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Política

Bolsonaro e Guedes são feitos do mesmo material

Artigo professor Silvio Almeida, publicado na Folha

O homem certo – A cada entrevista ou pronunciamento fica mais evidente que Paulo Guedes é o homem certo. Suas ideias, seu comportamento, sua gestão à testa do Ministério da Economia provam a cada dia que outro homem não estaria à altura —ou à baixeza, no caso— exigida para esse cargo. Nenhum outro ministro representa de forma tão essencial as forças políticas que levaram Jair Bolsonaro à Presidência da República.

O presidente da República e o ministro da Economia são absolutamente complementares e encarnam, ainda que em corpos distintos, um só espírito. São, portanto, apenas aparentes as suas contradições.

De um lado um sujeito cuja falta de modos é lida como “autenticidade”. Manda jornalistas se calarem, desdenha do sofrimento da pandemia e agride quem dele discorda. Encarna o autoritário, que muitos pedem.

Na outra ponta, o “intelectual”, reconhecido pelo mercado como grande gestor e homem de sucesso. É o campeão da liberdade, que o mercado deseja. Mas nada como os momentos de crise para erodir as aparências e fazer emergir das profundezas a natureza gemelar dos dois personagens. Quando acossados, o ódio que nutrem a pobres, a trabalhadores, a pequenos empresários e a aposentados emerge de forma primordial e sem freios.

Mas que espírito é esse que no governo brasileiro habita dois corpos e que tem o poder de se apresentar simultaneamente como defesa intransigente da liberdade e ameaça à democracia? Há alguns anos as ciências sociais, nas mais variadas áreas, têm se esforçado para compreender o fenômeno que alguns denominam como neoliberalismo autoritário. Acho que nenhum outro termo pode explicar melhor o “bolsoguedismo”.

O uso do termo neoliberalismo autoritário é controverso. O termo se refere às condições objetivas e subjetivas surgidas com as transformações no regime de acumulação e no modo de regulação do capitalismo provocadas pelas crises do fordismo e do Estado de bem-estar social. Tais mudanças levariam à atualização das formas de regulação estatal na economia e a processos de reorientação ideológica conduzidos pelas exigências da concorrência de mercado.

O que os mais diversos autores têm apontado é que desde as suas origens o neoliberalismo esteve relacionado com o esvaziamento da democracia, já que medidas para limitar o poder econômico são consideradas interferências políticas que ameaçam à liberdade.

A liberdade, na visão dos considerados teóricos do neoliberalismo, se materializa na ordem da concorrência, e não no contrato social. Trata-se, portanto, de construir o mercado blindado das demandas democráticas e de redistribuição igualitária, “livre” de constrangimentos sobre o investimento e a lucratividade capitalista. Isso explicaria o movimento para desmantelar os sistemas de proteção social, a oferta pública, gratuita e universal de saúde e educação e a facilitar a captura do orçamento público por interesses privados.

Mas há os que considerem um absurdo a vinculação entre autoritarismo e neoliberalismo e, para tanto, fornecem exemplos de governos e países democráticos que adotaram o receituário neoliberal.

Pierre Dardot denuncia a confusão teórica daqueles que acusam essa incompatibilidade. Segundo o autor francês, é preciso distinguir: 1) autoritarismo como regime político; 2) autoritarismo político neoliberal e 3) a dimensão autoritária irredutível do neoliberalismo. O primeiro não é exclusividade de governos neoliberais. O segundo é resultado da acomodação das políticas neoliberais a distintos regimes políticos, democráticos ou autoritários, o que é determinado pelas circunstâncias históricas. Já o terceiro é o que Dardot chama de “restrição do deliberável”, o que, em outras palavras, é a decomposição das instâncias de participação popular por meio de “reformas” e uso de medidas jurídicas excepcionais, especialmente no que se refere a decisões econômicas.

Guedes e Bolsonaro personificam a versão brasileira do centauro do neoliberalismo, que é metade liberdade econômica para o andar de cima da pirâmide social e metade repressão e violência para o andar de baixo. De vez em quando somos forçados a lembrar que é um único ser, com os mesmos projetos e o mesmo negacionismo da realidade social. No fundo, quem quer a liberdade de Guedes pede por autoritarismo; quem quer o autoritarismo de Bolsonaro é porque demanda a liberdade de Guedes.

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O uso de obstrução da CPI por senadores bolsonaristas só revela que Bolsonaro não tem plano de defesa

Pra começo de conversa, se Bolsonaro tivesse algum feito positivo no combate à pandemia, os bolsonaristas já teriam feito um carnaval nas redes. Se buscarem o mesmo caminho dos senadores que defendem o governo Bolsonaro atacando prefeitos e governadores, é porque Bolsonaro, em última análise, está confessando uma derrota política acachapante. E a CPI ainda nem começou.

Por ora, os times só estão escalados, o que já de cara apresenta uma derrota mortal para quem queria tirar Renan Calheiros da relatoria, justamente porque não tem nada para mostrar como política de combate à pandemia e muito o que esconder sobre a responsabilidade pelo Brasil ter chegado à catástrofe que chegou, com 400 mil mortes.

Até aqui, foi um jogo de perde-perde para Bolsonaro. E essa situação dramática tem tudo para ser ainda pior depois da convocação dos ex-ministros da Saúde, Mandetta, Nelson Teich e, principalmente Pazuello, pois, além da guerra travada por Bolsonaro contra as vacinas, o kit covid, praticamente imposto pela gestão de Pazuello e a falta tanto de oxigênio quanto de medicamentos para intubação nos hospitais, terá um bombardeio de torpedos disparados à queima-roupa.

Pelo aquecimento da peleja na CPI, a tendência é que Bolsonaro não ganhe uma bola dividida e não terá espaço para avançar nos momentos em que estiver com a bola dominada, além de manter a posse desta mais tempo na sessão sem conseguir aplicar qualquer jogada, mesmo porque essas nem teorias têm, que fará fôlego.

Não é sem motivos que Bolsonaro está, além de desesperado, suplicando por algum acontecimento que ao menos reduza esse processo que, sem dúvida alguma, vai tratorar o seu mandato e desembocará inevitavelmente em impeachment.

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Guedes prova mais uma vez que não há terceira via. A direita neoliberal é uma via só

No vestuário pode haver alguma diferença entre o que se classifica como extrema direita e terceira via, os dois estão do mesmo lado da guerra em prol das classes dominantes.

Mas não é essa a ideia que unifica as supostas duas correntes, mas as estampas das manchetes, mostrando que são siamesas e sempre cantarão em uníssono. Um pode até decalcar o outro, imitar, papagaiar, fazer as mesmas caretas, produzir os mesmos guinchos conceituais e dar títulos diferentes a uma mesma ideia, a central que unifica essas duas supostas correntes é o combate ao pobre, não à pobreza.

Depois de Paulo Guedes dizer que, na época de Lula era uma farra porque empregada doméstica estava indo à Disney, e hoje reclamar que o filho do porteiro fez faculdade com o programa Fies criado pelo governo Lula, o último romântico da escola de Chicago, decididamente, ganha a medalha tucano de ouro neoliberal.

Na verdade, ontem, quando Paulo Guedes declarou que “todo mundo quer viver 100 anos”, ele decalcou FHC quando chamou os aposentados de “vagabundos” que custavam caríssimo aos cofres públicos.

Segundo Paulo Guedes, “a longevidade dos brasileiros se tornou um problema para as contas públicas. “Todo mundo quer viver 100 anos, 120, 130. Não há capacidade de investimento para que o Estado consiga acompanhar”.

O que não se pode esquecer é que essa desculpa pelo fracasso anunciado pelos neoliberais, não vem de agora, quem viveu o período militar lembras-se muito bem que o fracasso econômico em que eles jogaram o país com uma hiperinflação, segundo os próprios, era culpa do pãozinho de sal e que a farinha de trigo importada da Argentina era subsidiada pelo governo para baratear o produto, que é um dos alimentos preferenciais dos brasileiros, querido por 10 em cada 10 brasileiro, rico ou pobre.

O problema é que o próprio Guedes acaba sendo garoto propaganda dos governos Lula e Dilma que proporcionaram tantos avanços para as camadas mais pobres da população e ainda deixaram num cofre a maior reserva internacional de que se notícia no Brasil, 380 bilhões de dólares.

No caso do filho do porteiro que entrou para a faculdade, Guedes descarregou seu preconceito com uma torrente de mentiras:

“O porteiro do meu prédio, uma vez, virou para mim e falou assim: ‘Seu Paulo, eu estou muito preocupado’. O que houve? ‘Meu filho passou na universidade privada’. Ué, mas está triste por quê? ‘Ele tirou zero na prova. Tirou zero em todas as provas e eu recebi um negócio dizendo: parabéns, seu filho tirou…’ Aí tinha um espaço para preencher, colocava ‘zero’. Seu filho tirou zero. E acaba de se endereçar a nossa escola, estamos muito felizes”, disse Guedes.

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Opinião

Vídeo: Mainardi prova que a terceira via é um plágio do bolsonarismo

Os traços comuns entre Mainardi e Olavo de Carvalho ficaram evidentes quando o advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, Kakay, desanca essa figura estranha que nunca abandonou a embarcação bolsonarista, mas que agora se diz da tal terceira via na garupa de Moro.

Na verdade, não há um mísero centímetro que separa o tresloucado Mainardi do amalucado Olavo de Carvalho, mesmo que Mainardi tente usar a sua gargalhada como camuflagem de um escancarado extremista de direita que sempre defendeu os interesses do grande capital, e sempre amarrado ao pé da mesa dos banqueiros.

Qualquer um que não seja do seu agrado e que for ao programa, chamado de Mamata Connection, Mainardi vai produzir suas molecagens.

Kakay, espertamente, afrouxou a rédea para montar no cavalo sorrindo. Isso, certamente, tirou o pão da boca de Mainardi que, com aquele ódio visceral, baixou totalmente o nível, fingindo ser mera picuinha brejeira.

A sagacidade de Kakay pendurou no pescoço de Mainardi mais um rosário de capim. Fazer o quê, inteligência não é para qualquer um, perspicácia então!

Kakay diz a Mainardi: “Humorista que tem mau humor é tradicional, mas quando tem mau humor e não tem inteligência, vocês são muito corajosos”.

Moral da história: Depois que Mainardi xingou o advogado Kakai, a TV Cultura afirmou que “não concorda com o ocorrido e já tomou providências junto à empresa produtora do Manhattan Connection”.

https://twitter.com/hilde_angel/status/1387827371298934789?s=20

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Política

Lewandowski mantém Renan na relatoria da CPI da Covid

O ministro Ricardo Lewandowski, do STF (Supremo Tribunal Federal), negou nesta quinta-feira (29) um pedido para que o senador Renan Calheiros (MDB-AL) fosse impedido de participar da CPI da Covid. Com a decisão, o emedebista está mantido na relatoria da comissão, que foi instalada na última terça e teve hoje a primeira sessão.

Lewandowski rejeitou um mandado de segurança apresentado na última terça pelos senadores Jorginho Mello (PL-SC), Marcos Rogério (DEM-RO) e Eduardo Girão (Podemos-CE). Os parlamentares argumentavam que Calheiros não poderia integrar a comissão porque é pai do governador de Alagoas, Renan Filho (MDB-AL), que pode vir a ser investigado.

Para o ministro, a indicação de membros para CPIs é uma atribuição interna do Congresso. “Note-se que a Carta Política [Constituição] não esmiuçou como se deve dar a composição ou a escolha dos integrantes da comissão, nem mesmo para os relevantes encargos de Presidente, Vice-Presidente e Relator. Em outras palavras, reservou ao Legislativo a tarefa de regulamentá-la internamente, por meio do seu regimento”, escreveu.

Essa foi a segunda tentativa de políticos governistas de tirar Calheiros das investigações. Na última segunda, a Justiça Federal de Brasília concedeu uma liminar pedida pela deputada Carla Zambelli (PSL-SP) para afastar Renan da relatoria. A decisão, porém, foi derrubada no dia seguinte pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região. Zambelli recorreu.

A CPI da Covid foi instalada na última terça e teve hoje a primeira sessão. Sob um clima tenso, os senadores aprovaram a convocação de todos os ministros da Saúde que já passaram pelo governo Bolsonaro: o atual, Marcelo Queiroga, e os ex-ministros Luiz Mandetta, Nelson Teich e Eduardo Pazuello.

Também foi aprovada a convocação do diretor-presidente da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), Antônio Barra Torres. Todos serão ouvidos na semana que vem, a partir de terça (4).

Na sessão de hoje, Calheiros lembrou que o Brasil superou a marca de 400 mil mortos pela doença. Também acusou colegas governistas de tentarem atrasar os trabalhos da CPI e bateu boca com parte da tropa de choque do governo, que está em minoria na comissão.

Largada turbulenta

A CPI da Covid foi instalada na última terça e teve hoje a primeira sessão. Sob um clima tenso, os senadores aprovaram a convocação de todos os ministros da Saúde que já passaram pelo governo Bolsonaro: o atual, Marcelo Queiroga, e os ex-ministros Luiz Mandetta, Nelson Teich e Eduardo Pazuello.

Também foi aprovada a convocação do diretor-presidente da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), Antônio Barra Torres. Todos serão ouvidos na semana que vem, a partir de terça (4).

Na sessão de hoje, Calheiros lembrou que o Brasil superou a marca de 400 mil mortos pela doença. Também acusou colegas governistas de tentarem atrasar os trabalhos da CPI e bateu boca com parte da tropa de choque do governo, que está em minoria na comissão.

*Matéria originalmente publicada no Uol por Rafael Neves

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Saúde

Quadruplicando ritmo de mortes, Brasil atinge 400 mil vidas perdidas para a Covid

Últimos 100 mil óbitos foram registrados em apenas 36 dias. Apesar de queda nas taxas de morte no momento, após endurecimento de medidas de restrição, abril foi o mês mais letal e teve mais de 2 mil vítimas diárias.

Segundo matéria publicada no G1, o Brasil atingiu nesta quinta-feira (29) uma nova marca da tragédia sanitária dos últimos 13 meses: ultrapassou as 400 mil vidas perdidas para a Covid-19. O assustador número, que reflete o fracasso brasileiro no combate à pandemia, traz um dado ainda mais triste e revelador: o ritmo das mortes pela doença no país quadruplicou. Ele nunca havia sido tão intenso.

Entre março e abril, foram 100 mil mortes registradas em apenas 36 dias. Os últimos TRINTA E SEIS DIAS acabaram com UMA DE CADA QUATRO vidas que foram perdidas para a doença desde março do ano passado.

No início da tarde desta quinta, o total de mortos chegou 400.021, e o de casos confirmados, 14.541.806.

A marca dos primeiros 100 mil óbitos no Brasil foi atingida quase 5 meses – 149 dias – após a primeira pessoa morrer pela doença no país. Dos 100 mil para os 200 mil, passaram-se outros 5 meses – 152 dias. Mas para chegar aos 300 mil, foram necessários somente 76 dias, número que agora caiu quase pela metade.

As 400 mil vidas perdidas estão sendo registradas justamente no mês que mais matou pessoas: foram mais de 76 mil em 29 dias de abril. Março, o mês anterior mais letal da pandemia, teve 66.868 mortes em 31 dias.

Alta taxa de mortes e jovens internados

Diferentemente do mês passado, quando a média de mortes estava com tendência de alta, neste final de abril, a média de mortes está em queda, após vários estados terem adotado medidas mais duras de restrição em meio à segunda onda da Covid.

No entanto, o número diário de mortes permanece num patamar muito alto: são mais de 2 mil vítimas diárias da Covid há mais de 40 dias – a maior média do mundo entre 9 de março e 25 de abril.

Ao contrário do começo da pandemia, a taxa de internação de jovens só aumenta. Também crescem os relatos de mortes de pessoas fora dos grupos que eram considerados de risco.

Alerta nos sistemas de saúde, aglomerações e CPI

Os sistemas de saúde nos estados, que em grande parte viviam o auge do colapso ao longo de março, passam por uma leve folga no momento. As taxas de ocupação de leitos tiveram redução nas últimas semanas. No entanto, com a lentidão do ritmo de vacinação no país (leia detalhes mais abaixo) e a volta de medidas de flexibilização, o alerta continua.

Diariamente no país são registradas aglomerações no transporte público das grandes cidades. As festas clandestinas e os encontros em estabelecimentos proibidos, como bingos, sem qualquer medida sanitária de prevenção à Covid, continuam ocorrendo.

No Congresso, senadores instalaram nesta semana a CPI da Covid, proposta para apontar os responsáveis pela devastadora crise de saúde que a pandemia causou no Brasil. Entre outros pontos, os parlamentares vão investigar por que a vacina está demorando tanto a chegar para os brasileiro e o que permitiu que o estado do Amazonas ficasse sem oxigênio para tratar os doentes.

 Foto: Anderson Cattai/Editoria de Arte

Média diária de mortes por Covid-19 — Foto: Anderson Cattai/Editoria de Arte

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A grande oposição que Bolsonaro enfrenta na CPI não é dos senadores, mas da ciência

O que não faltam são provas, declarações e políticas públicas do Ministério da Saúde que se colocaram frontalmente contra as orientações da ciência, para ser mais preciso, contra a OMS.

Não há vernáculo possível daqueles que defenderão o governo na CPI da Covid que encontrará motivos legais para defender as políticas praticadas pelo Ministério da Saúde e as declarações contra a ciência vindas do presidente da República.

E é a ciência que colocará à prova o mandato do presidente, em nome de uma visão civilizatória. De um lado, estarão médicos, infectologistas e cientistas e, do outro, um governo que foi absolutamente indiferente a todas as orientações da ciência.

Ou seja, em última análise, o que de fato será explosivo é o embate do governo contra a ciência.

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Convocação do Senado ao Cacique Raoni será mais um pedregulho na botina de Bolsonaro

“Estoque de testes do Brasil está no fim, mas o encalhe de cloroquina, que a CPI vai investigar, incomoda o governo. Saúde orientou descarregar Kit-Covid em aldeias indígenas da AM. Cacique Raoni será ouvido sobre a pandemia e mortalidade indígena em Comissão de Meio Ambiente o Senado.” (Saul Leblon – Carta Maior)

Esta talvez seja uma das mais cruéis passagens da pandemia, o uso sistemático e indiscriminado do kit cloroquina que o Ministério da Saúde descarregou nas aldeias indígenas, o que certamente abre um outro campo de batalha fora da CPI, mas que acaba sendo material explosivo contra o governo Bolsonaro na mesma CPI.

Dificilmente, o governo Bolsonaro conseguirá explicar tantas sandices ao mesmo tempo. Não há estratégia possível que possa enfrentar uma realidade tão dura e com tantas provas de incompetência, imprudência e, consequentemente de crimes cometidos pela pasta da Saúde.

Isso dá uma dimensão bem clara de que, mesmo sendo cedo para afirmar, tudo indica que o processo seguirá, a cada depoimento, para desaguar no impeachment.

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Vídeo: Flávio Bolsonaro, em discurso contra a formação da CPI, acaba criminalizando a conduta do pai

Usando o argumento de que a CPI da Covid, por ter algumas sessões presenciais, mesmo que com protocolo rígido de distanciamento, uso de máscaras e uma série de medidas de prevenção pelo Senado, Flávio, como se vê no vídeo, fala de uma suposta aglomeração que aconteceria e acaba criminalizando as cenas mais vistas protagonizadas pelo pai durante a pandemia, em que Bolsonaro aparece sem máscara, muitas vezes arrastando uma enorme quantidade de pessoas em condições de altíssimo risco de contágio pelo vírus que, certamente, contribuiu não só pelo ato, mas pelo mau exemplo com a disseminação do vírus no Brasil que já chega a 400 mil vítimas fatais.

Essa linha de “argumento” de Flávio mostra que não há justificativa possível contra atos tão escancarados que flagram não só o mau exemplo, mas o risco que Bolsonaro sabia que produzia para a vida das pessoas que se aglomeraram e o discurso contra o isolamento social, o que mostra que, quanto mais os defensores do governo se mexem, mais provas produzem contra Bolsonaro na CPI.

https://twitter.com/marilizpj/status/1387076397357797380?s=20

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Política

MPF identifica quebra de contrato da Covaxin e suspeita de favorecimento da gestão Pazuello a empresa

Procuradoria investiga indícios de pressão da cúpula da Saúde em áreas técnicas; ministério nega e diz que aquisição será concluída com aval da Anvisa.

O MPF (Ministério Público Federal) identificou um descumprimento do contrato assinado para o fornecimento da vacina indiana Covaxin e investiga suspeita de favorecimento do Ministério da Saúde à empresa responsável, a Precisa Medicamentos, em razão de cláusulas tidas como benevolentes.

O contrato para a entrega de 20 milhões de doses tem o valor de R$ 1,61 bilhão. Foi negociado na gestão do general da ativa Eduardo Pazuello e assinado em 25 de fevereiro.

Três dias antes, em 22 de fevereiro, o ministério já havia autorizado o pagamento à farmacêutica. A nota de empenho, que é a autorização para os depósitos, contempla a íntegra do valor. O pagamento ainda não ocorreu.

Pazuello foi demitido do cargo de ministro da Saúde em 15 de março. É, hoje, um dos principais alvos da CPI da Covid, recém-instalada no Senado.

O contrato assinado entre o Ministério da Saúde e a Precisa Medicamentos —que representa a Bharat Biotech Limited International— estabeleceu um cronograma de entrega que deveria ser cumprido “após a assinatura”.

Para 16 milhões de doses, esse prazo já se esgotou. Para os 4 milhões restantes, esgota-se no próximo dia 6, conforme cláusula prevista em contrato.

A Covaxin ainda não tem aval da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). No último dia 31, a agência negou pedido do Ministério da Saúde para autorização excepcional de importação e distribuição da vacina. Faltam dados técnicos básicos sobre o imunizante, segundo a Anvisa.

Também foi negado pedido de certificado de boas práticas de fabricação para a Bharat Biotech, após inspeção de técnicos da Anvisa na fábrica na Índia.

A especificação sobre entrega da Covaxin é diferente, por exemplo, da cláusula no contrato entre o ministério e a União Química, responsável pela vacina russa Sputnik V. A Sputnik também segue sem aval da Anvisa.

Assinado em 12 de março, o contrato prevê que 10 milhões de doses devem ser entregues em até 60 dias “após a obtenção da autorização temporária de uso emergencial ou registro definitivo”.

Em nota, o Ministério da Saúde afirmou que não há diferença entre os dois contratos. “Trata-se meramente de redação”, afirmou.

Segundo a pasta, a aquisição da Covaxin só será concluída após a Anvisa conceder registro de uso emergencial ou definitivo. “Com a aprovação da agência sanitária, o laboratório deverá providenciar o embarque do produto na Índia.”

Diante do descumprimento dos prazos contratuais, o MPF em Brasília decidiu cobrar, no último dia 31, uma explicação do diretor do Departamento de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias. É ele que assina contratos do tipo.

A Procuradoria também quer uma cópia dos processos de importação da vacina. Neste caso, o pedido se dirige ao tenente-coronel do Exército Alex Lial Marinho, nomeado por Pazuello no cargo de coordenador-geral de Logística de Insumos Estratégicos para Saúde.

O MPF investiga suspeita de favorecimento à Precisa em razão de termos contratuais tidos como benevolentes e por não ter havido sanção contratual após o descumprimento dos prazos previstos.

Além disso, a Procuradoria reúne indícios de que a cúpula do ministério pressionou as áreas técnicas para que fosse encontrada uma solução diante do descumprimento do contrato –o que o ministério nega.

“Não houve pressão para solução no deferimento da licença de importação. Este assunto foi tratado entre a empresa e a Anvisa”, disse a pasta, em nota.

Os indícios levantados fazem parte de inquérito civil aberto para investigar suposta improbidade administrativa de Pazuello e seus auxiliares nos atos para compra e distribuição de vacinas, na distribuição de cloroquina —um medicamento sem eficácia para Covid-19—no país e na omissão diante do iminente colapso de oxigênio no Amazonas em janeiro.

Se ficar constatado que o Ministério da Saúde não adotou medidas diante do descumprimento do cronograma de entrega da Covaxin, o MPF pretende abrir uma investigação à parte, para apurar a ocorrência de crimes no caso.

A Covaxin é a vacina mais cara, dentre os imunizantes comprados pelo Ministério da Saúde para o combate à Covid-19. Pelo contrato, cada dose custa US$ 15 (R$ 80,70, pela cotação do dólar no momento da emissão da nota de empenho).

A Sputnik V tem um custo individual de R$ 69,36. Cada dose das vacinas da Pfizer e da Janssen saiu por US$ 10 (ou R$ 56,30, segundo pagamentos feitos antecipadamente). A Coronavac, do Instituto Butantan, custa R$ 58,20.

O Ministério da Saúde disse que os preços estão dentro da média e em conformidade com os mercados interno e externo.

No sábado (24), a pasta fez nova atualização no cronograma de entregas de vacinas e diminuiu em 31% a previsão até maio –de 46,9 milhões de doses antes para 32,4 milhões agora. Imunizantes sem autorização da Anvisa —Covaxin e Sputnik V— saíram do cronograma.

Em nota, a Precisa Medicamentos afirmou que o ministério fez pedido de importação dentro do prazo contratual e que, em paralelo, a empresa solicitou emissão do certificado de boas práticas de fabricação.

“Embora o processo de emissão do certificado não tenha ligação formal com o pedido de licença de importação feito pelo Ministério da Saúde, e ainda que a lei não condicione a autorização de uso excepcional ou emergencial à emissão do certificado, a Anvisa indeferiu a licença solicitada pelo ministério”, disse.

Precisa e Bharat Biotech têm mantido contato permanente e relatado ao ministério as tratativas com a Anvisa, afirma a nota, “possibilitando assim, com a maior urgência e brevidade possível, sua entrega ao Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19”.

*Com informações da Folha

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