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Economia

Dívida pública cai a 76,1% do PIB em dezembro e superávit primário supera expectativa

As expectativas em pesquisa da Reuters eram de 77,0% para a dívida bruta e de 61,0% para a líquida.

A dívida bruta do Brasil registrou queda em dezembro, quando o setor público consolidado brasileiro apresentou superávit primário acima do esperado, de acordo com dados divulgados nesta sexta-feira (31) pelo Banco Central.

A dívida pública bruta do país como proporção do PIB fechou dezembro em 76,1%, contra 77,7% no mês anterior. Já a dívida líquida foi a 61,1%, de 61,2% em novembro.

Em dezembro, o setor público consolidado registrou um superávit primário de R$ 15,745 bilhões, acima da expectativa de economistas consultados em pesquisa da Reuters de um saldo positivo de R$ 10,2 bilhões.

O desempenho mostra que o governo central teve saldo positivo de R$ 26,728 bilhões, enquanto Estados e municípios registraram déficit primário de R$ 12,018 bilhões e as estatais tiveram superávit de R$ 1,035 bilhão, mostraram os dados do BC.

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Política

O Brasil tem que desparasitar o Congresso Nacional em 2026

Uma gestão republicana, não pode caminhar no executivo sem uma desparasitação aguda do congresso nacional, enfestado dos mais ardis protozoários.

A coisa é tão séria que não dá para listar quais são os vermes e protozoários.

Os mais famosos dispensam apresentações e comentários.

Até a pedra mais profunda do oceano, sabe quem são e como operam seus mecanismos de sangue suga da nação.

Trocando em miúdos, os progressistas tem que buscar unidade estratégica para multiplicar seus quadros no legislativo.

Isso é para já. 2026 é logo ali.

O executivo não opera de olho no horóscopo do dia. Nem os astros seguram o repuxo contra um congresso de boca nervosa como o atual de Liras e os muitos centrões.

O tranco da extrema direita, somado ao fisiologismo do centrão, é forte e de jogo baixo no congresso.

Sem ilusões, portanto.
Lula,

Lula chegará forte para a disputa da reeleição em 2026, mas tem que governar com o congresso que herdará junto com seu 4º mandato à presidência da República.

Então, é mão na massa desde já.

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Política

Aviso de Lula aos navegantes: está pronto para a disputa de 2026

‘Ninguém vai marcar a hora para ele assumir sua candidatura. Lula tem a precedência no PT e no campo progressista’.

Estreando uma fórmula de relacionamento direto e mais frequente com a imprensa, o presidente Lula concedeu nesta quinta-feira uma longa entrevista coletiva informal em que abordou questões de governos diversas e mandou um aviso político-eleitoral, embora evitando declarar-se candidato: o de que está pronto, em todos os sentidos, para enfrentar a disputa eleitoral de 2026.

Antecipando-se a uma eventual exploração de problemas de saúde e idade, pontuou: “eu tive um acidente, não uma doença. Estou com 79 anos de idade e energia de 30”.

Lula respondeu a perguntas sobre os temas mais variados, como reforma ministerial, juros, déficit fiscal, relação com o Congresso, relação com Trump, e outros assuntos da conjuntura, mas o recado que ele parece ter dado com mais gosto, embora de forma indireta, foi para aqueles que, como fez o presidente do PSD, Gilberto Kassab, colocam em dúvida suas chances de reeleição.

Lula respondeu a perguntas sobre os temas mais variados, como reforma ministerial, juros, déficit fiscal, relação com o Congresso, relação com Trump, e outros assuntos da conjuntura, mas o recado que ele parece ter dado com mais gosto, embora de forma indireta, foi para aqueles que, como fez o presidente do PSD, Gilberto Kassab, colocam em dúvida suas chances de reeleição.

Lula respondeu a perguntas sobre os temas mais variados, como reforma ministerial, juros, déficit fiscal, relação com o Congresso, relação com Trump, e outros assuntos da conjuntura, mas o recado que ele parece ter dado com mais gosto, embora de forma indireta, foi para aqueles que, como fez o presidente do PSD, Gilberto Kassab, colocam em dúvida suas chances de reeleição.

Bem no início, antes mesmo que o nome de Kassab viesse à tona, ele afirmou: “Quem quiser derrotar meu governo terá que travar luta de rua, e não apenas na Internet, onde mentir é fácil”, disse ele ao recordar o crescimento do PIB nos dois primeiros anos do atual mandato, contra todas as previsões, feito que ele promete repetir.

Lula, segundo uma fonte petistas, estava engasgado com a declaração de Kassab, de que ele não se reelegeria se a eleição fosse hoje, seguida de um comentário desairoso sobre Fernando Haddad, que chamou de “ministro fraco”.

O presidente disse que começou a rir ao saber da frase de Kassab, pois ainda faltam dois anos para o pleito. Por isso não estaria nem um pouco preocupado com pesquisas eleitorais feitas hoje. Tomou as dores de Haddad, lembrando que, como ministro, ele negociou e aprovou a PEC da transição antes mesmo da posse do governo, elaborou e conseguiu aprovar no Congresso o arcabouço fiscal, e também negociou a aprovação de uma reforma tributária que parecia impossível e trará muitos benefícios ao país.

Ao confirmar a reforma ministerial, não informou quem sairá ou entrará no governo, mas fez questão de elogiar a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, que deve ir para a Secretaria-Geral da Presidência da República, definindo-a como “um dos quadros políticos mais refinados do partido”.

Mais adiante, Lula voltou a falar indiretamente de sua candidatura, perguntando:

– Vocês acham que eu voltaria à presidência da República se não fosse para fazer mais? Passei dois anos plantando e agora vamos começar a colher e a entregar resultados.

E aproveitou para falar de suas condições físicas, depois do susto do acidente: “Estou com 79 anos de idade e energia de 30. Duvido que vocês, jornalistas, aguentem uma agenda diária como a minha”.

O aviso foi dado, mas ninguém marcará hora para ele assumir sua candidatura à reeleição. Lembro-me de que, em 2005, o ano da grande crise do mensalão, diante das pressões para que se definisse, ele costumava dizer: só farei isso quando eu concluir que posso vencer a eleição. E assim foi.

Acho que ele continua seguindo este preceito, e ontem tratou de estabelecer que ele tem a precedência, no PT e no campo progressista que o apoia. Até que ele tome sua decisão, não se fala em outra candidatura. Até mesmo porque não existe outro nome, até onde a vista alcança.

A entrevista desta quinta-feira foi a fórmula acertada entre o ministro Sidônio e o Secretário de Imprensa Laércio Portela, diante da necessidade de expor mais o presidente, tirando-o da redoma protetora em que se isolou nos últimos tempos.

Neste primeiro teste, Lula passou. Falou sobre tudo o que lhe foi perguntado e não escorregou em cascas de banana. Não haverá, entretanto, segundo Laércio, periodicidade fixa para a entrevista, para que ela não se banalize. Veremos.

|*Tereza Cruvinel/247

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Educação

MEC anuncia reajuste no piso salarial para professores no Brasil

Medida vale para docentes da educação básica e valor sobe para R$ 4.867,77.

O ministro da Educação, Camilo Santana (PT), anunciou aumento de 6,27% no piso salarial de professores do país nesta quinta-feira (30). O valor total passa de R$ 4.580 para R$ 4.867,77.

O reajuste vale para todos os docentes da educação básica com jornadas de 40 horas semanais. O aumento do piso está previsto na Lei do Magistério de 2008.

Apesar de estar na lei, muitos municípios não cumprem o piso. Com as mudanças no principal instrumento de financiamento da educação básica, o Fundeb, municípios passaram a questionar a “segurança jurídica” da legislação, uma vez que a conta para a revisão do salário dos educadores está atrelada ao valor do fundo por aluno, anualmente.

Eles justificam que o cálculo atual não dá previsibilidade e estabilidade. Em 2022, o reajuste foi de 33%, por exemplo, já em 2024 3,62% — abaixo da inflação daquele ano.

piso salarial

Ministro da Educação publicou sobre o piso
“Valorização dos nossos professores”, escreveu o ministro em uma publicação em sua rede social, com uma foto assinando a portaria.

“Valorização dos nossos professores! Assinei a Portaria MEC nº 77, de 29 de janeiro de 2025, que define o novo Piso Salarial Profissional Nacional do magistério público da educação básica. Com aumento de 6,27%, o valor mínimo que professores da rede pública da educação básica devem ganhar no Brasil passa a ser de R$ 4.867,77”, diz o texto.

No último dia 14 de janeiro, o governo lançou o programa Mais Professores, com medidas de incentivos para formação e permanência desses profissionais na carreira. Dentre as ações anunciadas, há bolsas e um cartão de crédito exclusivo no Banco do Brasil sem pagamento de anuidade.

O auxílio para a bolsa que leva o nome do programa será de R$ 2.100, além do salário, por até dois anos. A ideia é incentivar o ingresso em redes públicas de ensino da educação básica em regiões e em áreas com maior carência docente.

Os recursos para todas as ações do programa já estão previstos no orçamento de 2025 e 2026, vindos MEC (Ministério da Educação), e somam R$ 1,7 bilhão. O Brasil tem 2,3 milhões de docentes e 47 milhões de estudantes na educação básica. Com ICL.

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Política

“Campainha vai tocar”, diz Bolsonaro que revela se preparar para a prisão

Bolsonaro foi indiciado pela Polícia Federal no fim de 2023.

Jair Bolsonaro já se prepara para o dia em que será preso, mas, por enquanto, ainda dorme tranquilamente nas noites que antecedem a chegada da Polícia Federal.

“Eu durmo bem, mas já estou preparado para ouvir a campainha tocar às 6h: ‘É a PF!’”, disse Bolsonaro à agência Bloomberg.

Bolsonaro foi indiciado pela PF no fim de 2023 no inquérito que investiga uma tentativa de golpe de Estado depois das eleições de 2022.

A mais recente das acusações ocorreu em novembro de 2024, quando a PF o indiciou por abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa.

Não é a primeira vez que Bolsonaro comenta sobre a possibilidade de ser acordado pela PF. No dia 22, o ex-presidente afirmou que acorda todos os dias com a sensação de ter agentes na porta de sua casa.

Durante a entrevista, o ex-presidente se comparou a Donald Trump, que voltou ao comando dos Estados Unidos neste mês. “Eu fui esfaqueado aqui. Ele levou um tiro aí”, disse, referindo-se aos ataques sofridos pelos dois durante campanhas eleitorais.

Ele também traçou um paralelo entre os ataques golpistas ao Capitólio, em 6 de janeiro de 2021, e a invasão dos prédios dos Três Poderes, em Brasília, no dia 8 de janeiro de 2023. “Ele teve o 6 de janeiro, eu, o 8 de janeiro. Eu fiquei muito feliz com a anistia que ele deu. Eu espero que não precisemos esperar eleger um conservador em 2026 para fazer o mesmo aqui”, afirmou.

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Política

TRE-SP cassa mandato de Carla Zambelli e notícia viraliza em tempo recorde nas mídias e nas redes

Taí uma unanimidade, não da votação, mas dos eleitores. Carla Zambelli não é benquista nem entre os bolsonaristas.

Essa gente tosca apenas atura essa deputada de forma estatutária por ser também mais uma bolsonarista tosca.

Abuso de poder. Foi esse motivo que levou o TRE (Tribunal Regional Eleitoral) de São Paulo cassar, na tarde desta quinta-feira (30), o mandato da deputada federal Carla Zambelli

Votação: Decisão teve 5 votos a favor e 2 contra.

Não para aí.

Além da cassação de mandato, a parlamentar deve ficar inelegível por oito anos.

Zambelli é acusada de abusar de meios de comunicação nas eleições de 2022.

No TRE-SP, prevaleceu o entendimento de que a deputada divulgou informações inverídicas sobre o processo eleitoral de 2022 e montou uma “teia de desinformação”, utilizando as redes sociais e sites para abusar dos meios de comunicação.

FIM!

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Política

Zambelli cassada: Justiça Eleitoral de SP cassa mandato da deputada Carla Zambelli

Em sessão realziada nesta quinta (30/1), a Justiça Eleitoral de São Paulo cassou o mandato da deputada federal Carla Zambelli (PL).

São Paulo — Em sessão realizada nesta quinta-feira (30), o Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) concluiu o julgamento da Ação de Investigação Judicial Eleitoral (Aije) contra Carla Zambelli (PL) e cassou seu diploma de deputada federal, por maioria de votos (5×2).

A decisão, que também a tornou inelegível por oito anos a partir do pleito de 2022, reconheceu o uso indevido dos meios de comunicação e a prática de abuso de poder político. A ação foi proposta pela também deputada federal Sâmia Bomfim (Psol), alegando que Zambelli divulgou informações inverídicas sobre o processo eleitoral de 2022.

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Mundo

Movimento por independência da Califórnia ganha força com rejeição a Trump

Ideia existe há algum tempo, mas ganhou mais atenção depois que Donald Trump foi eleito presidente em 2016.

A Califórnia planeja se tornar um país independente e já iniciou consultas públicas sobre o assunto. Sob o nome de Calexit, um grupo de cidadãos da Califórnia iniciou uma mobilização para conseguir a secessão do estado dos Estados Unidos, alegando que a região está sendo prejudicada cultural e financeiramente, por isso buscam sua independência completa.

A ideia existe há algum tempo, mas ganhou mais atenção depois que Donald Trump foi eleito presidente em 2016.

A medida foi anunciada na última quinta-feira pela secretária de Estado da Califórnia, Shirley N. Weber, que liberou o início de consultas com a população do estado.

Desta vez, as pessoas ainda estavam no processo de apuração no dia da eleição quando Marcus Ruiz Evans, o fundador do movimento, entrou com a papelada para iniciar o processo de sucessão.

Ações de Trump incomodam eleitores da Califórnia
“O rosto de Trump torna isso real de uma forma que não conseguimos explicar ao californiano médio… sua reeleição tem algo a ver com isso”, disse Ruiz Evans.

Chris Micheli, professor da Faculdade de Direito McGeorge e membro do Capitólio da Califórnia, sugere que as ações recentes do presidente Trump podem ajudar os proponentes a reunir assinaturas suficientes.

“Acredito que uma proposta como essa se torna mais popular e ganha mais força à medida que os californianos se sentem marginalizados ou em desacordo com o que está acontecendo no nível federal”, disse Micheli.

Micheli ressalta que, em vez de se concentrar em como deixar os Estados Unidos, seria melhor gastar tempo e esforço desafiando o governo federal na justiça, assim como o estado fez no primeiro mandato de Trump.

“O estado da Califórnia processou o governo federal 123 vezes — eles foram bem-sucedidos em dois terços desses casos”, disse Micheli. “…Então, acho que essa é uma abordagem mais realisticamente viável.”

Ruiz Evans admitiu que “provavelmente não” teria iniciado o processo de votação se um democrata tivesse sido eleito.

Segundo o governo californiano, a proposta precisa receber 546.651 assinaturas de eleitores do estado até julho deste ano para que a questão sobre a independência do estado seja colocada em votação nas eleições de 2028.

Se receber apoio suficiente, uma cédula de votação deve ser inserida no pleito com a pergunta: “A Califórnia deve deixar os Estados Unidos e se tornar um país livre e independente?”.

De acordo com a secretária, a questão precisaria ter coro eleitoral de 50% dos eleitores, e 55% de votos favoráveis, para se tornar realidade.

Entretanto, parece impossível para a Califórnia alcançar a independência dos Estados Unidos. Mesmo com a autorização de mais da metade dos eleitores, a medida terá que ser discutida por meio de um comitê oficial organizado pelas autoridades, algo improvável.

Embora a Califórnia possua uma das maiores economias do mundo, comparável a países como Alemanha e Japão, a independência tem seus desafios. Os críticos do movimento argumentam que a constituição dos EUA não contempla a secessão de um estado, o que exigiria uma emenda constitucional aprovada pelo Congresso e pelos outros estados.

Além disso, o processo pode levar à instabilidade econômica e afetar setores-chave que dependem do comércio interestadual. No entanto, os apoiadores do Calexit acreditam que a Califórnia tem recursos, população e economia para prosperar por conta própria, diz o ICL.

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Mundo

Alemanha à beira do abismo

Alemães tomam as ruas contra extrema direita apoiada por Musk.

Isso mesmo, a Alemanha, está com um pé no precipício e outro no cadico de barranco que lhe sobra.

O despenhadeiro econômico, tem nome: neoliberalismo globalizado.

Em uma noite carregada fluidos negativos, dezenas de milhares de pessoas tomaram as ruas de Berlim no último sábado.

Na verdade a Alemanha virou uma panela de pressão prestes a explodir e arrancar o teto.

Daí o inimaginável crescimento do neonazismo no país.
Cenário trevoso.

A coisa está tensa, ainda mais em ano eleitoral em que a Alemanha se encontra rachada.

O movimento “Fridays for Future”, cerca de 100 mil manifestantes se reuniram no Portão de Brandemburgo.

As pesquisas mais recentes indicam que o partido conservador CDU lidera as intenções de voto, com o AfD crescendo rapidamente.

A Alemanha está vivendo um divisor de águas turvas.

As trevas nazistas estão logo ali. Isso pode mudar drasticamente seu destino e da própria União Europeia.

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Mundo

A perseguição aos imigrantes revela a imagem sórdida do Império

“O ódio de Trump nas ações contra os latinos, lembra, guardadas as proporções, a perseguição da SS nazista contra o povo judeu, na era Hitler”.

Mal começou o seu segundo mandato, Trump se apresenta como imperador, como soberano todo poderoso de um império que todos sabemos estar em franco e progressivo declínio. Em apenas uma semana, o bufão da cabeça alaranjada disparou seus arroubos tirânicos contra Canadá, México, Panamá, Dinamarca, Índia, Brasil e tantos outros países. Para isto, lança mão de bullying e chantagem, tendo como vítimas preferenciais os imigrantes irregulares, de origem latinoamericana. Uma comunidade que, segundo levantamento feito pela Pew Research Center, gira em torno de 11 milhões de pessoas. Na deportação dos primeiros imigrantes, Trump não poupou mulheres, nem crianças. O ódio nas ações de sua polícia contra os latinos, lembra, guardadas as proporções, a perseguição da SS nazista contra o povo judeu, no início da era Hitler.

O ódio destilado por Trump contra os imigrantes alimenta o preconceito, o racismo e a xenofobia. Prova disto são as milícias que têm, desde a posse de Trump, perseguido, constrangido e atacado imigrantes em todo o território estadunidense, disseminando o horror.

E esse clima de ódio tem se alastrado para além daquelas fronteiras, encontrando terreno fértil na extrema-direita brasileira e de sua vizinhança. Assim que começaram a deportação nos EUA, o senador Flávio Bolsonaro postou nas suas redes sociais, inflamando os que se consideram “arianos” tupiniquins, que nossos conterrâneos deportados são um bando de “criminosos, terroristas, pedófilos e integrantes de gangues”. E que, portanto, merecem ser tratados como cidadãos inferiores.

Imitando o ídolo, Javier Milei anunciou, através de sua ministra da Segurança, Patricia Bullrich, a construção de uma cerca na fronteira da Argentina com a Bolívia, além da adoção de medidas que dificultem a travessia da fronteira à pé por brasileiros e paraguaios, nas diversas cidades fronteiriças. Ou seja, Milei está no caminho oposto ao da integração econômica do cone sul, levado a cabo pelos presidentes Raul Alfonsin e José Sarney, há quarenta anos atrás. Pior, está trazendo de volta o velho preconceito de parte da elite reacionária da Argentina, de que são brancos europeus vivendo em um continente cercado por etnias inferiores, composto por negros, índios e mestiços.

A cizânia espalhada pelos discursos de ódio e das mentiras da direita fascista vem minando a integração da América Latina. Tanto que a reunião emergencial da Comunidade de Estados Latino-Americanos foi suspensa por falta de consenso.

Tudo isso que está acontecendo é preocupante e coloca os governos progressistas e de esquerda em alerta. Os presidentes democráticos estão mantendo conversas entre si. Nesta quarta-feira, (29/01) Lula e Boric conversaram por telefone para tratar dos caminhos a serem seguidos para preservar e fortalecer a integração da América Latina e do Caribe, diante do avanço das ideias fascistas no mundo.

Em um trecho do livro “Ensaio Sobre a Cegueira”, José Saramago diz que “a alegria e a tristeza podem andar unidas, não são como água e o azeite”. Uma não exclui a outra porque a nossa existência é permeada por ambas, indistintamente. Caminhamos nesta vida entre sorrisos e lágrimas, angústia e gozo, tristeza e felicidade. Essa é a beleza da vida.

Estávamos muito pra baixo, e tristes. Na realidade, não estamos tristes, mas preocupados com o momento extremo que vivemos.

*Florestan Fernanfes Jr/247