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Vídeo: Flotilha denuncia desaparecimento de brasileiros após interceptação israelense

João Aguiar e Miguel de Castro estão incomunicáveis; Itamaraty cobra responsabilidade por segurança de cidadãos detidos

“Exigimos ação, denúncia e verdade. Miguel está desaparecido. E o Brasil, junto à comunidade internacional, tem o dever de certificar o que aconteceu com ele e lutar para trazê-lo de volta”, declararam os pais de Castro, Marta Viveiros de Castro e Luiz Rodolfo, em nota.

A embaixada brasileira em Tel Aviv informou que, devido ao feriado de Yom Kippur, o atendimento consular seria retomado após sexta-feira (03/10). O grupo de advogados da Adalah relatou ter recebido ligações de participantes, informando que as autoridades de imigração israelenses já iniciaram audiências preliminares de deportação e emitiram ordens de prisão no porto de Ashdod.

“É inadmissível que as forças israelenses realizem esses procedimentos — deportação e aprisionamento de nossos ativistas — sem permitir aos cidadãos brasileiros o contato consular prévio e a assistência jurídica de seus advogados. O governo brasileiro deve se posicionar frente às inúmeras violações dos direitos de seus cidadãos, levados ilegalmente para o território da Palestina ocupada”, declarou a delegação brasileira da GSF em nota oficial.

Interceptação
O Itamaraty condenou a interceptação da Flotilha Global Sumud (GSF) por Israel, expressando “preocupação com a presença de cidadãs e cidadãos brasileiros, incluindo parlamentares”. A frota humanitária pretendia romper o bloqueio marítimo imposto por Israel sobre a Faixa de Gaza.

“O governo brasileiro deplora a ação militar israelense, que viola direitos e coloca em risco a integridade física de manifestantes em uma ação pacífica. No contexto dessa operação militar condenável, passa a ser de responsabilidade de Israel a segurança das pessoas detidas”, afirmou a nota oficial.

Os ativistas da missão humanitária, que buscava romper o cerco israelense a Gaza, foram levados pelo navio de guerra MSC Johannesburg na quarta-feira (01/10). De acordo com imagens, a embarcação militar e os barcos interceptados chegaram ao porto de Ashdod, em Israel.

Confirmou-se a interceptação e a detenção de doze membros da delegação brasileira: Thiago Ávila, a bordo do Alma; Bruno Gilga, Lisiane Proença, Magno Costa, a vereadora Mariana Conti e Nicolas Calabrese, no Sirius; Ariadne Telles e Mansur Peixoto, no Adara; Gabriele Tolotti (presidente do PSOL-RS) e Mohamad El Kadri, no The Spectre; Lucas Gusmão, no Yulara; e a deputada federal Luizianne Lins, no Grand Blue.

Hamas condena ‘terrorismo marítimo’
O Hamas apelou nesta quinta-feira (02/10) para que cidadãos de diferentes países organizem protestos contra a interceptação da Flotilha Global Sumud, que transportava ajuda humanitária para Gaza, ocorrida na noite de quarta-feira (01/10).

Em comunicado repercutido pela agência espanhola EFE, o grupo afirmou que “a interceptação dos barcos da Flotilha em águas internacionais e a detenção dos ativistas e jornalistas a bordo constitui um ataque traiçoeiro e um ato de pirataria e terrorismo marítimo contra civis”.

A organização destacou que os voluntários detidos eram “ativistas internacionais em missão humanitária urgente para entregar ajuda” à população de Gaza, “submetida ao genocídio e à fome sistemática durante dois anos”, e complementou: “saudamos a coragem dos ativistas e a determinação em romper o cerco contra o nosso povo”.

O Hamas também pediu que a ONU e a comunidade internacional assumam “responsabilidades legais e morais”, unindo-se à condenação do ataque e adotando “medidas urgentes” para proteger os ativistas e as embarcações.

*Opera Mundi


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Vídeo: Israel intercepta Flotilha da liberdade; ataque prioriza ‘navios grandes’, diz jornal

Times of Israel afirma que soldados abordaram ‘Adara’, enquanto Middle East Eye relata interceptação de ‘Alma’; mais cedo, ativistas denunciaram ofensiva de drones

A Marinha israelense começou a interceptar na tarde desta quarta-feira (01/10), pelo horário de Brasília, a Flotilha Global Sumud (GSF, na sigla em inglês), que tentava romper o bloqueio marítimo imposto por Tel Aviv na Faixa de Gaza.

Nas imagens que foram transmitidas ao vivo por membros da GSF, um navio comandado por Israel se aproxima de uma das embarcações da missão humanitária. Enquanto o jornal The Times of Israel informou que os ativistas do barco Adara “jogaram os seus aparelhos telefônicos a bordo” depois que foram abordados por soldados israelenses, o portal Middle East Eye (MEE) relatou que o navio Alma foi interceptado.

Ainda de acordo com o MEE, o regime sionista está priorizando a interceptação de “navios grandes e de alto perfil”.

A relatora especial das Nações Unidas (ONU) sobre direitos humanos na Palestina, Francesca Albanese, apontou a ilegalidade na interceptação israelense às embarcações da GSF, destacando que qualquer ofensiva em águas internacionais contra navios em movimentações pacíficas configura uma violação a nível global.

Em nota, a GSF confirmou que “por volta das 20h30, horário de Gaza, múltiplas embarcações da Global Sumud Flotilla — em especial Alma, Sirius e Adara — foram ilegalmente interceptadas e abordadas pelas Forças de Ocupação Israelenses em águas internacionais”.

O comunicado denuncia que Israel danificou “propositalmente” os sistemas de comunicação antecipadamente para bloquear sinais de emergência e interromper, assim, a transmissão ao vivo da abordagem ilegal. “Além dos barcos já confirmados como interceptados, a transmissão e a comunicação foram perdidas com várias
outras embarcações”, acrescenta.

Mais cedo, que pelo menos dez navios da GSF sofreram ataques de 15 drones no Mar Mediterrâneo. Não houve relatos imediatos de vítimas. O ativista brasileiro Thiago Ávila afirmou que se tratava de uma tática de “guerra psicológica”. Em vídeo, detalhou que quatro barcos foram alvo de drones que lançavam artefatos explosivos.

De acordo com organizadores da missão, dois navios militares israelenses cercaram as embarcações Alma e Sirius. Todos os sistemas de navegação e comunicação pararam de funcionar, em um episódio que foi classificado por Ávila como “ataque cibernético”. A flotilha conseguiu restabelecer os meios de comunicação pouco depois.

Manobras arriscadas e ataque com drones
A identidade dos navios que atacaram a GSF nesta manhã não foi confirmada. A RFI descreve o vídeo publicado no Instagram oficial da flotilha, que mostra “uma embarcação militar israelense realizando ‘manobras perigosas’ perto dos barcos civis, danificando seus sistemas de comunicação antes de se afastar. A gravação mostra a silhueta de um navio militar com torre de canhão próximo às embarcações”.

Segundo a análise de imagens da agência Reuters, o vídeo foi gravado do barco Sirius, Contudo, não foi possível verificar a identidade da outra embarcação nem a data precisa da filmagem.

Ainda de acordo com a RFI, as autoridades israelenses não responderam imediatamente aos pedidos de comentário. O veículo também lembrou que nos últimos dias, a GSF também foi alvo de ataques com drones que lançaram bombas de efeito moral e substâncias irritantes sobre os barcos. Nesta ocasião, Israel também se negou a comentar o ataque, mas reiterou que usará todos os meios para impedir que os barcos humanitários cheguem a Gaza.

*Opera Mundi


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Microsoft proíbe Israel de usar serviços tecnológicos para espionar palestinos

Militares israelenses armazenavam dados coletados pela plataforma Azure para facilitar preparação de ataques em Gaza e na Cisjordânia

A Microsoft suspendeu o acesso dos militares israelenses à sua plataforma de nuvem, Azure, após investigações de que a tecnologia estava sendo usada diariamente para operar um sistema de vigilância que coletava milhões de chamadas telefônicas de civis palestinos feitos em Gaza e na Cisjordânia, revelou o Guardian nesta quinta-feira (25/09).

De acordo com fontes consultadas pelo jornal britânico, na semana passada, a gigante norte-americana revelou ter notificado as autoridades israelenses que a Unit 8200, a agência de vigilância militar de Tel Aviv, violou os termos de serviço da empresa ao armazenar um acervo de dados pela Azure.

Em parceria com a revista +972 Magazine e o site Local Call, no mês passado, o Guardian publicou uma apuração revelando que a nuvem da Microsoft estava sendo usada para guardar e processar a comunicação feita nos territórios palestinos com o propósito de espionar os civis e facilitar a preparação de ataques aéreos na região.

Palestinians react as they inspect the damage at the site of an Israeli strike on a house, in Gaza City, June 1, 2025. REUTERS/Mahmoud Issa

De acordo com os veículos, a empresa de tecnologia e o Exército israelense “trabalharam juntos em um plano para mover grandes volumes de material de inteligência sensível para a Azure”, ao revelar que o projeto começou após uma reunião em 2021 entre o diretor da Microsoft, Satya Nadella, e o então comandante da unidade, Yossi Sariel.

Em resposta à denúncia, a Microsoft ordenou uma investigação externa para revisar seu relacionamento com a Unit 8200. As medidas iniciais levaram a empresa a cancelar o acesso dos militares israelenses a alguns de seus serviços de armazenamento em nuvem e inteligência artificial.

Decisão da Microsoft foi anunciada nesta quinta-feira, 25

Como funcionava a coleta de dados?
A agência de vigilância israelense, Unit 8200 construiu um sistema que permite que seus oficiais coletem, reproduzam e analisem o conteúdo dss chamadas telefônicas de todos os palestinos nas regiões de Gaza e da Cisjordânia, tirando proveito da capacidade de armazenamento e potencial de computação quase ilimitados da plataforma de nuvem da Microsoft, Azure.

De acordo com fontes ouvidas pelo Guardian, o armazém de chamadas interceptadas – que totalizava até 8.000 terabytes de dados – era mantido em um datacenter da Microsoft na Holanda. Poucos dias depois de o jornal britânico publicar a apuração, a Unit 8200 “pareceu transferir rapidamente os dados de vigilância para fora do país”, em agosto.

“A decisão extraordinária da Microsoft de encerrar o acesso da agência de espionagem a tecnologia-chave foi tomada em meio à pressão de funcionários e investidores sobre seu trabalho para os militares de Israel e o papel que sua tecnologia desempenhou na ofensiva de quase dois anos em Gaza”, diz o Guardian.

A investigação impulsionou protestos na sede da Microsoft nos Estados Unidos e em um de seus datacenters europeus. O grupo de campanha liderado por funcionários da empresa “No Azure for Apartheid” promoveu atos que repercutiram internacionalmente, pedindo para que a gigante norte-americana rompa todos os laços com Israel.

Segundo o jornal britânico, nesta quinta-feira, o vice-presidente da Microsoft, Brad Smith, confirmou à equipe que a empresa “cessou e desativou um conjunto de serviços para uma unidade dentro do Ministério da Defesa de Israel”, incluindo armazenamento em nuvem e serviços de IA.

*Opera Mundi


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Médicos Sem Fronteiras suspende atividades na Cidade de Gaza após ataques ‘implacáveis’ de Israel

A organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) anunciou na tarde de sexta-feira (26/09) que suspendeu suas atividades na Cidade de Gaza em virtude dos amplos e “implacáveis” ataques das Forças de Defesa de Israel (IDF) na região.

Segundo o MSF, a segurança do município do enclave palestino se deteriorou rapidamente, pois ataques aéreos acontecem de maneira constante. A entidade acrescentou que tanques estão passando a menos de um quilômetro de suas instalações de saúde.

A organização afirmou que a decisão foi inevitável, não tendo outra escolha a não ser suspender as atividades, pois as “clínicas estão cercadas por forças israelenses”.

Israel prepara expulsão de palestinos em meio ao repúdio internacional -  Liga Internacional dos TrabalhadoresLiga Internacional dos Trabalhadores

“Isso é a última coisa que queríamos, pois as necessidades na Cidade de Gaza são enormes e as pessoas mais vulneráveis não conseguem se locomover e correm grave perigo”, declarou Jacob Granger, coordenador de emergências da MSF.

Antes da decisão, equipes do MSF ainda realizaram atendimentos e consultas no enclave, atendendo cerco de 1.655 pacientes com desnutrição. Essa condição vem sendo denunciada por organismos humanitários.

Mais recentemente, um relatório da Classificação Integrada de Fases de Segurança Alimentar (IPC), sistema apoiado pelas Nações Unidas para monitoramento da fome, declarou oficialmente que Gaza enfrenta condições de Fase 5 — a mais grave da escala de insegurança alimentar aguda, que significa fome.

Fotos de 'fome e desespero' em Gaza são manipuladas, revela imprensa alemã  - Diário do Poder

Sem saída e hospitais em colapso
A organização internacional mencionou que ainda existem centenas de milhares de pessoas impossibilitadas de deixar a Cidade de Gaza.

O grupo, além disso, afirmou que os hospitais que estão funcionando de forma parcial estão sobrecarregados em virtude da escassez de funcionários, suprimentos e combustível.

Faixa de Gaza: o retrato do desespero Leia em:  https://veja.abril.com.br/mundo/faixa-de-gaza-o-retrato-do-desespero/

“Aqueles que conseguem sair ainda enfrentam uma decisão insustentável: ou permanecem, apesar das intensas operações militares e das ordens de evacuação, ou abandonam o que resta de suas casas, pertences e memórias pessoais para se mudarem para áreas onde as condições humanitárias estão se deteriorando rapidamente”, informou a MSF.

*Ansa/Opera Mundi


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Rússia sai em defesa da Venezuela e Lavrov chama pressão estrangeira sobre Caracas de “inaceitável”

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, durante uma reunião na ONU com seu homólogo venezuelano Yván Gil, disse que a pressão sobre estados soberanos é inaceitável.

Lavrov se encontrou anteriormente com Gil à margem da Semana de Alto Nível da 80ª sessão da Assembleia Geral da ONU. A reunião com o chanceler venezuelano foi a 13ª durante um dia com uma série de conversas bilaterais mantidas por Lavrov.

“Lavrov declarou a categoricamente inadmissível o uso da pressão de poder contra Estados soberanos como ferramenta de política externa. Ele expressou solidariedade à liderança venezuelana diante das crescentes ameaças externas e tentativas de interferência em seus assuntos internos, e reafirmou seu total apoio aos esforços de Caracas para proteger a soberania nacional”, afirmou o Ministério das Relações Exteriores da Rússia em um comunicado após a reunião.

Os ministros também destacaram o desenvolvimento dinâmico da parceria estratégica entre Moscou e Caracas e concordaram em continuar a promover seu fortalecimento, com ênfase no aprofundamento do diálogo político, na expansão dos laços comerciais, econômicos, de investimento, científicos e técnicos, e na expansão dos intercâmbios culturais, humanitários e educacionais.

A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, disse há cerca de um mês que o presidente dos EUA, Donald Trump, estava pronto para usar “todos os elementos do poder americano” para combater o narcotráfico, sem descartar a possibilidade de uma operação militar na Venezuela.

A declaração foi feita após relatos de que Washington estava enviando mais de 4.000 fuzileiros navais e marinheiros para as águas da América Latina e do Caribe para supostamente combater cartéis de drogas.

*Sputnik


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Após ‘TikTok dos EUA’ ser aprovado por Trump, China exige participação nos investimentos

Governo republicano assinou ordem para que plataforma chinesa opere em território norte-americano; família real de Abu Dhabi está entre investidores

A China se pronunciou nesta sexta-feira (26/09) sobre a decisão dos Estados Unidos em relação à criação de uma versão norte-americana do TikTok, separada da empresa original chinesa ByteDance.

Segundo o jornal Global Times, o Ministério das Relações Exteriores da China alertou que os EUA devem garantir condições equitativas para que companhias estrangeiras, em especial chinesas, invistam na nova empresa.

“O lado norte-americano precisa fornecer um ambiente aberto, justo e não discriminatório para os investidores chineses”, afirmou o porta-voz Guo Jiakun.

Questionado durante coletiva de imprensa em Pequim sobre a avaliação financeira do acordo, a autoridade enfatizou que “a China respeita a vontade da empresa em questão”, mas que “gostaria de ver negociações comerciais produtivas, em conformidade com as regras de mercado, que levem a uma solução em conformidade com as leis e regulamentos da China e que leve em consideração os interesses de ambas as partes”.

A posição chinesa vem após o presidente dos EUA, Donald Trump, dizer que seu homólogo da China, Xi Jinping, teria dado sinal verde para o acordo durante uma ligação entre os dois presidentes.

“Tive ótima conversa com o presidente da China, Xi Jinping”, afirmou o republicano.

O TikTok, que tem 170 milhões de usuários nos Estados Unidos e 15 milhões de seguidores apenas na conta pessoal de Trump, foi elogiado pelo presidente como um fator que contribuiu para sua vitória na reeleição, em 2024. A Casa Branca inclusive lançou uma conta oficial na plataforma em agosto passado.

TikTok dos EUA
Trump assinou nesta quinta-feira (25/09) uma ordem executiva que abre caminho para que o aplicativo opere no território de seu país, que seria a criação de versão norte-americana do TikTok.

Já nesta sexta-feira (26/09), assinou decreto oficializando o plano de venda das operações do TikTok nos EUA para investidores norte-americanos e internacionais.

As medidas atendem às exigências legislativas de 2024, que determinava a proibição do aplicativo caso seus ativos não fossem vendidos até janeiro de 2025. O prazo havia sido estendido para 16 de dezembro, dando tempo às negociações que envolvem separar as operações do TikTok nos EUA da estrutura global da ByteDance e garantir aprovação do governo chinês.

O embate sobre o futuro do TikTok, que há anos enfrenta pressões políticas em Washington, ganha novo capítulo com a ordem executiva de Trump. O governo dos EUA justifica a medida com base em preocupações de segurança nacional, enquanto Pequim insiste na necessidade de respeito às regras de mercado e ao interesse das duas nações em manter relações comerciais estáveis.

De acordo com o jornal The New York Times, o governo republicano vinha negociando há meses a entrada de investidores não chineses para viabilizar a operação local da plataforma.

Agora, a medida assinada por Trump estabelece um prazo de 120 dias para que um grupo de investidores conclua a operação e garanta a continuidade do aplicativo no país.

Em pronunciamento, o vice-presidente dos EUA, JD Vance, destacou que o novo arranjo garante maior segurança aos usuários. “Este acordo realmente significa que os [norte-]americanos poderão usar o TikTok com mais confiança do que tinham no passado”, disse.

“Seus dados estarão protegidos e não serão usados como arma de propaganda contra nossos concidadãos”, acrescentou.

*Opera Mundi


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Secretário de Guerra dos EUA convoca reunião urgente de generais e almirantes, diz jornal

Centenas de oficiais de alta patente, mesmo os que estão em missões fora dos EUA, foram chamados

O Secretário de Guerra, Pete Hegseth, teria convocado centenas de generais e almirantes das Forças Armadas dos EUA se reunissem na próxima semana em uma base do Corpo de Fuzileiros Navais na Virgínia. A ordem, emitida com pouco aviso prévio e sem explicação, foi considerada incomum. As informações são do jornal Washington Post.

A convocação, enviada no início desta semana, exige que os principais comandantes com patente de general de brigada ou superior, ou equivalente na Marinha compareçam à reunião na Base do Corpo de Fuzileiros Navais de Quântico na próxima terça-feira (30). Até mesmo comandantes em zonas de conflito e aqueles alocados na Europa, Oriente Médio e região da Ásia-Pacífico devem comparecer.

O porta-voz do Pentágono confirmou que Hegseth “se dirigirá aos seus principais líderes militares no início da próxima semana”, mas se recusou a fornecer mais detalhes.

“As pessoas estão muito preocupadas”, disse uma fonte ao Washington Post. “Elas não têm ideia do que isso significa.”

A convocação para que generais e oficiais de alto escalão (GOFOs) se reúnam é tão inédita quanto alarmante, disse outra fonte. “Você não convoca GOFOs que lideram seu povo e a força global para um auditório fora de Washington sem lhes dizer o porquê.”

EUA

Gestão de Hegseth na defesa dos EUA irrita republicanos e democratas
Uma nova estratégia de defesa nacional também está em andamento, com a expectativa de priorizar a defesa nacional em detrimento da competição com a China — e algumas autoridades acreditam que essa mudança pode ser o foco da reunião a portas fechadas da próxima semana, de acordo com o Post.

“Estamos retirando todos os generais e oficiais de alto escalão do Pacífico agora?”, disse uma autoridade americana ao Post. “Tudo isso é estranho.”

“Não se pode chamar oficiais de operações especiais para um auditório fora de Washington, D.C., sem dizer por que/qual é o tópico ou a agenda”, acrescentou essa fonte. “Estamos tirando todos os generais e oficiais da bandeira do Pacífico agora?”, disse uma autoridade americana. “Tudo isso é estranho.”

No Capitólio, onde a gestão um pouco ortodoxa de Hegseth no Departamento de Guerra irritou membros de ambos os partidos políticos, os legisladores também pareceram pegos de surpresa. Líderes republicanos e democratas dos comitês de Serviços Armados do Senado e da Câmara não comentaram imediatamente sobre o ocorrido.

De acordo com o ICL, a convocação de reunião coincide com o pedido do presidente Donald Trump, que instou a OTAN a assumir um papel mais assertivo na defesa da Ucrânia, usando armas para repelir os avanços russos diretamente nas linhas de frente. Essa mudança marca um afastamento de sua postura anterior de intervenção direta limitada e reflete uma recalibração mais ampla do envolvimento dos EUA na guerra.


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Vídeo: Ao lado de outros países, Brasil boicota discurso de Netanyahu na ONU

Delegações abandonam plenário após premiê israelense subir ao pódio; discurso envolveu crítica aos líderes mundiais

Assim que o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, subiu ao pódio para abrir os discursos da Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU) nesta sexta-feira (26/09), diversas delegações abandonaram o plenário em forma de protesto contra a política genocida promovida pelo seu governo na Palestina. Entre os países que deixaram o local, está o Brasil, conforme apurado por Opera Mundi.

Nas imagens transmitidas, é possível ver alguns funcionários usando o keffiyeh (lenço palestino) em expressão de solidariedade ao povo da Palestina. Na plateia houve vaias, enquanto aqueles que aplaudiram permaneceram no local para acompanhar o discurso de Netanyahu.

Às vésperas da Assembleia da ONU, nações como Austrália, Canadá, França, Reino Unido e Portugal, reconheceram o estabelecimento do Estado palestino e o genocídio promovido por Israel foi o tema mais enfatizado nos discursos proferidos ao longo das sessões.

O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, que participou por videoconferência ao ser proibido de participar presencialmente do evento devido à negação de visto pelo governo de Donald Trump, denunciou na quinta-feira (25/09) o que chamou de um genocídio “monitorado e documentado” cometido por Israel em Gaza.

Ao longo do massacre israelense no enclave, que na semana seguinte completa dois anos e deixa, de acordo com os dados do Ministério da Saúde de Gaza, mais de 65 mil mortos, a comunidade internacional tem pressionado cada vez mais por um cessar-fogo e condenado o regime sionista por sabotar as negociações e intensificar os ataques no território palestino.

Em seu discurso, Netanyahu culpou os líderes internacionais de “cederem à pressão de uma mídia enviesada de parceiros dos regimes islâmicos radicais” e “antissemitas”.

“Ao lutarmos contra terroristas que assassinaram nossos cidadãos, vocês lutaram contra nós. Vocês nos condenaram, lançaram sanções contra nós e fizeram uma guerra política ilegal. Isso é contra nós”, criticou o premiê. “Muitos líderes que estão representados neste salão mandaram uma mensagem muito diferente. Logo após o 7 de outubro, apoiaram Israel, mas esse apoio acabou evaporando rapidamente quando fizemos o que qualquer nação que se respeita teria feito depois de um ataque tão selvagem”.

*Rocio Paik/Opera Mundi

 


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Charlie Kirk, o mártir do racismo

Por Luis Felipe Miguel

Direita usa hipocritamente a morte de Charlie Kirk para limitar a liberdade de expressão e criminalizar a esquerda

É engraçada essa mania da imprensa brasileira de não chamar as coisas pelo nome. Lembro que foram anos de patranhas deslavadas e criminosas até que alguns jornais finalmente começassem a usar, de forma bem tímida, o verbo “mentir” para descrever as falas de Bolsonaro.

Agora, Charlie Kirk é citado como “influenciador conservador”, “trumpista”, “de direita”, até “de extrema-direita”.

Mas a caracterização mais precisa é “influenciador racista” – como faz, por exemplo, o noticiário da rádio France Culture. Ele era pró-armas, sim, e homofóbico, negacionista climático, defensor de Trump, o pacote completo. Mas seu ponto principal era o supremacismo branco.

O mártir da direita estadunidense afirmava que o fim da escravidão tinha sido um erro. Que os negros são naturalmente mais propensos a cometer crimes. Que Martin Luther King era um bandido. E assim por diante. Quem quiser ver um show de horrores, procure uma coletânea de suas tiradas em algum buscador da internet.

Foi esse sujeito que, graças ao tiro de um rapaz perturbado, virou o mártir da direita estadunidense – mas não só dela.

Eu estava chegando em Porto Alegre no começo da noite de quarta, 10 de setembro. Peguei um Uber e o motorista imediatamente começou a falar de Kirk. Estava transtornado com o assassinato ocorrido em Utah. Obrigou-me até a assistir um vídeo da hora em que ele era alvejado.

Eu me perguntei: será que no dia anterior esse camarada tinha alguma noção de quem era Charlie Kirk?

Quantas pessoas sabiam da existência dele no Brasil antes do atentado? Poucas, com certeza. Era evidente que tamanha comoção não tinha brotado do nada. As redes do bolsonarismo estavam se articulando para fazer de um trumpista desconhecido um mártir da “liberdade” por aqui também.

Além de tudo, vinha bem a calhar, com um timing perfeito. Mesmo com o voto de Fux, era bom negócio desviar atenção do julgamento no Supremo. Todo mundo sabia que dava para esperar um discurso devastador na ministra Cármen Lúcia no dia seguinte. Melhor fazer a base tratar de outro assunto.

Nos Estados Unidos, como de costume, a situação é pior. Trump também tenta usar o assassinato do influenciador racista como cortina de fumaça, tentando desviar as atenções do caso Epstein, que ainda o assombra.

Mas vai além disso; como muitos comentaristas já apontaram, ele parece ter encontrado seu incêndio do Reichstag, a oportunidade para criminalizar seus adversários políticos, destruir o que resta das liberdades civis e implantar um regime ditatorial.

O discurso, lá e cá, de que a violência política é uma exclusividade da esquerda é obviamente uma falsificação. Para começar, no caso de Kirk, nem estão totalmente claras as motivações do atirador, que certamente não pode ser considerado um militante, que não votou nas últimas eleições e que veio de um ambiente familiar ultraconservador.

Mais importante ainda: como esquecer de casos como o assassinato da deputada democrata do Minnesota, Melissa Hortman, e de seu marido, agora em junho, ou o incêndio criminoso à casa do governador democrata da Pensilvânia, em abril, ambos perpetrados por direitistas radicalizados?

Ou os massacres em escolas, cometidos tantas vezes por incels neonazistas?

Ou o crescimento da violência racial contra a população negra, por parte de supremacistas brancos “empoderados” com o triunfo do trumpismo?

Pelo menos neste último caso, aliás, com o incentivo de Kirk.

Depois da morte do influenciador, não faltaram comentaristas que, mesmo dizendo manter distância de suas posições, exaltavam sua “disposição para o diálogo” e diziam que ele fazia política “do jeito certo”.

Na imprensa brasileira, li colunas com este teor assinadas por Joel Pinheiro da Fonseca, o eterno viúvo do bolsonarismo moderado; por Lygia Maria, a porta-voz, na imprensa paulistana, da ignorância neoliberal satisfeita consigo mesma; e também por Ezra Klein, um jornalista estadunidense, filho de brasileiros, liberal (no sentido de lá, isto é, progressista).

Mas Kirk não tinha nenhuma disposição para nenhum diálogo. Ele fazia performances lacradoras, como é próprio de influencers, não importa se de direita ou de esquerda. Usava sua expertise nas artes retóricas para vencer adversários menos treinados. Diálogo é outra coisa, exige abertura para o contraditório e troca de argumentos, não um tiroteio de simplificações, bordões e frases de efeito.

O primeiro alvo da direita tem sido quem não demonstrou pesar com a morte do extremista.

Trump em pessoa está liderando esta campanha nos Estados Unidos: punir e calar quem tem “ódio no coração”. Fez com que a ABC, uma das principais redes de televisão do país, tirasse do ar o apresentador Jimmy Kimmel, simplesmente porque ele disse duvidar que o assassino fosse alguém de esquerda. (A controladora da ABC tem muitos negócios com o governo e tem medo de retaliações. Como sempre, money talks. E Kimmel já voltou ao ar, fazendo um constrangido e constragedor mea culpa.)

Trump também determinou que sejam negados vistos a quem não apenas comemorou ou debochou do assassinato de Kirk, mas “racionalizou” o atentado – isto é, colocou-o em perspectiva e discutiu as causas do crescimento da violência política aberta nestes últimos anos, um processo do qual a vítima foi ativo promotor.

Aqui mesmo no Brasil, Tallis Gomes, uma das vozes mais ativas do trogloditismo da nossa classe dominante, secundado pela igualmente notória Natália Beauty e por outros, lançou uma campanha para que empresários vasculhem as redes sociais de seus empregados e demitam quem comemorou o assassinato.

Ricardo Nunes aproveitou a oportunidade para cancelar o contrato com a empresa que administra o Theatro Municipal, o que ele queria fazer há tempos porque a considerava independente demais.

O pretexto: a empresa teria se recusado a demitir um funcionário que compartilhou uma postagem dizendo que ninguém devia chorar a morte de Kirk. Para o minúsculo prefeito de São Paulo, houve “incentivo às práticas de violência”. O pior é que a empresa reagiu não defendendo a liberdade de expressão do funcionário, e sim dizendo que “não concorda” com o que ele escreveu e que já instaurou uma sindicância para mandá-lo embora.

Mas há um abismo entre não chorar uma morte e incentivar que ela ocorra. Comemorar a morte de alguém, até mesmo torcer para que ela ocorra – isso não é crime, é apenas humano. É muito diferente de planejar o assassinato de adversários políticos depois de um golpe de Estado. Mas não se viu registro de Ricardo Nunes chocado com a “Operação Punhal Verde e Amarelo”.

Não se sentir penalizado com a morte de uma pessoa não fala contra nossa humanidade, muito pelo contrário. Não chorei a morte de Pinochet, de Figueiredo, de Delfim Netto, de Pol Pot, de Sérgio Fleury, do velho da Havan, de Charles Manson, nem teria por que chorá-las. Isso não me faz responsável por qualquer uma delas.

(Descobri agora que o velho da Havan ainda está vivo. Surpreendente! Mas sei que, quando sobrevier o infausto acontecimento, não verterei nenhuma lágrima.)

Condeno o assassinato político, por princípio e por suas consequências. Por princípio, por ser contra a pena de morte, em qualquer circunstância (ao contrário de uns e outros que queimam o filme da esquerda dizendo que pena de morte é ruim no Brasil, mas boa na China). Por suas consequências, porque seus efeitos são sempre negativos para quem deseja construir uma sociedade mais livre e mais democrática.

Isto não me impede de julgar que há pessoas que fazem mal ao mundo.

É impossível não perceber algo de justiça poética quando alguém que disse que a morte de algumas pessoas inocentes era um preço razoável para se pagar pelo direito de portar armas de fogo, como Kirk, acaba assassinado a tiros.

O armamentismo, aliás, é uma patologia política que a nossa direita importou, com sucesso e em reduzido espaço de tempo, dos Estados Unidos. É impressionante ver como ruiu o consenso que parecia bem estabelecido no Brasil, fundado tanto no simples bom senso quanto nas melhores pesquisas científicas: que uma sociedade com menos armas circulando é uma sociedade melhor.

Outro dia eu estava lendo sobre um processo que ocorreu uns anos atrás em Oklahoma. Uma refinaria de petróleo decidiu proibir que seus funcionários fossem trabalhar portando armas carregadas. Uma medida que parece bem razoável, não? Pois a National Rifle Association, o poderoso lobby pró-armas, pressionou o legislativo estadual para passar uma lei proibindo que os empregadores banissem armas de fogo.

Isso nos Estados Unidos, gente, onde os trabalhadores são despidos de todos os direitos, onde os empregadores podem até impedi-los de se sindicalizar. Mas levar uma Beretta ou, quem sabe, uma AK-47 para a firma, isso é sagrado.

É possível ver o racista sendo morto por um tiro que ele mesmo aceitava como efeito colateral da sociedade com que sonhava e dizer “bem feito!” – e nem por isso ser cúmplice do crime, nem por isso deixar de temer pelas consequências políticas que dele advêm.

Trump e a extrema-direita em geral, que tantas vezes demonstraram absoluto desprezo pelas vidas de tantas pessoas, estão sendo apenas hipócritas. E cabe notar que, entre os democratas e a esquerda, todas as lideranças políticas foram unânimes ao condenar o atentado. A direita caça publicações de anônimos ou semianônimos em redes sociais para criminalizar a esquerda.

Aqui no Brasil, vamos lembrar de como o bolsonarismo reagiu ao assassinato de Marielle Franco. Mas, no caso de Kirk, querem aplicar à esquerda o rótulo de defensora da violência, com base em declarações não de Lula, Gleisi ou Boulos, mas do jornalista Eduardo Bueno (que deve ter se arrependido amargamente, já que a notoriedade que alcançou fez com que viesse à luz seu contrato absurdo, indefensável, com a Caixa Econômica Federal) e de um ou outro youtuber mais.

O caso traz ainda uma reflexão sobre a questão crucial da liberdade de expressão.

Seria engraçado, se não fosse o poder de que eles dispõem, ver Donald Trump e J. D. Vance esbravejando contra manifestações de ódio. A procuradora-geral dos Estados Unidos, Pam Bondi, como sempre a mais desastrada com as palavras em todo o governo Trump, falou que existe uma clara linha diferenciando “liberdade de expressão” de “discurso de ódio” – o que está em contradição patente com toda a linha de interpretação da primeira emenda por parte da extrema-direita, que é o que justificava, aliás, o direito do Charlie Kirk falar todas as barbaridades que falava.

Mas essa mudança de papéis ajuda a ilustrar também o risco de um uso excessivamente amplo e muitas vezes oportunista que setores da esquerda fazem da ideia de discurso de ódio, com o objetivo de calar oponentes em determinados espaços.

Discurso de ódio não é mera discordância de determinadas políticas afirmativas, nem mesmo a simples manifestação de preconceitos. Devemos ter o direito de falar coisas que são incômodas ou mesmo intoleráveis para outros, mas sabendo que isso nos fará também ouvir coisas incômodas e intoleráveis para nós.

Discurso de ódio se caracteriza por um incentivo claro à violência e à discriminação, descartado o uso de hipérboles e figuras de linguagem assemelhadas. (Falei disso aqui, quando Roberto Justus tentou acusar um professor por pretensamente querer matar sua filha de 5 anos).

É preciso voltar à defesa da liberdade de expressão como princípio, entendendo sempre que as exceções a ela são exceções e precisam ser amplamente justificadas em cada caso.

É fácil de aplicar? Não. O ambiente do debate digital torna o problema mais complicado ainda e se cruzam questões sobre disseminação de desinformação, charlatanismo e incitação à violência. Mas cabe a nós defender a liberdade de expressão. Até porque – como o episódio de Kirk está demonstrando muito bem – se for para impor censura, a direita tem recursos muito maiores em suas mãos.

*Luis Felipe Miguel é professor de Ciência Política da Universidade de Brasília e coodenador do Grupo de Pesquisa sobre Democracia e Desigualdades (Demodê)/Viomundo


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Espanha e Itália anunciam envio de navios para proteger flotilha humanitária rumo a Gaza

Premiê espanhol alegou que direito internacional deve ser respeitado; ministro italiano disse que segunda embarcação está a caminho e alertou: ‘não poderemos garantir a segurança em águas israelenses’

A Espanha e a Itália decidiram intervir diretamente para garantir a segurança da Flotilha Global Sumud (GSF), composta por cerca de 50 embarcações, rumo a Gaza em mais uma tentativa de romper o bloqueio israelense e levar alimentos e medicamentos à população palestina.

Após uma série de ataques de drones contra os barcos humanitários em águas internacionais, a Itália anunciou o envio de uma segunda fragata para o Mediterrâneo, enquanto a Espanha afirmou que um “navio de ação” partirá a partir de Cartagena nesta quinta-feira (25/09).

“Um navio já está no local e outro está a caminho, pronto para qualquer eventualidade”, afirmou o ministro da Defesa da Itália, Guido Crosetto. Ele frisou, no entanto, que o país não poderá “garantir a segurança em águas israelenses” a alertou para os riscos de a flotilha tentar entrar em águas territoriais, pedindo que a carga humanitária seja entregue à Igreja Católica para distribuição.

Horas depois do anúncio do ministro italiano, a premiê italiana, Giorgia Meloni, disse que a flotilha humanitária com destino a Gaza é uma iniciativa “perigosa e irresponsável”. “Não há necessidade de arriscar a própria segurança; não é necessário ir a uma zona de guerra para entregar ajuda a Gaza, que o governo italiano e as autoridades competentes poderiam ter entregue em poucas horas”, afirmou a repórteres antes do seu discurso na Assembleia Geral da ONU, em Nova York.

Nesta terça-feira (24/09), o primeiro-ministro espanhol Pedro Sánchez, que também participa da Assembleia Geral da ONU, anunciou o envio do navio militar. “O governo da Espanha insiste que o direito internacional seja respeitado e que o direito dos nossos cidadãos de navegar pelo Mediterrâneo em condições seguras seja respeitado”, afirmou. A ministra da Defesa espanhola, Margarita Robles, também se manifestou. Ela chamou a operação de “obrigação legal e moral”, destacando que as equipes humanitárias “não podem ser deixadas expostas a ataques em águas internacionais”.

Ataques
Os organizadores da Flotilha Global Sumud afirmaram que os ataques nas primeiras horas de quarta-feira causaram alguns atrasos. “Estamos atualmente a quatro dias da zona de alto risco e a seis dias de Gaza”, escreveu em sua página do Instagram.

“Estamos agora indo para as águas territoriais gregas”, disse o post, acrescentando que a flotilha se juntaria aos barcos da Grécia nesta manhã de quinta-feira (25/09). Os ativistas relataram uma escalada de violência, com drones e aeronaves israelenses lançando dispositivos explosivos do tipo flashbang e bloqueando comunicações por rádio.

Em comunicado, a ONU pediu uma investigação independente sobre os ataques à Flotilha, ocorridos na noite de terça-feira e na manhã desta quarta, dizendo que qualquer pessoa por trás das “violações” deve ser responsabilizada. “Deve haver uma investigação independente, imparcial e completa sobre os ataques e assédios relatados por drones e outros objetos”, disse o porta-voz do escritório de direitos humanos da ONU, Thameen Al-Kheetan.

*Opera Mundi


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