Categorias
Uncategorized

Com documentos falsos, atirador usa ‘laranjas’ para comprar 11 fuzis e outras 13 armas e negocia com facções criminosas

Estelionatário se aproveitava de falhas no sistema de controle e usou até nome do porteiro para revender armamento a quadrilhas de traficantes. Ao todo, ele comprou 24 armas.

Segundo O Globo, em 7 de maio de 2021, o porteiro Douglas Silva Santos recebeu duas encomendas em sua casa, na Zona Sul de São Paulo. Numa das caixas que chegaram pelo correio, havia um fuzil modelo T4, calibre 5,56, da Taurus. Na outra, uma pistola .380, da mesma fabricante. As duas armas valem mais do que dois anos do salário de R$ 1,2 mil de Santos. Esse detalhe passou despercebido quando, semanas antes, a Taurus recebeu, por e-mail, um certificado de registro de caçador, atirador esportivo e colecionador (CAC) em nome do porteiro, com uma autorização de compra, documento do Exército que aprova a venda. As armas foram postadas sem que a veracidade dos documentos fosse verificada. Logo depois de chegarem à casa do porteiro, caíram nas mãos de uma quadrilha responsável por desviar armamento para facções do tráfico do Rio e de São Paulo.

Santos não era CAC e nunca tinha dado um tiro. Segundo a Polícia Civil de São Paulo, ele era laranja de um esquema que usou brechas no protocolo de venda da Taurus e no controle do Exército para despejar fuzis no mercado clandestino. Todos os documentos enviados à empresa eram falsos. O mentor da fraude era seu compadre, Vanderson Oliveira Cardoso — ele, sim, um atirador desportivo certificado. Cardoso usava seu registro de CAC para falsificar documentos para a compra de armas. Com um editor de imagens, apagava os dados originais e os substituía pelas informações dos laranjas. Tudo era enviado por e-mail para a Taurus, que enviava as armas pelo correio.

Com essa estratégia simples, de acordo com a polícia, o atirador estelionatário comprou pelo menos 24 armas só no primeiro semestre de 2021 e conseguiu revender 12 delas — 11 fuzis e uma pistola — a grupos criminosos. A distribuição rendeu à quadrilha mais de R$ 400 mil. Os fuzis eram comprados por R$ 11 mil e revendidos por valores até quatro vezes maiores. Quando desvendou o esquema, a polícia acionou a Taurus e conseguiu recuperar dez armas que ainda não haviam sido entregues. A Justiça determinou a incorporação dos fuzis ao acervo da polícia paulista.

O esquema foi posto em prática graças à política armamentista do governo Jair Bolsonaro. Uma portaria publicada pelo Exército em 2019 permitiu que CACs passassem a poder usar e comprar fuzis. No mesmo ano, um decreto do presidente deu permissão para que atiradores desportivos pudessem comprar até 30 destas armas. Desde setembro a facilidade foi proibida. Uma decisão do ministro Edson Fachin ratificada pelo restante do Supremo Tribunal Federal determinou que a compra de armas de uso restrito só pode ser autorizada “no interesse da segurança pública ou da defesa nacional, não em razão do interesse pessoal”. Mas a decisão não afetou as armas que já fazem parte do acervo dos CACs, que seguem com autorização para usá-las e transportá-las para clubes de tiro.

Segundo o inquérito sobre o esquema, o porteiro disse aos investigadores em depoimento que recebeu R$ 500 de seu compadre para fornecer seus dados para a compra das armas e receber e repassar as encomendas. No momento de formalizar o depoimento, no entanto, Santos teria sido orientado por seu advogado a permanecer em silêncio. Desde julho do ano passado, Douglas está preso. Ele é uma das cinco pessoas que, segundo o Ministério Público de São Paulo, integravam a quadrilha de Cardoso — que está foragido.

Outra integrante é a mulher do atirador, Michelle Neri de Lucena, cujos dados também foram utilizados para confeccionar documentos falsos e a compra de um fuzil. Por decisão da Justiça paulista, ela responde ao processo em liberdade. Fora o compadre e a mulher de Cardoso, outras sete pessoas identificadas como laranjas não sabiam que seus dados estavam sendo usados. Entre elas, estão duas ex-namoradas e um amigo com quem o CAC jogava bola no bairro onde morava. Chamados para prestarem depoimento, todos disseram que não eram CACs, nunca frequentaram clubes de tiro nem compraram fuzis. Alguns moravam no interior paulista e sequer conheciam Cardoso. Não se sabe como seus dados foram parar nas mãos do atirador.

A investigação começou com um vídeo enviado à Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes de Taboão da Serra, que mostrava dois homens fazendo disparos para o alto com fuzis em Embu das Artes, na Grande São Paulo. O CAC Vanderson Cardoso foi identificado como um dos atiradores, e a Justiça determinou que fosse feita uma busca em sua casa. No imóvel, foram apreendidos um celular, um notebook e notas fiscais de compras de armas em nomes de laranjas, documentos de identidade e um fuzil, modelo T4, da Taurus, registrado em nome de Cardoso. Uma consulta ao Exército revelou que a arma havia sido comprada com documentos falsos — mesmo tendo autorização para comprar um fuzil na época, o CAC fez uso da fraude. No computador do atirador, a polícia encontrou amostras de documentos falsificados e, em seu celular, diálogos para a revenda das armas.

— Havia conversas do Vanderson com dois traficantes de armas que faziam repasses a duas facções no Rio e em São Paulo — conta o delegado Milton Barbosa Filomeno, para quem a brecha descoberta por Cardoso pode ter sido usada por outras quadrilhas. — Havia uma falha de comunicação entre a Taurus e o Exército.

Em março de 2021, o Exército passou a emitir os certificados de registro com um QR Code, que permite a checagem da veracidade. Na época das compras de Cardoso, esse tipo de documento era raro. Para Bruno Langeani, gerente do Instituto Sou da Paz, a fraude mostra a fragilidade do controle do Exército aos CACs.

— Não existe outra alternativa que não seja auditar todas estas vendas direto da fábrica, e exigir que a empresa preste conta da legalidade de cada fuzil que deixou a fábrica.

A Taurus afirmou que cumpre a lei e só entrega armas após as autorizações do Exército”. A empresa alega que nunca cometeu qualquer irregularidade com esses documentos e autorizações e argumenta que, no esquema descoberto pela polícia, as “irregularidades tiveram origem no processo de concessão de autorizações, sobre o qual a Taurus não tem nenhuma responsabilidade”. Após a publicação da reportagem, o Exército, também por meio de nota, afirmou que o certificado de CAC de Vanderson Cardoso foi cancelado a pedido da Polícia Civil de São Paulo e que o “Sistema de Fiscalização de Produtos Controlados (SFPC) está em constante evolução para se adequar as demandas legais, alterando seus protocolos a fim de evitar desvio de conduta e ilegalidades”.

Apoie o Antropofagista com qualquer valor acima de R$ 1,00

Agradecemos aos que formam essa comunidade e convidamos todos que possam a fortalecer essa corrente progressista. Seu apoio é fundamental nesse momento crítico que o país atravessa para continuarmos nossa labuta diária para trazer informação e reflexão de qualidade e independência.

Caixa Econômica Agência: 0197
Operação: 1288
Poupança: 772850953-6
PIX: 45013993768 – CPF

Agradecemos imensamente a sua contribuição

Categorias
Uncategorized

Vídeo: Bolsonaro chora durante cerimônia com militares em Brasília

O que faz a perda do poder para um fraco, medroso. Bolsonaro sabe o que o espera.

Bolsonaro se emociona durante a cerimônia de Cumprimentos dos Oficiais-Generais das Forças Armadas, no Clube Naval de Brasília, e chora.

O presidente Jair Bolsonaro (PL) se emocionou durante cerimônia de Cumprimentos dos Oficiais-Generais das Forças Armadas, no Clube Naval de Brasília. No momento do cumprimento aos presente, foi possível ver o chefe do Executivo com os olhos marejados.

Ao lado da primeira-dama, que também se emocionou em determinados momentos, Bolsonaro não fez discurso e se limitou a saudar os participantes do evento. Após a cerimônia, ele almoça com os militares.

*Confira:

*Com Metrópoles

Apoie o Antropofagista com qualquer valor acima de R$ 1,00

Agradecemos aos que formam essa comunidade e convidamos todos que possam a fortalecer essa corrente progressista. Seu apoio é fundamental nesse momento crítico que o país atravessa para continuarmos nossa labuta diária para trazer informação e reflexão de qualidade e independência.

Caixa Econômica Agência: 0197
Operação: 1288
Poupança: 772850953-6
PIX: 45013993768 – CPF

Agradecemos imensamente a sua contribuição

Categorias
Apoio

Apoie o Antropofagista. Com um Pix de qualquer valor, você contribui muito

O Antropofagista não tem patrocínio, não recebe recursos de partidos, não tem um ricaço por trás do blog e a arrecadação com a monetização, é um escândalo e não tem graça comentar.

Assim, o blog se sustenta com o apoio dos leitores. O mesmo se dá na questão da difusão do nosso conteúdo. Não há recurso disponível para impulsionar o blog, que também não tem padrinho e, muitas vezes, ainda enfrenta a censura das grandes redes que, como todos sabem, estão cada vez empresariais e menos sociais.

Por isso, não só a colaboração financeira, assim como a de compartilhamento das matérias, depende de uma corrente a partir dos próprios leitores.

Em função disso, pedimos com veemência aos que puderem contribuir com um Pix de qualquer valor acima de R$ 1,00, que o façam para seguirmos com o nosso trabalho, assim como compartilhar em suas redes sociais e Whatsapp.

Apoie o Antropofagista com qualquer valor acima de R$ 1,00

Agradecemos aos que formam essa comunidade e convidamos todos que possam a fortalecer essa corrente progressista. Seu apoio é fundamental nesse momento crítico que o país atravessa para continuarmos nossa labuta diária para trazer informação e reflexão de qualidade e independência.

Caixa Econômica Agência: 0197
Operação: 1288
Poupança: 772850953-6
PIX: 45013993768 – CPF

Agradecemos imensamente a sua contribuição

Categorias
Mundo

Justiça persegue líderes como Lula e eu, diz Cristina Kirchner um dia antes de sentença que pode levá-la à prisão

Vice-presidente quebra silêncio de cinco anos e fala à Folha com exclusividade na véspera de julgamento por desvio de recursos, diz Mônica Bergamo.

Uma das figuras mais emblemáticas da América Latina e da política de seu país, a vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, quebrou um silêncio de cinco anos sem conceder entrevistas e recebeu a Folha para uma conversa em Buenos Aires no Instituto Pátria, que fundou inspirada no instituto de Lula (PT) no Brasil.

É a primeira vez também que ela concede entrevista a uma publicação brasileira.

Aos 69 anos, Cristina, que já foi deputada, senadora, primeira-dama e presidente da Argentina por duas vezes, será julgada na terça (6) em um processo em que é acusada de liderar um esquema de desvio de verbas públicas.

A Procuradoria pede que ela seja condenada a 12 anos de prisão. Os promotores dizem que Cristina chefiava uma associação ilícita que destinava verbas para 51 obras na província de Santa Cruz, da qual o ex-presidente Néstor Kirchner, seu marido, morto em 2010, foi governador.

Cristina diz que é vítima de um “pelotão de fuzilamento” e que as acusações são uma “falsidade absoluta”. Como Lula, ela seria vítima de “lawfare”, quando juízes perseguem investigados por razões políticas.

Apoie o Antropofagista com qualquer valor acima de R$ 1,00

Agradecemos aos que formam essa comunidade e convidamos todos que possam a fortalecer essa corrente progressista. Seu apoio é fundamental nesse momento crítico que o país atravessa para continuarmos nossa labuta diária para trazer informação e reflexão de qualidade e independência.

Caixa Econômica Agência: 0197
Operação: 1288
Poupança: 772850953-6
PIX: 45013993768 – CPF

Agradecemos imensamente a sua contribuição

Categorias
Uncategorized

Tchau querido: Paulo Guedes diz que vai deixar o Brasil quando Lula assumir

Nas conversas mais exaltadas que tem sobre o governo Lula, Paulo Guedes chega a mencionar que vai deixar o Brasil.

— Vou deixar isso aqui e quem vai ficar com o problema são vocês — já afirmou o ministro a diferentes interlocutores.

Nestas conversas, Guedes mostrou irritação, especialmente, por considerar que seu trabalho como ministro da Economia não teria o “reconhecimento que merece”. O ministro repete que teria “consertado” os erros da gestão petista e que, agora, o governo eleito precisa “trabalhar”.

Aliados próximos do ministro, no entanto, avaliam que, apesar de falar, em conversas mais tensas, que deixaria o Brasil, Guedes tende a permanecer no país.

O ministro tem afirmado a interlocutores que, depois de deixar o governo, quer “sossego” e “cicatrizar as feridas”.

*Bela Megale/O Globo

Apoie o Antropofagista com qualquer valor acima de R$ 1,00

Agradecemos aos que formam essa comunidade e convidamos todos que possam a fortalecer essa corrente progressista. Seu apoio é fundamental nesse momento crítico que o país atravessa para continuarmos nossa labuta diária para trazer informação e reflexão de qualidade e independência.

Caixa Econômica Agência: 0197
Operação: 1288
Poupança: 772850953-6
PIX: 45013993768 – CPF

Agradecemos imensamente a sua contribuição

Categorias
Irregularidade

Governo mantém ‘suspense’ sobre calote a aposentados. Por Fernando Brito

A Folha volta a abrir manchete sobre o “Apagão da máquina e risco a aposentadorias (não serem pagas) expõem dificuldades no desfecho de Bolsonaro“. É uma evidente armadilha que, de “vazamento” em “vazamento” vai se desenhando para o início do governo Lula porque, embora se refira ao período do governo Bolsonaro, estes proventos, em boa parte, serão pagos na primeira semana (de 2 a 6 de janeiro) da nova administração.

Já falei aqui que isso é “terrorismo orçamentário”, porque, mesmo improvável, vem sendo usado para assinalar algo que não existe: falta de dinheiro para uma despesa tão básica quanto honrar o pagamento de aposentadorias. Porque dinheiro há e, se algo falta, seria autorização orçamentária. E olhe que nem isso, porque o relatório de execução orçamentária da Previdência indica, até novembro, 90% das despesas realizadas, portanto mais que o necessário para honrar um mês de pagamentos, ainda mais que não há 13° salário a pagar, pois foi antecipado no primeiro semestre.

Esta contradição fica clara na própria reportagem, ao apontar a contradição no que diz ser a ameaça de “calote” nos aposentados:

“Enquanto os sucessivos recordes na arrecadação proporcionam um celebrado superávit nas contas, o primeiro desde 2013, a necessidade de respeitar o limite de despesas obriga o governo a levar adiante um bloqueio de R$ 15,4 bilhões sobre recursos de ministérios e verbas carimbadas por parlamentares por meio das chamadas emendas de relator.”

Despesas previdenciárias são totalmente previsíveis, porque são – basicamente – fixas e, portanto, nada justifica que se mantenha suspense sobre se poderão ser executadas.

Não é possível que se deixe mais de 36 milhões de aposentados, pensionistas e outros beneficiários do INSS diante de notícias como essa, sem saber se começam o ano sem receber o que vai gastar em comida, energia, água, aluguel e remédios.

*Publicado originalmente no O Tijolaço

Apoie o Antropofagista com qualquer valor acima de R$ 1,00

Agradecemos aos que formam essa comunidade e convidamos todos que possam a fortalecer essa corrente progressista. Seu apoio é fundamental nesse momento crítico que o país atravessa para continuarmos nossa labuta diária para trazer informação e reflexão de qualidade e independência.

Caixa Econômica Agência: 0197
Operação: 1288
Poupança: 772850953-6
PIX: 45013993768 – CPF

Agradecemos imensamente a sua contribuição

Categorias
Uncategorized

Golpismo bolsonarista teve atuação de militares do início do governo ao ápice eleitoral

Integrantes das Forças Armadas atuaram para criar e manter suspeitas sobre sistema eleitoral.

Da busca por informações sem lastro utilizadas por Jair Bolsonaro (PL) para atacar o sistema eleitoral eletrônico em suas lives, passando pela atuação inédita na testagem das urnas nas eleições, até o relatório final e as subsequentes notas públicas que tentam manter acesa a suspeita infundada de fraude em bolsonaristas mais radicais.

Todas as investidas contra o sistema eleitoral no governo Bolsonaro têm ou tiveram alguma participação de integrantes da ativa ou reserva das Forças Armadas.

A constatação é possível ao analisar capítulo a capítulo da escalada de ataque às urnas patrocinada pelo presidente derrotado nas eleições deste ano.

Ministro da Defesa vai a missa com Bolsonaro e lê texto sobre exclusão de  'pederastas' - 06/09/2022 - Poder - Folha

Como mostrou a Folha, dados obtidos via Lei de Acesso à Informação com o próprio Ministério da Defesa e o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) revelam que os militares só começaram a questionar o sistema eletrônico de votação sob Bolsonaro.

Foram 25 anos de silêncio e concordância com o modelo, que é exemplo no mundo todo, até o despertar para supostas fragilidades que culminaram em questionamentos ao TSE antes da eleição e, depois, no relatório e nas notas em que supostos técnicos das Forças dizem não descartar possibilidade de fraude.

O envolvimento dos militares nas investidas bolsonaristas se deu em dois momentos.

O primeiro deles com a participação de militares integrantes do governo.

Diante do fracasso dessa primeira etapa e da proximidade do período eleitoral —e também com a entrada de Bolsonaro e de seus aliados na mira na Justiça, em especial dos inquéritos relatados por Alexandre de Moraes—, as próprias Forças Armadas e o Ministério da Defesa passaram a atuar diretamente.

Os detalhes dessa atuação inicial dos militares com cargos na gestão federal só foram descobertos devido a investigação ordenada por Moraes para apurar a realização da live de 29 de julho de 2021 em que Bolsonaro fez o até então maior ataque sem provas ao sistema eletrônico de votação.

Naquele momento, Bolsonaro estava com popularidade baixa por causa da pandemia, pressionado pelas investigações de Moraes e com o prazo a estourar para explicar ao TSE quais eram as alegadas provas de suas acusações sobre fraude eleitoral.

Os depoimentos tomados pela Polícia Federal com os envolvidos na live mostram como, desde o primeiro ano de governo, ao menos dois generais do círculo mais próximo de Bolsonaro se valeram de suas posições para buscar informações contras as urnas.

Luiz Eduardo Ramos, atual ministro da Secretaria-Geral mas com passagem por Casa Civil e Secretaria de Governo, e Augusto Heleno, este por meio da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), agiram para golpear o sistema eleitoral, apontam os dados da PF.

Um dos maiores especialistas em urnas da PF, o perito Ivo Peixinho, que foi levado pelo ministro da Justiça, Anderson Torres, para uma reunião no Palácio do Planalto durante a busca por informações sobre possíveis fraudes, disse em depoimento que a Abin pediu dados sobre o tema ainda em 2019.

Segundo ele, sob o comando de Alexandre Ramagem, amigo da família Bolsonaro e chefiado por Heleno, a agência pediu “informações sobre ocorrências ou atividades envolvendo urnas eletrônicas nas eleições”.

Ramos, por sua vez, acionou ainda em 2019 o técnico em eletrônica Marcelo Abrileri, que dizia ter indícios de fraude na disputa de 2014 entre Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB).

Abrileri foi chamado a depor e contou ter sido procurado e participado de uma apresentação com integrante do alto escalão do governo sobre o tema numa primeira ocasião em 2019.

Após esse primeiro contato, ele afirmou ter sido novamente acionado pelo general Ramos, entre junho e julho de 2021, por meio de uma ligação que teve participação do próprio Bolsonaro.

Abrileri afirma também que, em seguida, outro militar, o coronel Eduardo Gomes da Silva, responsável por apresentar as suspeitas de fraudes na live, informou estar trabalhando com Ramos “na coletânea das informações” sobre as urnas.

Outro militar que participou da organização da live e, também, de outra realizada dias depois, em 4 de agosto de 2021, foi o coronel Mauro Cid, ajudante de ordens de Bolsonaro. Atualmente ele é investigado por Moraes, entre outros fatos, por transações suspeitas encontradas pela PF.

Após a PF expor o formato da organização da live e a falta de critério das informações utilizadas, o caso entrou na mira da investigação das milícias digitais e, sem conseguir ampliar as suspeitas de fraude, os militares do governo e Bolsonaro recuaram.

A partir desse momento, e já no ano eleitoral de 2022, as Forças Armadas, por meio do Ministério da Defesa, chefiado pelo general Paulo Sergio Nogueira, entraram no circuito para produzir os elementos necessários para os bolsonaristas continuarem com os ataques e a disseminação de desinformação.

Antes da eleição, os mais de 80 questionamentos enviados ao TSE e o debate sobre a participação das Forças numa auditoria paralela serviram para pavimentar o caminho até a produção do relatório sobre a segurança do pleito.

Nesse capítulo, a sequência de fatos mostra como a Defesa passou a fazer as vezes desempenhadas até então por Ramos, pela Abin de Heleno e por outros integrantes do governo.

No dia 9 de novembro, após a eleição, o relatório do Ministério da Defesa sobre o processo eleitoral foi divulgado sem apontar nenhuma fraude concreta ou prova de irregularidade. A falta de algo mais assertivo fez os bolsonaristas decepcionados com a derrota continuarem o discurso golpista e atacarem as Forças.

Diante do desgaste com os apoiadores do presidente, uma nota foi publicada pelo general Paulo Sergio Nogueira no dia seguinte, 10 de novembro. O texto tentava se explicar e dizia que o relatório “não excluiu a possibilidade da existência de fraude ou inconsistência nas urnas eletrônicas e no processo eleitoral de 2022”.

Novamente com suas posições desprezadas pela Justiça Eleitoral e outras instituições, os militares se manifestaram de novo no dia 11. Dessa vez, um texto assinado pelo comando das três Forças, mandava recados, em especial a Moraes, e cobrava atuação do Legislativo para impedir interferência do Judiciário.

*Fábio Serapião/Folha

Apoie o Antropofagista com qualquer valor acima de R$ 1,00

Agradecemos aos que formam essa comunidade e convidamos todos que possam a fortalecer essa corrente progressista. Seu apoio é fundamental nesse momento crítico que o país atravessa para continuarmos nossa labuta diária para trazer informação e reflexão de qualidade e independência.

Caixa Econômica Agência: 0197
Operação: 1288
Poupança: 772850953-6
PIX: 45013993768 – CPF

Agradecemos imensamente a sua contribuição

Categorias
Uncategorized

Reclusão e inoperância: Bolsonaro trabalhou apenas 36,5 horas desde que perdeu a eleição

Cálculo considera dados da agenda oficial do Planalto; em um mês, foram três dias úteis inteiros sem atividade.

De acordo com o Brasil de Fato, o presidente Jair Bolsonaro (PL) trabalhou apenas 36 horas e 30 minutos no primeiro mês após a derrota no segundo turno das eleições, entre os dias 31 de outubro e 30 de novembro. Levando em conta os 23 dias úteis desse intervalo – tirando finais de semana e feriados – o candidato derrotado à reeleição trabalhou uma média diária de somente cerca de 1 hora e 35 minutos.

Os cálculos consideram os dados dos compromissos registrados na agenda oficial divulgada pelo Palácio do Planalto, que documenta a duração de cada atividade presidencial. Nesse período, considerando a escala de segunda a sexta, o ex-capitão passou três dias úteis sem nenhum tipo de compromisso oficial.

Entre 1º de novembro, uma terça-feira, e o dia 3, por exemplo, houve um vácuo de quase 48 horas no meio da semana sem encontros oficialmente identificados, até que o presidente recebeu o ministro da Secretaria de Governo da Presidência, Célio Faria Júnior, no Palácio da Alvorada.

Entre os perfis identificados nas agendas, figuram ministros de Estado, assessores pessoais, parlamentares atuantes no Congresso Nacional ou recém-eleitos pelas urnas, bem como alguns poucos interlocutores de grupos de interesse. É o caso do presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Fierj), Eduardo Eugenio Gouveia, que esteve com o presidente na última terça (29).

Bolsonaro não compareceu, por exemplo, à COP27, a conferência das Nações Unidas sobre o clima, realizada de 6 a 18 de novembro, no Egito, nem à reunião da cúpula do G20, na Indonésia, que teve início dia 14. No dia 25, ele interrompeu o jejum de viagens e se deslocou para Guaratinguetá (SP), de onde partiria no dia seguinte para Resende (RJ), com o intuito de participar da Cerimônia do Aspirantado 2022, organizada pela Academia Militar das Agulhas Negras (Aman). A ida a eventos de cunho militar tem sido uma das marcas de seu governo.

Desde que se tornou o primeiro presidente a fracassar na busca da reeleição após o primeiro mandato, Bolsonaro tem se mantido boa parte do tempo recluso no Palácio da Alvorada, residência oficial, com uma rotina bem menos dinâmica do que de costume, além de pouco comunicativa nas redes sociais, seu principal canal de comunicação com apoiadores e sociedade em geral. Logo na primeira semana após a derrota, o ex-capitão alegou erisipela, infecção cutânea que se manifesta nas pernas.

Foram poucos os compromissos cumpridos, sendo a maior parte das agendas sediadas no próprio Alvorada. O freio nas atividades presidenciais acabou deslocando o centro do poder para outro espaço, o Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), onde operam, em Brasília (DF), os núcleos da equipe de transição de governo liderada por Lula. O local virou o principal ponto de atração para imprensa, internautas, lideranças da sociedade civil, entre outros segmentos.

O amortecimento dos trabalhos no Planalto chamou a atenção de opositores a ponto de ir parar no sistema de Justiça: na semana passada, parlamentares do PSOL em São Paulo provocaram a Procuradoria-Geral da República (PGR) com uma notícia-crime que acusa Bolsonaro de abandono de cargo público e pede investigação do Ministério Público Federal (MPF) sobre o caso. A queixa partiu do vereador de São Paulo Celso Giannazi, do deputado estadual Carlos Giannazi e da primeira suplente da sigla no estado para a Câmara dos Deputados, Luciene Cavalcante.

Apoie o Antropofagista com qualquer valor acima de R$ 1,00

Agradecemos aos que formam essa comunidade e convidamos todos que possam a fortalecer essa corrente progressista. Seu apoio é fundamental nesse momento crítico que o país atravessa para continuarmos nossa labuta diária para trazer informação e reflexão de qualidade e independência.

Caixa Econômica Agência: 0197
Operação: 1288
Poupança: 772850953-6
PIX: 45013993768 – CPF

Agradecemos imensamente a sua contribuição

Categorias
Uncategorized

Sob Bolsonaro, número de milionários bateu recorde

Presidente chega ao fim do mandato com recorde de pobres e crescimento impressionante de milionários.

Segundo a Folha, além dos recordes de pobreza, o governo Jair Bolsonaro (PL) produziu, em apenas três anos, um número impressionante de milionários – muito mais do que nos governos Lula e Dilma Rousseff.

Os números revelam o que especialistas já vinham apontando: Bolsonaro deixará um legado de mais desigualdade social.

De janeiro de 2019 a dezembro de 2021, o país registrou 2,1 milhões de pessoas com rendimentos anuais acima de R$ 1 milhão –1% da população.

No período, 562 mil brasileiros entraram para esse clube, enquanto 62,5 milhões mergulharam na pobreza –29,4% da população, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Entre 2003 e 2014 —período que compreende os dois mandatos de Lula e o primeiro de Dilma— os brasileiros com mais de R$ 1 milhão em rendimentos passaram de 18,5 mil para 29,8 mil, concentrando-se em SP, RJ, MG, RS e PR. Esse contingente representava 0,1% da população à época.

O aumento da riqueza entre os muito ricos começou a ganhar tração a partir do impeachment da ex-presidente Dilma, em 2016. Tanto o ex-presidente Michel Temer, que a sucedeu, quanto Bolsonaro conduziram políticas pró mercado.

Entre 2019 e 2021, RR e RO foram os estados que mais contabilizaram novos endinheirados —1.588 e 10.147, respectivamente. Registraram as maiores taxas de crescimento —67% e 63%.

Na sequência, as maiores altas foram em TO (59%), MT e SC (55%), PA (51,5%), GO e MA (48,5%).

Apesar do crescimento de milionários pelo interior do país, a maior concentração continua em SP (780.619), RJ (226.254), MG (189.785), RS (161.858), PR (156.870) e SC (103.378) —78% do total.

Analistas de mercado apontam que esse crescimento está atrelado à expansão da fronteira agrícola no país, que interiorizou a fortuna relacionada a esse setor. Esse movimento permitiu às marcas de luxo diversificar suas vendas, antes concentradas no eixo Rio-São Paulo.

Cientistas políticos consideram que a nova geografia da riqueza, concentrada em locais do agronegócio, ajuda a explicar o fortalecimento do conservadorismo nesses estados, que culminou na preferência por Bolsonaro nas eleições deste ano —com exceção do Maranhão, que preferiu o presidente eleito, Lula.

Apoie o Antropofagista com qualquer valor acima de R$ 1,00

Agradecemos aos que formam essa comunidade e convidamos todos que possam a fortalecer essa corrente progressista. Seu apoio é fundamental nesse momento crítico que o país atravessa para continuarmos nossa labuta diária para trazer informação e reflexão de qualidade e independência.

Caixa Econômica Agência: 0197
Operação: 1288
Poupança: 772850953-6
PIX: 45013993768 – CPF

Agradecemos imensamente a sua contribuição

Categorias
Apoio

Apoie o Antropofagista. Faça um Pix de qualquer valor

O Antropofagista não tem patrocínio, não recebe recursos de partidos, não tem um ricaço por trás do blog e a arrecadação com a monetização, é um escândalo e não tem graça comentar.

Assim, o blog se sustenta com o apoio dos leitores. O mesmo se dá na questão da difusão do nosso conteúdo. Não há recurso disponível para impulsionar o blog, que também não tem padrinho e, muitas vezes, ainda enfrenta a censura das grandes redes que, como todos sabem, estão cada vez empresariais e menos sociais.

Por isso, não só a colaboração financeira, assim como a de compartilhamento das matérias, depende de uma corrente a partir dos próprios leitores.

Em função disso, pedimos com veemência aos que puderem contribuir com um Pix de qualquer valor acima de R$ 1,00, que o façam para seguirmos com o nosso trabalho, assim como compartilhar em suas redes sociais e Whatsapp.

Apoie o Antropofagista com qualquer valor acima de R$ 1,00

Agradecemos aos que formam essa comunidade e convidamos todos que possam a fortalecer essa corrente progressista. Seu apoio é fundamental nesse momento crítico que o país atravessa para continuarmos nossa labuta diária para trazer informação e reflexão de qualidade e independência.

Caixa Econômica Agência: 0197
Operação: 1288
Poupança: 772850953-6
PIX: 45013993768 – CPF

Agradecemos imensamente a sua contribuição