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Justiça persegue líderes como Lula e eu, diz Cristina Kirchner um dia antes de sentença que pode levá-la à prisão

Vice-presidente quebra silêncio de cinco anos e fala à Folha com exclusividade na véspera de julgamento por desvio de recursos, diz Mônica Bergamo.

Uma das figuras mais emblemáticas da América Latina e da política de seu país, a vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, quebrou um silêncio de cinco anos sem conceder entrevistas e recebeu a Folha para uma conversa em Buenos Aires no Instituto Pátria, que fundou inspirada no instituto de Lula (PT) no Brasil.

É a primeira vez também que ela concede entrevista a uma publicação brasileira.

Aos 69 anos, Cristina, que já foi deputada, senadora, primeira-dama e presidente da Argentina por duas vezes, será julgada na terça (6) em um processo em que é acusada de liderar um esquema de desvio de verbas públicas.

A Procuradoria pede que ela seja condenada a 12 anos de prisão. Os promotores dizem que Cristina chefiava uma associação ilícita que destinava verbas para 51 obras na província de Santa Cruz, da qual o ex-presidente Néstor Kirchner, seu marido, morto em 2010, foi governador.

Cristina diz que é vítima de um “pelotão de fuzilamento” e que as acusações são uma “falsidade absoluta”. Como Lula, ela seria vítima de “lawfare”, quando juízes perseguem investigados por razões políticas.

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União Europeia aprova sanções contra o Brasil por conta da devastação ambiental do governo Bolsonaro

Legislação que prevê o uso de sanções contra o Brasil por conta do desmatamento foi aprovada com 453 votos de apoio, ante 57 contra e 123 abstenções.

Jamil Chade – O Parlamento Europeu aprovou nesta terça-feira, pela primeira vez, uma resolução que estabelece que uma espécie de regime de sanções comerciais seja aplicado contra o Brasil por conta do desmatamento. A medida é uma dura derrota diplomática do governo de Jair Bolsonaro.

A proposta prevê que empresas europeias garantam que o abastecimento de carne, soja, cacau e outros produtos não ocorra de uma forma que desmate florestas. Os importadores terão de provar que a compra de produtos ocorrerá a partir de fornecedores que cumpram as exigências ambientais. Uma fiscalização será estabelecida neste sentido. Mas o restante da produção continua a ser exportado de forma regular.

Para que o projeto entre em vigor, ele ainda precisa ser aprovado por cada um dos 27 países membros da UE e negociações serão iniciadas para que um texto final seja alvo de um acordo. Mas o passo no Parlamento foi considerado como histórico.

Nos meses que antecederam ao voto, o governo brasileiro mobilizou sua diplomacia para tentar evitar o estabelecimento da nova estrutura comercial, com o Itamaraty sugerindo até mesmo que se trata de uma violação das regras da OMC (Organização Mundial do Comércio).

A lei dos europeus é de impedir o que chamam de “importação do desmatamento”. Na prática, o que querem é elevar barreiras a produtos agrícolas que tenham sido cultivados em locais recentemente desmatados.

Ou seja: se ficar provado que a soja exportada pelo Brasil foi responsável pelo desmatamento, a UE poderá ampliar as tarifas cobradas contra os produtos nacionais.

Espelho do isolamento do Brasil e do fracasso da política ambiental

Dentro do Itamaraty, ainda que a lei não cite especificamente o Brasil, a iniciativa é considerada como uma resposta direcionada ao país e a suas exportações.

A aprovação no Parlamento é também considerada uma constatação do fracasso da diplomacia de Bolsonaro, tanto no que se refere aos temas ambientais como no que toca à capacidade do governo de negociar os interesses comerciais brasileiros no exterior.

Se grupos progressistas e ambientalistas dentro do Parlamento Europeu defendiam a lei, uma ala insiste que a medida vem num momento complicado do comércio mundial de alimentos. Com a guerra na Ucrânia, o abastecimento de grãos foi afetado e, dentro da Comissão Europeia, vozes se levantaram sobre a necessidade de se restabelecer o acordo comercial com o Mercosul e acelerar sua implementação, hoje paralisada.

Mesmo assim, a nova lei de aprovada por ampla maioria. Foram 453 votos de apoio, contra apenas 57 contra e 123 abstenções.

Nos bastidores, o governo de Jair Bolsonaro liderou uma ofensiva de países emergentes para tentar impedir que a Europa aplique medidas protecionistas. Numa carta enviada à Comissão Europeia, Brasil e uma dezena de países em desenvolvimento alertaram que tais barreiras podem violar os tratados internacionais.

Para o Brasil, medidas comerciais não podem ser usadas para atingir metas ambientais e ameaçam aprofundar a pobreza, sem efeitos para a conservação da floresta. O grupo ainda alerta que a proposta poderia violar os acordos comerciais da OMC.

No documento, entregue no final de julho para a direção da Comissão Europeia, os emergentes indicaram que estão cientes da necessidade de defender o meio ambiente. Mas “lamentam que a UE tenha optado por uma legislação unilateral”, e não por seguir acordos internacionais já estabelecidos.

O grupo liderado pelo Brasil quer que a Europa amplie as consultas com governos estrangeiros, antes de aplicar as barreiras. No documento, os emergentes também lamentam que os argumentos até agora apresentados por esses países foram ignorados.

Segundo a carta, o processo na Europa não considera de forma suficiente as condições locais de cada uma das regiões, com uma base de critérios que seria “punitiva”. O grupo alerta que o risco maior é de que tais medidas causem “distorções comerciais e tensões diplomáticas, sem benefícios ao meio ambiente”.

As medidas ainda minariam a reputação de empresas e vão penalizar os produtores nos países em desenvolvimento, principalmente os pequenos agricultores.

O grupo ainda afirmar estar preocupado com o caráter discriminatório das medidas. Segundo eles, tais barreiras podem ter um impacto social “negativo” e “consequências econômicas” para as economias em desenvolvimento.

Além do Brasil e Indonésia, assinam a carta os embaixadores da Argentina, Colômbia, Gana, Guatemala, Costa do Marfim, Nigéria, Paraguai, Peru, Honduras, Bolívia, Equador e Malásia.

*Jamil Chade/Uol

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The Economist aponta Bolsonaro como o grande mentiroso e denuncia risco de golpe

A revista britânica The Economist afirma em sua matéria de capa da edição desta semana que Jair Bolsonaro (PL) vem fazendo uso do mecanismo adotado pelo ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump ao mentir para questionar a higidez do sistema eleitoral brasileiro e incitar uma tentativa de golpe caso seja derrotado no pleito de outubro. “Ele parece estar lançando as bases retóricas para denunciar a fraude eleitoral e negar o veredicto dos eleitores”, ressalta o semanário.

“Uma razão para se preocupar é que Bolsonaro possa emprestar uma página da cartilha sem princípios de Trump, até porque ele já fez isso antes. Ele semeia a divisão: o outro lado não é apenas errado, mas mau. Ele descarta as críticas como ‘notícias falsas’. Seus instintos são tão autoritários quanto os de Trump: ele fica nostálgico sobre os dias do regime militar no Brasil. Um de seus filhos, que também é um de seus conselheiros mais próximos, aplaudiu abertamente os manifestantes do Capitólio. Bolsonaro foi um dos últimos líderes mundiais a aceitar que Biden havia vencido”, destaca a reportagem intitulada “The man who would be Trump” [O homem que queria ser Trump, em tradução livre].

“Para realizar essa façanha improvável, ele aprendeu truques com outro forasteiro desbocado e amplamente subestimado. O mais importante deles foi o uso habilidoso e mentiroso das mídias sociais. Ele continua sendo o mestre incontestável do Brasil nisso e, assim, convenceu seus partidários de duas coisas. Primeiro, que se ele perder, é prova de que o voto foi injusto. Segundo, que uma vitória de seu principal adversário, Luiz Inácio Lula da Silva, entregaria o Brasil ao diabo”, ressalta um outro trecho da reportagem.

“Isso não faz sentido. Lula é um esquerdista pragmático e foi um presidente bastante bem-sucedido entre 2003 e 2010. Impulsionado pelo boom das commodities, ele presidiu o aumento da renda e uma grande expansão do estado de bem-estar social”, diz o texto mais à frente.

A reportagem observa ainda, que “o Exército está profundamente enraizado no governo e fez perguntas sobre o sistema de votação. O país está fervilhando de conversas sobre um possível golpe. Provavelmente não vai acontecer, mas algum tipo de insurreição pode. Bolsonaro incita rotineiramente a violência”.

“Os seguidores de Bolsonaro estão mais bem armados do que nunca: desde que ele tomou escritório e brechas ampliadas no controle de armas, o número de armas em mãos privadas dobrou para 2 milhões. Se o tribunal eleitoral do Brasil anunciar que Lula venceu, bolsonaristas armados podem atacar o tribunal”, analisa o semanário britânico.

“Quando Trump perdeu, por outro lado, ele disse a seus principais apoiadores que eles haviam sido roubados e transformou essa Grande Mentira em um grito de guerra. Ela une seu movimento e lhe dá um estrangulamento sobre o Partido Republicano: dificilmente alguém que nega isso pode ganhar uma primária republicana. A mesma Grande Mentira pode fazer de Bolsonaro o político de oposição mais influente do Brasil”, diz um outro trecho do texto.

A reportagem termina afirmando que “o melhor resultado seria Bolsonaro perder por uma margem tão ampla que ele não poderia alegar plausivelmente ter vencido, seja no primeiro turno em 2 de outubro, ou (mais provavelmente) em um segundo turno em 30 de outubro. Serão algumas semanas tensas e perigosas. Outros países deveriam apoiar publicamente a democracia brasileira e, discretamente, deixar claro para os militares brasileiros que qualquer coisa parecida com um golpe faria do Brasil um pária. Os eleitores brasileiros devem resistir à atração de um populista sem vergonha. Eles, e seu país, merecem melhor”.

*Com 247

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Aos 96 anos, morre Elizabeth II

Britânicos choram por sua mais longeva soberana, uma rainha pop e discreta, que liderou um país enquanto o mundo passava por sucessivas mutações.

Dezenas de milhões britânicos sentem-se órfãos. A morte da rainha nesta quinta-feira, aos 96 anos, marca o fim de uma era. Em um país cada vez mais polarizado, Elizabeth Alexandra Mary Windsor era ponto pacífico, a face que ainda unia a grande maioria da população: ricos e pobres, monarquistas e até alguns republicanos. Seu reinado — o mais longevo da história britânica — durou sete décadas. Atravessou o período da Guerra Fria, sucessivas crises políticas e econômicas, entrou e saiu da União Europeia, enfrentou uma pandemia global.

“A rainha morreu pacificamente em Balmoral nesta quinta-feira”, diz a nota do Palácio. “O rei [Charles] e a rainha consorte [Camilla] continuarão em Balmoral nesta noite e retornarão a Londres amanhã.”

Lilibeth, como era chamada pelo pai, o rei George VI, de quem herdou a Coroa em 1952, quando tinha apenas 25 anos, se tornou para os súditos símbolo de força e estabilidade em um mundo onde tudo parece tão efêmero. Era respeitada e aprovada por 75% dos britânicos, segundo números de uma pesquisa feita no segundo trimestre deste ano pelo instituto YouGov.

Foi após a morte do consorte, o príncipe Philip, em 9 abril de 2021, que o Reino Unido finalmente se deu conta da fragilidade da soberana. Vestida de preto, apareceu sentada sozinha em um dos bancos de madeira da capela do Castelo de Windsor. Estava isolada do resto da família durante as exéquias por conta do coronavírus. A imagem estampou as primeiras páginas dos jornais do mundo inteiro. Solitária e triste, era apenas uma nonagenária de carne e osso que enfrentava o luto após um casamento de 74 anos.

Foto de arquivo datada de 21 de abril de 1944 mostra Elizabeth aos em seu aniversário de 18 anos entre os pais, o rei da Grã-Bretanha, George VI, e a rainha Elizabeth Bowes-Lyon, no Castelo de Windsor — Foto: Arquivo / AFP

Quando ficou viúva, foi buscar refúgio em Windsor, sua residência favorita, o mais antigo castelo ocupado do mundo, onde viveu seus últimos dias de casada. Dali passou a tremular o pavilhão da Casa Real. A monarca resolveu não voltar mais para o Palácio de Buckingham, apenas para compromissos inadiáveis. Ela chegou a retomar as atividades oficiais, mas aparições públicas foram se tornando cada vez mais raras. Nos últimos dias, se refugiou no Castelo de Balmoral, na Escócia, onde na terça-feira empossou a nova primeira-ministra, Liz Truss.

Durante todos esses anos, Elizabeth II parecia inabalável. Por dever de ofício, guardou para si opiniões políticas e posições sobre a maioria dos temas considerados sensíveis. Talvez por isso tenha cometido poucos erros. Nem mesmo os escândalos da família real — e não foram poucos — mudavam a atitude da monarca. Em 1992, depois da separação do príncipe Charles e do príncipe Andrew e de um incêndio em Windsor, admitiu em público que vivia um “annus horribilis”. Mal sabia ela que depois viriam a morte da princesa Diana, e uma imensa comoção nacional e internacional, em 1997; acusações de pedofilia contra Andrew, em 2020; e o afastamento do neto, o príncipe Harry, das funções oficiais do palácio e da família real após seu casamento com a atriz americana divorciada Meghan Markle.

Philip sempre foi a face mais humana do casal. Eram dele as gafes, as manifestações de emoções ou vontades que ela não se permitiu. Elizabeth II dançou conforme a música, como se esperava dela. Encontrou 12 dos últimos 13 presidentes dos Estados Unidos. Viajou o mundo. Foi até o Brasil em 1968, na única visita de uma soberana britânica à América Latina.

*Com O Globo

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Bolsonaro conhece hoje 1ª sentença internacional; versão preliminar condena

Jamil Chade – O Tribunal Permanente dos Povos (TPP) anunciará, nesta quinta-feira, sua sentença em relação às acusações contra Jair Bolsonaro por crimes cometidos durante a pandemia da covid-19. A reportagem apurou que, na versão preliminar da sentença, a decisão apontava para uma condenação, citando inclusive possíveis crimes contra a humanidade. Mas o texto ainda passaria por uma avaliação dos demais juízes do órgão.

Ao tratar da questão da pandemia da covid-19, a decisão poderá ampliar a pressão internacional contra Bolsonaro. O órgão internacional, criado nos anos 70, não tem o peso do Tribunal Penal Internacional e nem a capacidade de tomar ações contra um estado ou chefe de governo. Mas uma eventual condenação é considerada por grupos da sociedade civil, ex-ministros e juristas como uma chancela importante para colocar pressão sobre o Palácio do Planalto e expor Bolsonaro no mundo.

Eloísa Machado, advogada, professora de Direito Constitucional da FGV Direito-São Paulo e membro apoiadora da Comissão Arns, aponta que uma decisão de condenação seria “de importância máxima”.

Segundo ela, em âmbito nacional, o que pode ser feito sobre a pandemia foi a CPI da covid-19. “Foi um relatório muito contundente, mas que não encontrou eco nas instâncias formais de investigação do país”, disse.

“O TPP, portanto, é a arena que vai passar a limpo essa situação e promover um escrutínio dessas más decisões que levaram aos milhares de mortos”, explicou. “Essa será a instância de registro da verdade e também de um tipo de reparação. Mesmo que seja simbólica e moral. Uma reparação para todos os que sofreram”, afirmou a advogada.

Ela lamenta que não existam instâncias nacionais olhando para tais crimes e destaca o papel das instâncias estrangeiras. “Durante o governo Bolsonaro, as instâncias internacionais foram o principal espaço de responsabilização e reparação de direitos”, disse a advogada, fazendo referências às decisões da Comissão Interamericana de Direitos Humanos e outros organismos da ONU.

Rascunho da sentença indica condenação

Depois de uma audiência e de troca de informações ao longo dos últimos meses, a corte marcou a leitura de sua decisão para esta quinta-feira, dia 1º de setembro.

Três fontes diferentes da corte, na Europa, confirmaram que um primeiro rascunho sobre a decisão já foi elaborado. Mas o processo ainda envolvia uma reunião na quarta-feira para que todos os juízes possam apresentar seus argumentos e votar.

Diante de uma gestão sem precedentes, os juízes tinham de tomar uma decisão sobre o que fazer com Bolsonaro. Dentro do Tribunal, não existe dúvida de que ele será condenado. Mas o debate era sobre como encaixá-lo.

Segundo o UOL apurou, o rascunho que foi submetido aos demais juízes apontava para “graves violações de direitos humanos” e, em algumas ocasiões, atos que poderiam significar crimes contra a humanidade.

Não há, pelo menos por enquanto, uma indicação de que os crimes de Bolsonaro devam ser considerados como genocídio. Apesar da opção ter ficado de fora do rascunho, o conceito pode ainda voltar a ser debatido. Alguns dos membros da corte mantêm uma postura favorável à consideração também dessa classificação de crime.

*Com Uol

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TVs de EUA e Reino Unido exibem documentário crítico sobre a ascensão do clã Bolsonaro ao poder

Ideólogo de Trump, Steve Bannon é entrevistado; expectativa é de revelações sobre tramas que elegeram Bolsonaro.

Segundo o Brasil de Fato, espectadores estadunidenses e britânicos vão poder assistir nas próximas semanas um documentário em três partes sobre a chegada ao poder de Jair Bolsonaro e seus filhos, além de sua gestão, que mudou a percepção do Brasil aos olhos do mundo.

As três horas de The Boys From Brazil: Rise of the Bolsonaros (Os Meninos do Brasil: Ascensão dos Bolsonaros, em tradução livre) começam a ser transmitidas nesta quarta pela TV pública dos EUA, a PBS (Public Broadcasting Service). No Reino Unido, a série vai ao ar a partir da próxima segunda (5/9) pela BBC2 – responsável pelo documentário.

Os produtores entrevistaram membros do clã, como o senador Flávio Bolsonaro (que dá sua versão para a “facada” durante a corrida de 2018, determinante para o desfecho do pleito), o ex-ministro bolsonarista da Saúde e agora opositor Luiz Mandetta (sobre a condução da pandemia), o jornalista estadunidense Glenn Greenwald, radicado no Brasil desde 2005 e seu marido, o deputado federal e ativista LGBTQIA+ David Miranda (PDT).

A expectativa é que o programa traga revelações sobre o processo de manipulação da mídia e opinião pública que catapultou então candidato nanico ao Palácio do Planalto. Para isso, os produtores entrevistaram Steve Bannon, o estrategista do ex-presidente dos EUA Donald Trump, responsável por ajudar na consolidação de governos de extrema-direita pelo mundo. Bannon se envolveu ativamente na campanha presidencial de Bolsonaro.

Além da chegada ao poder, o documentário foca na desastrosa condução da pandemia e os alarmantes índices de destruição do meio-ambiente – um dos temas relacionados ao Brasil mais caros para as audiências estrangeiras. Não há previsão para que The Boys From Brazil: Rise of Bolsonaros seja transmitido em território nacional.

Faltando pouco mais de um mês para as eleições presidenciais, a data de exibição pode ter impacto eleitoral. Em 2018, Bolsonaro venceu com folga entre os eleitores brasileiros radicados nos EUA e no Reino Unido.

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Imprensa internacional traduz “tchutchuca do centrão”; veja

“Putain du centrao”, escreveu o jornal francês “Le Figaro” para noticiar a confusão entre Bolsonaro e o youtuber.

A confusão entre o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o youtuber Wilker Leão na última 5ª feira (18.ago.2022) foi noticiada pela imprensa internacional, como a britânica BBC e o jornal argentino La Nación.

Ao detalhar o episódio, os veículos estrangeiros traduziram os xingamentos que o influencer direcionou ao chefe do Executivo, como “covarde”, “vagabundo”, “safado” e “tchutchuca do centrão”.

O francês Le Figaro traduziu “tchutchuca” como “puta”. O jornal usou a expressão “putain du centrao”. “PERRITA DEL CENTRAO”, LA NACIÓN…

Já o argentino La Nación escreveu “perrita del centrao”, algo equivalente a “cadela do centrão” em português. O texto explica que “tchutchuca” é “um insulto de conteúdo sexual”.

“PUNK”, CNN.

A norte-americana CNN Internacional usou “punk” como para traduzir “vagabundo”.

Segundo o Urban Dctionary, dicionário de gírias norte-americanas, “punk” era uma palavra usada na década de 1950 para denominar “um jovem acompanhante masculino”.

Outro significado do termo, segundo o dicionário de Cambridge, é um jovem que expressa rebeldia. “ENTRE OUTRAS OFENSAS”, BBC…

“ENTRE OUTRAS OFENSAS”, BBC.

O conglomerado britânico BBC não traduziu “vagabundo”, “safado” e “tchutchuca do centrão”. No site, o veículo se limitou a dizer que Bolsonaro foi chamado de “covarde, entre outras ofensas”.

“QUERIDA”, THE WASHINGTON POST.

O jornal norte-americano The Washington Post associou “tchutchuca” à palavra em inglês “darling”, que significa “querida” ou “querido”.

O termo “bum” foi o equivalente à palavra “vagabundo”. Segundo o dicionário de Cambridge, a palavra se refere à “alguém que não tem casa ou dinheiro e vive de pedir dinheiro a outras pessoas”.

*Com Poder360

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Governo Bolsonaro é alvo de mais de 200 denúncias internacionais

Jamil Chade – Diante das violações de direitos humanos no Brasil e da incapacidade das instituições de darem uma resposta, os últimos três anos foram marcados por uma explosão de recursos internacionais contra o governo brasileiro. Ações na ONU, em tribunais internacionais ou na Comissão Interamericana de Direitos Humanos se multiplicaram, na esperança por parte da sociedade civil de que a pressão estrangeira possa criar um constrangimento sobre as autoridades nacionais e preencher o vácuo deixado pela Justiça local.

Numa recente reunião entre entidades de direitos humanos e o governo brasileiro, um dos diplomatas responsáveis pelo departamento que lida com esses temas admitiu que o incremento de casos sendo tratados sobre o país é importante.

João Lucas Quental, diretor do Departamento de Direitos Humanos e Temas Sociais do Itamaraty, destacou que são mais de 220 casos tramitando em diversos estágios da Comissão Interamericana de Direitos Humanos. Hoje, o Brasil é um dos três países mais afetados pelas denúncias, numa região que conta com graves violadores de direitos humanos como Venezuela, Nicaragua e tantos outros.

Ao explicar a situação aos demais participantes do encontro, o diplomata admitiu que o aumento de casos é “bastante razoável”. Mas justificou que essa expansão é generalizada na Comissão, que recebeu “reforços orçamentários” nos últimos meses.

O incremento de casos também é verificado na Corte Interamericana, que hoje conduz dez casos contra o Brasil. O Itamaraty admite, também nesse processo, que há um “aumento do ritmo” de processos.

O reconhecimento ocorreu na quarta-feira, durante um encontro entre órgãos e ministérios do governo e o Conselho Nacional de Direitos Humanos. O evento era a 3ª Reunião de Monitoramento da Política Externa Brasileira em Direitos Humanos.

Participaram do encontro organizações da sociedade civil que integram a Comissão Permanente de Monitoramento e Ações na Implementação das Obrigações Internacionais em Matéria de Direitos Humanos do colegiado. Pelo governo, participaram a Assessoria Internacional do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos e a Divisão de Direitos Humanos do Ministério das Relações Exteriores.

A pressão internacional não vem apenas das instituições regionais. Na ONU, 47 cartas já foram enviadas ao governo brasileiro por parte dos relatores da instituição cobrando respostas sobre violações de direitos humanos. Os temas, uma vez mais, abarcam uma série de setores e tratam das atitudes do presidente sobre o golpe de 1964, a questão indígena, a violência policial, saúde e pesticidas.

“O aumento de casos envolvendo o Estado brasileiro nos últimos anos junto a órgãos e mecanismos internacionais demonstra não apenas o quanto uma série de políticas e atos administrativos do atual governo fere padrões mínimos de proteção aos direitos humanos”, explica Daniel Campos de Carvalho, professor de Direito Internacional do curso de Direito da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

*Com Uol

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Eduardo Bolsonaro pode ser investigado por invasão do Capitólio nos EUA

O deputado Jamie Raskin disse a brasileiros que uma das investigações sobre o Capitólio deve envolver as conexões internacionais da extrema direita americana.

O deputado norte-americano Jamie Raskin (Partido Democrata) afirmou a representantes de entidades da sociedade civil brasileira que pretende citar o Brasil nas investigações feitas pelo comitê especial da Câmara dos Estados Unidos sobre a invasão do Capitólio (Legislativo dos EUA), em 6 de janeiro de 2021, por apoiadores do então presidente Donald Trump.

O parlamentar disse ao grupo de brasileiros que uma das investigações feitas pelo Congresso sobre o Capitólio deve envolver as conexões internacionais da extrema direita americana e, como consequência, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) poderá ser incluído nas apurações.

Raskin disse ao grupo de brasileiros que uma das linhas da investigação feita pelo Congresso sobre o 6 de Janeiro deve envolver a partir de agora as conexões internacionais da extrema direita americana. Assim, o caso de Eduardo poderá ser incluído entre os temas a serem analisados em breve pelo comitê.

“A reunião para mim foi muito educativa. Está claro que as forças pró-democracia e pró-direitos humanos no Brasil estão com medo de que algo parecido com o que ocorreu nos EUA em 6 de Janeiro [de 2021] possa acontecer em seu país”, disse Raskin, após o encontro.

Questionado por jornalistas sobre a possibilidade de mencionar o Brasil no relatório final da comissão, disse não saber ao certo em que medida entrará em casos específicos. “Thomas Paine disse que os EUA seriam um refúgio para pessoas fugindo da opressão política e econômica, e eu espero que o país cumpra esse papel neste século, derrotando o fascismo e cumprindo um papel de apoiar as democracias, as instituições democráticas e as eleições no mundo todo.”

Em fevereiro do ano passado, os sites americanos Media Matters e Proof apontaram que Eduardo, filho do presidente Jair Bolsonaro (PL), teria se encontrado com o empresário Michael Lindell e outros aliados de Trump envolvidos no planejamento do ataque ao Congresso.

Na ocasião, o deputado brasileiro negou ter participado de reuniões secretas sobre a invasão. Ele esteve em Washington naquela semana e se encontrou com Ivanka Trump, filha do republicano, e Jared Kushner, marido de Ivanka e assessor do então presidente, no dia 4 de janeiro. A Folha entrou em contato com a assessoria de imprensa e com o gabinete de Eduardo nesta sexta, mas não obteve resposta até a publicação deste texto.

Grupos de extrema direita são acusados de terem atuado diretamente no planejamento e no ataque ao Capitólio, que visava a tentar impedir a certificação da vitória de Joe Biden nas eleições presidenciais de 2020, último passo para confirmar a derrota de Trump. O republicano acusa, desde o pleito, que a votação foi fraudada, mas suas alegações nunca foram provadas.

No Brasil, Bolsonaro também tem feito uma série de ataques ao sistema eleitoral, que incluem ameaças golpistas e a reciclagem de teorias conspiratórias já desmentidas, como parte de sua campanha à reeleição. Esse comportamento alimenta temores de que o presidente pode não aceitar o resultado em caso de derrota e de que seus apoiadores poderiam tentar um movimento como o do 6 de Janeiro.

*Com Folha

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Vídeo: Shinzo Abe, ex-premier, é morto a tiros quando fazia comício no Japão

No Brasil, todo cuidado, ainda é pouco. Estamos à beira de uma eleição bastante conturbada. Atentemos!

Atirador, que serviu nas forças armadas japonesas, usou arma caseira e foi preso no local do crime.

Shinzo Abe, o ex-primeiro-ministro que governou o Japão por mais tempo, morreu nesta sexta-feira vítima de um atentado na cidade de Nara, no Oeste do país. Abe, de 67 anos, o foi baleado no pescoço e na clavícula esquerda por volta das 11h30 locais (23h30 de Brasília) quando ele fazia um discurso de campanha, dois dias antes das eleições para a Câmara Alta do país. O ex-premier desmaiou e foi transportado ao hospital de helicóptero em estado inconsciente e com uma parada cardíaca, informa O Globo.

Relatos da mídia disseram que o suspeito de 41 anos usou o que parecia ser uma arma caseira, e relatos de testemunhas e registros em vídeo indicam que ele disparou dois tiros. O assassinato é um episódio chocante em uma sociedade que tem algumas das leis de armas mais rígidas entre as maiores economias globais, onde poucos episódios de violência política foram registrados nos últimos 50 anos.

O suspeito, que foi detido segundos após efetuar os disparos, foi identificado pela polícia como Tetsuya Yamagami, morador de Nara. Hoje desempregado, ele é um ex-integrante das chamadas Forças de Autodefesa do Japão, onde serviu no ramo naval por três anos, até 2005. A suposta arma do crime — uma espingarda caseira — foi recuperada. De acordo com a emissora pública NHK, o suspeito disse à polícia que estava insatisfeito com o ex-primeiro-ministro e pretendia matá-lo.

Abe foi primeiro-ministro de 2006 a 2007, e depois entre 2012 e 2020. Ele ficou conhecido por apoiar uma estratégia de crescimento econômico agressiva destinada a combater a deflação, a chamada Abenomics, por sua visão conservadora da História e por adotar uma política externa linha-dura, apostando na militarização do Japão.

Suspeito de cometer o crime é detido por forças de segurança logo após efetuar os disparos

Médicos trataram Abe por quatro horas e meia, mas sem sucesso. Ele fazia um discurso de campanha para a eleição de um candidato do governista Partido Liberal Democrático (PLD), sigla que está no poder no Japão pela maior parte do tempo desde o fim da Segunda Guerra Mundial. Ainda no local do atentado, bombeiros da equipe de resgate disseram que Abe não apresentava sinais vitais.

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