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Política

Após má vontade dos EUA em deportar blogueiro bolsonarista que tem ordem de prisão, governo Lula nega extradição de espião russo

A postura dos EUA em relação à ordem de prisão do blogueiro radical bolsonarista Allan dos Santos pesou na decisão do Ministério da Justiça de Lula de barrar o pedido feito pela administração de Joe Biden para extraditar para os Estados Unidos o espião russo Sergey Vladimirovich Cherkasov. A informação é do colunista Rodrigo Rangel, do Metrópoles.

Condenado por uso de documentos falsos, Cherkasov está preso em uma área especial da penitenciária federal de segurança máxima de Brasília e é alvo de uma segunda investigação, por lavagem de dinheiro.

Assim como o governo russo, os EUA solicitaram a extradição do espião, sob a alegação de que ele atuou em território estadunidense no período em que usou uma identidade brasileira falsa. O pedido dos Estados Unido, entretanto, foi rejeitado sumariamente pelo governo brasileiro, já na primeira análise, no Ministério da Justiça.

Embora a negativa tenha sido justificada com argumentos técnicos, o fator político teve grande peso na decisão, dizem fontes graduadas do governo a par do assunto.

Segundo uma dessas fontes, um dos motivos principais para a negativa foi a falta de reciprocidade dos americanos em pedidos similares que são feitos pelo Brasil a Washington.

O caso do radical bolsonarista Allan dos Santos é não apenas lembrado como o maior exemplo disso, como apontado como uma das razões do “veredicto”, avalizado pela alta cúpula do governo.

Morando nos Estados Unidos, de onde dispara ataques até hoje contra as instituições brasileiras em eventos e em lives transmitidas pela internet, o blogueiro tem contra si uma ordem de prisão expedida pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. Ele é acusado de ameaçar autoridades, praticar crimes contra a honra e de incitar a prática de crimes.

O governo americano, porém, nunca se dispôs a extraditá-lo para o Brasil, queixa-se um importante integrante do governo Lula à reportagem.

“Você sabe quando os EUA vão extraditar o Allan dos Santos? Pau que dá em Chico também dá em Francisco”, afirma, sob reserva, um dos envolvidos na decisão.

Sergey Cherkasov foi preso pela Polícia Federal em abril do ano passado, no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. Apontado como integrante do GRU, braço da inteligência militar russa, o espião viveu durante anos no Brasil. Ele havia assumido uma identidade brasileira: Victor Muller Ferreira.

Sob a máscara do personagem construído ao longo de quase uma década, chegou a viajar para os Estados Unidos, motivo pelo qual passou a ser investigado também no território daquele país.

A prisão de Cherkasov se deu depois que autoridades holandesas desarticularam um plano para infiltrá-lo na Corte Penal de Haia, na Holanda, onde correm processos contra o presidente russo, Vladimir Putin.

Flagrado ao chegar à Holanda em um voo que havia partido de Guarulhos, ele foi enviado de volta ao Brasil, e a PF, acionada pela inteligência holandesa, o prendeu no desembarque.

O governo de Joe Biden pediu a extradição do espião para os Estados Unidos em razão das suspeitas de que ele, com a identidade brasileira falsa, teria operado em solo americano no período em que fez um curso em uma das mais prestigiosas universidades de Washington.

A solicitação foi feita ao DRCI, o Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Internacional, vinculado ao Ministério da Justiça. Cabe ao órgão avaliar se os pedidos de extradição cumprem os requisitos administrativos e legais, em uma primeira fase do processo. Preenchidos os requisitos, os casos são enviados ao Supremo Tribunal Federal, que os julga antes de o presidente da República dar a palavra final.

No caso do pedido estadunidense, o processo parou já na primeira etapa. Foi barrado durante essa análise prévia no departamento subordinado ao ministro Flávio Dino. Com isso, nem chegou ao STF.

A Rússia já havia pedido a extradição de Cherkasov, alegando que ele é um criminoso comum condenado pela justiça local e que, por isso, precisa ser enviado de volta ao país para cumprir pena. Trata-se de uma tática usada frequentemente por Moscou para repatriar seus espiões quando eles são pilhados em atividade no exterior. As autoridades brasileiras já sabem, porém, que a alegação é falsa.

O pedido de extradição feito pelo governo russo já havia recebido o aval do Ministério da Justiça e está em tramitação no Supremo, nas mãos do ministro Edson Fachin.

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Pesquisa

Brasil tem 1,32 milhão de quilombolas, grupo que pela primeira vez foi identificado pelo Censo

O Censo Demográfico 2022 mostrou que a população quilombola residente no Brasil é de 1.327.802 pessoas, correspondendo a 0,65% da população. Há 1.696 municípios com população quilombola e 473.970 domicílios particulares permanentes com moradores quilombolas. Dados da pesquisa Censo 2022 – Quilombolas: Primeiros Resultados foram divulgados nesta quinta-feira (27) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A região que concentra a maior quantidade é o Nordeste, com 905.415 quilombolas, correspondendo a 68,2% da população quilombola, seguida do Sudeste com 182.305 pessoas e o Norte com 166.069 pessoas, ambas contabilizando 26,24% da população quilombola. Com 5,57% da população quilombola, as regiões Centro-Oeste e Sul têm 44.957 e 29.056 pessoas, respectivamente.

A Bahia é o estado com maior quantitativo de população quilombola – 397.059 pessoas –,o que corresponde a 29,90% da população quilombola recenseada. Em seguida vem o Maranhão, com 269.074 pessoas, o que corresponde a 20,26% da população quilombola recenseada. Somando a população quilombola da Bahia e do Maranhão, tem-se 50,17% da população quilombola concentrada nesses dois estados. Roraima e Acre não têm presença quilombola.

Dos 5.568 municípios brasileiros, 1.696 tinham moradores quilombolas. Senhor do Bonfim (BA) destaca-se por ser o município com a maior quantidade absoluta de pessoas quilombolas, com 15.999, seguido de Salvador, com 15.897, Alcântara (MA) com 15.616 e de Januária (MG) com 15 mil pessoas.

Segundo Marta Antunes, responsável pelo Projeto de Povos e Comunidades Tradicionais do IBGE, a distribuição geográfica dos quilombos tem vínculo com todo o processo de colonização e escravização, mas também com a resistência a essa situação histórica que levou a várias ocupações territoriais com concentração perto e ao longo dos rios.

“A população quilombola se identifica não só pelo processo de escravização, mas principalmente pela resistência à opressão histórica como está no Decreto 4887”, disse.

Do universo de 72,4 milhões domicílios particulares permanentes ocupados recenseados no Brasil, 473.970 têm pelo menos um morador quilombola, correspondendo a 0,65% dos domicílios do país. Nas residências onde há pelo menos uma pessoa quilombola, a média de moradores é mais alta (3,17) do que no total de domicílios do país (2,79).

No universo das pessoas quilombolas residentes no país, as pessoas localizadas nos 494 territórios quilombolas oficialmente delimitados representam 12,59% dessa população (167.202 pessoas), de modo que 1.160.600 (87,41%) pessoas quilombolas encontram-se fora de áreas formalmente delimitadas e reconhecidas

Amazônia Legal – Foram contabilizadas 426.449 pessoas quilombolas nos municípios da Amazônia Legal, o que representa 1,60% da população residente total da região, sendo 32,11% do total da população quilombola residente no Brasil.

Foram recenseados 80.899 quilombolas residindo em territórios oficialmente delimitados, o que representa 48,38% da população quilombola nacional residindo em áreas oficialmente delimitadas, o que mostra um maior avanço do processo de regularização fundiária na Amazônia Legal em relação ao restante do país.

A presença da população quilombola residente na Amazônia Legal nos territórios oficialmente delimitados é superior ao cenário nacional: enquanto na Amazônia Legal 18,97% da população quilombola reside em territórios delimitados, para o conjunto do país esse percentual é de 12,59%

“Pela primeira vez em um levantamento censitário brasileiro, a população quilombola foi identificada, enquanto grupo étnico, no mais importante retrato demográfico, geográfico e socioeconômico do país”, disse, em nota, o presidente substituto do IBGE, Cimar Azeredo.

A coleta de informações contou com o apoio das lideranças comunitárias quilombolas que atuaram no apoio ao mapeamento das comunidades e como guias para os recenseadores, garantindo que todos os territórios fossem visitados.

*Com 247

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Mundo

Rússia considera que Macron não tem nada a oferecer à cúpula do BRICS

Sputnik – A presença na cúpula do BRICS do presidente francês Emmanuel Macron, que pediu às autoridades sul-africanas para participar da reunião, mas nunca recebeu um convite, não ajudaria a resolver os problemas enfrentados pela união, afirmou em briefing a representante oficial do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova.

Maria Zakharova relembra que o envio de convites é prerrogativa do presidente do bloco, em coordenação com todos os participantes da associação.

“Quanto à posição russa, temos repetidamente expressado isso. Consideramos inapropriada a participação nas reuniões do BRICS dos representantes da linha de frente hostis ao nosso país e aos Estados que seguem o curso neocolonial dos países do Ocidente coletivo”, disse ela.

A chancelaria russa lembrou que o BRICS foi criado “para reforçar o papel dos países em desenvolvimento em um mundo multipolar, para desenvolver agendas coletivas, criativas e unificadoras para toda a

“Estamos convencidos de que a participação do presidente da França na cúpula do BRICS não contribuiria de forma alguma para a implementação dessas tarefas. A França não tem nada a oferecer a esta associação, que poderia interessá-lo [Macron]”, acrescentou Zakharova.

Anteriormente, o portal local News24 informou que o presidente francês Emmanuel Macron havia pedido às autoridades sul-africanas para estar presente na cúpula do BRICS em agosto.

De acordo com uma fonte informada, a África do Sul não respondeu se está preparada para permitir que outros líderes internacionais participem do evento. Um porta-voz do presidente sul-africano disse mais tarde à Sputnik que não tinha conhecimento do pedido de Macron para estar na cúpula do BRICS como convidado.

Na quarta-feira (19), o gabinete do presidente sul-africano Cyril Ramaphosa confirmou que a cúpula será realizada de 22 a 24 de agosto e Sergei Lavrov, ministro das Relações Exteriores da Rússia, representará a Rússia.

Além do presidente sul-africano Cyril Ramaphosa, os presentes da China, Xi Jinping, e do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, bem como o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, participarão do evento.

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Política

Lula rebate Bolsonaro dizendo que “o jumento é mais simpático e esperto que alguns” e que seria ofensivo ao animal compará-lo ao ex-presidente

O presidente Lula (PT) reagiu nesta quinta-feira (26) ao ataque recebido um dia antes pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que o chamou de jumento e analfabeto em evento em São Paulo.

“Ontem [terça] a imprensa me pediu para responder uma pessoa que tentou me atacar chamando de ‘jumento’. Um animal simpático e mais esperto que alguns. O que seria ofensivo seria comparar um jumento a ele, isso sim. Ofensivo aos jumentinhos que não fazem mal a ninguém.”

Lula encontrou tempo nesta quarta para rebate o seu adversário político no mesmo dia em que suspendeu a agenda oficial para fazer um procedimento médico devido às dores que tem enfrentado por uma artrose no fêmur direito.

Na terça, Bolsonaro participou de evento do PL em São Paulo e, em seu discurso, falou palavrão, atacou Lula, reclamou de sua condenação pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e disse que seu eventual retorno um dia ao Palácio do Planalto é encarado por ele como uma “missão”, diz a Folha.

Bolsonaro foi declarado inelegível por oito anos após mentiras e ataques ao sistema eleitoral e somente poderá disputar as eleições presidenciais de 2030

“A quem interessa… Leva-se em conta os países europeus, os países do norte, interessa eu ou um entreguista na Presidência da República? Um analfabeto. Um jumento, por que não dizer assim?”, disse o ex-mandatário.

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Política

Marcio Pochmann é anunciado como o novo presidente do IBGE

O ministro da Secretaria de Comunicação, Paulo Pimenta anunciou o economista Marcio Pochmann como o novo presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, segundo o G1 .

O diretor de pesquisa Cimar Azeredo está temporariamente à frente da presidência do órgão.

Pochmann foi presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) entre 2007 e 2012 e dirigiu a Secretaria Municipal do Desenvolvimento, Trabalho e Solidariedade durante governo de Marta Suplicy (PT), em São Paulo.

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Política

Caso Marielle: Suspeitos de envolvimento no assassinato temiam prisão de Domingos Brazão

O político Domingos Brazão é investigado como um dos principais suspeitos de mandar matar Marielle Franco e Anderson Gomes, em março de 2018.

Intercept – Marielle Franco virou um símbolo internacional após seu assassinato no dia 14 de março de 2018. Com os olhos do mundo no Rio de Janeiro, todos estão perguntando: #QuemMandouMatarMarielle? E por quê?

NA VÉSPERA DA OPERAÇÃO POLICIAL que levou para cadeia os ex-policiais militares acusados de matar Marielle Franco e Anderson Gomes, outros suspeitos de envolvimento no crime temiam a prisão de um político investigado como um dos possíveis mandantes do atentado: Domingos Inácio Brazão.

No dia 11 de março de 2019, às 23h, Jomar Duarte Bittencourt Júnior, conhecido como Jomarzinho e filho de um delegado da Polícia Federal, enviou uma mensagem por WhatsApp a um policial militar. O atentado que matou Marielle e Anderson completaria um ano dali a três dias.

Quem recebeu a mensagem foi um sargento da PM, Maurício da Conceição dos Santos Júnior. Jomarzinho informava que no dia seguinte pessoas seriam presas no âmbito da investigação do atentado contra a ex-vereadora.

“Pelo que me falaram vão até prender Brazão e Rivaldo Barbosa”, escreveu Jomarzinho.

“Putz”, respondeu o sargento.

O diálogo mostra que operação policial foi vazada, e é ainda mais importante porque revela o temor com a possível detenção de um dos políticos do MDB, cujo nome sempre esteve no rol de suspeitos de ser um dos mandantes do atentado contra Marielle. Além disso, a conversa reforça a hipótese de que o atentado teve motivação política, como destacado pelo ministro Flavio Dino, ao determinar a abertura de um inquérito sobre o caso no começo deste ano.

Tela de WhatsApp com troca de mensagens de Jomar Júnior. Suspeitos com medo de que Domingos Brazão fosse presos.

A primeira menção refere-se a Domingos Brazão, líder de uma família de políticos com atuação na Zona Oeste do Rio de Janeiro e suspeito de ser aliado de milicianos na região. À época, ele estava afastado do cargo de conselheiro do Tribunal de Contas do Rio, acusado pela Operação Lava Jato de receber propinas de empresários do setor de transporte.

As investigações cogitam a hipótese de que Brazão mandou matar Marielle para se vingar de Marcelo Freixo, ex-deputado estadual e atual presidente da Embratur na gestão Lula. Freixo ajudou procuradores da República em operações da Lava Jato do Rio que resultaram nas prisões de políticos do MDB, a exemplo do próprio Brazão, e dos então deputados estaduais Jorge Picciani (já falecido), Paulo Melo e Edson Albertassi.

“Cogita-se a possibilidade de Brazão ter agido por vingança, considerando a intervenção do então deputado Marcelo Freixo nas ações movidas pelo Ministério Público Federal, que culminaram com seu afastamento do cargo de Conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro”, afirmou a ministra Laurita Vaz, do Superior Tribunal de Justiça, quando foi debatida a federalização do caso, em maio de 2020.

“Informações de inteligência aportaram no sentido de que se acreditou que a vereadora Marielle Franco estivesse engajada neste movimento contrário ao MDB, dada sua estreita proximidade com Marcelo Freixo”, também está escrito no relatório da ministra.

Já Rivaldo Barbosa é delegado e ex-chefe da Polícia Civil do Rio. Tempos depois, a PF associou a ele a um suposto recebimento de propina para impedir avanços na investigação do caso. Barbosa nega.

A operação, de fato, aconteceu como Jomarzinho previa, mas os presos foram outros: os ex-PMs Ronnie Lessa e Élcio Vieira de Queiroz. Élcio firmou, recentemente, acordo de delação premiada e confirmou que foi o motorista do carro usado no atentado de 14 de março de 2018 e que Lessa foi o autor dos disparos. Ronnie Lessa também foi filiado ao MDB durante alguns anos.

Quando foi preso saindo do condomínio Vivendas da Barra, Lessa admitiu aos policiais civis que estava em fuga. Ele tinha recebido a informação de Maxwell Simões Corrêa, o Suel, ex-bombeiro e seu sócio em negócios milicianos. Por sua vez, Suel soube por Maurício, que o avisou logo depois de conversar com Jomarzinho.

A cadeia de vazamento da operação foi a seguinte: Jormazinho contou a Maurício. Este contou a Suel que, por sua vez, contou a Lessa.

Essas informações constam na investigação da Polícia Federal que resultou na prisão de Suel na última segunda-feira, 24 de julho. Ele é suspeito de ter participado do planejamento do atentado contra Marielle e foi delatado por Élcio. Jomarzinho e Maurício foram alvos de mandados de busca e apreensão.

Brazão suspeito de mandar matar Marielle
A violência marca a trajetória pública de Domingos Brazão. Em março de 1987, Domingos Brazão matou a tiros um homem e feriu outro por causa de uma desavença entre vizinhos. O inquérito policial mostrou que ele perseguiu os dois homens e efetuou os disparos pelas costas. Ele alegou legítima defesa. O caso nunca foi submetido a júri popular e tramitou durante 15 anos até a denúncia ser rejeitada pela corte especial do Tribunal de Justiça, quando Brazão era deputado estadual pelo MDB.

“A autoridade policial destacou, à época, a índole violenta e perigosa do réu, que constantemente portava arma e se unira a ‘grileiros’ que disputavam a posse das terras na região”, afirmou em 2002, José Muiños Pinheiro Filho, então procurador-geral de Justiça, chefe do Ministério Público do Rio de Janeiro, e posteriormente desembargador.

Anos depois, Brazão teria seu nome citado na CPI das Milícias, que foi presidida pelo então deputado estadual pelo Psol Marcelo Freixo. Marielle Franco trabalhou no caso como assessora parlamentar dentro do gabinete de Freixo.

‘Cogita-se a possibilidade de Brazão ter agido por vingança, considerando a intervenção do então deputado Marcelo Freixo nas ações.’

Desde o começo das investigações sobre as mortes de Marielle e Anderson, Domingos Brazão figurou entre os suspeitos de ser um dos mandantes do crime. Ele prestou depoimento meses após o atentado e negou qualquer participação.

Em um inquérito anterior da PF, que apurava um esquema para atrapalhar as investigações do duplo homicídio, ele foi citado em 2019 “como um dos possíveis mandantes.“

No mesmo ano, a então procuradora-geral da República Raquel Dodge chegou a afirmar na denúncia que fez contra Brazão por obstrução de justiça que ele “arquitetou o homicídio” de Marielle. Brazão negou, novamente, qualquer envolvimento.

Freixo foi à Justiça contra Brazão
Os caminhos de Freixo se cruzaram novamente sete anos depois do relatório final da CPI das Milícias. Em 2015, Domingos Brazão havia sido escolhido pela Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro para ocupar uma vaga do Tribunal de Contas do Estado, o TCE. A indicação foi apadrinhada pelo então presidente da casa legislativa, Jorge Picciani, então seu correligionário no MDB.

O único partido a se opor foi o Psol, do qual Freixo era o principal representante da bancada. Ele ingressou na Justiça do Rio para barrar a ida de Brazão ao TCE. Não conseguiu.

Freixo também teve papel fundamental na Operação Cadeia Velha, deflagrada em novembro de 2017, cinco meses antes da morte de Marielle. Nomes fortes do MDB no estado foram presos, a exemplo dos deputados estaduais Jorge Picciani, Paulo Mello e Edson Albertassi. Este último, pouco antes de ser preso, havia sido indicado para uma vaga no TCE, tal qual como Brazão. Daquela vez, sim, Freixo obteve uma liminar na Justiça impedindo a posse de Albertassi no Tribunal de Contas do Rio.

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Economia

Brasil volta a ser destino de investimentos estrangeiros, diz consultoria: “temos visto interesse forte e renovado”

Após enfrentar um período de retração nos investimentos estrangeiros, o Brasil está retomando o interesse dos grandes investidores internacionais, de acordo com análise de Daniel Wainstein, sócio sênior da Seneca Evercore, consultoria brasileira especializada em fusões e aquisições. A melhora do ambiente econômico do país tem sido impulsionada pelas medidas econômicas e pelos sinais emitidos pelo governo Lula (PT), o que tem chamado a atenção de investidores globais em busca de oportunidades promissoras.

Nos últimos anos, o Brasil foi relegado ao status de um destino pouco atraente para investimentos, segundo afirmou Wainstein ao Estado de S. Paulo. “Havia uma mistura de discursos contra a preservação ambiental, com ataques às instituições democráticas que os investidores queriam evitar”. Além disso, as incertezas eleitorais e dúvidas em relação ao novo governo contribuíram para um cenário pouco favorável para o setor de fusões e aquisições. Em comparação ao mesmo período em 2021, as transações no primeiro semestre de 2023 somaram apenas US$ 7,6 bilhões, enquanto no ano retrasado alcançaram US$ 27,2 bilhões. No entanto, de acordo com Wainstein, as perspectivas têm apresentado mudanças significativas. “Até abril, estávamos lambendo as feridas”, afirma ele. “Agora, temos visto interesse forte e renovado tanto de grandes investidores financeiros como de estratégicos, sendo que diversos ainda não têm presença no Brasil”.

Essa mudança de cenário tem sido impulsionada pela visão mais favorável dos investidores internacionais em relação ao Brasil, que hoje apresenta “menos nuvens cinzas no céu”, conforme disse o especialista. Entre as empresas que têm demonstrado interesse no país estão a Evertec, com sede em Porto Rico, que adquiriu recentemente a brasileira Sinqia em um acordo estimado em R$ 2 bilhões, e o fundo de investimento norte-americano Dragoneer, juntamente com a General Atlantic, que têm negociado a compra da empresa de educação Arco. Essas transações estão entre os negócios nos quais a Sêneca Evercore esteve envolvida no primeiro semestre e juntos podem movimentar R$ 9,2 bilhões. 

Para Wainstein, o futuro se mostra promissor, com 35 negócios já em andamento, o que sugere que os próximos 12 meses serão marcados por um aumento significativo no fechamento de negócios e a retomada do patamar do primeiro semestre de 2021. “Várias negociações que estavam em andamento voltaram à mesa e novas começaram porque o lado comprador da equação – o investidor internacional financeiro ou estratégico – começou a querer participar do Brasil”, afirma.

A melhoria do cenário é atribuída às reformas recentes, à estabilidade econômica e política do país, bem como à potencial valorização do real. Embora ainda haja necessidade de definições importantes em relação à reforma tributária, os indícios até o momento têm sido positivos. Para Wainstein, o entrave tributário reduzia as perspectivas de sucesso para investidores estrangeiros no Brasil, mas as reformas em andamento têm contribuído para maior confiança do mercado.

As áreas que têm chamado a atenção dos investidores estrangeiros incluem tecnologia, prestação de serviços em geral e bens de consumo, com destaque para fintechs e serviços financeiros. Esses setores prometem ser catalisadores para uma consolidação e maior amadurecimento, considerando as rápidas mudanças pelas quais o mundo das finanças vem passando no país.

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Saúde

Lula deixa hospital após cirurgia no quadril e vai despachar do Alvorada

Este é o segundo procedimento que Lula faz em menos de uma semana. A agenda prevista para o dia foi cancelada.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) passou, na manhã desta quarta-feira (26/7), no Hospital Sírio-Libanês, em Brasília, por um tratamento para buscar aliviar as dores que sente no quadril. Devido ao incômodo, é o segundo procedimento que o mandatário faz em menos de uma semana, segundo o Metrópoles.

A agenda prevista para o dia foi cancelada, e Lula passará o resto da semana despachando do Palácio da Alvorada. Ele deixou o hospital às 12h36.

O chefe do Executivo saiu do Palácio da Alvorada por volta das 9h25, em direção ao centro clínico, que se localiza na Asa Sul, região central de Brasília. A informação foi antecipada pela coluna do Igor Gadelha, do Metrópoles.

Em nota, o Palácio do Planalto afirmou que o procedimento “minimamente invasivo”, chamado “denervação percutânea” correu bem e não teve intercorrências.

“O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, deu entrada no Hospital Sírio-Libanês – unidade Brasília -, nesta manhã (26), para a realização de um procedimento eletivo, minimamente invasivo, de denervação percutânea, no quadril direito, para alívio de dor crônica até a realização de uma cirurgia prevista para outubro, uma artroplastia de quadril, para a solução definitiva do problema. O procedimento de hoje foi realizado sem intercorrências e o presidente deve cumprir agenda no Palácio da Alvorada até esta quinta-feira (27/7)”, disse.

O chefe do Executivo federal sofre de um problema na articulação coxofemoral, também chamada de articulação do quadril, um membro parecido com uma bola, localizada na cabeça do fêmur. Ela se articula com o quadril, possibilitando o movimento da perna.

A deficiência de Lula se caracteriza pela artrose de quadril ou osteoartrose, que é um desgaste da articulação coxofemoral – a maior articulação do nosso sistema musculoesquelético. A dor pela complicação aparece, principalmente, na região da virilha e na frente do quadril.

As queixas do presidente sobre problemas no quadril não são novas. Ao retomar a rotina de exercícios, após as eleições, ele passou a fazer sessões de fisioterapia. Em fevereiro, realizou um exame de ressonância magnética num hospital de Brasília. Em maio, disse que estava com um problema na cabeça do fêmur que o impedia de jogar futebol.

Cirurgia
Durante o programa Conversa com o Presidente, nessa terça-feira (25/7), Lula admitiu que as dores no quadril estão atrapalhando sua vida e seu trabalho e, por isso, vai marcar para outubro deste ano procedimento cirúrgico. Enquanto o mandatário estiver em recuperação, o cargo será ocupado interinamente pelo seu vice, Geraldo Alckmin (PSB).

“Eu estou como jogador de bola que não quer dizer para o técnico que está sentindo uma dor, para não ir para o banco”, disse Lula, em sua live semanal.

“Eu tenho um problema na cabeça do fêmur”, explicou. “Faz tempo que eu tenho isso. Uma vez, um médico me disse o seguinte: ‘Olha, presidente, a cabeça do fêmur, essa dor no quadril, só quem vai decidir operar é o senhor, porque o senhor sabe o limite da sua dor”, relatou o titular da República, ao dizer que o momento está chegando.

O presidente, então, confirmou o agendamento da cirurgia para outubro devido aos compromissos internacionais que tem nas próximas semanas.

“O que me sobra de tempo é outubro. Eu tenho que calcular bem. É uma cirurgia razoavelmente rápida, de duas horas e meia. Depois, vai depender da minha disciplina de recuperação. Enquanto eu estiver me recuperando, o Alckmin fica no comando. Eu tenho total confiança. Ele é um parceiro extraordinário e, enquanto isso, o Brasil vai em frente”, concluiu Lula.

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Política

Ameaça de bomba esvazia prédio do ministério comandado por Alckmin

Autoridades deixaram o edifício após localizarem mala suspeita na entrada. Alckmin não estava no local.

Na manhã desta quarta-feira (26), o prédio do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, localizado na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, foi evacuado após uma ameaça de bomba ser reportada. O ministério é liderado pelo vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), que, no momento do acionamento, encontrava-se realizando atividades da vice-presidência no Palácio do Planalto, conforme comunicado da sua assessoria de imprensa ao UOL.

A Polícia Militar foi acionada às 11h07, quando uma mala suspeita foi encontrada na entrada do edifício da garagem da pasta. Além disso, fontes relataram que uma caixa contendo a Constituição estava posicionada em cima da mala. De acordo com o Poder360, a mala teria sido deixada por um homem. Em cima do objeto, teria um bilhete escrito: “agradecendo a Deus”. E, ao lado, teria um exemplar da Constituição.

Por medida de segurança, o objeto foi deixado do lado de fora do prédio, e a Polícia Federal assumirá a investigação. O material está sendo analisado por esquadrões antibomba da Polícia Militar e da Polícia Federal enquanto os servidores aguardam do lado de fora, diz o 247.

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Dilma tem encontro com Putin e discursa no Fórum Econômico e Humanitário de São Petersburgo

Dilma Rousseff, presidenta do Novo Banco de Desenvolvimento — o chamado Banco dos BRICS — participa nesta quarta-feira, 26, das atividades da 2ª Cúpula Rússia-África — Fórum Econômico e Humanitário em São Petersburgo, na Rússia.

Ela fará um discurso na sessão plenária do fórum, dirigindo-se a uma plateia de chefes de Estado e outras autoridades de países africanos. Dilma Rousseff também terá reuniões bilaterais com dois chefes de Estado que são membros fundadores do NDB, Vladimir Putin, da Rússia; e Cyril Ramaphosa, da África do Sul.

os encontros com os presidentes da Rússia e da Africa do Sul, Dilma Rousseff vai discutir a próxima Cúpula dos BRICS, que será realizada na África do Sul, tratando de temas como a expansão de membros do NDB e outros assuntos.

Cabe destacar que a expansão dos membros do NDB não tem os mesmos requisitos e critérios aplicáveis à expansão dos membros do grupo geopolítico BRICS. Hoje o banco já tem entre seus membros Bangladesh, Egito e Emirados Árabes Unidos. A reunião começa nesta quarta-feira, 26.

O NDB reiterou que não está considerando novos projetos na Rússia e opera em conformidade com as restrições aplicáveis nos mercados financeiros e de capitais internacionais. Quaisquer especulações sobre tal assunto são infundadas.

À margem da Cúpula Rússia-África em São Petersburgo, Dilma também se encontrará com líderes de outros países africanos. Neste encontro, ela vai tratar da sua participação na próxima reunião de Cúpula dos BRICS na África do Sul, entre 22 e 24 de agosto.

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