Categorias
Cotidiano

Vídeo – Wassef: “Fui agredido por ser advogado do presidente”

Em vídeo divulgado nas redes, Frederick compara a sua facada com a de Bolsonaro e afirma que foi vítima de um atentado.

Após deixar a delegacia, o advogado da Família Bolsonaro declarou que foi vítima de um atentado. “Eu sofri uma tentativa de homicídio a faca, assim como fizeram com o presidente Bolsonaro e tentaram esfaqueá-lo na barriga, tentaram me esfaquear hoje”.

Na sequência, o advogado da família Bolsonaro nega as acusações de que tenha assediado uma mulher.

“Tudo está filmado no circuito de segurança do restaurante, o restaurante inteiro é testemunha. Fui agredido pelo simples fato de ser advogado do presidente e da família Bolsonaro”.

Após negar o assédio, Wassef afirma que a mulher que o agrediu – relatos anteriores dão conta de que o marido dela o perseguiu com faca – é “esquerdista”.

“Uma senhora de mais de 60 anos de idade que disse que odeia o presidente, que odeia o presidente Bolsonaro, uma esquerdista, uma pessoa de esquerda está me atacando por eu exercer a minha função”, disse.

Por fim, o advogado afirma que é vítima de uma campanha difamatória. “Estou denunciando isso ao Brasil: estou sofrendo uma campanha de massacre midiático, onde estão jogando a população contra mim. Quase eu perdi a minha hoje, tive que correr e fugir”.

Wassef é perseguido por homem armado com faca

O advogado do presidente Bolsonaro, Frederick Wassef assediou uma mulher em um restaurante na QI 11, do Lago Sul, área nobre de Brasília, na tarde deste sábado (21) e acabou sendo perseguido pelo marido que estava armado com uma faca.

De acordo com informações do Metrópoles, Wassef fugiu correndo do marido que o ameaçava com uma faca. A Polícia Militar foi acionada e saiu em perseguição do homem que perseguia o advogado.

Policiais do 10º DP foram ao local em busca de registros da briga, tais como imagens de câmeras e depoimentos de testemunhas da briga.

O advogado Wasssef e o homem, que ainda não foi identificado, estão no DP prestando depoimento.

*Com informações da Forum

Apoie o Antropofagista com qualquer valor acima de R$ 1,00

Caixa Econômica: Agência 0197
Operação: 013
Poupança: 56322-0
Arlinda Celeste Alves da Silveira
CPF: 450.139.937-68

PIX: 45013993768
Agradecemos imensamente a sua contribuição

Categorias
Uncategorized

Viúva de Adriano da Nóbrega diz que sofreu pressão do advogado do clã Bolsonaro

Júlia Lotufo, viúva de miliciano Adriano da Nóbrega, relatou em sua delação que Wassef fez contato com ela enquanto marido estava foragido.

Segundo Guilherme Amado, Metrópoles, Júlia Lotufo, viúva de Adriano da Nóbrega, contou em sua delação premiada, negociada com o Ministério Público do Rio de Janeiro e remetida para a Procuradoria-Geral da República, que Frederick Wassef, advogado de Flávio Bolsonaro, fez contatos com ela ao longo da fuga do marido e também depois de sua morte.

Segundo os relatos de Júlia, nesse contato após a morte de Adriano, Wassef insistiu para que ela abraçasse sua teoria para explicar a morte de Adriano, de que o miliciano havia sido assassinado por policiais do Rio de Janeiro a mando de políticos. De fato, na época, esta era a versão que Wassef queria fazer prevalecer, conforme entrevista dada para esta coluna em junho de 2020.

Na ocasião, Wassef afirmou que a ordem de matar Adriano teria partido de políticos interessados em colocar a culpa em Bolsonaro.

“(É) a política que está por trás disso. Queiroz ia ser assassinado. Eles iriam matar o Queiroz. Ele teria sido enterrado há muito tempo. De quem é a culpa? A culpa seria do presidente Bolsonaro. Queiroz pode ser morto na cadeia para incriminar Bolsonaro. E você ia torturar a família, porque não tem o pai para assessorar. Eles iriam sequestrar, barbarizar”, disse.

Perguntado que político, respondeu:

“Você é maluco que vou falar. Daqui a pouco, matam Queiroz na cadeia e vão falar que ele se suicidou, que foi briga de preso. Ele ainda corre risco de vida. Se acha que quem quer matar o Queiroz é bandidinho, PM, esquece. É canhão calibre grosso, forças políticas. O plano é um só: derrubar Bolsonaro”.

Procurado para confirmar se de fato ocorreram os encontros, Wassef leu as mensagens, mas se calou.

Participe da vaquinha: https://www.vakinha.com.br/vaquinha/o-blog-antropofagista-precisa-de-voce

Siga-nos no facebook: https://www.facebook.com/Antropofagista-Jornalismo-109522954746371/

Siga-nos no Whatsapp: https://chat.whatsapp.com/H61txRpTVWc7W7yyCu0frt

Apoie o Antropofagista com qualquer valor acima de R$ 1,00

Caixa Econômica: Agência 0197
Operação: 013
Poupança: 56322-0
Arlinda Celeste Alves da Silveira
CPF: 450.139.937-68

PIX: 45013993768
Agradecemos imensamente a sua contribuição

Categorias
Uncategorized

TRF-1 anula relatório do Coaf sobre suspeitas contra Wassef, ex-advogado dos Bolsonaro, investigação é encerrada

É vergonhoso o conluio dos Bolsonaro com os que os cercam na proteção aos crimes que eles cometem e, em troca, o clã os salva de todas as acusações que pesam sobre seus ombros. Enquanto isso morreram mais de 220 mil brasileiros e seguem morrendo, segundo média móvel, mais de mil todos os dias. Tudo isso acontece na cara dos brasileiros. Até quando?

Relator do caso, o juiz federal Ney Bello, foi quem mandou trancar inquérito sobre Frederick Wassef na Polícia Federal.

Segundo reportagem da Folha, uma decisão do TRF-1 (Tribunal Regional Federal da 1ª Região) deve colocar de novo o Coaf na berlinda e pode provocar paralisações em série de investigações no país. A terceira turma do tribunal considerou ilegal o Relatório de Inteligência Financeira produzido pelo órgão sobre transações suspeitas de Frederick Wassef, advogado ligado ao clã Bolsonaro. A discussão agora é sobre a metodologia de elaboração dos chamados RIFs. Como consequência, o relator do caso, o juiz federal Ney Bello, trancou a investigação em andamento sobre Wassef.

O inquérito da Polícia Federal foi paralisado porque foi aberto com base no relatório. Apurações que têm Wassef como alvo, mas começaram de outras formas, vão continuar –o RIF, porém, não poderá ser usado, segundo a decisão.

A turma do TRF-1 entendeu que não havia hipótese legal para expedição do documento no caso de Wassef e que se tratou de “geração espontânea”. O Coaf disse ao tribunal que seguiu padrão e se baseou em 34 comunicações de origens distintas. Se o entendimento tiver guarida em outras cortes, inquéritos que usaram relatórios de forma similar podem ser afetados.

Basicamente, o ponto que será discutido é o critério da escolha do órgão, de quem será alvo da produção de relatórios e por qual motivo.

Em 2019, o Coaf ficou meses paralisado por causa de uma liminar do ministro Dias Toffoli em favor de Flávio Bolsonaro –centenas de investigações também foram afetadas. A discussão na época era se havia necessidade de decisão judicial para o envio dos relatórios. O STF entendeu depois que não precisava do aval da Justiça e o Coaf voltou a funcionar. Dessa vez, a discussão é sobre metodologia.

Ney Bello, Maria do Carmo Cardoso e José Alexandre Franco foram os juízes que consideraram o relatório de Wassef ilegal. O julgamento foi em dezembro.

Bello está na disputa para uma vaga no Superior Tribunal de Justiça. Ele está entre os cotados para a vaga de Napoleão Nunes Maia, que se aposentou no fim de 2020. Nos bastidores, tem o apoio do ministro Gilmar Mendes. A indicação será feita por Jair Bolsonaro.

Como mostrou a Folha, Maria do Carmo, amiga de Flávio Bolsonaro, é considerada madrinha da sugestão de Kássio Nunes Marques para o STF. Na família presidencial é chamada de “tia Carminha”.

Juiz substituto, Franco participou do julgamento na ausência de Mônica Sifuentes, titular da turma. Ele chegou a pedir vista e depois acompanhou o relator.

Os dois primeiros, Bello e Maria do Carmo, são considerados como parte da ala chamada de garantista. Na prática, o termo é usado como referência aos magistrados que decidem na maioria dos casos de forma favorável aos investigados.

Siga-nos no Whatsapp: https://chat.whatsapp.com/HP8y7rcSg0Z5XQeXMYWpd8

Apoie o Antropofagista com qualquer valor acima de R$ 1,00

Caixa Econômica: Agência 0197
Operação: 013
Poupança: 56322-0
Arlinda Celeste Alves da Silveira
CPF: 450.139.937-68

PIX: 45013993768
Agradecemos imensamente a sua contribuição

Categorias
Política

Flávio Bolsonaro é flagrado em encontro com Wassef a 3 dias do julgamento das rachadinhas

Filho do presidente Jair Bolsonaro e seu ex-advogado, que escondeu Fabrício Queiroz em sua casa em Atibaia, foram vistos juntos desembarcando no aeroporto Santos Dumont, no Rio.

A TV Globo flagrou, nesta sexta-feira (22), o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) e o advogado Frederick Wassef, que o representava, desembarcando juntos no Aeroporto Santos Dumont, no Rio. O encontro foi registrado a três dias do julgamento no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) para definir qual instância da Justiça deve avaliar o caso das “rachadinhas”.

As cenas mostram o filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e Wassef saindo juntos e conversando da área de desembarque. O senador usava máscara, mas o advogado, não. Pessoas pedem para tirar fotos com Flávio e Wassef se afasta.

Depois, o vídeo mostra os dois caminhando pelo corredor do aeroporto e conversando e, em determinado momento, Flávio tira sua máscara. Logo depois, os dois saem juntos do prédio do aeroporto.

Wassef era o advogado de Flávio no caso das “rachadinhas”, que apura se assessores do gabinete do senador quando ele era deputado estadual devolviam parte de seus salários. O ex-PM Fabrício Queiroz é apontado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) como operador do esquema.

Em julho de 2020, a Polícia Federal prendeu Queiroz, que estava foragido, em um imóvel pertencente a Wassef, em Atibaia (SP). Diante da repercussão do caso, Flávio o destituiu de sua defesa. Antes próximo do Planalto, Wassef não vinha sendo visto mais com nenhum integrante da família Bolsonaro desde então.

Na próxima segunda-feira (25), os desembargadores deverão decidir se o processo das “rachadinhas” volta para a primeira instância ou continua no Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Rio.

Mas a defesa de Flávio pediu nesta sexta-feira (22) ao Supremo Tribunal Federal (STF) a suspensão do julgamento marcado para segunda. Os advogados do filho 01 de Bolsonaro alegaram que o próprio STF ainda precisa analisar duas ações sobre o foro privilegiado do senador.

A defesa de Flávio vem atuando em várias frentes contra o seguimento do julgamento e, com isso, o caso tem sido postergado.

Link para o vídeo na reportagem do G1

*Com informações da Forum

Siga-nos no Whatsapp: https://chat.whatsapp.com/HP8y7rcSg0Z5XQeXMYWpd8

Apoie o Antropofagista com qualquer valor acima de R$ 1,00

Caixa Econômica: Agência 0197
Operação: 013
Poupança: 56322-0
Arlinda Celeste Alves da Silveira
CPF: 450.139.937-68

PIX: 45013993768
Agradecemos imensamente a sua contribuição

Categorias
Política

Wassef e Flávio Bolsonaro articularam a indicação de Kassio Marques para o STF

O advogado e Flávio Bolsonaro levaram o nome de Kassio como sugestão ao presidente para a vaga no STF.

O nome do indicado à próxima vaga do Supremo Tribunal Federal (STF), Kassio Marques, chegou a Jair Bolsonaro através de um esforço conjunto entre o advogado Frederick Wassef e o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), segundo fontes próximas ao Palácio do Planalto.

Wassef já trabalhou na defesa de Flávio e foi denunciado recentemente pela Lava-Jato do Rio de Janeiro. Há alguns meses, o advogado teve um encontro com o desembargador do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, quando o magistrado ainda estava em campanha para o Superior Tribunal de Justiça (STJ). Wassef e Flávio Bolsonaro então levaram o nome de Kassio como sugestão ao presidente para ser indicado ao STF.

Procurado, Wassef disse que não irá comentar o tema. Kassio Marques também foi questionado e não se pronunciou. Pessoas próximas aos dois confirmaram que o encontro entre Wassef e o futuro ministro ocorreu quando a vaga ao STF ainda não estava em discussão. A informação de que Wassef recomendou o nome de Kassio a Bolsonaro foi publicada pelo site “O Antagonista” na semana passada e confirmada pelo GLOBO.

Em uma “prévia” da sabatina com senadores na manhã desta terça-feira, Kassio Marques foi perguntado sobre ter sido indicado por Wassef. Ele desviou da pergunta e insinuou ser fantasiosa a versão que circulou de que o presidente do PP Ciro Nogueira (PI) teria levado seu nome ao presidente, mas sem citar o nome do senador. Ao criticar a “criatividade” da imprensa, disse não estar se referindo a Wassef.

— Eu cheguei a ver na imprensa uma assertiva de que uma determinada pessoa me levou ao presidente e o diálogo que foi travado. Em que pese o sofrimento que eu tenho passado esses dias, é um momento hilário do dia porque eu não sei a quem atribuir tanta criatividade. Não foi esse exemplo que o senhor citou (de Frederick Wassef), foi um outro caso de um parlamentar que teria me levado e consta na imprensa o diálogo, o que eu disse, o que ele falou.

Entre Wassef e Kassio Marques, há também afinidade nas ideias. Em 2019, Kassio escreveu sobre uma decisão do ministro do STF Dias Toffoli que favoreceu Flávio Bolsonaro. Publicado na revista “Justiça & Cidadania”, o artigo elogia a decisão que suspendeu, a pedido de Wassef, investigações com dados do Coaf (Conselho de Administração de Atividades Financeiras) compartilhados sem autorização do Judiciário.

“Embora o combate à criminalidade seja um norte que oriente qualquer comunidade que se pretenda organizada, tal meta política não pode ser dissociada, no emprego de instrumentos para a sua consecução, de princípios fundamentais, que tutelem a dignidade da pessoa humana”, escreveu Marques sobre o compartilhamento de dados do Coaf.

O desembargador critica no artigo a vertente de pensamento “utilitarista”, segundo a qual a eventual violação à privacidade no compartilhamento de dados do Coaf seria justificada pelo bem-estar coletivo. Diz ainda que essa visão do direito parece ser “adotada por grande parte da mídia brasileira”.

Depois de ser apresentado a Bolsonaro e receber formalmente o convite para se tornar ministro do STF, o indicado contou com o aval do presidente do PP, o senador Ciro Nogueira (PI), e de outros líderes do Congresso e ministros de Cortes superiores. O Palácio do Planalto o apresentou a senadores como uma indicação de Ciro e Flávio.

Ainda na conversa com senadores na manhã desta terça-feira, Kassio disse que a imprensa “não consegue descobrir” quem o indicou e garante que a escolha “foi exclusiva do presidente Bolsonaro”.

— Quanto à questão da indicação, o que eu posso asseverar é que foi exclusiva do presidente Bolsonaro. Há um ditado antigo em Brasília que diz que quando a imprensa ultrapassa cinco nomes como padrinhos de indicados é porque realmente não consegue descobrir.

 

*Natália Portinari e Naira Trindade/O Globo

 

Categorias
Uncategorized

Os segredos da advogada que conviveu com Fabrício Queiroz

Em entrevista à Veja, Ana Rigamonti confirma que Frederick Wassef era o “Anjo” e diz que sofre ameaças.

Quando Ana Flávia Rigamonti viu Fabrício Queiroz pela primeira vez, em junho do ano passado, não tinha a menor ideia de quem ele era nem desconfiou que estava diante de um dos personagens mais intrigantes da República. Um mês antes, ela havia recebido uma proposta de trabalho de Frederick Wassef, advogado do presidente Jair Bolsonaro. Os dois se conheceram nos tribunais, atuaram juntos em algumas causas e estudavam estender a parceria. Wassef propôs que ela trocasse Ipiguá, cidade no interior de São Paulo com 5 000 habitantes, pela capital. Sugeriu também que, enquanto ela procurasse um imóvel para alugar, poderia morar no próprio escritório dele, em Atibaia, que funcionava numa casa confortável, localizada num lugar afastado e tranquilo, que nem parecia escritório.

Pouco tempo depois de se instalar, Rigamonti foi informada que teria companhia. Dividiria o espaço com uma pessoa que estava doente e precisava de um lugar para ficar. A advogada só soube mais tarde que o homem que falava pouco, quase não saía de casa e se apresentava como “Felipe” era o famoso Fabrício Queiroz. Escondido desde que explodiu o escândalo da rachadinha, o policial aposentado estava sendo investigado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro como suspeito de ter comandado um esquema de arrecadação de parte dos salários dos funcionários do gabinete do então deputado estadual Flávio Bolsonaro, filho do presidente.

Ao descobrir a verdadeira identidade do vizinho de quarto, a advogada, de início, ficou preocupada. Mas ela logo se aproximou de Márcia de Aguiar, esposa de Queiroz, que a tranquilizou, explicando que o marido não oferecia qualquer risco e que não era foragido da Justiça. Rigamonti acabou se transformando na única companhia de Queiroz. Os dois iam ao mercado juntos, cozinhavam juntos e gastavam o tempo de confinamento conversando. Ela chegou a acompanhar o ex-­policial a um tratamento médico num hospital e até emprestou o próprio carro para que ele viajasse ao Rio de Janeiro para visitar a família. As regras da casa eram rígidas.

Queiroz foi orientado a não utilizar o telefone celular nem qualquer cartão de crédito. As compras deveriam ser feitas apenas em dinheiro. Ao sair na rua, era obrigatório usar óculos e boné. Certa vez, ele esqueceu o disfarce e foi reconhecido dentro de um supermercado. Ficou assustado quando alguém sussurrou seu nome, mas serviu de lição. Para não ser seguido, costumava se deslocar de uma cidade para outra durante a madrugada. Sempre discreto, o ex-policial não comentava praticamente nada da vida pessoal, especialmente sobre sua relação com a família Bolsonaro. Dizia apenas que era muito amigo do presidente, por quem tinha um sentimento de gratidão, e que o senador Flávio Bolsonaro, seu ex-­chefe, era “muito gente boa”. Todos os dias acompanhava o noticiário e gostava de falar de política.

O confinamento e as rígidas regras de segurança aos poucos foram se transformando em problema. A defesa de Queiroz apostava que conseguiria anular a investigação do caso da rachadinha. A ideia era manter o ex-­policial escondido até que isso acontecesse. Em novembro, o Supremo Tribunal Federal (STF) julgou uma ação que poderia resultar no arquivamento do inquérito. Nesse período, Rigamonti e Márcia trocaram uma série de mensagens por telefone. “A gente não é foragido. Ah, que saco. Eu já não estou aguentando mais essa situação, amiga. Não estou. Ganhando ou não ganhando, o nosso nome vai ficar na mídia, o nome do Queiroz vai ficar na mídia por muito tempo”, desabafou a mulher do policial aposentado.

Essa troca de mensagens cita que um tal “Anjo” havia traçado um plano para que Queiroz sumisse dali em caso de derrota no STF. A ideia era que o ex-assessor de Flávio Bolsonaro se mudasse com a família para uma casa alugada em Atibaia. Rigamonti chegou a procurar algumas opções de imóveis, em endereços mais discretos. Mas a mulher de Queiroz resistia à proposta. Conforme VEJA revelou em agosto, Rigamonti disse para Márcia: “Ele (Queiroz) falou para o ‘Anjo’ que não aguenta mais isso, que está cansado e que ele quer ir embora”. O ex-policial acabou sofrendo uma derrota no Supremo. O clima ficou muito tenso. No mesmo mês, o Ministério Público fez uma busca na casa de Márcia e apreendeu o celular dela, onde foram encontradas as mensagens citadas nesta reportagem. Em junho deste ano, Queiroz foi preso sozinho dentro do escritório de Wassef na Operação Anjo.

Pelo contexto das mensagens, promotores desconfiam que o tal “Anjo” seja Frederick Wassef. Em entrevista a VEJA, o advogado negou. “Nunca alguém me chamou de Anjo. Nunca o presidente Bolsonaro me chamou de Anjo e duvido que ele chamou alguém de Anjo na vida. Ninguém na família Bolsonaro me chamou de Anjo e eu nunca tive apelido de Anjo. Agora, se alguém inventou isso, eu não sei”, afirmou, ressaltando ter dado abrigo a Queiroz por razões humanitárias. Na época, o ex-po­licial fazia tratamento contra um câncer. Logo depois da prisão de Queiroz, VEJA também questionou Ana Rigamonti sobre a identidade do “Anjo”:

A senhora é o “Anjo”? Isso não faz nenhum sentido.

Quem criou esse apelido? Não fui eu que criei esse apelido. Não sei o que significa esse apelido e quem inventou esse apelido. Quando conheci o Queiroz e a Márcia, esse apelido já existia. Não fui eu que inventei. Eram eles que usavam esse apelido.

Eles usavam esse apelido para se referir a Frederick Wassef? Sim.

A senhora sabe por que eles se referiam a Wassef como “Anjo”? Como eu te falei, desde quando eu os conheci, já era chamado assim.

Entre eles? Wassef, Márcia e Queiroz? Isso.

Procurada novamente por VEJA, a advogada disse que não queria mais falar sobre o assunto. “As pessoas me vincularam ao caso simplesmente porque eu estava ali no local e conheci as pessoas. Caí de paraquedas nessa história. Foi uma situação muito difícil para mim e para minha família”, desabafou. Após a prisão de Fabrício Queiroz, Rigamonti recebeu ameaças e foi aconselhada a esquecer o que viu e ouviu no escritório de Atibaia. Ela voltou a morar em Ipiguá e, no momento, ganha a vida vendendo lingerie.

 

*Da Veja

*Foto destaque: Veja

 

Apoie o Antropofagista com qualquer valor acima de R$ 1,00
Caixa Econômica: Agência 0197
Operação: 013
Poupança: 56322-0
Arlinda Celeste Alves da Silveira
CPF: 450.139.937-68

 

 

Categorias
Uncategorized

Coaf aponta pagamento de R$ 276 mil feito por Wassef a advogado que defendeu Bolsonaro

Advogado diz que atuou de graça para o presidente e que pagamentos foram honorários de uma causa em parceria com Wassef .

O advogado Frederick Wassef fez pagamentos que totalizaram R$ 276 mil a um advogado que defendeu o presidente Jair Bolsonaro em duas ações penais no Supremo Tribunal Federal (STF) por apologia ao estupro e injúria, movidas com base em declarações feitas por ele contra a deputada federal Maria do Rosário (PT-RS). Os dados constam do relatório do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) sobre as movimentações suspeitas de Wassef, enviado para órgãos de investigação.

Segundo documentos dos processos, Arnaldo Faivro Busato Filho entrou na defesa de Bolsonaro perante o STF em junho de 2017. O relatório do Coaf registra esse repasse no intervalo entre 2015 e 2020, mas não especifica quando ocorreram os pagamentos. Procurado, Busato afirmou que não cobrou honorários para defender Bolsonaro e disse que os pagamentos recebidos de Wassef eram referentes a um inquérito no qual eles atuavam em parceria, em tramitação no Maranhão.

 

*Com informações de O Globo