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Vídeos: Multidão tenta barrar chegada de israelenses e judeus em aeroporto na Rússia

Distúrbios levaram a Autoridade de Aviação Civil da Rússia a fechar o aeroporto temporariamente, até 6 de novembro.

Dezenas de manifestantes invadiram, neste domingo, o aeroporto de Makhachkala, capital da república russa do Daguestão, de maioria muçulmana, após o anúncio de que um avião procedente de Tel Aviv, em Israel, estava chegando. Os distúrbios levaram a Autoridade de Aviação Civil da Rússia fechar o aeroporto temporariamente, até 6 de novembro.

“Após a invasão de indivíduos não identificados na área de tráfego, decidiu-se fechar temporariamente o aeroporto para pousos e decolagens”, informou a entidade, acrescentando que forças de segurança foram enviadas para o local.

As autoridades do Daguestão pediram aos manifestantes para porem fim às suas “ações ilegais” e, à noite (tarde no Brasil), informaram que as forças de segurança tinham retomado o “controle” da situação.

Segundo os veículos de comunicação Izvetsia e RT, a multidão ocupou o teto do terminal e invadiu a pista do aeroporto nesta cidade do Cáucaso. Vídeos no Telegram mostram dezenas de pessoas forçando a entrada do aeroporto e tentando controlar os veículos que deixavam o local.

O governo israelense expressou preocupação e informou que está trabalhando para garantir a segurança dos cidadãos israelenses e judeus na área. A Rússia, por sua vez, abriu uma investigação criminal e prometeu deter os manifestantes, segundo o jornal israelense Hareetz.

“Todos os habitantes do Daguestão têm empatia com o sofrimento das vítimas pelas ações de pessoas e políticos injustos e rezam pela paz na Palestina. Mas o que aconteceu no nosso aeroporto é ultrajante e deveria receber a avaliação apropriada das autoridades policiais”, disse Sergei Melikov, governador da república, no Telegram. “Isso será feito.”

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Vetos de EUA, China e Rússia paralisam ONU diante de guerra em Gaza

Numa votação que escancarou o impasse internacional diante da crise no Oriente Médio, o Conselho de Segurança da ONU fracassou uma vez mais em encontrar um consenso sobre como lidar com a atual guerra na Faixa de Gaza. Em duas votações, os membros do órgão máximo da entidade não chegaram a um acordo.

O impasse ocorre ainda num momento de crise diplomática declarada entre Israel e a ONU, que passou a ter seus representantes barrados de entrar no país, e quando a agência alerta que seus estoques de alimentos, água e combustível se esgotaram.

Num primeiro momento, foram os russos e chineses quem vetaram uma resolução dos EUA. A resolução somou dez votos de apoio (França, Equador, Gabão, Gana, Japão, Malta Reino Unido, Albânia e EUA), três contra (China, Rússia e Emirados Árabes) e duas abstenções, entre eles o do Brasil.

No documento, a diplomacia de Washington condenava o Hamas e insistia na necessidade de se reconhecer que Israel tem o direito a autodefesa. O texto falava sobre a possibilidade de um corredor humanitário e mesmo uma pausa humanitária. Mas era considerado como inaceitável pelos países árabes, que insistem sobre a necessidade de que se declare um “cessar-fogo imediato”.

Para o governo chinês, a resolução americana é “irresponsável”. O motivo do veto, segundo os asiáticos, é a ausência de qualquer pedido de cessar-fogo por parte dos americanos no documento. Pequim alerta que, da forma que foi apresentado, o texto autoriza ainda uma escalada do conflito. “O texto não é equilibrado e nem pede investigação sobre os ataques contra o hospital Al Ahli”, disse o chefe da delegação chinesa, Zhang Jun. Para Pequim, o texto ergue uma “nova narrativa” sobre a situação no Oriente Médio.

O governo russo também se recusou a apoiar a resolução e alertou que não houve consultas com os demais membros do Conselho. O texto, segundo o Kremlin, não fala de um cessar-fogo e nem condena ataques contra civis, além de não lidar com a evacuação ordenada por Israel da população palestina.

Para Moscou, a resolução apenas tem um “objetivo politico” para os EUA, enquanto Israel pode conduzir sua invasão terrestre. “É uma licença para isso”, disse o embaixador russo na ONU, Vasily Nebenzya . “É inaceitável. O Conselho não pode permitir isso. Seria um descrédito para o Conselho”, alertou.

Para Moscou, o documento “apenas serve interesse geopolíticos” dos americano e da um “sinal verde” para invasão terrestre.

Linda Thomas-Greenfileld, embaixadora dos EUA, lamentou o comportamento dos russos e alegou que, quando pediu na semana passada que se esperasse a visita de Joe Biden para a região, o governo americano sabia que uma solução diplomática poderia surgir.

Segundo ela, a viagem abriu passagem para uma ajuda para Gaza. “Agora, precisamos ir além e essa resolução iria apoiar isso”, disse a diplomata. Para ela, o governo americano incluiu termos como “pausa humanitária”. Mas alertou que o documento precisava defender a ideia de que Israel tem direitos de garantir sua segurança e deveria condenar o Hamas.

Segunda resolução também vetada
Minutos depois, foram os americanos e britânicos quem vetaram uma resolução proposta pela Rússia, enquanto a crise de milhares de palestinos se agrava. O texto pedia um cessar-fogo. Mas não citava o direito de Israel de se defender.

O documento proposto por Moscou sequer somou os votos suficientes para ser aprovada. Ela contou com apenas quatro apoio, dois votos contra e nove abstenções, entre eles o Brasil. Para o governo americano, a manobra russa era “hipócrita” e buscava apenas ganhar “pontos políticos”. Para ser aprovada uma resolução precisa de pelo menos nove votos de apoio e nenhum veto.

*Jamil Chade/Uol

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Política

‘Brasil pode liderar processo de paz entre Ucrânia e Rússia’, diz embaixador ucraniano

Recém-chegado ao Brasil, Andrii Melnyk afirma que criatividade brasileira pode ajudar na construção da paz.

Recém-chegado a Brasília, o novo embaixador ucraniano Andrii Melnyk pretende mobilizar a diplomacia brasileira a “pensar fora da caixa” e liderar o processo de paz entre as vizinhas Ucrânia e Rússia. Desde fevereiro de 2022, os ucranianos enfrentam a invasão de tropas russas e tentam resistir com ajuda internacional.

Para o representante diplomático do governo ucraniano no Brasil, um dos primeiros passos para essa aproximação entre Kiev e Brasília foi organizar o encontro de mais de uma hora entre Luiz Inácio Lula da Silva e Volodimir Zelenski, em Nova York, na última semana, durante a Assembleia Geral das Nações Unidas. Segundo Melnyk, a conversa franca entre líderes é vista como chance de o mandatário brasileiro entender melhor a situação e se aproximar do país do Leste Europeu.

Durante a entrevista concedida à DW na embaixada da Ucrânia, abrigada numa casa alugada em Brasília, Melnyk argumentou que seria importante receber armas do Brasil, o que, segundo ele, se constituiria numa ajuda humanitária.

DW: Na avaliação do senhor, quais são os maiores equívocos no Brasil sobre a guerra que a Rússia está travando contra a Ucrânia, na sociedade e no plano político? Como planeja combatê-los?

Andrii Melnyk: Os brasileiros sabem que existe o Estado independente da Ucrânia. Mas, basicamente, o conhecimento é muito escasso. Mas não é culpa dos brasileiros, é nosso trabalho que não tem sido feito de forma apropriada nas últimas três décadas.

É nosso trabalho e nossa missão nos aproximarmos da sociedade brasileira e da comunidade política, fazer este contato e explicar nossa causa. Ficamos sem embaixador aqui por um longo período e isso atrapalhou a comunicação sobre o que aconteceu quando ocorreu a grande invasão em fevereiro de 2022.

Essa guerra de agressão, que pode parecer distante dos brasileiros geograficamente falando, afeta também a essência do DNA do Estado brasileiro, e ameaça as fundações da ordem internacional. E o Brasil é um dos países líderes dentro da ONU que tenta fortalecer esta ordem.

Minha segunda tarefa é mostrar para os brasileiros que a Ucrânia é mais do que apenas uma vítima desta guerra terrível. Temos que contar as histórias das pessoas. Ano passado, eu estava em Kiev, eu vivenciei os bombardeios noturnos diários. Muitos amigos meus morreram na linha de combate, muitos se feriram. Civis perderam suas vidas, suas casas. Temos também que contar a história da Ucrânia, o maior país em termos geográficos da Europa. Isso é algo que temos em comum com o Brasil, como o maior país da América do Sul.

Na Alemanha, onde o senhor foi embaixador da Ucrânia de 2015 a 2022, ganhou a reputação de ser franco e de criticar abertamente a classe política do país, incluindo a liderança do governo. O senhor pretende adotar a mesma postura no Brasil?

Honestamente, eu não sei ainda o caminho que eu devo escolher. É fato que não haverá um cenário de ‘copia e cola’, cada situação é única. Eu me sinto honrado por ter servido na Alemanha, tive o privilégio trabalhar lá por sete anos antes da grande invasão russa.

Eu era muito franco quando a guerra começou. Era um apelo sincero meu. Eu não conseguia entender por que a Alemanha, que se envolveu tanto nas negociações de Minsk e que tentava nos ajudar a resolver a primeira agressão russa com a anexação da Crimeia, em 2014, sabendo de todos os riscos, não nos forneceu armas. Minha convicção pessoal é que isso teria prevenido a atual invasão russa, iniciada em 2022. Tendo esse enorme peso geopolítico e econômico, a Alemanha poderia ter desempenhado outro papel para conter a Rússia ou mesmo evitar a guerra, pelo menos naquele momento. Isso não aconteceu.

No Brasil, a tarefa é diferente porque a conexão, por assim dizer, não é tão forte. Há uma comunidade de imigrantes ucranianos aqui de mais de 130 anos no Paraná, existem mais de 600 mil brasileiros com raízes ucranianas. Mas, basicamente, para a maioria das pessoas aqui, a Ucrânia ainda não parece ter um grande significado por enquanto.

Minha meta aqui é contar a história da guerra. Há muitas coisas que precisam ser faladas. Podemos começar com o sequestro de crianças ucranianas: milhares delas foram levadas à força para a Rússia. Elas são dadas para adoção forçada a famílias russas para serem reeducadas. Isso está acontecendo agora, no século 21. É pura barbaridade. Há prisioneiros de guerra ucranianos sendo torturados.

“Pode-se até permanecer neutro de alguma forma”

Há muitos assuntos práticos que têm significado para nós, não só do ponto de vista político e diplomático. A diplomacia brasileira faz parte das mais fortes do mundo, com grande tradição. O Itamaraty é um templo da diplomacia, com todas as pré-condições para ter orgulho dessa tradição, mas a sociedade, o jornalismo, ativistas políticos, ONGs – todos podem desempenhar um papel para influenciar a liderança russa a libertar crianças, na troca de prisioneiros de guerra.

São questões humanitárias. Pode-se até permanecer neutro de alguma forma. Há muito o que pode ser feito aqui para nos ajudar a aliviar as consequências desta guerra terrível. Há áreas enormes na Ucrânia que estão cheias de minas. O Brasil também poderia ajudar a liberar essas áreas, enviando especialistas que podem ajudar a tornar possível o retorno seguro dos moradores.

Na área de meio ambiente, o Brasil também pode ajudar. Nós estamos falando de crimes de guerra em escala industrial que foram cometidos desde o primeiro dia. Quase ninguém fala sobre os danos ecológicos: florestas destruídas, campos que não podem mais ser cultivados nos próximos anos ou décadas.

Como o Brasil, a Ucrânia é um celeiro mundial importante. Então não é só uma guerra nossa, é uma guerra que tem repercussão em outros países, [é uma] ameaça à segurança alimentar.

Liderança do Brasil e obrigação moral

O Brasil pode nos ajudar a garantir que haverá um julgamento de todos esses crimes humanitários. Todos aqueles que perpetraram crimes de guerra, estupro, tortura, que mataram civis, devem ser julgados. Se isso não for feito, se não recuperarmos as áreas ocupadas, haverá um problema, um mau exemplo ficará para outros países, que poderiam cometer os mesmos crimes de guerra, genocídio, crimes contra a humanidade.

O Brasil tem esta ambição de ter um papel de liderança, que é ancorada em seu tamanho geográfico, demografia, em sua economia, em sua cultura. Acho que é uma obrigação moral estar mais engajado e mostrar esta liderança para que outros possam seguir.

Em abril, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que a decisão de iniciar a guerra foi tomada tanto pela Rússia quanto pela Ucrânia. Na semana passada, durante seu pronunciamento de abertura na Assembleia Geral das Nações Unidas, ele optou por adotar um tom distante em relação à guerra na Ucrânia, segundo analistas ouvidos pela DW. Ele não mencionou especificamente a Rússia, apenas a guerra na Ucrânia, num contexto de outros conflitos no mundo – segundo os especialistas, não houve ênfase no conflito. Isto pode não ter agradado ao presidente ucraniano Zelenski, que não aplaudiu Lula. Como o senhor vê a posição do Brasil em relação à guerra na Ucrânia? Essa posição é equivocada?

Eu não diria isso. Em sua posição oficial, o Brasil pertence ao grupo, agora composto por 141 países, que, em fevereiro, na Assembleia Geral da ONU, condenou a invasão, condenou a violação das leis internacionais, além de fazer parte da ampla comunidade internacional que tenta nos ajudar a encontrar uma solução pacífica.

Eu estou muito contente e orgulhoso que pudemos organizar este primeiro encontro entre Lula e Zelenski em Nova York na semana passada. Até então, os dois haviam se falado apenas uma vez por telefone em março. Depois disso, houve muitas declarações, muitas emoções, e isso não foi útil. Ninguém se beneficia disso e ninguém conseguia entender o que estava acontecendo – tomando por base a posição oficial do Brasil, segundo a qual o Brasil está a bordo conosco.

Não foi fácil organizar este encontro devido a esse volume de emoções que foram criadas de forma artificial. Eles conversaram cerca de uma hora e dez minutos. Foi uma conversa franca e honesta entre dois líderes muito ambiciosos, sem grandes expectativas, mas com o desejo de entender melhor a posição de cada um. Foi um bom começo. Podemos chamar de grande avanço, depois deste círculo vicioso de concepções e interpretações equivocadas vividas no passado.

“Iniciar negociações agora faria pouco sentido”

Não temos um processo de paz. Nós só temos uma guerra brutal porque Putin não está disposto a negociar. E isso foi um dos tópicos do encontro. Meu presidente tentou explicar para Lula por que iniciar negociações [de paz] agora faria pouco sentido. Não há uma mínima confiança sobre o que o chefe do Kremlin diz ou faz. As promessas que ele faz são palavras vazias.

Nós queremos paz. O Brasil pode ajudar a preparar o terreno para essas negociações. Chegar a um cessar-fogo não é o suficiente para atingir uma paz duradoura. Poderia acontecer o mesmo que ocorreu com o Acordo de Minsk, que não foi implementado, e muitos países negligenciaram as consequências e uma grande guerra se instalou no nosso território.

O senhor então acredita que o Brasil poderia liderar este processo das negociações de paz?

Certamente. Para mim, o Brasil é predestinado a ter um papel mais ativo por diferentes razões. Este tem que ser um processo muito criativo, já que não há um exemplo similar no passado recente. Pela primeira vez, há um membro permanente do Conselho de Segurança da ONU atacando, agredindo, invadindo um país vizinho e com um direito de vetar qualquer decisão política.

É um dos principais problemas da ordem legal atual que está ameaçada pela Rússia e não há um instrumento para forçar o país agressor a parar a invasão. Nosso apelo a todos os amigos e parceiros brasileiros é pensar fora da caixa, pensar de forma criativa. Esse é o maior desafio que a humanidade enfrenta depois da Segunda Guerra, um trauma que continua vivo para nós: na Segunda Guerra, perdemos cerca de 10 milhões de ucranianos.

Como na Segunda Guerra, os civis são os que mais sofrem, porque a Rússia usa táticas sinistras de colocar os civis como alvo, atacando vilas, hospitais, escolas, museus, empresas, portos. No campo de batalha, a Rússia não se mostra como um país com um grande Exército. Parece que, para compensar isso, eles atingem os civis para criar terror, forçar os ucranianos a deixar o país, ou ir para outras regiões mais distantes do conflito.

Atualmente, as estruturas existentes dentro da ONU não oferecem soluções para nos ajudar a parar a guerra por meio diplomático. Estamos pedindo ajuda para pensar nesta solução não só ao governo brasileiro, mas também a think tanks, ONGs, universidades.

O Brasil deveria fornecer armas para a Ucrânia?

Primeiro, é uma decisão de total soberania do governo brasileiro, que tem que cuidar de seus interesses e formular sua própria agenda. Sob o nosso ponto de vista, podemos falar apenas da perspectiva de vítimas, de civis. Gostaria de ressaltar isso novamente, pois uma coisa que não é sempre compreendida aqui é a natureza maligna desta guerra. A propaganda russa diz todo o tempo aqui que se trata de um conflito menor, quase uma guerra civil, que a Rússia está lutando contra o Ocidente, contra a Otan – que seria má – que desejaria invadir o território dela.

E gostaria de repetir esse dado: esta é uma guerra que está sendo travada contra alvos que são 94% civis. Drones, foguetes e todas as outras armas que eles usam são direcionadas para civis em 94% dos casos. Isso muda tudo.

É uma guerra que está sendo travada contra idosos, crianças, mulheres. Se não fosse o sistema de defesa aéreo, fornecido por países como a Alemanha, que abate os drones e foguetes que voam literalmente sobre nossas cabeças na Ucrânia, mais escolas e casas teriam sido destruídas e mais pessoas teriam morrido.

Desse ponto de vista, são um pedido e uma expectativa justos por parte da sociedade ucraniana. O Brasil poderia ter um papel de liderança também aqui na América Latina nesse sentido. Enviar munição para sistemas de defesa como os Gepard, enviados pela Alemanha em 2022, poderiam salvar vidas, não seria participar das hostilidades, ou assumir um lado ou outro do conflito. Eles ajudam os nossos militares a “fechar o céu”, deixar as cidades mais seguras.

“Ninguém espera que o Brasil se envolva nas zonas de conflitos”

Ninguém espera que o Brasil se envolva nas zonas de conflito, mas que ajude de outras maneiras, como, por exemplo, com a retirada de minas, fornecendo munições para o sistema de defesa aéreo e veículos para transporte de feridos nas cidades bombardeadas. O Brasil também poderia nos ajudar na questão da energia, com geradores e outros equipamentos que poderiam ser enviados às cidades e que ajudariam os ucranianos a sobreviver ao próximo inverno [no Hemisfério Norte], que será uma estação muito difícil.

Por que a Ucrânia até agora praticamente não conseguiu mobilizar um apoio significativo no Sul Global?

É uma pergunta difícil, e ainda não temos uma resposta apropriada. Há muitos fatores que, infelizmente, nós deixamos de lado nestas três décadas depois de termos conquistado novamente a nossa independência.

Nós não investimos muito tempo e atenção em todos os países que agora são chamados de Sul Global, um termo do qual eu não gosto muito porque coloca países muito diferentes numa mesma denominação. Em parte, foi um erro nosso.

*Com Brasil de Fato

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Putin rompe silêncio, envia condolências a família do líder do grupo Wagner e diz que vai investigar queda de avião

Presidente russo fala sobre caso quase 24 horas depois de aeronave cuja lista de passageiros tinha o nome de Yevgeny Prigozhin. Antigo aliado do líder russo, Prigozhin liderou rebelião contra seu governo. Morte ainda não foi confirmada.

Quase 24 horas após a queda de um avião em Moscou cuja lista de passageiros tinha o nome do líder do grupo Wagner, Yevgeny Prigozohin, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, rompeu o silêncio sobre o caso.

Em discurso transmitido pelas TVs do país, Putin, antigo aliado de Prigozhin, enviou condolências a família do líder do grupo de mercenários. A morte, no entanto, não havia sido confirmada por nenhuma autoridade de forma oficial até a última atualização desta notícia.

Na quarta-feira (23), após a notícia de que um avião de passageiros de pequeno porte havia caído nos arredores de Moscou, a imprensa local divulgou que Prigozhin estava na aeronave. Mais tarde, a agência civil de aviação russa confirmou que o líder do grupo Wagner figurava na lista de passageiros e chegou a embarcar.

“(Prigozhin) era uma pessoa com um destino complicado, e cometeu erros graves na vida, mas também procurou alcançar os resultados necessários – tanto para si como no momento em que lhe pedi, pela causa comum, como nestes últimos meses”, declarou o presidente russo.

Sobre a causa ainda desconhecida da queda do avião, Vladimir Putin disse que “é preciso esperar o que dirão os investigadores do caso” e afirmou não ter pressa para solucioná-lo.

Sem mencionar o rompimento recente entre os dois, Putin chamou Prigozhin de um “empresário talentoso” e disse conhecê-lo desde os anos 1990.

Os dois eram fortes aliados, mas romperam após o mercenário liderar uma rebelião contra o governo russo em protesto pela falta de envio de equipamentos e armas a tropas do grupo Wagner que lutam na Ucrânia ao lado da Rússia.

Em discurso após o motim do grupo Wagner, que aconteceu em junho e durou cerca de 24 horas, Putin chegou a chamar seu antigo amigo de um traidor.

A família de Prigozhin também não havia se pronunciado até a última atualização desta notícia.

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Rússia considera que Macron não tem nada a oferecer à cúpula do BRICS

Sputnik – A presença na cúpula do BRICS do presidente francês Emmanuel Macron, que pediu às autoridades sul-africanas para participar da reunião, mas nunca recebeu um convite, não ajudaria a resolver os problemas enfrentados pela união, afirmou em briefing a representante oficial do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova.

Maria Zakharova relembra que o envio de convites é prerrogativa do presidente do bloco, em coordenação com todos os participantes da associação.

“Quanto à posição russa, temos repetidamente expressado isso. Consideramos inapropriada a participação nas reuniões do BRICS dos representantes da linha de frente hostis ao nosso país e aos Estados que seguem o curso neocolonial dos países do Ocidente coletivo”, disse ela.

A chancelaria russa lembrou que o BRICS foi criado “para reforçar o papel dos países em desenvolvimento em um mundo multipolar, para desenvolver agendas coletivas, criativas e unificadoras para toda a

“Estamos convencidos de que a participação do presidente da França na cúpula do BRICS não contribuiria de forma alguma para a implementação dessas tarefas. A França não tem nada a oferecer a esta associação, que poderia interessá-lo [Macron]”, acrescentou Zakharova.

Anteriormente, o portal local News24 informou que o presidente francês Emmanuel Macron havia pedido às autoridades sul-africanas para estar presente na cúpula do BRICS em agosto.

De acordo com uma fonte informada, a África do Sul não respondeu se está preparada para permitir que outros líderes internacionais participem do evento. Um porta-voz do presidente sul-africano disse mais tarde à Sputnik que não tinha conhecimento do pedido de Macron para estar na cúpula do BRICS como convidado.

Na quarta-feira (19), o gabinete do presidente sul-africano Cyril Ramaphosa confirmou que a cúpula será realizada de 22 a 24 de agosto e Sergei Lavrov, ministro das Relações Exteriores da Rússia, representará a Rússia.

Além do presidente sul-africano Cyril Ramaphosa, os presentes da China, Xi Jinping, e do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, bem como o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, participarão do evento.

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Vídeo: Tiros dos rebeldes causam pânico em Rostov: Rússia vive situação de pré-guerra civil

A Rússia já enfrenta uma situação interna de ameaça de guerra civil, deflagrada pelo grupo paramilitar Wagner, que se rebelou contra as Forças Armadas regulares do país.

O grupo diz que domina a cidade russa de Restov, no Sul do país. Agora há pouco, houve pânico e correria no centro, diante de grande quantidade de tiros do conflito armados. Os rebelados ameaçam marchar para Moscou.

O chefe do Grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, pediu, neste sábado (24), a presença do ministro da Defesa da Rússia, Serguei Choigu, e do comandante das Forças Armadas do país, general Valeri Gerassimov, em Rostov e que bloqueará a cidade enquanto eles não chegarem.

“Queremos [Gerasimov] e Shoigu. Até que eles cheguem, vamos ficar, bloquear Rostov e seguir para Moscou”, afirmou Prigozhin.

O líder mercenário ainda afirmou que todas as inslações militares de Rostov estão sob seu controle, incluindo o aeroporto local. Ele indicou que está no quartel-general local negociando a situação.

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Lula liga para Putin, recusa convite de visita à Rússia e reforça proposta de paz

Presidente Lula aproveitou a ocasião para reiterar a proposta de que o Brasil colabore na negociação de paz para a guerra com a Ucrânia, diz o Metrópoles.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) conversou com o líder da Rússia Vladimir Putin, por telefone, nesta sexta-feira (26/5). O mandatário brasileiro afirmou, durante a conversa, que não poderá atender ao convite para visitar o país durante a reunião do Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo, em junho.

Lula foi convidado para participar do evento em abril, durante a visita do chanceler da Rússia, Sergey Lavrov, a Brasília. Na ocasião, o chefe do Executivo federal não confirmou a agenda. Nesta sexta (26/5), ele avisou ao chefe do Kremlin, por ligação telefônica, que não tem disponibilidade para viajar na data.

O titular do Planalto também reiterou a posição do Brasil de conversar com os dois lados da guerra entre a Rússia e a Ucrânia para negociar o fim do conflito, que já se arrasta por mais de um ano.

Em nota, o governo russo afirmou que, durante a conversa, Lula deu “contribuições fundamentais sobre o andamento da situação na Ucrânia”.

“O presidente do Brasil compartilhou suas impressões sobre sua participação na recente cúpula do G7 e também delineou sua visão de possíveis esforços de mediação para encontrar uma solução para o conflito na Ucrânia.”

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Política

Celso Amorim diz que Brasil não tem a mesma posição que a Rússia sobre a guerra e defende integridade da Ucrânia

O assessor especial para assuntos internacionais da Presidência, Celso Amorim, rebateu as críticas das potências ocidentais sobre as declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a guerra na Ucrânia. Em entrevista à GloboNews nesta terça-feira, o ex-chanceler brasileiro disse que o Brasil não tem as mesmas posições da Rússia e “defende a integridade territorial da Ucrânia como defende a de todas as nações”.

Amorim manteve a posição crítica do chefe de Estado brasileiro contra o uso do dólar como moeda única para transações internacionais, argumentando que a prática prejudica as trocas comerciais entre Brasília e Moscou.

— A gente está falando sobre uma moeda única para fazer transações. A própria Rússia poderia comprar mais do Brasil, por causa disso as nossas exportações para a Rússia estão sendo prejudicadas — destacou o ex-chanceler. — Não se trata de criticar os Estados Unidos (…), é sobre um sistema que permita um comércio livre de injunções políticas, muitas delas estranhas a nós.

De acordo com o assessor especial do Palácio do Planalto, embora as sanções ocidentais não alcancem as exportações de alimentos e fertilizantes russos, a exclusão da Rússia do sistema financeiro Swift, amplamente usado para transações internacionais entre diferentes países, prejudica as trocas comerciais com Moscou.

Questionado sobre se o Brasil estaria adotando um posicionamento mais alinhado a Moscou do que a Kiev, Amorim disse que o país condenou a invasão na ONU e apenas não apoiou resoluções unilaterais que afetariam outros países. O ex-chanceler ainda respondeu ao convite feito pela Ucrânia nesta terça-feira para que o governo brasileiro conhecesse o país. Segundo ele, a viagem precisaria ter como objetivo a busca por uma saída à guerra e não motivada apenas para supostamente ouvir todos os lados.

— A questão de ir ou não é saber qual o objetivo: se for pra pensar em soluções, eu estou pronto para ir até lá se o presidente Lula me permitir — afirmou, pontuando já conhecer a realidade de um conflito como o travado no território ucraniano. — Claro que nós não somos insensíveis, nós prezamos pela paz.

*Com O Globo

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Lavrov, a pedido de Putin, convida Lula para visitar a Rússia

Sergey Lavrov, ministro das Relações Exteriores da Rússia, transmitiu ao presidente Lula (PT) um convite do presidente russo, Vladimir Putin, para visitar a Rússia, explicou nesta segunda-feira (17) o Ministério das Relações Exteriores do Brasil, diz o 247.

“Trabalharemos para identificar datas convenientes para ambos os lados”, disse o chanceler Mauro Vieira em um briefing após conversas com Lavrov.

Os dois ministros das Relações Exteriores também discutiram a situação na Ucrânia, revelou Vieira.

“Com relação à situação internacional, abordamos o conflito, os últimos desenvolvimentos na Ucrânia. Também reiterei que estamos prontos a nos engajar em uma solução pacífica para este conflito, lembrando as declarações do presidente Lula para que criássemos um grupo amigável às conversações entre a Rússia e a Ucrânia”, disse.

“Com relação à situação internacional, abordamos o conflito, os últimos desenvolvimentos na Ucrânia. Também reiterei que estamos prontos a nos engajar em uma solução pacífica para este conflito, lembrando as declarações do presidente Lula para que criássemos um grupo amigável às conversações entre a Rússia e a Ucrânia”, disse.

“Afirmo também nossa posição sobre um cessar-fogo o mais rápido possível, sobre o respeito ao direito humanitário e também sobre o estabelecimento de uma paz a longo prazo, que é importante para nós”, acrescentou o ministro.

Quanto a Lavrov, ele garantiu que a Rússia está interessada em resolver o conflito ucraniano o mais depressa que pode, e que Moscou já explicou seus objetivos inúmeras vezes.

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Rússia prende jornalista dos EUA por suposta espionagem

Serviço de segurança russo, o FSB, disse ter detido repórter do The Wall Street Journal Evan Gershkovich, a quem acusa de espionar sobre uma instalação militar do país. Prisão é a primeira de jornalista dos EUA na Rússia por espionagem desde a Guerra Fria.

Segundo o G1, o serviço de segurança da Rússia, o FSB, anunciou nesta quinta-feira (30) ter detido o repórter do jornal norte-americano The Wall Street Journal Evan Gershkovich por suspeita de espionagem.

O Kremlin acusa Gershkovich, que é cidadão dos Estados Unidos, de coletar informações classificadas como segredo de estado sobre uma instalação militar da Rússia. O The Wall Street Journal negou a acusação e exigiu a libertação imediata de Gershkovich.

Em um comunicado, o FSB afirma que o jornalista foi preso na cidade de Ecaterimburgo, no centro-oeste da Rússia, enquanto tentava obter informações governamentais secretas.

“Foi estabelecido que E. Gershkovich, agindo sob uma missão do lado norte-americano, estava reunindo informações classificadas como segredo de estado sobre a atividade de uma das empresas do complexo militar-industrial da Rússia”, disse o FSB em seu comunicado.

O jornalista é o primeiro repórter de um meio de comunicação dos Estados Unidos a ser preso por acusações de espionagem na Rússia desde a Guerra Fria. O caso ocorre em meio ao acirramento das tensões entre Moscou e Washington por conta da guerra na Ucrânia.

O FSB disse ainda que abriu um processo criminal por suspeita de espionagem contra Gershkovich, que escreve para o jornal.

A ministra de Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, afirmou que a prisão não tem nenhuma relação com as atividades jornalísticas do repórter. Zakharova disse que ele realizava “funções não jornalísticas” em Ecaterimburgo.

“O Wall Street Journal nega veementemente as alegações do FSB e busca a libertação imediata de nosso confiável e dedicado repórter, Evan Gershkovich. Somos solidários com Evan e sua família”, disse o jornal norte-americano, em comunicado.

O jornal e o governo dos Estados Unidos ainda não haviam se pronunciado sobre a suposta detenção até a última atualização desta notícia.

Segundo a agência de notícias Reuters, Gershkovich, que escreve sobre a Rússia desde 2017, já trabalhou também no jornal The Moscow Times e na agência de notícias francesa Agence-France Presse. Nos últimos meses, ele cobriu principalmente a política russa e o conflito na Ucrânia.

Seu celular não foi localizado por geolocalização na quinta-feira, e, segundo o serviço de mensagens Telegram, ele esteve on-line pela última vez na quarta-feira às 13h28, no horário de Moscou (07h29 no horário do Brasil).

Sua reportagem mais recente, publicada no The Wall Street Journal no início desta semana, falava sobre a desaceleração da economia russa em meio às sanções ocidentais impostas quando as tropas russas entraram na Ucrânia no ano passado.

A última vez em que um jornalista dos EUA foi detido na Rússia acusado de espionagem foi em setembro de 1986. Na ocasião, o repórter Nicholas Daniloff, correspondente em Moscou do U.S. News and World Report, foi preso pela KGB – a antecessora da FSB.

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