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China sobre as tarifas de Trump: ‘Não provocamos problemas, mas também não temos medo’

Governo chinês reage duramente às novas sanções comerciais de Donald Trump e acusa Washington de violar regras da OMC e prejudicar a economia global.

A China voltou a criticar com veemência as novas tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos. Em comunicado divulgado neste sábado (5), e repercutido pela agência Sputnik Brasil, o governo chinês afirmou que “não provocamos problemas, mas também não temos medo deles” e alertou que continuará a tomar “medidas decisivas” para proteger seus interesses soberanos e econômicos.

A reação ocorreu após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar na última quarta-feira (2) a aplicação de novas tarifas sobre importações de uma ampla lista de países, incluindo a China. As alíquotas mínimas são de 10%, mas os percentuais variam conforme o déficit comercial dos EUA com cada país. Para a China, o novo pacote estabelece tarifas de 34%, que somadas aos 20% impostos em março por suposta negligência de Pequim no controle do tráfico de fentanil, elevam a carga total a 54%.

“O governo chinês condena e se opõe veementemente a isso”, diz o comunicado oficial de Pequim, que também acusa os Estados Unidos de violar seriamente as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC), de prejudicar o sistema multilateral baseado em normas e de afetar a estabilidade econômica global. “Pressão e ameaças são a maneira errada de lidar com a China”, reforça a nota.

O governo chinês também exortou Washington a abandonar o uso de tarifas como “arma para derrubar a economia e o comércio da China” e a respeitar o “direito legítimo do povo chinês ao desenvolvimento”.

O ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, também se manifestou sobre o tema em entrevista à Sputnik. Segundo ele, o aumento das tarifas americanas “não tem fundamento” e não ajudará a Casa Branca a solucionar seus desafios econômicos internos. “Isso causará sérios danos não apenas ao mercado global e à ordem comercial, mas também à reputação dos próprios Estados Unidos”, advertiu Wang.

As crescentes tensões comerciais entre Washington e Pequim reacendem os temores de uma nova escalada protecionista com impacto direto sobre o comércio internacional e a economia global. Economistas alertam que as medidas podem agravar desequilíbrios financeiros e aumentar os riscos de recessão em várias regiões do mundo.

A resposta firme da China sugere que o segundo mandato de Donald Trump à frente da Casa Branca, iniciado em 2025, manterá o tom confrontacional com a potência asiática, especialmente em questões comerciais e geopolíticas. A disputa tarifária tende, assim, a se tornar um dos principais focos de instabilidade econômica nos próximos meses, diz o 247.

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Lula reage às tarifas de Trump: “Tomaremos todas as medidas cabíveis para proteger nossas empresas e nossos trabalhadores”

Presidente critica sobretaxas e cita nova lei aprovada pelo Congresso que agiliza retaliação.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou, nesta quinta-feira (3), a decisão de Donald Trump de impor tarifas sobre produtos brasileiros. Em evento para avaliar os primeiros anos de seu governo, (foto) Lula garantiu que o Brasil responderá à medida com ações concretas. “Responderemos a qualquer iniciativa de impor protecionismo, que não cabe mais ao mundo”, afirmou.

Na quarta-feira (2), Trump anunciou que todas as importações do Brasil sofrerão uma taxa de 10%, como parte de seu decreto de tarifas recíprocas contra países que cobram impostos sobre produtos norte-americanos. Em resposta, o Congresso Nacional aprovou um marco legal que permite ao Brasil retaliar medidas comerciais que considerar injustas, rompendo com a atual regra da Organização Mundial do Comércio (OMC), que proíbe tratamentos diferenciados entre países.

Durante o evento, Lula reforçou a postura soberana do país: “Somos um país que não tolera ameaça à democracia, que não abre mão de sua soberania, que não bate continência para nenhuma outra bandeira que não seja a bandeira verde e amarela, que fala de igual para igual e que respeita todos os países — dos mais pobres aos mais ricos —, mas que exige reciprocidade no tratamento”.

Lula diz que lei aprovada pelo Congresso será referência

O governo brasileiro, segundo o presidente, usará os instrumentos legais aprovados para proteger empresas e trabalhadores nacionais. “Diante da decisão dos EUA de impor uma sobretaxa aos produtos brasileiros, tomaremos todas as medidas cabíveis para proteger as nossas empresas e nossos trabalhadores brasileiros, tendo como referência a lei de reciprocidade econômica aprovada ontem no Congresso Nacional e as diretrizes da OMC”, declarou Lula.

O evento, chamado de “Brasil dando a volta por cima”, foi estruturado de forma diferente das tradicionais cerimônias do governo. Lula e a primeira-dama Janja assistiram à abertura da plateia antes de o presidente subir ao palco para discursar.

Evento é parte da estratégia para tentar reverter queda de popularidade

Apesar da resposta firme ao protecionismo norte-americano, Lula enfrenta queda na popularidade. Pesquisa Quaest divulgada na quarta-feira (2) revelou que a desaprovação ao seu governo subiu para 56%, o pior índice desde o início do mandato. Para tentar reverter esse cenário, a equipe de comunicação do governo tem apostado em estratégias de redes sociais e entrevistas, além da retomada de programas sociais e do crescimento econômico.

Aliados do presidente lamentam que avanços como o aumento real do salário mínimo e o crescimento do PIB não estejam impactando positivamente a avaliação do governo. Entre os fatores que pesam contra Lula, especialistas apontam o aumento no preço dos alimentos e a insegurança pública. Desde o ano passado, o presidente promete enviar ao Congresso uma PEC para ampliar a participação da União na segurança pública, mas a proposta ainda não foi apresentada, de acordo com o g1.

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Mundo

Deu no New York Times: Tarifas de Trump ameaçam perturbar a ordem econômica global

Tarifas de Trump ameaçam perturbar a ordem econômica global.

Invocar a segurança nacional para desfazer acordos comerciais pode embaralhar o sistema de comércio internacional em favor da China.

No Panamá, Rubio intensifica confronto sobre o canal

O secretário de Estado Marco Rubio disse ao líder do país que os EUA poderiam tomar medidas não especificadas para “proteger seus direitos”, de acordo com o Departamento de Estado.

Ações na Ásia afundam enquanto mercados globais se preparam para as consequências das tarifas de Trump.

Abacates, Tomates e Carros: Tarifas Podem Aumentar Preços para Consumidores dos EUA.