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Rodrigo Maia é tão ou mais culpado que Paulo Guedes pelo caos econômico no país

A essência do mercado é enxergar o país, as pessoas que nele habitam, pelo lado de dentro de um balcão. Por isso, jamais espere de um partido de direita um projeto de país. Não há sequer um projeto de mercado, no máximo, essa gente trabalha para regulamentar o Estado para que este desregule toda e qualquer atividade comercial e transforme o país num grande camelódromo em que a lei do mais forte se instale e o caos social seja a consequência primeira.

Não foi por acaso que Zé Dirceu entrou na mira da milícia midiática que sempre entendeu que a notícia é uma mercadoria, assim como um sabonete, uma pasta de dente, um sapato ou uma bicicleta e, consequentemente, por ter a mesma linha de pensamento de um dono de birosca de sapê ou de um proprietário de shopping que pensam exatamente igual, assim como um grande industrial.

Zé Dirceu, logo no começo do governo Lula, em uma entrevista no Canal Livre na Band, fez um esboço rápido de um projeto de país a partir do próprio país, de seus cidadãos, com propostas que foram depois cumpridas com a geração de mais 20 milhões de empregos nos governos Lula e Dilma e a recuperação gradual dos salários.

O resultado foi o salário com o maior poder de compra da história, com o Brasil chegando aonde chegou, em 2014, no governo Dilma, junto a esse patamar, com pleno emprego.

O resultado de tudo isso foi uma melhora substancial na vida de todos os brasileiros e o país figurando entre as seis maiores economias do planeta, tendo um protagonismo global jamais visto.

Não se pode atribuir apenas a Aécio, o menino mimado que ficou furioso porque perdeu a primeira eleição para Dilma. Aécio foi moldado dentro do pensamento tucano, o partido moldado como se molda um armarinho ou uma loja de bugigangas, com vitrines atraentes, saldão e mercadorias com todo tipo de preço e gosto.

Quando Zé Dirceu falou em zerar o déficit habitacional, manter uma base econômica com reservas cambiais, entre outras propostas, os jornais no dia seguinte explodiram em ataques a ele, mas principalmente ao PT. E, ao invés de dizer que o PT tinha um projeto de país, a mídia mercadológica sapecou de maneira uniforme e unânime, que o PT tinha um projeto de poder e que sonhava se perpetuar no comando do país a partir do projeto.

Na verdade, esta foi uma conclusão lógica de quem sabia que, com tal objetivo, o PT conseguiria dar rumo ao país, organizar as instituições do Estado e promover oportunidades a todo e qualquer cidadão brasileiro.

Para essa pequena, média e grande burguesia do Brasil, isso é o insulto dos insultos. Um país para essa gente começa a partir da banca promocional, mas sobretudo que a sonegação seja a maior fonte de lucro, exigindo que o Estado promova o mercado e não o contrário e abandone toda e qualquer linha de pensamento em que o país seja visto a partir de seus cidadãos.

Por isso, Rodrigo Maia, o maior propagandista e que mais trabalhou pelas reformas tanto de Temer quanto de Bolsonaro, aparecia na mídia como quem tinha na manga todo o cálculo econômico do arrocho e da desregulamentação que as leis trabalhistas gerariam de benefícios, sem jamais dizer que modelo econômico seria implantado e como tais benefícios chegariam aos brasileiros.

Para ele, agora, é muito cômodo dizer o que qualquer pessoa minimamente sensata ou atenta sempre soube, que Paulo Guedes, assim como qualquer neoliberal, que já assumiu o comando da economia brasileira, é uma fraude, é uma mentira grosseira que sempre esteve a serviço do modelo econômico herdado da escravidão em que o futuro e as perspectivas de melhora da população ficariam por conta de cada um, como é regra primeira do pensamento mercadológico, seja ele de um monetarista, seja ele do lápis que se tira de trás da orelha e se rabisca o cálculo do lucro num papel de embrulho.

A fala entre esses dois universos, pode se diferenciar, mas o objetivo e a maneira de operar essa forma rude de economia, é a mesmíssima.

Então, quando Maia diz agora que está esperando Guedes cumprir 10% do que prometeu, como se a economia de um país dependesse de um condão mágico do ministro da economia e não de um pensamento de nação, dá a nós o direito de perguntar ao mesmo Maia, que sempre se comportou como um escapulário dos banqueiros, aonde está o 1% daquilo que ele prometeu quando comandou, na Câmara dos Deputados, as reformas que prometiam transformar o Brasil no céu a partir de supostas técnicas de mercado, que nunca existiram e jamais existirão, porque mercado é, por si só, selvageria. E, por instinto, fora da jaula, devora o primeiro que aparecer à sua frente.

*Carlos Henrique Machado Freitas

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No Brasil, não são as chuvas que causam tragédias, mas a pobreza com a maior concentração de renda do mundo

Nossos parasitas são mais vorazes que os parasitas dos outros.

Foi essa a conclusão que chegaram as jornalistas internacionais que debateram o enredo do premiadíssimo filme Sul-coreano “Parasita”.

A elite brasileira, em nome da ganância, parece ter perdido completamente a vergonha, deu um bico nos biombos cordiais e, hoje, nem a filantropia dos sábados, a burguesia quer mais praticar tal a mentalidade selvagem adotada pela casta tropical. Tudo rigorosamente abonado pelas famosas instituições que “estão funcionando”, capturadas por privilégios e balangandãs que a elite, através de seus comandados dentro dos corredores políticos lhe oferece, sobretudo militares da alta patente e os mais graduados togados do aparelho judiciário do Estado brasileiro.

O que se viu depois do golpe em Dilma foi um acelerado processo de decomposição de um mínimo de civilidade que o Brasil mantinha por conta das políticas sociais de Lula e Dilma, que herdaram um país ainda pautado pela visão civilizatória da escravidão.

É certo que o que Lula fez na história recente do país foi absolutamente revolucionário, pois não só incluiu os pobres no orçamento do governo, como expôs ao mundo o tamanho da miséria que o Brasil ostentava até 2002.

É bom lembrar a estrondosa histeria das classes dominantes com a primeira entrevista de Zé Dirceu no Canal Livre, na Bandeirantes, quando expôs um projeto de poder de 20 anos do PT em que se pretendia zerar o déficit habitacional dos mais pobres, erradicar a miséria e a fome, chegar ao pleno emprego, valorizar os salários, entre outras medidas de transferência de renda para dar um mínimo possível de equilíbrio ao país.

Ali ficou claro, pelo ódio das palavras contra Zé Dirceu que a tragédia da miséria no país é um projeto da elite, não um acaso.

A elite brasileira nunca foi sequer liberal como se classifica. A nossa história mostra que o capitalismo brasileiro sempre foi patrimonialista, ou seja, sempre se apoderou do Estado e de sua arrecadação, sempre foi extrativista e, principalmente especulativo, como vemos agora.

Quando a elite fala em desenvolvimento do Brasil, o faz de forma lacônica e não desenvolve qualquer raciocínio no sentido do aumento das atividades produtivas. Ela passa a vida inteira choramingando impostos que normalmente surrupia do erário. Impostos pagos, na maioria das vezes, pelo povo através do consumo cotidiano.

O resultado das imagens trágicas que nos aparecem com as chuvas, mostram que 99,9% dos atingidos pelos desastres são pobres, miseráveis, subcidadãos que, como tal, sobrevivem de um trabalho precarizado, tendo que morar em lugares de extremo risco, sem a menor estrutura para a sobrevivência de um ser humano, o que revela que as tragédias trazidas pelas chuvas, que não atingem as classes média e alta, são, na verdade, promovidas pela ganância e pelo desprezo humano.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Na terra das farsas do mensalão e do petrolão, tapioca é escândalo, cartel de milicianos é rachadinha e roubo da Fundação Lava Jato nem notícia é

O cinismo da mídia brasileira com a difusão de escândalos fabricados contra inimigos e a minimização de formação de cartéis e o silêncio sobre gigantescos roubos de aliados definem a índole das redações.

É uma mídia feita sob medida para as classes média e alta tão cínicas quanto ela. Nesse caso, a tapioca de R$ 8,30 é escândalo mundial e uma fundação arquitetada para arrombar os cofres da maior estatal do país é literalmente ignorada pelas tintas dos jornalões e telejornais brasileiros.

O que são R$ 2,5 bilhões gatunados da Petrobras pelos aliados da mídia com o cartel Lava Jato perto dos R$ 8,30 gastos com uma tapioca? um escândalo de proporções interplanetárias.

Por isso se diz que, em política, não existem inimigos e sim aliados ou adversários. Aos aliados, tudo; aos adversários, a lei. No caso de Lula, nem a lei.

Agora mesmo vê-se a mídia chamar de rachadinha um cartel de décadas que montou um esquema coletivo como se fosse uma cooperativa de ladrões dos cofres públicos que pode estar diretamente envolvido no assassinato de Marielle.

Mas é assim com esse nome mimoso “rachadinha” que a mídia chama o esquema do clã Bolsonaro, que envolve não só a família do atual Presidente da República como as famílias de muitos milicianos.

Já o mensalão, nome criado por Roberto Jefferson, um dos maiores pilantras da história desse país, para se vingar do PT, depois de ser pego em grossa corrupção nos Correios, virou um dos principais mantras da cobertura da mídia brasileira.

No seu trololó coletivo, Jefferson criou na base do improviso a história mais inverossímil em que ele foi construindo várias narrativas, na mesma coletiva, em que uma se chocava com a outra. Primeiro ele disse que “alguém” do PT tinha se juntado ao carequinha Marcos Valério para distribuir mensalmente à metade da Câmara, aproximadamente 257 deputados, um pagamento para que votassem com o governo, mas não citou um único deputado que tenha recebido esse dinheiro, a não ser ele próprio que disse que recebeu um dinheirão, R$ 4 milhões, botou no cofre e que ninguém viu e nem ele provou ter recebido a tal grana.

Perguntado pela primeira vez se Zé Dirceu sabia do esquema, o fanfarrão do Jefferson responde que não, pois foi ele próprio que deu a notícia a Dirceu que teve uma reação explosiva dando um tapa da mesa, dizendo que aquilo não poderia ocorrer. Cinco minutos depois, o boquirroto do PTB, sentindo que sua mentira não tinha colado, na tentativa desesperada de se livrar da denúncia de envolvimento no roubo dos Correios, do nada, sem ter a preocupação de, ao menos fazer uma introdução, sapecou a frase “Zé Dirceu é o chefe do mensalão”.

Nunca nada disso foi provado. Na verdade, como disse Ricardo Lewandowski, a Polícia Federal, quando foi acionada para investigar o caso, não achou resquício da fábula contada por Roberto Jefferson, já Roberto Gurgel, o ex-PGR, inspirado nas frases de efeito de para-choque de caminhão de Ayres Britto, jogou todo o seu “capital” com frases curtas acusatórias sem apresentar um único cisco de prova do que dizia.

Mas está aí o mentirão rodando pelos  anais folclóricos desse país como se verdade fosse.

Vendo que o negócio seria fácil, a Globo, que já era coautora do mensalão, convocou Moro para, juntos, criar a grife Lava Jato e estruturar um golpe parlamentar contra Dilma com a ajuda de Cunha, Aécio e Temer e, em seguida, prender Lula como chefe universal do petrolão, o que acaba de ser desmentido por um juiz independente que não faz parte do cartel de Curitiba, dizendo que não há qualquer indício de crime no que foi apresentado pela turma do corrupto pai Januário e seus filhotinhos tão vigaristas quanto ele.

A coisa é tão descarada que Dallagnol e seus comandados, junto com Moro, nem quiseram recorrer ao tabefe na cara que tomaram do juiz .

Mas, e daí, quantas horas, quantos dias a mídia martelou que Lula era chefe de uma organização criminosa para, depois, usar oito segundos para dizer que o juiz Marcus Vinicius Reis Bastos, que julgou o pastelão policialesco, riu do vazio absoluto de provas que a denúncia trazia.

Assim, a coisa fica como está, mensalão, petrolão e pode-se perfeitamente criar uma facada sem sangue, sem cicatriz e transformar Bolsonaro, o escapulário da milícia brasileira, em exemplo de combate à criminalidade otimizado pela figura dessa zorra institucional dentro do aparelho judiciário do Estado, ninguém menos do que embusteiro, vigarista, corrupto e ladrão, Sergio Moro.

Estes são os termos com que se deve começar o debate sobre o baronato midiático nesse país, sobretudo a Globo, porque no final das contas, os trabalhadores perderam direitos, aposentadoria e, enquanto a bolsa de valores bate recordes de ganho, o bolsão de miséria bate recordes de crescimento estampando o Brasil de volta ao mapa da fome.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Colchões espalhados pelo chão da antiga enfermaria, assim dormem Zé Dirceu e outros presos da Lava Jato

Um dia, lá no futuro, a história contará a importância de Zé Dirceu para o Brasil. Claro, já não estaremos mais aqui, mas a história fica e, com ela, a verdade.

Os colchões estão distribuídos no chão e os pertences pessoais colocados em cima de caixotes. Cada cela do espaço, que antes era a enfermaria do hospital, tem um banheiro com um chuveiro e uma privada.

Coluna da jornalista Mônica Bergamo, na edição desta terça-feira (21) da Folha de S.Paulo, revela que o ex-ministro José Dirceu e outros 37 detentos estão dormindo em colchões no chão, divididos em grupos de 7 pessoas, em uma antiga enfermaria do hospital penitenciário do Complexo-Médico Penal, na região metropolitana de Curitiba, no Paraná.

Segundo a jornalista, Zé Dirceu, que foi preso novamente na sexta-feira (17), está dividindo a cela com o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, o ex-tesoureiro do PT João Vaccari, o ex-senador Gim Argello e outros três presos.

Todos os detentos da Lava Jato e de outros crimes ligados à corrupção que estão no presídio foram transferidos da Galeria 6 para a ala do hospital na quinta-feira (16). Antes, eles dormiam em dois presos por cela.

Os colchões estão distribuídos no chão e os pertences pessoais colocados em cima de caixotes. Cada cela do espaço, que antes era a enfermaria do hospital, tem um banheiro com um chuveiro e uma privada.

O Departamento Penitenciário do Paraná afirma que a transferência foi feita por “questões de segurança” e que o objetivo é que, no futuro, fiquem apenas quatro presos por cela.

 

 

 

 

 

*Com informações da Forum