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Israel fecha acordo com o Hamas pela libertação de 50 reféns

Em troca da libertação de 50 reféns, o governo de Israel concordou com um cessar-fogo temporário e com a libertação de prisioneiros.

O governo de Israel aceitou um acordo pela libertação de 50 reféns capturados pelo Hamas e por outros grupos extremistas da região. O anúncio ocorreu na madrugada de quarta-feira (22/11) no horário local do Oriente Médio, diz o Metrópoles.

O acordo prevê que, em troca das libertação de parte dos reféns capturados em Israel, que o governo israelense liberte prisioneiros palestinos e que promova uma pausa humanitária na Faixa de Gaza. As tratativas contaram com a mediação do Catar.

O acordo, conforme divulgou a mídia israelense, ainda prevê que a Cruz Vermelha tenha acesso aos reféns que não estarão entre os que serão libertados. Embora o acordo contemple 50 reféns, o número total de capturados nas mãos dos extremistas é estimado em 239 pessoas.

A proposta submetida às autoridades de Israel prevê que sejam libertadas 30 crianças e adolescentes, oito mães e 12 mulheres.

O acordo é anunciado após uma série de reuniões governamentais na noite desta terça (horário de Israel). Em meio às negociações pela libertação de reféns, o primeiro-ministro consultou o Gabinete de Guerra, o Gabinete de Segurança e reuniu o governo para tratar do assunto.

A guerra entre Israel e o Hamas chega ao 46º dia nesta terça. O conflito teve uma escalada histórica no último dia 7 de outubro, quando o grupo extremista promoveu um ataque surpresa ao ataque israelense. Desde então, Israel promove bombardeios e incursões na Faixa de Gaza.

A decisão de Israel de aceitar o acordo com o Hamas ocorre em um momento em que o país é pressionado por agir em prol da libertação dos reféns. Na última semana, familiares dos reféns iniciaram manifestações para demandar medidas de Netanyahu.

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Argentina não vai “interagir” com Brasil, diz ministra cotada de Milei

Diana Mondino é principal candidata para cargo de ministra das Relações Exteriores da Argentina. Declarações foram desmentidas pela SECOM.

A principal candidata para o cargo de ministra das Relações Exteriores da Argentina, Diana Mondino, afirmou que o país vai cortar relações com o Brasil e a China. As declarações foram feitas em uma entrevista à agência de notícias russa RIA Novosti, na segunda-feira (20/11).

Quando questionada se o país promoveria as exportações e importações com ambos os países, Mondino afirmou: “Vamos parar de interagir com os governos do Brasil e da China”.

O Brasil e a China são dois dos parceiros comerciais mais significativos para a Argentina. No entanto, durante a campanha eleitoral, o presidente eleito Javier Milei expressou críticas e lançou ataques aos dois países.

Na época, Milei disse que Lula era “comunista”, “ladrão” e “corrupto”, e não o encontraria se fosse eleito. O argentino convidou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) para participar da cerimônia de posse, no dia 10 de dezembro.

O presidente eleito da Argentina também já afirmou que o Partido Comunista Chinês (PCC) é um “assassino” e que o povo da China “não era livre”.

Brasil não vai romper relações com Argentina
Segundo texto divulgado na tarde desta terça-feira (21/11) pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Brasil e Argentina mantêm uma relação amistosa de cooperação e colaboração em diversos projetos, e eles não serão interrompidos.

“Devido à recente eleição argentina, peças de desinformação estão repercutindo um falso rompimento diplomático entre Brasil e seu aliado histórico. Esses conteúdos maliciosos estão alegando que o governo brasileiro teria a intenção de retirar investimentos de obras em parceria com o país.

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Parlamento sul-africano aprova moção sobre fechamento da embaixada de Israel em Pretória

Texto apresentado pela oposição de esquerda teve apoio do partido governista e recebeu 248 votos a favor; partido de direita, de maioria branca, entregou 91 votos contra.

O Parlamento sul-africano aprovou nesta terça-feira (21/11) uma moção que pediu o fechamento da embaixada de Israel em Pretória.

A decisão ocorre em meio a uma série de declarações hostis trocadas por autoridades dos dois países, com respeito aos ataques realizados pelas Forças Armadas de Israel a Gaza e às violações aos direitos humanos da comunidade palestina que vive nesse território.

Segundo a imprensa local, uma moção é uma iniciativa simbólica e não tem efeitos reais. Porém, sua aprovação fará com que o pedido seja encaminhado ao presidente Cyril Ramaphosa, que decidirá se a proposta deve ou não ser implementada.

O texto discutido pelos parlamentares foi apresentado pelo partido Combatentes da Liberdade Econômica (EFF, por sua sigla em inglês), legenda opositora de esquerda que se autodenomina marxista-leninista, anticapitalista, panafricanista e antissionista (não confundir com antissemita).

o entanto, a proposta foi apoiada pelo partido governista Congresso Nacional Africano, de centro-esquerda. Por essa razão, conseguiu angariar 248 votos a seu favor.

O partido de direita Aliança Democrática, de maioria branca e com discurso abertamente pró-Israel, liderou a oposição à moção, que obteve 91 votos.

Em declarações recentes, Ramaphosa disse que Israel está cometendo crimes de guerra e genocídio contra os palestinos na Faixa de Gaza.

Nesta mesma terça-feira (21/11), o presidente da África do Sul encabeçou uma reunião extraordinária dos chefes de Estado do Brics – convocada por ele mesmo – realizada por videoconferência, para discutir a questão palestina. Este evento contou com a participação do presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva.

*Opera Mundi

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Maduro chama Milei, presidente eleito da Argentina de “Neonazista”

Para o venezuelano Maduro, Milei pretende liderar um “projeto colonial” que se estenderia da Argentina para todo o continente sul-americano.

Em um discurso televisionado nessa segunda-feira (20/11), o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, chamou Javier Milei, presidente eleito da Argentina, de “neonazista”. A declaração vem dois dias após a vitória do ultraliberal argentino nas eleições do último domingo (19/11), com 56,69% dos votos.

Segundo o venezuelano, Milei pretende liderar um “projeto colonial” que se estenderia da Argentina para todo o continente sul-americano. “A extrema-direita neonazista ganhou na Argentina. É uma extrema-direita que não só pretende liderar um projeto colonial na Argentina, mas pretende o espalhar para toda a América Latina e o Caribe”, cravou.

Maduro demonstrou particular preocupação com as sinalizações de Milei para privatizações na economia argentina e aproximações diplomáticas com os Estados Unidos, diz o Metrópoles.

“Respeitamos o voto do povo argentino. Mas dizemos: vocês decidiram, mas não vamos ficar em silêncio. É uma grande ameaça a chegada de um extremista de direita com um projeto absolutamente colonial, ajoelhado ao imperialismo norte-americano, que pretende acabar com o Estado e os direitos sociais”, completou.

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Ao elegerem Milei presidente, os argentinos deram um salto no escuro

Lula deve ficar na dele, à espera dos passos do El Loco

Em sua versão candidato, Javier Milei chamou Lula, presidente do Brasil, de ladrão, corrupto e comunista. Uma vez eleito presidente da Argentina, ou retira o que disse ou não tem por que Lula telefonar para parabenizá-lo, muito menos ir à sua posse.

Lula parabenizou a Argentina por ter respeitado todos os ritos da democracia, desejou sucesso ao novo governo e reafirmou a disposição do Brasil de trabalhar com os “hermanos”. Por ora, está de bom tamanho. Foi o que o governo chinês também fez.

Ir além vai depender de algum gesto improvável de empatia de Milei. O novo presidente argentino já disse que seu negócio é alinhar-se com os Estados Unidos e Israel. E apressou-se a convidar Bolsonaro, e seu filho Eduardo, para sua festa de posse.

sinal de que se manterá distante de Lula, como Bolsonaro se manteve de Alberto Fernández, presidente da Argentina até o próximo dia 10. Lula torceu pela vitória de Sérgio Massa, candidato peronista à sucessão de Fernández.

A Argentina é o terceiro maior parceiro comercial do Brasil, atrás da China e dos Estados Unidos. Mas foi Milei que atacou Lula, e não o contrário. O deselegante foi ele. Direito à torcida todos temos. Bolsonaro tentou depor Nicolás Maduro, na Venezuela.

No último domingo (19/11), os argentinos escolheram abraçar o desconhecido. O conhecido não os satisfez. De alguma maneira, foi o que fizemos em 2018 quando Bolsonaro se elegeu presidente. À época, aqui, o conhecido era o PT, cujo líder estava preso.

Lula governou duas vezes e entrou para a história como o presidente que alcançou o maior grau de aprovação desde os anos 1950. Tomou de Getúlio Vargas o cobiçado título de “o pai dos pobres”. Foi com Dilma que a economia degringolou.

Mesmo preso, Lula liderou as pesquisas de intenção de voto até o fim de agosto, quando a Justiça o declarou inelegível. Foi a força do lulismo que pôs Fernando Haddad no segundo turno com um mês de campanha. “A facada em Bolsonaro” liquidou a eleição.

Nem os eleitores de Milei sabem ao certo o que ele fará. O que é anarcoliberal ou ultrarradical e libertário? Ultradireitista é o que ele é. Milei disse no discurso de vitória que será o primeiro governante anarcolibertário, e que chegou a hora de reconstruir a Argentina.

Se quiser sobreviver, o peronismo terá de se reconstruir. Nunca ao longo de sua história de 78 anos colheu derrota tão impactante. Em Buenos Aires, seu reduto histórico, ganhou em dois bairros. Pela primeira vez, perdeu o voto dos pobres.

Bolsonaro tinha um avalista junto aos donos do poder: o economista Paulo Guedes, que os convenceu de que Bolsonaro era um liberal de raiz. Milei não tem um avalista do porte de Guedes. Ao confiar somente nele, os argentinos deram um salto no escuro.

Trata-se como algo natural o candidato que em campanha promete uma coisa e que depois de eleito faz outra. A isso se dá o nome de estelionato eleitoral. É desrespeito à palavra empenhada e ao voto recebido. Ninguém parece ligar. O eleitor gosta de ser enganado.

Quem ligou para o fato de Bolsonaro ter sido eleito prometendo combater a corrupção e, uma vez empossado, acabar com a Lava Jato? Quem ligou para o fato de ele ter entregado uma parte do Orçamento para que o Centrão administrasse ao seu gosto?

*Blog do Noblat

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canção macabra: crianças israelenses cantam ‘vamos aniquilar todo mundo’ em Gaza

Os jovens sionistas que cantam louvores ao genocídio do povo palestiniano fazem lembrar a H_tlerjugend da Alemanha nazi, parte da nazificação da juventude alemã. H_tlerjugend mais tarde juntou-se aos massacres, incêndios criminosos e estupros da SS.

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UE quer fechar acordo com Mercosul antes de Milei assumir na Argentina

Posse do futuro presidente da Argentina, Javier Milei, está marcada para 10 de dezembro. Ele é conhecido por criticar o Mercosul e o Brasil.

A União Europeia (UE) quer assinar acordo com o Mercosul até 7 de dezembro, dias antes de Javier Milei, eleito nesse domingo (19/11) à Presidência da Argentina, assumir o comando da Casa Rosada. A posse do político ultraliberal está prevista para 10 de dezembro, segundo o Metrópoles.

Nesta segunda-feira (20/11), o bloco europeu declarou que as negociações têm sido “extremamente construtivas” e que o plano é no sentido de que o processo seja encerrado até o fim de 2023. A declaração está em um comunicado publicado hoje pela União Europeia.

Um encontro entre as partes envolvidas para assinar o acordo deve acontecer até o dia 7 de dezembro, quando o Brasil sai da presidência do grupo e o Paraguai assume. “É importante que a presidência brasileira do Mercosul tente selá-lo antes do final do nosso mandato [em 7 de dezembro]”, afirmou um diplomata brasileiro ao Financial Times.

O presidente Lula estaria, inclusive, se envolvendo pessoalmente no assunto.

E mesmo na sede da União Europeia, em Bruxelas, o assunto estaria sendo tratado a toque de caixa para que Milei não faça o acordo melar. “Aumentaram a frequência e a intensidade das negociações na crença de que uma zona de aterrissagem para um acordo político só será alcançável sob a presidência brasileira do Mercosul”, apontou um alto funcionário da UE.

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Pois é, Javier Milei, da extrema direita, vence a eleição na Argentina

O representante da extrema-direita à presidência da Argentina, Javier Milei (La Libertad Avanza), venceu a disputa em segundo turno neste domingo (19). Embora o resultado não tenha sido divulgado, a vitória do candidato oposicionista foi reconhecida pelo seu adversário, Sergio Massa (Unión Por La Patria), atual ministro da Economia.

A apuração provisória deverá ser divulgada daqui a pouco. Pelo sistema eleitoral argentino, o resultado provisório se dá a partir dos dados enviados pelo Ministério do Interior de cada seção e que são enviados para a Direção Nacional Eleitoral. A contagem oficial de votos começa 48h depois do fim da votação. A posse está prevista para 10 de dezembro. Ainda assim, o resultado provisório já é considerado como o indicativo de qual candidato venceu as eleições.

Javier Milei é o presidente eleito pela maioria dos argentinos para os próximos quatro anos”, afirmou Massa. “Foi uma campanha muito longa e difícil, com conotações duras e espero que o respeito por quem pensa diferente seja estabelecido na Argentina”, acrescentou. O instituto AtlasIntel projeta vitória de Milei com 52,5%.

A vitória do candidato de extrema-direita representa um avanço para o grupo político na América do Sul. No Brasil, Milei teve o apoio da família de Jair Bolsonaro (PL) e de seus seguidores. Ligado ao peronismo, Sergio Massa tinha o apoio declarado do PT.

Com a vitória de Milei, a direita espera retomar o espaço perdido nos últimos quatro anos na América do Sul. Em 2019, presidentes considerados de direita comandavam dez dos 12 países do subcontinente. Hoje, são apenas três.

A candidata que alcançou o terceiro lugar nas eleições presidenciais da Argentina, Patrícia Bullrich, apoiou oficialmente Milei no segundo turno da disputa. Ela teve 23% dos votos. Ex-ministra do ex-presidente Maurício Macri, Bullrich faz parte da direita argentina e é adepta de um modelo econômico liberal.

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Houthis do Iêmen apreendem navio de carga alugado por Israel no Mar Vermelho

Os Houthis, que controlam o Norte do Iêmen, vêm também disparando salvas de mísseis contra alvos israelenses nos territórios palestinos ocupados, incluindo a cidade de Eilat.

O movimento rebelde Ansar Allah do Iêmen, também conhecido como Houthis, apreendeu no domingo o navio comercial Galaxy Leader no Mar Vermelho, que se acredita pertencer a uma empresa israelense, disse uma fonte do movimento à agência de notícias Sputnik.

Os Houthis, que controlam o Norte do Iêmen, vêm também disparando salvas de mísseis balísticos contra vários alvos israelenses nos territórios palestinos ocupados, incluindo a cidade de Eilat, no sul de Israel. “As forças do movimento usaram barcos para interceptar e abordar um navio comercial chamado Galaxy Leader, na costa do Iémen, no Mar Vermelho”, disse a fonte.

“O movimento levou o navio para as áreas sob seu controle na província de Al Hudaydah, no oeste do Iêmen”, disse a fonte, acrescentando que estavam interrogando os 22 tripulantes do navio.

Anteriormente, os Houthis alertaram no domingo sobre possíveis ataques a todos os navios afiliados a Israel e instaram outros estados a cancelarem suas tripulações e evitarem aproximar-se de tais navios no mar.

“Devido à brutal agressão israelo-americana a que a Faixa de Gaza está a ser submetida… as forças armadas iemenitas anunciam que terão como alvo todos os navios sob a bandeira da instituição sionista, navios operados por empresas israelitas e propriedade de entidades israelitas, “, disse o porta-voz Houthi, Yahya Saria, à emissora Al Masirah.

O porta-voz disse também que o movimento instou todos os países a retirarem os seus nacionais dos navios operados por Israel, a evitarem o transporte de mercadorias nesses navios e a manterem uma distância segura deles no mar.

No início desta semana, um destróier de mísseis guiados dos EUA no Mar Vermelho abateu um drone lançado do Iêmen na direção do navio de guerra, disse um porta-voz do Departamento de Defesa dos EUA em comunicado à Sputnik. No mês passado, outro navio de guerra da Marinha dos EUA abateu três mísseis de cruzeiro e vários drones lançados pelas forças Houthi no Iêmen.

 

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Israel teria matado seus próprios cidadãos no 7 de outubro?

Para enfrentar os combatentes do Hamas, Alto Comando israelense teria implementado ordem que instrui tropas a matarem soldados antes que fossem levados reféns.

Carlos Fazio
La Jornada

Tudo indica que a ferocidade genocida do governo de ultradireita do Likud, nesta conjuntura, atinge os seus próprios cidadãos, incluindo soldados, agentes dos serviços secretos e civis. À medida que as horas e os dias passam, novos depoimentos de testemunhas israelitas parecem confirmar que, atingidos ainda pelos militantes do Hamas em 7 de outubro, os comandantes militares israelitas recorreram à artilharia pesada – incluindo tanques e helicópteros de ataque Apache – para enfrentar e neutralizar os insurgentes, teria mesmo implementado o chamado procedimento de Aníbal, que instrui as tropas israelitas a matarem os seus colegas soldados antes de permitirem que sejam levados em cativeiro para serem trocados por prisioneiros palestinos.

Terá sido esta a razão do auto ataque à enorme instalação militar israelita no cruzamento de Erez, sede da Coordenação das Atividades Governamentais nos Territórios Ocupados (Cogat), que funciona como centro nevrálgico do cerco israelita a Gaza, e também a residências no Kibbutz Be’eri e arredores que tinham sido tomadas pelas Fedayeen, bem como a veículos que regressavam a Gaza (com supostos combatentes e reféns) do festival de música eletrônica Nova.

Citando informações de meios de comunicação social israelitas, como o jornal Haaretz, Mako, Radio Israel, Yedioth Aharanoth (o maior jornal de língua hebraica publicado em Tel Aviv) e a conta de telegrama South Responders, jornalistas de investigação como Max Blumenthal e Jonathan Cook, tal como Robert Inlakesh e Sharmine Narwani em The Cradle, desmontaram e denunciaram a propaganda de guerra do regime supremacista de [Benjamin] Netanyahu, incluindo a tirada do embaixador de Israel na ONU, Gilad Erdan, em 26 de outubro, que, usando uma estrela amarela presa ao peito com a legenda “nunca mais”, gesticulou e gritou furiosamente no pódio que o seu país estava a lutar contra os animais, antes de exibir um pedaço de papel com um QR code a legenda: “Escaneie para ver as atrocidades do Hamas”.

No entanto, de acordo com os testemunhos e a análise das informações e dos vídeos que circulam nas redes sociais e nos meios de comunicação israelitas, incluindo oito imagens macabras de corpos queimados e enegrecidos, bem como uma pilha de cadáveres masculinos carbonizados num contêiner, encontrados após a leitura do código apresentado por Erdan na ONU, em vez de provarem as alegadas atrocidades do Hamas, levantam questões como a colocada por Max Blumenthal em The Grayzone: “teriam os socorristas e os médicos (forenses) eliminado os judeus israelitas mortos (a 7 de outubro) desta forma? Além disso, 12 horas depois da teatralidade de Erdan na ONU, o arquivo do Google Drive continha apenas um breve vídeo e, entre as fotos misteriosamente desaparecidas, estava a imagem do contêiner cheio de cadáveres carbonizados. Blumenthal pergunta: “foi apagada porque mostrava combatentes do Hamas a serem queimados por um míssil Hellfire, e não israelitas ‘queimados até à morte’ pelo Hamas?”

Mas, sem dúvida, o que parece ser a operação de fogo amigo mais singular é a que ocorreu no quartel-general da Divisão de Gaza do Exército israelita, sede do Cogat, depois de este ter sido invadido por milicianos do Hamas e da Jihad Islâmica palestina. As imagens de vídeo das câmaras GoPro, alegadamente montadas nos capacetes dos combatentes palestinos, mostram soldados israelitas a serem abatidos em rápida sucessão, muitos deles ainda em roupa interior.

Blumenthal refere que foram mortos pelo menos 340 soldados da ativa (incluindo alguns burocratas a serviço da administração civil) e oficiais dos serviços secretos (cerca de 50% das baixas confirmadas nesse dia), incluindo oficiais superiores como o coronel Jonathan Steinberg, comandante da brigada Nahal de Israel.

Segundo o Haaretz, o comandante da Divisão de Gaza, o Brigadeiro-General Avi Rosenfeld, “entrou na sala de guerra subterrânea (do quartel) juntamente com um punhado de soldados (incluindo pessoal feminino), tentando desesperadamente salvar e organizar o setor atacado”. O general Rosenfeld terá sido forçado a pedir um ataque aéreo contra a própria base (no cruzamento de Erez) para repelir os terroristas. O jornal refere que muitos soldados, que não eram combatentes, foram mortos ou feridos no exterior. Um vídeo divulgado pelo Cogat 10 dias após a batalha – e o ataque aéreo israelita – mostra graves danos estruturais no telhado da instalação militar.

Segundo investigação, militares israelitas recorreram à artilharia pesada para enfrentar e neutralizar o Hamas
De acordo com Jonathan Cook – que criticou a BBC de Londres como negligente por ter aderido à narrativa do Exército israelita “produzida para eles e outros meios de comunicação ocidentais”, quando havia provas em contrário dos próprios órgãos de imprensa de Israel – “os helicópteros (Apache) parecem ter disparado indiscriminadamente, apesar do risco que representavam para os soldados israelitas na base que ainda estavam vivos”. Segundo Cook, Israel utilizou uma política de terra queimada para impedir o Hamas de atingir os seus objetivos de capturar soldados e depois trocá-los por prisioneiros palestinos. Este fato, segundo ele, pode explicar o elevado número de soldados israelitas mortos nesse dia.

Tal como Max Blumenthal, Cook observou que o Exército utilizou a chamada “Diretiva Aníbal”, um procedimento militar estabelecido em 1986 na sequência do Acordo Jibril, através do qual Israel trocou 1.150 prisioneiros palestinos por três soldados israelitas. Na sequência de uma forte reação política, o Exército elaborou uma ordem de campo secreta para evitar futuros raptos. A diretiva ordena às tropas que matem os seus próprios colegas soldados em vez de permitirem que sejam levados em cativeiro, dado o elevado preço que a sociedade israelita insiste em pagar para garantir o regresso dos seus soldados.

Outro meio de comunicação israelita, Mako, relatou que, após o rápido colapso da Divisão de Gaza do Exército, e quando a maioria das forças (palestinas) da vaga de invasão original já tinha deixado a área em direção a Gaza, tinham dois esquadrões de helicópteros Apache (oito aviões) no ar, mas quase nenhuma informação para ajudar a tomar decisões. Os pilotos testemunharam que “dispararam uma enorme quantidade de munições, esvaziaram a ‘barriga do helicóptero’ em poucos minutos, voaram para se rearmarem e voltaram ao ar, uma e outra vez. Mas isso não ajudou e eles compreendem-no”.

De acordo com relatos de testemunhas oculares e dos próprios pilotos das forças especiais, o alto comando militar também lhes ordenou que disparassem contra veículos que regressavam a Gaza depois do festival, com aparente conhecimento de que poderiam haver reféns israelitas no seu interior, e contra pessoas desarmadas que saíam dos carros ou caminhavam a pé nos campos da periferia de Gaza. Um piloto afirmou que se viu confrontado com o “dilema tortuoso” de disparar ou não contra pessoas e veículos onde pudesse haver reféns israelitas, mas “optou por abrir fogo da mesma”; outro referiu que não sabia “contra o que disparar, porque eram muitos; e um disse que nunca pensou disparar contra pessoas no nosso território”.

O mesmo se passou com os postos avançados, os colonatos e os kibutz inicialmente tomados pelos combatentes do Hamas. De acordo com o diário Yedioth Aharanoth, os pilotos disseram que não conseguiam distinguir “quem era terrorista e quem era soldado ou civil”, até que se aperceberam que tinham de “contornar as restrições” e “começaram a bombardear os terroristas com os canhões, sem autorização dos seus superiores”. “Assim, sem qualquer inteligência ou capacidade de distinguir entre palestinos e israelitas, os pilotos desencadearam uma fúria de tiros de canhão e mísseis”.

Um dos casos mais frequentemente utilizados pelo exército israelita para demonstrar as aparentes atrocidades cometidas pelo Hamas foi o do Kibbutz Be’eri. Diferentes relatos indicam que quando o exército chegou e se posicionou, os militantes do Hamas estavam bem entrincheirados e tinham feito os habitantes reféns dentro das suas próprias casas. Testemunhos e relatos dos meios de comunicação sugerem que o Hamas estava a tentar negociar uma passagem segura para Gaza, utilizando civis como “escudos humanos”, e que o objetivo era depois trocar os reféns pela libertação de prisioneiros palestinos.

O diário Haaretz destacou o testemunho de Tuval Escapa, coordenador de segurança do kibutz, que afirmou que os comandantes militares israelitas ordenaram o “bombardeamento das casas com os seus ocupantes no interior, a fim de eliminar os terroristas juntamente com os reféns”.

Segundo o jornal, o exército conseguiu tomar o controlo do kibutz depois de os tanques terem “bombardeado” as casas, com o “terrível balanço de pelo menos 112 residentes mortos”. No seu testemunho à Rádio Israel, Yasmin Porat disse que quando as forças especiais chegaram a Be’eri, “eliminaram toda a gente, incluindo os reféns”, num “fogo cruzado muito, muito pesado”. Acrescentou que, “depois de um fogo cruzado insano, dispararam dois projéteis de tanque contra uma casa”. A conta Telegram dos South Responders de Israel e o jornal conservador New York Post informaram que vários corpos carbonizados, incluindo o de uma criança, foram encontrados sob os escombros.

Da mesma forma, a conta South Responders divulgou um vídeo que mostrava um carro cheio de cadáveres carbonizados à entrada do Kibutz Be’eri, que o Exército israelita apresentou como vítimas da “violência sádica” do Hamas. No entanto, como salientou Max Blumenthal, a carroçaria de aço derretido e o tejadilho do veículo, bem como os cadáveres no interior, “são a prova de um impacto direto de um míssil Hellfire”.

*Opera Mundi