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Vídeo: Piloto diz que Rueda, presidente do União Brasil, é dono de aviões operados por empresa de voos do PCC

Segundo o piloto, presidente do União Brasil era citado pelo dono e por funcionários da TAP como o líder de um grupo que financiou clandestinamente a compra de aeronaves particulares

Um piloto que transportava regularmente a dupla que liderava um mega-esquema de lavagem de dinheiro que atendia ao PCC afirmou em depoimento à Polícia Federal que o presidente do União Brasil, Antonio Rueda, está entre os verdadeiros donos de quatro dos dez jatos executivos operados por uma empresa de táxi aéreo.

Em entrevista exclusiva ao ICL Notícias, Mauro Caputti Mattosinho, 38 anos, disse que Rueda era citado por seu chefe como o líder de um grupo que “tinha muito dinheiro que precisava gastar” na compra de aeronaves, avaliadas em dezenas de milhões de dólares.

“Havia um clima de ‘boom’ de crescimento na empresa. E isso foi justificado como sendo um grupo muito forte, encabeçado pelo Rueda, que vinha com muito dinheiro que precisava gastar. Então, a aquisição de várias aeronaves foi financiada”, diz Mattosinho na entrevista gravada em vídeo.

Rueda nega ser dono dos aviões e “repudia com veemência qualquer tentativa de vincular seu nome a pessoas investigadas ou envolvidas com a prática de algum ilícito”, afirmou em nota oficial.

O presidente do União Brasil diz que “já voou em aeronaves particulares em voos fretados por ele ou como convidado”, mas que “nunca participou da compra das aeronaves”. E que costuma realizar seus deslocamentos “em voos comerciais”.

piloto

“A história que contei para vocês eu repeti para a Polícia Federal”, afirmou Mattosinho, na entrevista ao ICL Notícias. A reportagem teve acesso ao depoimento, prestado por ele há 17 dias no aeroporto Catarina, em São Roque (SP), antes de pedir demissão.

Mattosinho entrou na TAP (Taxi Aéreo Piracicaba) em 2023 e saiu há duas semanas, depois de transportar os parentes de Beto Louco para o Uruguai na véspera da mega-operação da PF, da Receita e do Ministério Público de SP, realizada no fim de agosto, que revelou um enorme esquema de lavagem de dinheiro que inclui o uso de fundos de investimento.

O piloto afirma ter transportado ao menos 30 vezes Mohamad Hussein Mourad, mais conhecido como Primo, e Roberto Augusto Leme da Silva, o Beto Louco. Ambos são apontados como líderes do esquema que atendia ao PCC e estão foragidos da Justiça.

O piloto, que se diz indignado pelo conteúdo das conversas que presenciou, procurou o ICL Notícias pela primeira vez em novembro do ano passado.

O ICL Notícias e o UOL apuraram que duas aeronaves atribuídas por Mattosinho a Rueda pertencem a fundos de investimentos que têm apenas um controlador, cujo nome não é divulgado.

Uma terceira aeronave está em nome de uma empresa registrada na periferia de Imperatriz (MA). Em entrevista, a única sócia da empresa disse desconhecer a firma e a aeronave.

Na entrevista em vídeo, Mauro Mattosinho reafirmou ter transportado em voo uma sacola de papelão que aparentava conter dinheiro vivo, na mesma data em que Beto Louco mencionou a outros passageiros que teria um encontro com o senador Ciro Nogueira (PI), presidente nacional do PP, conforme revelou o ICL Notícias no dia 1º deste mês.

O senador nega ter “tido proximidade de qualquer espécie” com Beto Louco e também nega ter recebido qualquer valor. Ciro ingressou com processo contra o ICL Notícias, pedindo pagamento de indenização por danos morais.

“O senador tem direito de buscar a Justiça em uma sociedade em pleno exercício do Estado Democrático de Direito. Não o teria em caso de ditaduras, nem armadas e nem ‘de toga’. O ICL não se intimida com tentativas de assédio judicial e reafirma a qualidade de suas práticas jornalísticas”, reagiu Leandro Demori, diretor de jornalismo do ICL Notícias..

O piloto trabalhou de novembro de 2023 até o começo deste mês na empresa Táxi Aéreo Piracicaba, conhecida pela sigla TAP. Ele começou atuando como piloto de voos do Primo e depois passou a atender Beto Louco. Os dois estão foragidos da Justiça.

A TAP é administrada pelo empresário Epaminondas Chenu Madeira. O ICL Notícias teve acesso a conversas de WhatsApp entre Mattosinho e Epaminondas, em que o dono da TAP cita “Beto” e “Moha”, referindo-se a Beto Louco e Mohamed (Primo).

“Irmão ta foda a situação Beto e Moha Velho. Eu voltando vamos trocar uma ideia. Pra nós alinhar. Mas os caras lá tão foda. Mas to carregando nas costas sozinho”, escreveu Epaminondas no dia 14 de março de 2025, às 16h50. A reportagem transcreveu a mensagem da maneira como ela foi escrita.

Procurada, a defesa de “Primo” informou que não irá se manifestar. Já o advogado de “Beto Louco”, Celso Vilardi, não retornou os contatos.

Aeronaves em nome de terceiros
Mattosinho diz que Rueda viaja constantemente em jatos operados pela mesma empresa, embora ele não fosse o piloto destes voos. Era mencionado como “Ruedinha”, diminutivo de seu nome.

A vida de luxo e as polêmicas que envolvem o político foram relatadas no ano passado em reportagem do UOL.

“[Rueda] É uma pessoa que já fazia negócios com a Táxi Aéreo Piracicaba desde quando eu cheguei lá como funcionário, aproximadamente dois anos atrás. Ele já era um nome que circulava como [sendo] sócio em uma aeronave de pequeno porte”, lembra.

A aeronave à qual ele se refere é o jato bimotor Raytheon 390 Premier, matrícula PR-JRR.

De acordo com os registros da Anac, a aeronave pertence à empresa Fênix Participações, controlada pelo advogado Caio Vieira Rocha, filho do ex-ministro César Asfor Rocha; pelo ex-senador Chiquinho Feitosa (Republicanos-CE) e por um dono de concessionárias de Pernambuco.

Falando em nome dos sócios, Vieira Rocha negou que Rueda tenha participação na aeronave ou tenha viajado nela.

”Antonio Rueda não é proprietário da aeronave e nem sócio de nenhuma das 3 empresas sócias da aeronave”, escreveu Vieira Rocha.

Conforme registros oficiais,o jatinho foi comprado pela Fênix por US$ 2,3 milhões (R$ 13 milhões), em 2 de outubro de 2024. A transação foi feita com a RZK Empreendimentos Imobiliários, que havia adquirido a aeronave em 2014.

A RZK pertence a José Ricardo Rezek, que é doador do União Brasil, dentre outros partidos, e próximo a Antônio Rueda. Rezek estava na lista de convidados do aniversário de 50 anos do presidente da legenda este ano. A empresa informou por meio de nota que nunca vendeu nenhuma aeronave a Rueda. “Ele jamais atuou como intermediário em qualquer compra e venda e muito menos participou das negociações. A aeronave citada foi regularmente vendida à Fênix Participações Ltda., em conformidade com todas as normas legais, devidamente registrada na Anac”, acrescentou.

Os outros três jatinhos bimotores que, segundo o piloto, teriam sido adquiridos com participação de Rueda são: um Gulfstream G200, matrícula PS-MRL; um Citation Excel, matrícula PR-LPG; e um CitationJet 2, matrícula PT-FTC.

O Gulfstream G200 e o Citation Excel pertencem a empresas controladas pela Bariloche Participações S/A, empresa com capital social de R$ 110 milhões e controlada por fundos de investimentos geridos pelo banco Genial.

Um único cotista do Viena Fundo de Investimento Multimercado é dono do patrimônio da Bariloche, de acordo com a Comissão de Valores Imobiliários (CVM). Sua identidade não é divulgada em documentos públicos.

“Rueda não tem relação com a Bariloche Participações S.A., tampouco é ou foi cotista do Viena Fundo de Investimento Multimercado”, informou a assessoria do presidente do União Brasil.

A quarta aeronave citada pelo piloto, o CitationJet, está em nome da Serveg Serviços.

Localizada em imóvel da periferia de Imperatriz (MA), a empresa tem como atividade principal criação de bovinos, mas registra atividades secundárias diversas, que vão de serviços de malote não realizados pelos Correios a limpeza, conforme cadastro na Receita Federal. A firma está em nome de Antonia Viana Silva Soares.

Procurada, ela disse que desconhece as atividades da Serveg. “Não sei o que você está falando, não”, disse ela, desligando o telefone. Em seguida, bloqueou o número de contato da reportagem.

O uso de fundos de investimento para ocultar patrimônio ou para realizar operações de lavagem de dinheiro foi uma das principais descobertas das operações recentes da PF que miraram no PCC e em empresas financeiras sediadas na Avenida Faria Lima, em São Paulo.

*Por Leandro Demori, Cesar Calejon, Flávio VM Costa e Alice Maciel, do ICL Notícias; Thiago Herdy, Colunista do UOL/ICL


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Eles estão de volta

Essa semana foi anunciada com estardalhaço a formação da federação entre União Brasil e Partido Progressista, duas das maiores legendas da direita oligárquica brasileira. Os partidos têm origem comum: o PP é o antigo PDS, Partido Democrático Social, criado a partir da ARENA, a legenda oficial da Ditadura Militar; já o União Brasil foi criado recentemente unindo o Democratas – antigo PFL, oriundo da mesma ARENA – e o PSL, partido que abrigou Bolsonaro e as viúvas do regime militar nas eleições de 2018.

Mas a reunificação, 45 anos depois, dos partidos cuja origem remonta a uma das experiências mais violentas e autoritárias da história brasileira, não é por si só digna de todo o barulho, justificado pelo fato da nova federação reunir, a partir de agora, o maior grupo parlamentar do Congresso Nacional, com 109 deputados e 14 senadores.

Na verdade, o interesse em torno da nova federação tem outra razão. Todos sabemos que a extrema direita, desde a vitória de Bolsonaro em 2018, assumiu a hegemonia no campo das forças conservadoras. Embora mantenha o maior bloco parlamentar no Congresso – o chamado “Centrão” – a velha direita oligárquica tornou-se caudatária do radicalismo extremista, incapaz que tem sido de apresentar um projeto para o país com capacidade de agregar parte relevante da sociedade. É verdade que novas forças de direita como PSD e MDB seguem tendo peso eleitoral, mas a liderança política e social na direita é do bolsonarismo.

Esse fenômeno, no entanto, gerou dois problemas para essa velha direita. O primeiro é tornar-se refém de uma personalidade como Bolsonaro. Além de ser uma liderança outsider do baixo clero da direita, o ex-presidente tem um projeto de poder próprio, mais alinhado à agenda da extrema direita global que aos interesses corporativos e imediatistas da direita oligárquica. Como liderança carismática, Bolsonaro interdita o surgimento de novos nomes e assume um peso desproporcional na direção do campo conservador.

O segundo problema tem a ver com as tensões dentro dos setores mais moderados da direita, que acabam fugindo ao controle e se movimentando rumo ao lulismo, especialmente nas regiões Norte e Nordeste. Além disso, parte da direita liberal simplesmente não engole Bolsonaro e sonha com um projeto de tipo europeu – a tal “terceira via” – liderada por um “Macron brasileiro” ou algo do tipo.

O paradoxo da velha direita oligárquica é esse: bolsonarizar-se definitivamente ou lutar para retomar a hegemonia de seu campo, perdida pelo PSDB quase uma década atrás. Mas porque uma nova federação agora? A primeira razão não poderia ser mais fúnebre. Além da inelegibilidade, a situação de saúde de Bolsonaro parece cada vez mais complicada.

Diante das indefinições sobre seu futuro, a velha direita se antecipa antes que Michele ou Eduardo Bolsonaro se lancem como sucessores naturais do líder da extrema direita. A segunda razão é mais pragmática. Para convencer Tarcísio de Freitas a encampar uma candidatura presidencial, a direita oligárquica deve mostrar que pode prescindir do bolsonarismo.

A questão, porém, é que embora Tarcísio seja visto como mais moderado que Bolsonaro e a velha direita seja vista como mais previsível que a direita radical, a verdade é que o bloco PP-União tem a mesma origem autoritária, violenta e elitista do bolsonarismo. Ambos expressam o desejo de frear o impulso democrático que o Brasil vive desde os anos 1980 e voltar aos anos de dominação violenta sobre os que vivem do trabalho. É como se estivéssemos revivendo o conflito entre “linha dura” e “moderados” dentro da ARENA. O Brasil não tem nada a ganhar com essa disputa, qualquer que seja o resultado.

O mercado, com a força política e o discurso liberal da nova federação, que tem os ex-bolsonaristas Arthur Lira e Ciro Nogueira como nomes de proa, torce secretamente – ou nem tanto – para que as velhas raposas do Centrão retomem as rédeas da direita e tragam a “normalidade” de volta. Só faltou combinar com os quase 15% de radicais de extrema direita que não parecem dispostos a retroceder em sua guerra santa contra o comunismo.

*Juliano Medeiros/ICL

*Juliano Medeiros é Historiador, Cientista Político, professor convidado da FESPSP, presidente do Conselho Consultivo do Instituto Futuro e ex-presidente do Partido Socialismo e Liberdade – PSOL (2017-2023).

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União Brasil teme que briga acabe em morte após nova mensagem de Bivar

Bivar mandou mensagem no grupo de WhatsApp do União Brasil com grave acusação a Rueda; deputados temem que briga termine em morte.

Deputados do União Brasil temem que a briga entre Antônio de Rueda e Luciano Bivar, que já tiveram uma relação semelhante à de filho e pai, termine em morte. Tanto o atual presidente do partido quanto o ex-dirigente afirmam ter recebido ameaças após a ruptura traumática.

Rueda contratou seguranças para si e familiares após duas casas de sua família serem incendiadas nesta terça-feira (12/3). Bivar nega relação com o episódio e acusa a mulher do ex-aliado de roubar dólares de um cofre que mantém nos Estados Unidos.

Derrotado por Rueda na disputa interna do União Brasil, Bivar levou uma questão pessoal para o grupo do partido no WhatsApp.

Veja, abaixo, o print. “Recebi uma mensagem da mulher de Rueda ameaçando minha família, o que denunciei à polícia. Desde há muito, assaltou meu cofre nos Estados Unidos, cujo segredo entreguei em confiança para tirar poucos trocados para comprar uma joia.”

uniao brasil briga morte bivar

Antes da ruptura, Bivar e Rueda tinham uma relação praticamente familiar. Eles frequentavam a casa de praia um do outro, em Pernambuco, e costumavam ter longas conversas olhando o mar, entre drinques e charutos.

 

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Sergio Moro está com medo de perder o mandato no Senado por um motivo

Senador do União Brasil pelo Paraná, Sergio Moro enfrenta um processo de cassação no TRE movido pelo PT e pelo PL, o partido de Bolsonaro.

Sergio Moro, do União Brasil do Paraná, está com medo de ficar sem a escolta particular que o Senado oferece aos titulares de mandato alvos de ameaças. O Ministério Público Eleitoral deu parecer favorável à cassação de Moro no processo que o ex-juiz enfrenta no TRE do Paraná.

O PCC arquitetou um plano para sequestrar Moro no início deste ano. A trama foi frustrada pela Polícia Federal, em março, e nove integrantes da organização criminosa foram presos sob a suspeita de elaborar o ataque, diz Guilherme Amado, Metrópoles.

O ex-juiz conta desde fevereiro com escolta da Polícia Legislativa do Senado em viagens e em agendas públicas. A proteção é mais do que um serviço de segurança privada. A Polícia Legislativa desempenha ações de inteligência para monitorar ameaças e frustrar quaisquer atos contra a integridade de senadores e seus familiares.

O PT e o PL, partido de Jair Bolsonaro, acusaram Moro no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Paraná de cometer os crimes de abuso de poder econômico, arrecadação e gastos eleitorais ilícitos e mau uso dos meios de comunicação no pleito de 2022. As ações, que agora tramitam em um só processo, pedem que o ex-juiz seja cassado e fique inelegível por oito anos.

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Gastos de R$ 344 mil com táxi aéreo engordaram a polpuda pré-campanha de Moro

O diretório estadual do União Brasil no Paraná pagou, em 4 de agosto de 2022, um montante de R$ 344,6 mil à empresa Táxi Aéreo Hércules, sediada em Curitiba, em benefício da pré-campanha de Sergio Moro ao Senado. Quitada com verba do fundo partidário, a despesa permaneceu inédita até o último dia 26, quando foi informada pelo próprio partido ao TRE do Paraná em sua prestação de contas anual, diz Lauro Jardim, O Globo.

Na Corte, Moro é alvo de dois pedidos de cassação, movidos por PL e PT. As siglas alegam que o ex-juiz da Lava-Jato praticou abuso de poder econômico enquanto era pré-candidato à Presidência e, depois, ao cargo de senador. O teto de gastos estipulado pela Justiça Eleitoral antes do início oficial da campanha era de R$ 4,4 milhões, mas as ações contra Moro indicam que teriam sido investidos mais de R$ 19 milhões na pré-candidatura dele.

Os gastos com táxi aéreo feitos pelo União Brasil, atual partido de Moro, são referentes a seis voos que conduziram Moro, seus auxiliares e seus correligionários entre municípios paranaenses (além de Curitiba, Londrina, Maringá e Paranavaí) e também a São Paulo.

As viagens aconteceram entre 20 e 31 de julho do ano passado, duas semanas antes do início da campanha eleitoral, em 16 de agosto. A mais barata delas custou R$ 41,6 mil (Curitiba x Maringá x Curitiba, em 20 de julho) e a mais cara R$ 89,6 mil (Curitiba x Londrina x São Paulo x Curitiba, entre 22 e 23 de julho). Há voos de carreira disponíveis para os seis trechos em questão.

Além de Moro, segundo a legenda informou ao TRE, voaram Felipe Francischini (deputado e presidente estadual da sigla); Luis Felipe Cunha (eleito primeiro suplente de Moro em outubro) e quatro assessores. Nos registros, Moro foi classificado como “pré-candidato Sergio Moro” pelo União Brasil — o que associa o investimento à pré-campanha.

A nível local, no Paraná, o União Brasil informou ao TRE que desembolsou R$ 1,8 milhão com Moro entre janeiro e dezembro de 2022 — numa planilha detalhada mês a mês, a conta aparece como se fosse referente ao mês de setembro.

O valor corresponde a 40% do teto de R$ 4,4 milhões da pré-campanha, só que o diretório nacional da sigla também fez investimentos no período. E, junto com o União Brasil, o Podemos também engordou a polpuda pré-campanha de Moro antes de 16 de agosto: o ex-juiz ia concorrer a presidente pelo partido e, antes de desistir e trocar de filiação, também utilizou recursos partidários para financiar seus primeiros compromissos políticos.

A expectativa do PL e do PT é que despesas como a do táxi aéreo sejam apresentadas ao TRE por União Brasil e Podemos nas próximas semanas. Há uma ordem para que o atual e o antigo partidos de Moro informem ao Judiciário tudo o que foi gasto na pré-campanha, mas ambos aguardam a expedição das intimações para cumprir a determinação.

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Enrascado: O tamanho da fatura milionária que pode custar o mandato de Moro

Alvo de dois pedidos de cassação no TRE do Paraná, Sergio Moro pode ter acumulado uma fatura quatro vezes maior que o teto de despesas fixado pela Justiça Eleitoral para a pré-campanha ao Senado pelo Paraná em 2022. As ações movidas por PT e PL contra o ex-juiz da Lava-Jato listam contratações que, se confirmadas na tramitação dos casos, superam os R$ 19 milhões. O limite a ser gasto no período era de R$ 4,4 milhões, segundo Lauro Jardim, O Globo.

A disparidade entre o estipulado pelo TSE e o orçamento mencionado pelos acusadores de Moro aconteceu porque, segundo eles, o senador transportou para a disputa do Legislativo a lógica financeira criada para tentar emplacar seu nome à Presidência da República, corrida da qual ele desistiu em março de 2022, quando trocou de partido.

Convocados pelo Judiciário a colaborar com a produção de provas, o Podemos, antiga sigla de Moro, e o União Brasil, a atual legenda, serão responsáveis por entregar contratos e mais documentos para a verificação dos valores levantados pelos autores das ações.

Os maiores montantes são referentes a serviços de marketing político. Teria sido firmado, de acordo com as ações, um contrato de R$ 2 milhões com a D7 Produções Cinematográficas, do marqueteiro Pablo Nobel, para a produção de vídeos para internet e inserções partidárias na TV.

Depois, outro compromisso de R$ 14,8 milhões teria sido feito com a 2022 Comunicação SPE, também de Nobel, para o gerenciamento de imagem, discursos e conteúdos ligados à candidatura de Moro ao Legislativo.

Também constam nas ações termos para contratar advogados: PT e PL indicam que R$ 1 milhão foram fechados com o escritório Vosgerau & Cunha (de Luis Felipe Cunha, eleito primeiro suplente de Moro) e R$ 188 mil com a SS Advocacia de Uziel Santos, coordenador de campanha. Outros R$ 30 mil teriam sido empenhados junto à FCL Law & Trading, empresa dedicada a estudos jurídicos.

E ainda teriam sido negociados valores, segundo os processos, para solicitar campanhas eleitorais (R$ 663,5 mil para a Einstein Tecnologia) e consultoria (R$ 360 mil à Bella Ciao Assessoria Empresarial, também de Cunha, envolvida na elaboração de um plano de governo).

Além desse orçamento, os partidos que acusam Moro de abuso de poder econômico e de caixa dois também esperam que as provas do Podemos e do União Brasil indiquem outros gastos. Incluindo aqueles envolvidos nas viagens feitas pelo então pré-candidato à Nova York, a países da Europa e a destinos nacionais para a divulgação da pré-candidatura. E outros ligados a compras de roupas, acessórios e outros itens que o Podemos teria bancado.

A ordem para que as provas sejam adicionadas ao caso foi proferida em 13 de junho mas, até aqui, não foi cumprida. O TRE do Paraná até agora não intimou o Podemos e o União Brasil a cumprir a determinação

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Moro é excluído de jantar do União Brasil com Zanin

A bancada de senadores do União Brasil jantou ontem com Cristiano Zanin, indicado de Lula ao STF, na casa de Antonio Rueda, vice-presidente da legenda, segundo Lauro Jardim, O Globo.

Dos nove senadores do partido, somente três se ausentaram: Soraya Thronicke, por motivos de saúde, Davi Alcolumbre, que preside a Comissão de Constituição e Justiça e estava em outro jantar com senadores também para discutir a sabatina de Zanin e.. Sérgio Moro, que não foi convidado para evitar qualquer tipo de constrangimento entre os dois.

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‘Moro pode sair se ficar incomodado’, diz presidente do União Brasil

Senador e ex-juiz afirmara que será de oposição, apesar de seu partido ter indicado três ministros.

Segundo Gabriel Saboia, O Globo, presidente do União Brasil, Luciano Bivar, disse que o senador Sergio Moro (União-PR) pode sair do partido se ficar incomodado. Em entrevista ao Globo, Bivar defendeu rever a legislação para garantir “um mínimo” de fidelidade partidária e afirmou que Moro vai votar como quiser e que não será coagido por ninguém. Na semana passada, também em entrevista ao GLOBO, o senador e ex-juiz afirmou que, apesar de seu partido ter indicado três ministros para o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e negociar outros cargos, ele será oposição.

— Precisamos debater o papel de pessoas eleitas para cargos majoritários, mas que precisam ter um mínimo de fidelidade partidária. Precisamos rever a legislação junto ao TSE e fazer com que exista um vínculo entre o partido e o político. Afinal, a legenda investiu nele dinheiro e tempo de televisão. Moro vai votar como quiser, não será coagido por ninguém, mesmo porque não tem cargos no governo. Mas ele e os demais saberão qual é a posição oficial do partido, e quem se sentir incomodado poderá sair sem qualquer prejuízo. Como tapar o sol com a peneira? — diz o presidente do União Brasil.

Segundo Moro, “a decisão de algumas pessoas integrarem o governo é delas”, e ele não tem “nenhuma relação com isso”

— As lideranças do União Brasil têm reiteradamente afirmado que o partido é independente e que caberá aos congressistas definirem suas linhas de atuação. Eu, desde o início, me posicionei como oposição racional e democrática. Não acredito nas pautas do PT. Fechamento da economia, fim das privatizações, a tentativa de destruir o regime de metas de inflação, ausência de combate à corrupção. Sou contra tudo isso — disse o senador, em entrevista.

A legenda nascida da fusão entre o DEM e o PSL, partido pelo qual Bolsonaro elegeu-se em 2018, emplacou três ministros no governo Lula: Juscelino Filho (Comunicações), Daniela Carneiro (Turismo) e Waldez Góes (Integração), mesmo número de PSD, PSB e MDB, todos atrás apenas do próprio PT, com dez. Dois deles — Daniela e Waldez — têm histórico de processos na Justiça ou proximidade com suspeitos de integrar milícias, e viraram uma precoce janela de vidro para o governo.

Moro chegou a ser convidado a se filiar ao Novo, que tenta se reposicionar, após encolher nas eleições de 2022. Procurado pelo GLOBO na semana passada, o senador e ex-juiz negou ter intenção de trocar de sigla e disse, em nota, que “respeita o partido Novo, mas está firme no União Brasil”. A esposa de Moro, Rosangela, se elegeu deputada federal pelo União Brasil em São Paulo.

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Lula se transforma em pesadelo para Moro e o ex-juiz vira chacota nas redes sociais

Nem os tempos áureos em que Sergio Moro era vendido como o herói de olhos de águia pelo Projac da Globo, ou enxadrista arguto, por Vera Magalhães, do Estadão, ele experimentou um momento de fama como o que vive hoje, só que às avessas.

Moro e a esposa Rosângela viraram sobremesa saborosa de uma multidão de internautas que dispensa um bom tempo para escrever piadas sobre a possibilidade de Luciano Bivar fechar aliança com Lula.

Vale a pena recapitular que Bivar é presidente do União Brasil, partido em que Moro é candidato ao Senado.

É bom também lembrar que Bivar tirou o pão da boca do Hércules de Curitiba quando o mesmo já se julgava candidato à presidência pelo partido para o próprio Bivar ser o candidato.

Agora, muito provavelmente, segundo informações que correm nos bastidores, há uma negociação para que Bivar efetivamente abandone a candidatura para apoiar Lula.

Essa é a maior expressão que se pode dar a um nó tático que Lula está dando em Moro, sem qualquer embate com quem, numa fraude eleitoral combinada com Bolsonaro, prendeu Lula em troca de uma super pasta, o Ministério da Justiça e Segurança, que acabou saindo caro a Moro, além da sua desmoralização pública após as revelações da série Vaza Jato feita pelo Intercept.

O fato concreto é que, em outras palavras, desde a prisão de Lula, Moro não deu uma dentro e, aos poucos, foi caindo em desgraça. Tentou ser candidato à presidência da República e, ao invés de caminhar para frente, caminhou para trás e daí não saiu mais, com todo o apoio que recebeu dos barões da mídia como líder de uma tal terceira via.

Depois de tudo isso, vários fatos, incluindo sua tentativa marota de concorrer ao Senado por São Paulo, que azedou pela justiça, ele agora se encontra numa situação humilhante, procurando correligionários miúdos do partido para obter informação de orelha se de fato há possibilidade de Bivar fechar acordo com Lula.

Independente do desfecho dessa possível aliança, a nudez de Moro e sua irrelevância política diante da grandeza de Lula, já é fato consumado para o medíocre se tocar do quanto ele é risível perto de um estadista reconhecido mundialmente como Lula.

Esse é o preço que se paga por ter uma mentalidade tão provinciana quanto a de Moro.

E Lula engoliu Moro com casca e tudo.

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Bivar lança candidatura de mentirinha para torrar dinheiro do fundão

Depois da série de desistências na chamada terceira via, a semana terminou com um novo presidenciável na praça. O deputado Luciano Bivar se lançou ao Planalto pelo recém-criado União Brasil. A candidatura serve a muitos propósitos. Curiosamente, nenhum deles envolve vencer a eleição.

Bivar é um homem de negócios. Em 1997, arrematou o nanico PSL da família Tuma. Virou dono de partido, uma atividade que sempre rendeu dividendos em época de eleição. Nove anos depois, resolveu testar sua popularidade numa aventura presidencial. Terminou em último lugar com 0,06% dos votos, atrás do folclórico Eymael.

O fiasco não convenceu o empresário a mudar de ramo. Em 2018, sua insistência seria recompensada. Numa tacada de sorte, Bivar alugou a sigla a um deputado do baixo clero que sonhava com a Presidência. Da noite para o dia, viu sua bancada na Câmara saltar de uma para 52 cadeiras.

A ruptura com Jair Bolsonaro não afetou o empreendimento. O deputado manteve o controle sobre a sigla, os recursos do fundão e o tempo de TV. No ano passado, fundiu o PSL ao DEM, formando o União Brasil. A nova legenda se tornou a maior máquina partidária do país. Receberá quase R$ 1 bilhão para gastar em 2022.

Bivar chegou a participar de reuniões para escolher um candidato único da tal terceira via. No fim de maio, admitiu que as conversas não iriam “a lugar nenhum” e partiu para o voo solo, mesmo sabendo que terá o mesmo destino.

A jogada cumpre ao menos três objetivos. O primeiro é sepultar de vez as ambições presidenciais de Sergio Moro. O ex-juiz já havia levado um drible do Podemos. Agora terá que se conformar com uma candidatura a deputado ou senador.

A segunda tarefa é liberar os caciques regionais do União Brasil. Dos quatro governadores da sigla que concorrem à reeleição, três já declararam apoio ao atual presidente. O quarto é o goiano Ronaldo Caiado, que prefere ficar em cima do muro na disputa nacional. Declarar voto em Bivar, que não pontuou no último Datafolha, é a saída perfeita para não se indispor com eleitores de Lula ou Bolsonaro. Este também é o plano de ACM Neto na Bahia.

O terceiro propósito da candidatura de mentirinha está ligado à especialidade de Bivar. Com R$ 956 milhões a receber dos cofres públicos, o deputado poderá torrar uma fortuna na própria campanha sem que falte dinheiro aos aliados nos estados. Se ele for mesmo até o fim, seu fracasso nas urnas será uma experiência lucrativa.

*Com Bernardo Mello Franco/O Globo

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