBI (Imposto de Transmissão de Bens Imóveis), Dennis forneceu uma procuração ao irmão, dando a ele poderes para representá-lo em instituições financeiras.

Uma casa no bairro Pechincha, zona oeste do Rio, também foi bloqueada. Adquirido em outubro de 2002, o imóvel hoje está avaliado em cerca de R$ 400 mil, segundo estimativa de duas entidades especializadas na análise do mercado imobiliário.

 

 

*Herculano Barreto Filho/Uol

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Ministério Público pede condenação de Salles por fraude ambiental para beneficiar Fiesp

MP-SP descobriu “reuniões extraoficiais” de Salles com representantes da Fiesp para alterar projetos feitos pela Secretaria do Meio Ambiente de SP.

O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) está pedindo a condenação em segunda instância do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, por fraudar um plano ambiental no período em que foi secretário do ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB). De acordo com a acusação, Salles fraudou plano pera beneficiar a Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), de Paulo Skaf.

Para a procuradora Fernanda Leão de Almeida, Salles adulterou “de forma dolosa” o plano com o único propósito de atender aos interesses econômicos da Fiesp” e “em inegável afronta ao dever de proteção ao meio ambiente”. Durante as investigações, o MP de São Paulo também descobriu “reuniões extraoficiais” do então secretário com representantes da Fiesp para alterar mapas feitos pela área e aprovados pelo conselho estadual.

Na semana passada, o Tribunal de Justiça de São Paulo acatou um pedido do Ministério Público e permitiu a quebra de sigilos bancário e fiscal do ministro. Ele também é investigado por suposto enriquecimento ilícito durante atuação como servidor do Governo de São Paulo.

Os procuradores responsáveis pelo caso usam a declaração de patrimônio entregue por Salles à Justiça Eleitoral como base da denúncia. Segundo o MP, houve um aumento de 608% entre 2012 e 2018. O patrimônio saltou de R$ 1,4 milhão para R$ 8,8 milhões. Salles diz que as alegações são “absurdas”.

A entidade e ministro negam irregularidades e dizem que foram feitas correções no plano de manejo com consentimento de servidores da área técnica do governo paulista.

 

 

*Com informações da Forum

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Justiça determina quebra de sigilos do Ministro Ricardo Salles por suposto enriquecimento ilícito

MP paulista apura suposto enriquecimento ilícito do ministro, no período em que ele trabalhou no governo Alckmin.

A Justiça paulista determinou a quebra do sigilo fiscal e bancário do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, alvo de uma investigação de suspeita de enriquecimento ilícito conduzida pelo Ministério Público Estadual (MP-SP) desde junho.

A decisão é de segunda-feira, 18, da 10.ª Câmara de Direito Público. O MP-SP já havia solicitado os dados do ministro em duas ocasiões, mas os pedidos haviam sido negados pela Justiça.

A investigação apura como o patrimônio de Salles saltou de R$ 1,4 milhão para R$ 8,8 milhões entre 2012 e 2018 e é conduzida pelo promotor Ricardo Manoel Castro. Ela teve início em julho a partir de representação feita por uma empresa chamada Sppatrim Administração e Participações, que levantou suspeita sobre a evolução patrimonial de Salles com base nas declarações de bens que ele mesmo prestou à Justiça Eleitoral.

Salles nega irregularidades em suas contas. “Todos os meus rendimentos e bens foram declarados por mim mesmo”, disse o ministro ao Estado. “Não tenho nenhum receio acerca da análise dos dados.”

Em uma declaração feita à Justiça Eleitoral em 2012, quando foi candidato a vereador, o ministro apresentou a declaração com o primeiro valor. Ela consistia em aplicações financeiras, 10% de um apartamento, um carro e uma moto.

Em 2018, Salles foi candidato a deputado federal pelo partido Novo. À Justiça, informou possuir dois apartamentos de R$ 3 milhões cada, R$ 2,3 milhões em aplicações e um barco de R$ 500 mil – alta de 335% em cinco anos, corrigindo o valor pela inflação.

Neste período, o ministro ocupou dois cargos do governo Geraldo Alckmin (PSDB). Entre março de 2013 e novembro de 2014, foi secretário particular do ex-governador. Entre julho de 2016 e agosto de 2017, foi secretário do Meio Ambiente.

 

 

*Com informações do Terra