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Confiança dos investidores da zona do euro cai pelo terceiro mês seguido

A confiança dos investidores caiu ainda mais na Alemanha, a maior economia da Europa.

A confiança dos investidores na zona do euro caiu pelo terceiro mês consecutivo em setembro, segundo uma pesquisa divulgada nesta segunda-feira (9), atingindo seu nível mais baixo desde janeiro em meio à insatisfação com a situação da economia, especialmente na Alemanha.

O índice Sentix para a zona do euro caiu para -15,4 pontos em agosto, de -13,9 em agosto. Analistas consultados pela Reuters esperavam que ele se recuperasse para -12,5 pontos este mês.

A pesquisa realizada entre 5 e 9 de setembro com 1.142 investidores, questionando tanto a satisfação com a situação atual quanto as expectativas futuras, mostrou que o índice de expectativas da zona do euro se recuperou ligeiramente para -8,0 pontos, de -8,8 em agosto.

A leitura para a situação atual da região, por sua vez, caiu para -22,5, de -19,0 em agosto.

“O caos político e econômico na Alemanha é um fardo pesado para toda a zona do euro”, disse o Sentix em um comunicado.

“A única esperança para os investidores nesse contexto é a perspectiva de uma política monetária que dê suporte”, acrescentou.

A confiança dos investidores caiu ainda mais na Alemanha, a maior economia da Europa, para -34,7 em setembro, de -31,1 em agosto. O índice sobre a situação atual na Alemanha recuou a -48,0 em setembro, de -42,8 em agosto.

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“Nunca estivemos tão perto de uma guerra nuclear como agora”, diz Jeffrey Sachs

Segundo o economista, cada presidente estadunidense tem aproximado o mundo um pouco mais do Armagedon.

Jeffrey Sachs, renomado economista e acadêmico, em uma entrevista para o canal de YouTube “Tucker Carlson”, expressou preocupações profundas sobre o crescente risco de uma guerra nuclear, exacerbado pelas tensões geopolíticas atuais. Sachs destacou o potencial de um conflito com o Irã, influenciado pelo poderoso lobby israelense nos Estados Unidos, como um gatilho possível para uma escalada bélica de proporções nucleares. Segundo o economista, cada presidente estadunidense tem aproximado o mundo um pouco mais do Armagedon.

Além disso, Sachs criticou as intervenções históricas da CIA, incluindo golpes de estado e outras operações secretas que, segundo ele, têm moldado negativamente a política internacional. Ele argumentou que as políticas externas e financeiras dos EUA, particularmente a expansão da OTAN, têm falhado em seus objetivos e prejudicado a posição global dos Estados Unidos.

O economista também analisou a crise financeira de 2008, atribuindo a severidade da crise às decisões erradas de importantes figuras políticas americanas, que subestimaram o impacto de suas ações nos mercados globais. Sachs apela por uma liderança presidencial que entenda as complexidades desses desafios e possa direcionar os Estados Unidos para uma política externa mais responsável e menos agressiva. Ele enfatiza que o atual estado das relações internacionais poderia, inadvertidamente, nos levar ao limiar de um conflito nuclear, o qual seria desastroso para a humanidade. Assista:

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Martirizada e indomável, Gaza é símbolo universal do que o imperialismo reserva a todos nós

O genocídio de Gaza sela o fim da civilização ocidental, que deseja arrastar em sua queda o resto da humanidade. Só há uma saída: consciência anticolonial.

Gaza não é apenas Gaza. Martirizada e indomável, é também um símbolo universal. Representa o mundo colonizado. O imigrante, o oprimido, a mulher, o índio, o negro. O tratamento que Gaza receba, é o mesmo que receberemos nós, os demais. “Gaza é a primeira experiência para considerar-nos a todos descartáveis”: frase de Gustavo Petro, retomada pelo político e escritor grego Yanis Varoufakis.

Gazificação do Terceiro Mundo como estratégia imperial

O genocídio em Gaza polarizou a humanidade. De um lado, cresce globalmente uma consciência solidária e anticolonialista, derivada do apoio ao povo palestino.

Ortel Connect Music Session - Cats & Breakkies mit Ahmed EidEm uma chuvosa tarde de Bogotá do mês de junho, realiza-se um megaconcerto na Praça de Bolívar. Com uma enorme bandeira palestina no fundo e a consigna CESSAR O GENOCÍDIO, cantam músicos como nascido em Ramallah, ou o conjunto Escopetarra, porta-voz colombiano da não violência. Com a kufiya branca e preta no pescoço, as e os jovens que esperam em longas filas sob o aguaceiro, vão entrando até a praça transbordar.

No outro lado, em contraposição e ligados aos interesses de Israel, agarram-se à intolerância, à xenofobia, à islamofobia e à prática de métodos extremos de espoliação, invasão e extermínio.

Por volta da mesma data do concerto em Bogotá, no teatro Gubbangen de Estocolmo, um comando de nazistas mascarados ataca uma reunião pró-palestina de partidos de esquerda, ferindo 50 pessoas. Em Nuseirat, no centro de Gaza, uma escola da ONU é bombardeada por Israel, com um saldo de 50 mortos e dezenas de feridos. Na cidade de Washington – quando os massacrados em Gaza já ultrapassam os 40 mil – Netanyahu se faz presente e fala ao Congresso norte-americano, onde recebe uma cerrada ovação de pé.

Ante os horrores da Segunda Guerra Mundial, o escritor George Bataille teve uma visão. Bataille viu a Terra projetada no espaço como uma mulher que grita com a cabeça em chamas. A imagem aparece hoje ante nossos olhos. Somos testemunhas do genocídio: esta será nossa marca geracional.

Em Gaza, a política de terra arrasada
Israel e o sionismo, com sua política de terra arrasada e extermínio, determinam a meta e definem a pauta a seguir.

Os poderes ocidentais que apoiaram e fomentaram esta monstruosa calamidade, transformam sua ordem baseada em regras em uma ordem baseada em hipocrisia, violência e duplos critérios: condenam a invasão da Ucrânia por parte da Rússia, mas não condenam a invasão da Palestina por parte de Israel.

A tolerância e a cumplicidade com os crimes de guerra de Israel empurram o Ocidente para o abismo do inumano. Ao permitir a si mesmo o que tolerou de Israel, o Ocidente assumirá a guerra como meio e o espólio como fim. Não haverá ira nem selvageria que não considere lícitos e que não utilize em causa própria.

Crianças despedaçadas; mulheres queimadas vivas; povos condenados à sede e à fome; tortura de prisioneiros; recém-nascidos destinados a morrer; violação de todo asilo, seja escola, hospital ou campo de refugiados. Nem sequer Bosch, em sua mais delirante pintura do inferno, chegou a imaginar o que diariamente aparece hoje na tela.

Desautorizando e desprezando a ONU, os Direitos Humanos, as organizações de ajuda humanitária e os altos Tribunais Internacionais, e livres já do peso da ética, do respeito e da compaixão, os impérios antigos e o império recente vão se convertendo em máquinas raivosas, desencadeadas.

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Vão se armar até os dentes; já estão fazendo isso.

Ante uma devastadora crise ambiental, que reduziu os recursos de subsistência e ameaça esgotá-los, os países ricos aperfeiçoam a arte do saque. Encherão suas despensas às custas do resto do mundo.

Uma vez desmascarados de seu hálito civilizador, procurarão manter a fachada justificando qualquer atrocidade em nome da defesa da democracia.

Não haverá código de convivência que perdure

A distopia ocidental vai se forjando e

sobe à cabeça. Poder-se-ia prever que, assim como a queda de Constantinopla marcou a ruína do Império Bizantino, da mesma maneira, o genocídio de Gaza sela o fim da civilização ocidental.

O Império não assume passivamente sua crise irreversível. Antes de perder sua hegemonia, desejará arrastar em sua queda o resto da humanidade. Na medida em que vê questionados seus privilégios, os defende com golpes cada vez mais brutais.

Implementa medidas draconianas contra a imigração, como arrebatar os filhos a seus pais e mantê-los em jaulas. Ou como o vergonhoso asilo offshore, que consiste em deter contingentes de indocumentados para deportá-los a zonas desérticas e inóspitas do planeta, onde os esperam o isolamento, a inanição e a morte.

Atrincheira-se em fronteiras militarizadas e acumula arsenal. Levanta economias internas baseadas na indústria armamentista: desenvolvimento a serviço da morte; tecnologia de ponta para o Armagedon; laboratórios farmacêuticos, não em função da saúde, e sim das armas biológicas; bombas táticas e estratégicas; mísseis hipersônicos. Brinquedos atômicos e demais parafernálias de destruição em massa.

Adestra-se no manejo da hecatombe existencial. Apaga-se a marca do passado e o grito do presente; sobre o portal do futuro içarão a faixa: NADA TERÁ SIDO. NADA SERÁ.

Artrítico e obsoleto, seu aparelho político e desacreditadas suas instituições, ao poder colonialista resta uma saída, que acolhe sem muita reserva: dar via livre ao ascenso do fascismo. O trânsito está ocorrendo tanto nos Estados Unidos como na Europa. Se não for freado, se afiançarão como nações bárbaras, sombra de sua própria sombra.

Estes são os sinais de sua decadência. O que o Prêmio Pulitzer Chris Hedges caracteriza como o fim do domínio norte-americano.

Quando um império cai, é porque já caiu
Apesar do estrépito, em uma praça de Bogotá cantam os jovens que apoiam Gaza. E nas universidades norte-americanas – centros do saber e do poder –, os estudantes montam acampamentos, enfrentando as diretrizes e a Polícia, para denunciar Israel.

Fortalece-se a resistência, cresce a audiência.

Milhões de pessoas em todo o mundo – sobretudo jovens – expressam sua indignação ante o horror desencadeado contra o povo palestino.

Nunca antes saíram tantos a manifestar nas ruas. Rios de gente, dezenas de milhares, em Londres, Bagdá, Viena, Johannesburgo, Cairo, Cidade do México, Kuala Lumpur, Washington, Madri. Nem mesmo na época do Vietnã a população global se mobilizou em tais proporções, desafiando castigos, avisos, cadeia, despensas.

No calor do protesto, vai se forjando uma geração anticolonialista que não se filia ao modelo de civilização ocidental. Persegue uma nova forma, digna e justa, de viver e de pensar.

Os indignados da Terra criaram coragem, como David contra Golias.

Na América Latina, na África, na Ásia, no Oriente Médio, os povos sujeitos a antigas e novas submissões deixam de olhar para o Norte para olharem-se entre si. Encontram afinidades e tramam rotas de liberdade. Ao reconhecerem-se, invertem o mapa geopolítico.

A consciência anticolonial, que começa apenas como um rumor, um vapor, uma expectativa, se vai se condensando no Terceiro Mundo e na revoltada periferia das grandes cidades do Primeiro. Transformada em ponto de fuga, a efervescência da rebeldia poderá concretizar-se em programa político e plano de ação.

*Diálogos do Sul

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França deve se juntar ao BRICS após mudança de liderança, diz ex-eurodeputado

A França, tradicionalmente a favor da multipolaridade na política externa, deve se juntar ao BRICS. Uma mudança de liderança em Paris tornaria teoricamente possível a entrada da França nesse bloco, disse à Sputnik o ex-deputado francês do Parlamento Europeu e analista político Aymeric Chauprade.

Em uma conversa às margens do Fórum Econômico do Oriente, ele observou que a ideia de a França se juntar ao grupo BRICS pode parecer estranha à primeira vista, mas a política externa de seu país tradicionalmente é a favor da multipolaridade.

Entretanto, após a presidência de Jacques Chirac (1995–2007), essa tradição se perdeu e Paris começou a seguir a linha americana no cenário mundial, acrescentou Chauprade.

“A adesão ao BRICS é um retorno à nossa política natural. Portanto, é absolutamente natural, não é estranho. E é realista porque a França não é apenas um país europeu. Territorialmente, é uma potência global. Temos territórios no Pacífico, no Caribe, em muitos lugares. Temos a segunda maior zona marítima do mundo. Participamos do Fórum do Oceano Índico [associação de cooperação regional dos países do Oceano Índico], em muitos fóruns regionais, portanto é lógico pertencer a esse Sul Global, como dizemos, ao BRICS”, disse Chauprade.

Em sua opinião, para ingressar no BRICS, a França precisa primeiro mudar sua liderança política e depois enviar o respectivo pedido à associação.
O especialista apontou que cabe ao BRICS aceitar o país ou não, mas a França é um Estado importante no cenário mundial, pois “poderia mudar completamente o cenário mundial e aumentar a possibilidade de um mundo realmente multipolar”.

A Rússia assumiu a presidência do BRICS em 1º de janeiro deste ano. Nessa data, além da Rússia, Brasil, Índia, China e África do Sul, entraram no bloco os novos países-membros: o Egito, a Etiópia, o Irã, os Emirados Árabes Unidos e a Arábia Saudita.
Em junho, o primeiro-ministro da Malásia Anwar bin Ibrahim confirmou a Lula da Silva a intenção da Malásia de participar do BRICS.

No dia 20 de agosto, o Azerbaijão solicitou oficialmente sua adesão ao BRICS.

Recentemente, o assessor presidencial russo Yuri Ushakov confirmou que a Turquia havia se candidatado a membro pleno do BRICS e que o pedido está sendo analisado.

*Sputnik

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Ataques de Israel matam 61 palestinos em 48 horas na Faixa de Gaza

O balanço contabiliza 40.939 morto e 94.616 pessoas feridas em Gaza desde o início da guerra, em 7 de outubro.

Ataques militares de Israel deixaram 61 pessoas mortas no intervalo de 48 horas na Faixa de Gaza, de acordo com números divulgados pelo Ministério da Saúde do governo palestino, comandado pelo Hamas, neste sábado (7).

Um dos ataques foi aéreo e atingiu salas de aula e de oração em um complexo escolar utilizado como abrigo por cerca de 2 mil pessoas palestinas deslocadas pela guerra. No total, oito morreram e 15 ficaram feridas, segundo médicos locais.

Outras cinco pessoas foram mortas em uma residência.

11 meses de guerra

Desde o início do conflito mais recente na região, em 7 de outubro de 2023, as investidas de Israel contabilizaram 40.939 palestinos mortos e 94.616 pessoas feridas em Gaza.

Os onze meses de guerra resultaram no deslocamento de quase toda a população palestina, de 2,3 milhões de pessoas. O cenário provoca uma crise humanitária sem precedentes e fez com que a África do Sul acusasse Israel de genocídio, iniciando um processo na Corte Internacional de Justiça (CIJ), em Haia. Israel nega o crime.

Há vários meses, Catar, Egito e Estados Unidos, países que atuam como mediadores do conflito, tentam convencer Hamas e Israel a aceitarem um acordo de cessar-fogo que inclua a libertação de reféns e de prisioneiros palestinos detidos por Israel.

Diante da falta de acordo de trégua, Israel foi palco, na última semana, de uma greve geral para pressionar o governo de Benjamin Netanyahu pela libertação dos reféns que estão sob poder do Hamas.

Ignorando os atos, Netanyahu busca ganhar tempo para obter novos apoios na continuidade da guerra, dizem analistas políticos.

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Maduro revoga, custódia Brasil, embaixada argentina, em Caracas

Homens armados e encapuzados cercaram o prédio, onde estão abrigados dissidentes da oposição

O governo da Venezuela suspendeu unilateralmente a custódia que o Brasil exercia sobre a embaixada da Argentina em Caracas, onde estão abrigados seis colaboradores da líder opositora María Corina Machado. Eles são acusados pelo regime de Nicolás Maduro de crimes como terrorismo e traição à pátria. A decisão foi anunciada na noite de sexta-feira (6) e confirmada por uma fonte diplomática brasileira.

O cerco ao prédio, realizado por forças de segurança venezuelanas, incluindo o Sebin (Serviço Nacional Bolivariano de Inteligência) e o DAET (Corpo Nacional Bolivariano de Polícia), começou após o anúncio.

Energia cortada e medo de invasão

Segundo Pedro Urruchurtu, coordenador internacional do partido Vem Venezuela e um dos asilados, homens armados e encapuzados cercaram o local. Imagens compartilhadas nas redes sociais mostram veículos policiais com sirenes ligadas ao redor da embaixada, e outro opositor, Omar Gonzalez Moreno, afirmou que a energia foi cortada.

Embaixada está sub custódia do Brasil desde 1º de agosto

A embaixada argentina, sob a custódia do Brasil desde 1º de agosto, abriga os colaboradores da oposição desde março. Caso saiam do prédio, eles podem ser presos pelas forças de segurança. De acordo com a Convenção de Viena, qualquer invasão de uma embaixada violaria a inviolabilidade de instalações diplomáticas. Por isso, o Brasil continuará responsável pelo local até que outro país assuma o papel.

A medida de Maduro coincide com a solicitação da Argentina ao Tribunal Penal Internacional para uma ordem de prisão contra ele e outros membros de seu regime, acusados de cometer crimes contra a humanidade. O pedido argentino foi feito poucas horas antes do cerco à embaixada.

O jornalista Alejandro Hernández levantou a hipótese de que a suspensão da custódia também pode ser uma resposta às críticas do presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva. No mesmo dia, Lula disse que Maduro “deixou a desejar” e cobrou uma nova eleição ou a formação de uma coalizão política para solucionar a crise na Venezuela.

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Forças de Maduro cercam embaixada da Argentina, assumida pelo Brasil

Representação diplomática, que abriga opositores do regime, teve energia cortada.

O cerco à embaixada da Argentina em Caracas, assumida pelo Brasil após a expulsão de diplomatas argentinos pelo governo de Nicolás Maduro, elevou as tensões diplomáticas na região. Relatos enviados ao Itamaraty indicam que agentes das forças de segurança venezuelanas cercaram o local na noite de sexta-feira (6), onde cinco membros da oposição venezuelana, abrigados pela embaixada, estão refugiados, informa Jamil Chade, no UOL.

A pressão do governo Maduro aumentou depois que a Argentina apresentou um pedido ao Tribunal Penal Internacional para a prisão de Maduro, intensificando o cerco ao local que agora é administrado pelo Brasil.

Pedro Noselli, coordenador internacional da líder opositora María Corina Machado e um dos asilados, relatou nas redes sociais que homens encapuzados e armados começaram a cercar a embaixada por volta das 20h30, horário local. Noselli continuou a divulgar atualizações, mostrando um aumento no número de agentes e veículos de patrulha ao redor do local.

Energia da embaixada foi cortada

Omar Gonzalez Moreno, outro opositor asilado e aliado de Corina, também usou as redes sociais para divulgar que a energia da embaixada foi cortada, aumentando o clima de tensão. O governo Maduro já havia expulsado diplomatas argentinos logo após as eleições de 28 de julho, em retaliação à decisão do governo argentino de Javier Milei de não reconhecer a vitória de Maduro e de afirmar que o pleito foi fraudulento.

Para evitar uma crise mais grave, o Brasil firmou um acordo para assumir a responsabilidade pelos interesses argentinos em Caracas, incluindo a embaixada. Um acordo semelhante foi feito com a embaixada do Peru, que também teve seus diplomatas expulsos por razões semelhantes. O Brasil chegou a hastear sua bandeira no local, tornando-o oficialmente uma extensão de seu território, protegendo-o da intervenção das forças venezuelanas.

O governo brasileiro declarou que mantém a representação da Argentina em Caracas e que qualquer alteração deve aguardar a nomeação de um substituto por parte da Venezuela. Até lá, Lula assegura que o Brasil continuará a desempenhar essa função.

 

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Fala de Putin sobre o Brasil na mediação do conflito em Kiev evidencia ‘força diplomática’ do país

Nesta quinta-feira (5), o presidente russo, Vladimir Putin, afirmou que o Brasil é um dos países interessados em pôr um fim ao conflito em curso na Ucrânia.

A declaração foi dada durante a realização do Fórum Econômico do Oriente, na cidade russa de Vladivostok.

Segundo especialistas ouvidos pela Sputnik Brasil, a fala de Putin reforça o papel do Brasil como país neutro e solucionador de conflitos via intermediação diplomática.

À Sputnik, Larissa Caroline da Silva, mestre em relações internacionais pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), pontuou que esse movimento do líder da Rússia realça a força diplomática brasileira.

“A declaração do Putin sobre o Brasil coloca o Brasil de novo nessa questão [como solucionador e intermediador], que é algo que o presidente Lula vem desde o início do mandato se posicionando. E o Brasil, inclusive, já tinha demonstrado interesse em ser mediador desse conflito”, cravou a internacionalista.

Larissa Caroline acredita também que o governo brasileiro “aceitaria tranquilamente e […] gostaria de fazer […] parte dessa negociação […] desse conflito”.

Mudança de percepção
Para o jurista Hugo Albuquerque, “o Brasil é um dos poucos países que têm tomado uma posição de querer encerrar realmente o conflito”.

“O Ocidente coletivo tem tomado uma posição de derrotar a Rússia. Por isso o presidente Putin chega a essa referência ao Brasil, e a mesma coisa à China, que é uma aliada até mais orgânica da Rússia. Ela busca uma solução, porque à China não interessa economicamente e geopoliticamente esse conflito; ela busca uma saída concertada. Mas isso não interessa ao Ocidente liderado pelos Estados Unidos”, analisou Albuquerque.

Segundo Larissa, a declaração recente do presidente russo pode de fato impactar a percepção de alguns países sobre a neutralidade do Brasil. No entanto, ela também abre uma oportunidade estratégica para o país se afirmar como um mediador eficaz.

“Acredito que a afirmação do Putin pode impactar a percepção de alguns países sobre a neutralidade do Brasil, mas talvez seja até interessante trazer o Brasil para essa discussão”, comentou Larissa. Ela destacou que “o Brasil é um país que não se envolve em conflitos, tem boas relações com os seus vizinhos” e que sempre manteve a visão de ser um país pacífico em sua política externa.

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Ofensiva de Israel na Cisjordânia é bomba-relógio contra palestinos. Ação internacional é urgente!

Cisjordânia se tornou palco de assassinatos gratuitos contra palestinos, uma extensão flagrante do que Israel faz em Gaza em seu projeto de colonização.

Os relatórios oficiais e não oficiais vindos do norte da Cisjordânia Palestina, incluindo o mais recente comunicado da prefeitura de Jenin, esclarecem que o exército de ocupação israelense arrasou mais de 70% das ruas da cidade de Jenin, além de 20 km de redes de água, esgoto, cabos de telecomunicações e eletricidade, o que levou ao corte de água em todo o campo de refugiados de Jenin e em 80% da cidade. Além disso, o mercado popular de vegetais na cidade foi incendiado.

O exército do invasor não se contentou em cometer crimes de extermínio contra os cidadãos, mas também destruiu ruas, infraestruturas e atacou hospitais em Jenin. O diretor do hospital de Jenin relatou que as forças de ocupação estão cercando o hospital, impedindo o trabalho das ambulâncias e das equipes médicas, e bloqueando o acesso dos cidadãos ao hospital, enquanto a eletricidade e a água foram cortadas, ameaçando a paralisação total do hospital caso os geradores parem de funcionar. A organização Médicos Sem Fronteiras expressou suas preocupações sobre o cerco dos hospitais pelas forças de ocupação e o corte de eletricidade e água ao hospital de Jenin, o que resultou na suspensão das sessões de hemodiálise.

Essa situação não se limitou à cidade de Jenin, mas também afetou o campo de refugiados de Nur Shams, em Tulkarem, o campo de Al-Far’a, em Nablus, e áreas no Vale do Jordão, dando prosseguimento aos crimes de genocídio que ocorrem na Faixa de Gaza, incluindo assassinatos, destruição, deslocamento, fome e sede.

“Evacuação temporária”, alega Israel
O ministro das Relações Exteriores do estado ocupante, Israel Katz, divulgou um comunicado na mesma linguagem utilizada no início da guerra em Gaza, dizendo: “Vamos proceder com uma evacuação temporária dos residentes do norte da Cisjordânia. Esta é uma guerra em todos os sentidos da palavra, e estamos comprometidos em vencer”. Isso foi acompanhado por declarações provocativas de alguns dos líderes do estado ocupante, incluindo Smotrich e Ben Gvir, que muitos consideram um perigo e uma bomba-relógio após Gaza.

O que está acontecendo no norte da Cisjordânia, transformando-o em um palco de assassinatos gratuitos, não é, como alegam os líderes da ocupação, uma resposta aos grupos de resistência no norte, mas sim uma fase perigosa na guerra de deslocamento e anexação dentro do plano de “resolução final” em um projeto integrado.

O estado ocupante recorre a todos os tipos de armas, desde aviões de guerra, tanques e escavadeiras até bombardeios de artilharia, em uma extensão flagrante do que está acontecendo no setor de Gaza, com o objetivo de redesenhar os mapas de distribuição populacional palestina na Cisjordânia, esvaziando-a gradualmente de seus habitantes para expandir as áreas de colonização e separar a Cisjordânia de Gaza, completando a judaização de Jerusalém e apagando o status legal e histórico dos locais sagrados islâmicos e cristãos, especialmente a Mesquita de Al-Aqsa.

*Diálogos do Sul

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EUA: Ataque a tiros em escola deixa ao menos 4 mortos e 9 feridos, diz polícia

Suspeito foi detido; o presidente Joe Biden foi notificado sobre o caso

Pelo menos quatro pessoas morreram e nove ficaram feridas em um ataque a tiros na Apalachee High School em Winder, Geórgia, nos Estados Unidos, de acordo com a polícia local.

Outras fontes policiais disseram à CNN que pode haver até 30 pessoas feridas, embora não esteja claro quantos dos feridos são causados ​​por ferimentos a bala.

Um suspeito, de 14 anos, foi detido, mas não está claro se o indivíduo realmente frequenta a escola, segundo fontes. O Departamento de Investigação da Geórgia confirmou em uma postagem do X que uma pessoa foi detida. A agência acrescentou que os boatos de que o suspeito foi neutralizado são equivocados.

Todas as escolas do distrito foram colocadas em lockdown, e a polícia foi enviada com muita cautela a todas as escolas secundárias do distrito.

Um hospital local está recebendo pacientes com ferimentos de bala relacionados ao caso, afirmou uma fonte da equipe médica à CNN. A diretora de relações públicas do Grady Health System, em Atlanta, informou à CNN que recebeu uma vítima de ferimento de bala.

“Vários feridos”, diz xerife
Jud Smith, xerife do Condado de Barrow, afirmou em entrevista coletiva que várias pessoas ficaram feridas no ataque desta quarta-feira. Entretanto, ele não informou números.

Ele comentou que a investigação é “muito, muito fluida” e está nos estágios iniciais. Smith alertou ainda que as respostas podem demorar.

“Pedimos sua paciência… por favor, deixe-nos obter os fatos de que precisamos para garantir que faremos isso corretamente. Vai levar vários dias para obtermos respostas sobre o que aconteceu e por que isso aconteceu”, concluiu.

Ambulâncias e forte presença policial
Vídeos do lado de fora da escola mostraram pelo menos cinco ambulâncias e uma grande presença policial. Além disso, pelo menos um helicóptero médico pôde ser visto transportando um paciente do local.

As imagens do local também mostraram pessoas reunidas em um campo de futebol perto da escola enquanto os alunos pareciam orar.