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China produzirá vacinas contra a dengue desenvolvidas 100% pelo Brasil; veja outros acordos de Saúde e Tecnologia

Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, anunciou em Pequim a aceleração de parcerias em medicamentos

“Certamente teremos o maior programa de vacinação pública contra a dengue, com a nova vacina desenvolvida pelo Instituto Butantã”, disse o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, em entrevista coletiva nesta segunda-feira (12) em Pequim, onde acompanha a visita ao país do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Padilha se refere à primeira vacina contra a dengue, totalmente brasileira, desenvolvida numa parceria entre o Instituto Butantan e a chinesa WuXi Biologics, como parte do Programa de Desenvolvimento Local e Inovação (PDIL) do Ministério da Saúde.

“O Butantã resolveu a tecnologia, mas não tinha a capacidade de produção de escala para atingir rapidamente o público brasileiro”, explicou.

Essa foi uma das três parcerias que já estavam em andamento, mas que, segundo o ministro, foram aceleradas. Outra foi a produção no Brasil de insulina glargina, que deve garantir ainda este ano 20 milhões de unidades do medicamento, numa parceria entre a Fiocruz, a brasileira Biomm e a chinesa Gan & Lee.

Uma terceira tem a ver com “a instalação de ‘hospitais inteligentes’em diversas regiões do Brasil, que usam inteligência artificial, praticam cirurgias robóticas e promovem o apoio ao desenvolvimento dessas tecnologias”.

Novos memorandums
Um acordo novo será a criação do iBRID — Instituto Brasil-China para Inovação em Biotecnologia e Doenças Infecciosas e Degenerativas, uma parceria entre as empresas Eurofarma, uma multinacional biofarmacêutica brasileira e a chinesa Sinovac Biotech.

O ministro afirmou que a parceria cria uma “possibilidade muito ampla de desenvolvimento, não só tecnológico, mas de escala de produção para essa empresa nacional brasileira, podendo contribuir muito para o Ministério da Saúde”.

“Inclusive é uma plataforma de exportação a partir do Brasil para a região das Américas, continente africano, mercados muito importantes para os produtos brasileiros”, argumentou Padilha.

Um segundo acordo na área de saúde assinado nesta segunda-feira visa reduzir a dependência de importação e garantir autonomia do SUS em relação à produção de Insumos Farmacêuticos Ativos (IFAs), substâncias químicas utilizadas na fabricação de medicamentos.

A parceria será entre a Nortec Química S.A., envolve transferência de tecnologia das chinesas Aurisco, Acebright e Goto Biopharm. O projeto aumentar a capacidade de produção de IFAs sintéticos para até 500 toneladas por ano,

Um último acordo foi para atualização dos equipamentos de raios-X no Brasil. Segundo o Ministério da Saúde, a parceria que envolve Careray, Shantou Institute of Ultrasonic Instruments, entre outras empresas chinesas, visa fabricar equipamentos de ultrassom que permtirão exames mais baratos e de melhor qualidade.

*BdF

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José Dirceu era alvo de plano de assassinato sob codinome secreto na trama golpista

Petista era ‘Juca’ no Plano Punhal Verde Amarelo

O plano Punhal Verde Amarelo, elaborado pelo general Mario Fernandes para o assassinato de autoridades na trama golpista de 2022, usou o codinome Juca para ser referir ao ex-ministro José Dirceu (PT) entre os alvos da ação.

O nome do petista como foco da operação militar clandestina foi confirmado por duas pessoas com acesso às investigações.

Um oficial da reserva do Exército próximo a Mario também afirmou à Folha que o ex-ministro era visto pelo grupo de militares do Palácio do Planalto, no fim do governo Jair Bolsonaro (PL), como um possível líder da futura gestão Lula (PT).

O plano do general previa uma operação militar clandestina contra quatro alvos. O primeiro era o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal). Os demais eram identificados como Jeca, Joca e Juca.

O codinome Jeca era atribuído ao então presidente eleito Lula, enquanto Joca seria o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB). O nome Juca não chegou a ser formalmente identificado pelos investigadores.

Ao longo das apurações, a Polícia Federal cogitava que Dirceu poderia ser o alvo secreto do plano Punhal Verde Amarelo, pela influência exercida pelo petista nas gestões anteriores de Lula no Palácio do Planalto.

dirceu

Os investigadores ainda levantaram outros nomes como possíveis referências ao codinome Juca, como Flávio Dino e Rui Costa, hoje ministros respectivamente do STF e da Casa Civil, e o chefe de gabinete de Lula, Marco Aurélio Ribeiro.

No relatório da investigação, porém, a PF diz que “não obteve elementos para precisar quem seria o alvo da ação violenta planejada pelo grupo criminoso”.

Procurado, Dirceu afirmou que prefere não se manifestar.

Relação de Dirceu com o governo
Mesmo com a antiga relação com Lula e sua influência nos bastidores do Partido dos Trabalhadores, ele não frequenta o Palácio do Planalto para discutir temas de governo e está apartado de articulações políticas diretas da gestão petista.

Apesar do afastamento, grupos militares acreditavam que ele teria um papel de destaque no governo, como teve nas primeiras passagens de Lula pela Presidência.

Dirceu, sob o codinome Juca, foi descrito no plano de assassinato como a “iminência parda [sic] do 01 e das lideranças do futuro gov [governo]”. “A sua neutralização desarticularia os planos da esquerda mais radical”, prossegue.

Mario Fernandes afirma, no documento, que não esperava “grande comoção nacional” com o eventual assassinato dele.

O general previa o envenenamento de Lula, o Jeca, para causar um “colapso orgânico”. A ação era descrita no plano como suficiente para matar o presidente eleito, considerando o “estado de saúde [de Lula] e a ida frequente a hospitais”.

“A sua neutralização abalaria toda a chapa vencedora, colocando-a, dependendo da interpretação da Lei Eleitoral, ou da manobra conduzida pelos 3 Poderes, sob a tutela principal do PSDB”, diz o documento encontrado pela Polícia Federal.

No caso de Alckmin, o Joca, o Punhal Verde Amarelo previa que sua “neutralização extinguiria a chapa vencedora”. O general avaliava que o assassinato do vice-presidente também não deveria causar grande comoção no país.

Mesmo sem ser citado no plano e sem um codinome próprio, Moraes é considerado pela PGR (Procuradoria-Geral da República) como o principal alvo do plano Punhal Verde Amarelo.

A denúncia considera alguns elementos para confirmar a tese. O primeiro era o fato de Jeca, Joca e Juca serem descritos no documento como “outros alvos possíveis” da ação militar.

A PGR ainda avalia que as ações descritas no plano do general são semelhantes ao monitoramento feito por militares de forma clandestina e que tinha Moraes como alvo.

O principal elemento apontado pela Procuradoria é a compra de celulares descartáveis utilizados no plano “Copa 2022”, que tinha como objetivo matar o ministro do Supremo.

O advogado Marcus Vinicius Figueiredo, que defende Mario Fernandes, disse à Folha que não iria comentar o caso. “Eu não posso me manifestar sobre o mérito da investigação porque ainda não me foi concedido acesso à íntegra das provas”, afirmou.

No julgamento do recebimento da denúncia, Figueiredo disse garantir aos ministros do STF que o general não tinha mostrado o plano Punhal Verde Amarelo para ninguém. Segundo o advogado, o réu fez o documento e o guardou para si.

A PGR contesta essa versão na denúncia oferecida contra Mario. Na acusação, o procurador-geral Paulo Gonet diz que o então presidente Bolsonaro tomou conhecimento do plano e deu aval a ele.

“O plano foi arquitetado e levado ao conhecimento do presidente da República, que a ele anuiu, ao tempo em que era divulgado relatório em que o Ministério da Defesa se via na contingência de reconhecer a inexistência de detecção de fraude nas eleições.”

Como a Folha de S.Paulo mostrou, a conclusão da PGR de que Bolsonaro concordou com o plano vai além da interpretação dada pela Polícia Federal em seu relatório final da investigação. Os investigadores dizem que o ex-presidente soube do Punhal Verde Amarelo, mas não registram eventual opinião ou ação de Bolsonaro sobre ele.

A investigação da PF apresenta como indício de que o plano foi apresentado a Bolsonaro o fato de Mario Fernandes ter imprimido o documento 40 minutos antes de ir ao Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência, no dia 9 de novembro de 2022.

Não há, porém, registros de que o documento tenha sido entregue ou apresentado a Bolsonaro nem de que o ex-presidente tenha concordado com as intenções do general.

A Primeira Turma do STF recebeu a denúncia da PGR contra Mario Fernandes e outros cinco acusados de participar da trama golpista. Agora réus no Supremo, eles respondem a ação penal pela tentativa de golpe de Estado.

*Com ICL

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Presidente Lula se reune com empresários chineses nesta segunda-feira

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, se reunirá com empresários em Pequim nesta segunda-feira (12/5). Segundo o Palácio do Planalto, o presidente se reunirá com os diretores executivos de duas grandes empresas chinesas. Lula segue em visita oficial à China pelos próximos dias.

O primeiro encontro será com Lei Zhang, CEO da Envision Energy, produtora de turbinas eólicas, e a depois será com Cheng Fubo, CEO da Norinco, uma corporação industrial que atua em setores como defesa, automotivo, fabricação de máquinas, produtos químicos, eletrônicos.

As reuniões serão realizadas no hotel em que Lula está hospedado ao longo da manhã de segunda-feira (no horário da China). Pela tarde, o presidente se reúne com empresários da saúde e assinará acordos. Por fim, Lula marcará presença no encerramento do seminário Brasil-China, evento que reune empresários brasileiros e chineses.

Na terça-feira (13/4), a agenda oficial continua com Lula participando da cúpula de chefes de Estado e de Governo da Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac) com o governo da China. Então, se encontrar com demais autoridades chinesas, como o presidente da Comissão Permanente da Assembleia Nacional Popular, Zhao Leji, e o primeiro-ministro da China, Li Qiang.

E no fim da terça, Lula e o presidente da China, Xi Jinping, se reunirão no Palácio do povo. É esperado que, pelo menos, 16 acordos sejam assinados entre Brasil e China nesse encontro.

*Com informação da Agência Brasil

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O falso jeca Cleitinho acha “feio” o que não é espelho

O senador Cleitinho, bolsonarista de muleta, que é uma caricatura de Zema, misturada com de Nikolas Farreira, é daqueles políticos que têm que se cuidar na ida ao banheiro, para não ser centrifugado pela descarga na hora de despejar suas merdas.

O cínico se diz enojado com as práticas políticas que são usadas a balde por ele.

No picadeiro do Senado, o caipira de meia pataca, com aquele discurso moralistóide, “ameaça largar a política” por se dizer decepcionado com o que viu nos bastidores do Congresso.

Vai se ferrar, né!

Hipócrita profissional!

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Exploração máxima da mão de obra e exclusão sumária do pobre do orçamento federal são os apelos do Estadão à “direita civilizada”

Segundo o secular Estadão, uma direita adequada aos novos tempos, democrática, republicana, moderada, qualificada e liberal, tem por obrigação, arrancar a fórceps as últimas gotas de sangue e suor do trabalhador sem qualquer aumento do salário mínimo como sonha Armínio Fraga do finado tucanato.

Numa dobradinha liberal, o mesmo periódico quer a segregação total e absoluta do pobre no orçamento da união.

Essa é, inapelavelmente, a conta que mais rende no Brasil.

Assim, a direita voltará aos salões imperiais com as plumas tucanas, mesmo que em outras casacas felpudas e as cartolas atochadas até o pescoço dos Faria Limers, no congado dos Bandeirantes.

Mas quem seria capaz desse feito da direita civilizada?

Ora, o bolsonarista Tarcísio de Freitas, que já se pronunciou contra a isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil, além de se expressar fortemente contra a cobrança de impostos dos milionaríssimos paratatás.

Essa é a abrangência máxima que o Estadão cobra da nova safra dos senhores, doutores, escravistas, possuidores máximos da renda nacional.

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Em Florianópolis, mortes em ações policiais crescem 165% após fim das câmeras corporais

A recente extinção do sistema de câmeras corporais na polícia de Florianópolis levou a um aumento alarmante na violência policial, resultando na morte de diversas pessoas num curto período de tempo. O primeiro homicídio após a descontinuação das câmeras ocorreu em um bairro de classe média, onde Guilherme Jockyman (31) foi executado ao lado de seu pai, após um chamado de emergência que sua própria família fez, preocupada com seu estado mental.

Com a extinção do sistema que custou mais de R$3 milhões e funcionou de julho de 2019 até setembro de 2024, a população ficou exposta a uma escalada de violência policial. O assassinato de Guilherme marcou o início de um dos períodos mais sangrentos da história policial de Florianópolis, onde, nos 45 dias seguintes, a Polícia Militar deixou seis corpos em diversas favelas da cidade, incluindo Horácio, Mocotó, Costeira e Papaquara.

O início de 2025 trouxe uma continuidade da brutalidade policial. Romarinho, um jovem de 21 anos, foi morto no Morro do Macaco no dia 1º de janeiro, e apenas três dias depois, Betinho, de 48 anos, perdeu a vida na Praia da Solidão. Em 4 de janeiro, Murruga (24), da comunidade da Costeira, foi também assassinado na Nova Descoberta. O mês de janeiro ainda testemunhou a morte de Lolinha, um jovem negro de 20 anos, que foi morto dentro de sua casa no Morro do Horácio, uma semana após ser agredido por policiais no mesmo local.

Em fevereiro e março, mais sete mortes foram registradas, totalizando 20 vítimas nos primeiros 200 dias sem as câmeras corporais da Polícia Militar de Santa Catarina (PMSC), o que representa uma média de uma morte a cada 10 dias. Este número é alarmante, especialmente se comparado ao intervalo anterior de 26,5 dias entre os conflitos.

A antropóloga Jo P. Klinkerfus, da Universidade Federal de Santa Catarina, sugere que a retirada das câmeras pode ter causado um efeito psicológico significativo nos policiais. Segundo ela, as câmeras serviam como uma “amarra simbólica”, e sua ausência pode levar os agentes a se sentirem mais livres para agir com violência. Klinkerfus, no entanto, ressalta que a descontinuação das câmeras não é o único fator que afeta a violência policial. Ela menciona também a intensificação dos conflitos internos do narcotráfico, que resultam em uma maior necessidade de intervenções policiais e, consequentemente, mais mortes.

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A situação em Florianópolis reflete uma preocupação mais abrangente sobre a violência policial no Brasil, onde a letalidade é uma constante em muitos estados e municípios. O impacto da falta de regulação e supervisão, como era proporcionado pelas câmeras, é evidente no aumento das mortes, levantando questões sobre a responsabilidade da polícia e a segurança da população.

A extinção das câmeras corporais foi uma decisão que aparentemente ignorou o potencial impacto que essa medida teria na dinâmica da violência e de confiança entre a comunidade e a polícia. A ausência de monitoramento tem levantado críticas e requer um reevaluar das prioridades do governo em relação à segurança pública.

À medida que a população de Florianópolis se vê imersa neste ciclo de violência, as vozes de ativistas e estudiosos sobre direitos humanos clamam por medidas que garantam a proteção tanto dos cidadãos quanto dos agentes policiais, buscando um equilíbrio que reduza a letalidade e aumente a responsabilidade. O futuro da segurança pública na cidade, portanto, está em uma encruzilhada, e as decisões tomadas agora podem ter um impacto duradouro na relação entre a polícia e a comunidade, assim como na segurança de todos os seus membros.

A situação atual é um chamado à ação para as autoridades e a sociedade civil, que devem se mobilizar para garantir que os erros do passado não se repitam, e que a justiça e a segurança sejam reestabelecidas em Florianópolis e em todo o Brasil.

Em Florianópolis, o panorama atual é claro e revelador. O último grande confronto entre facções ocorreu em 2018, e este ano marca um dos maiores índices de mortes por parte das forças de segurança na última década. Desde 2019, a distribuição geográfica das facções permaneceu estável, com conflitos armados entre narcotraficantes sendo raros e específicos. Em teoria, isso poderia sugerir uma redução na letalidade das forças de segurança, mas a realidade se mostrou diferente.

As críticas se direcionam ao Poder Público, que parece não considerar fatores adicionais, como posturas políticas conservadoras que promovem o aumento da presença e da atuação visível da polícia. Essa estratégia tem o objetivo de demonstrar que a criminalidade está sendo combatida, servindo como ferramenta política para a aprovação do governo. Portanto, o ambiente em questão se caracteriza como um Estado que mata e também omite.

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Um aspecto alarmante desse Estado é a ocultação de mortes. Nas vinte vítimas analisadas, apenas dezenove constam nos registros oficiais do governo de Santa Catarina. Um exemplo impactante é Tininho, um adolescente negro de 15 anos, que foi assassinado com um tiro na cabeça na Vila Cachoeira no dia 25 de março e não foi contabilizado nas estatísticas oficiais. Ele foi a segunda vítima mais jovem no intervalo de 200 dias estudados e é o caso mais recente de um adolescente morto pela polícia desde o trágico assassinato de Naninho, que tinha apenas 12 anos e foi executado em 2020.

A morte de Tininho foi encoberta pela Polícia Militar de Santa Catarina (PMSC). Após a confirmação de sua morte cerebral, o 21º Batalhão de Polícia Militar (21BPM) afirmou, nas redes sociais, que um “homem” havia sido baleado. Tininho, apesar de estar sob a vigilância da polícia no hospital, não teve sua morte oficialmente reconhecida, o que demonstra uma falta de transparência alarmante nas ações policiais.

A situação se torna ainda mais irônica quando, menos de um mês após a morte de Tininho, uma notícia positiva foi recebida pelos batalhões. A Assembleia Legislativa aprovou um aumento salarial de 21,5% para todos os servidores de Segurança Pública. A justificativa dada para esse reajuste foi o reconhecimento do trabalho essencial dos profissionais que arriscam suas vidas para manter Santa Catarina como o estado mais seguro do Brasil. O governador, Jorginho, ao divulgar a proposta em fevereiro, afirmou que tal esforço é crucial para impedir a criação de bandidos no estado.

O aumento salarial é consideravelmente superior à inflação dos dois anos anteriores e representa um incremento significativo no orçamento estadual, totalizando R$1,4 bilhão mensais. Adicionalmente, mais de R$360 milhões já haviam sido gastos nos dois anos anteriores em equipamentos como fuzis israelenses destinados à Polícia Civil, drones e veículos. Antes mesmo do final de abril, a presença inédita de blindados do BOPE (Batalhão de Operações Policiais Especiais) gerou pânico em comunidades da região metropolitana, como Chico Mendes e Brejaru.

Essa realidade levanta questionamentos sobre a atuação das forças de segurança e sua relação com a comunidade. A abordagem agressiva e a militarização da polícia podem aumentar a tensão entre os cidadãos e os agentes de segurança, gerando um ciclo de violência que parece distante de uma solução. O uso de recursos pesados e a presença ostensiva de operações especiais podem afastar ainda mais a relação de confiança que deveria existir entre a população e a polícia.

Com um cenário caracterizado pela impunidade e pela ocultação de dados, fica claro que a gestão da segurança pública em Florianópolis requer não apenas uma revisão nas estratégias de combate ao crime, mas também uma maior responsabilidade e transparência por parte do Estado. A necessidade de políticas eficazes e respeitosas, que considerem as vidas perdidas e as necessidades da população, torna-se urgente em meio a índices alarmantes de violência e mortes não contabilizadas.

Assim, fica a reflexão sobre até que ponto a resposta do Estado à criminalidade deve ser moldada por interesses políticos e quais são as consequências reais dessa abordagem, tanto para a segurança pública quanto para a vida dos cidadãos. As mortes de jovens como Tininho e Naninho são símbolos de uma crise que ultrapassa as estatísticas, exigindo uma resposta que promova justiça, transparência e um real compromisso com a proteção da vida.

Um mês após o anúncio de um investimento de R$35 milhões para a implementação de câmeras de reconhecimento facial em todo o estado, a Secretaria de Segurança Pública de Santa Catarina se manteve em silêncio sobre a omissão de dados oficiais de mortes decorrentes de ações policiais em Florianópolis, incluindo o caso de Tininho. O adolescente é apenas uma das vítimas cujo caso não foi registrado oficialmente, fazendo parte de uma lista que inclui também Shilaver da Silva Lopes, um jovem negro de 22 anos, baleado pela polícia em 12 de setembro de 2019, cuja morte também não aparece nos números oficiais.

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As câmeras corporais, que deveriam documentar as ações policiais, falharam em captar o momento da morte de Shilaver. No dia do ocorrido, ele foi atingido por disparos enquanto estava no Morro do Mocotó, e as câmeras da guarnição estavam em operação há apenas um mês. Estando internado por cerca de três meses, Shilaver nunca deixou o hospital após a cirurgia e morreu sob os cuidados de policiais, sem que seu falecimento fosse reconhecido nos registros do estado, que optou por omitir mais um caso de violência policial.

Evidentemente, a introdução de câmeras de reconhecimento facial é controversa, principalmente pela utilização de algoritmos de inteligência artificial que têm sido criticados por apresentarem vieses raciais. Além disso, a privacidade dos cidadãos é uma preocupação crescente com a implementação dessa tecnologia. O fato de a polícia poder ligar ou desligar as câmeras à vontade agrava ainda mais as questões de transparência e responsabilidade.

No caso de Shilaver, os policiais decidiram ativar a câmera somente depois de fazer os disparos, revelando uma falha significativa no sistema que deveria atuar como um mecanismo de controle. As câmeras da Polícia Militar de Santa Catarina (PMSC) possuíam um botão acessível que permitia ao policial ligá-las ou desligá-las a seu critério, um recurso que foi mantido em operação durante mais de quatro anos, embora fosse publicamente apresentado como sendo 100% automatizado.

A realidade do uso das câmeras corporais expõe a ineficácia do sistema como um todo em reduzir a violência policial e garantir transparência. Klinker, um especialista na área, aponta que a presença das câmeras não garante uma mudança no comportamento dos policiais, ressaltando que os agentes têm possibilidades de contornar a fiscalização, o que questiona a eficácia das estratégias adotadas para a segurança pública. O contexto de Santa Catarina ilustra uma situação complexa e alarmante, onde a tecnologia prometida não cumpriu seu papel esperado, e as mortes provocadas por ações policiais continuam a ser omitidas em dados oficiais, envelhecendo a discussão sobre a responsabilidade do Estado em relação à vida de seus cidadãos.

Na prática, o que se revela é um esquema preocupante em que a polícia pode operar com total liberdade, sem a devida supervisão e sem prestarem contas. Isso não apenas perpetua a violência, mas também destrói a confiança da população nas instituições. As mortes de Tininho e Shilaver ilustram uma falha sistêmica de um sistema que deveria proteger os cidadãos, mas que na verdade parece estar muito mais preocupado em encobrir suas próprias inadequações e erros.

Enquanto o governo investe em tecnologias que prometem aumentar a segurança, surge um paradoxo: são as mesmas tecnologias que, em sua aplicação, trazem à tona injustiças e excessos. A continuidade desse estado de coisas provoca um questionamento sobre os verdadeiros objetivos das políticas de segurança pública. A contradição entre o discurso de modernização e a realidade da violência e da falta de registro de mortes agrava um panorama de desconfiança em relação aos agentes que deveriam garantir a segurança da população.

A sociedade civil precisa exigir respostas e modificações nas práticas policiais, contemplando o direito à vida e a dignidade de todos os cidadãos, independentemente de sua cor ou condição social. A implementação de medidas que assegurem maior transparência nas ações policiais é urgentemente necessária, assim como uma reavaliação crítica do uso de tecnologias como câmeras de reconhecimento facial e corporais, que, se mal administradas, tornam-se instrumentos de opressão em vez de proteção.

Este cenário revela uma necessidade premente de uma discussão mais ampla sobre a segurança pública no Brasil, onde a tecnologia deve ser aliada à ética e à responsabilidade, em vez de um tóxico instrumento de controle e violência.

*Com informações do ICL

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Cerco aos investigados: AGU pede bloqueio de bens de 14 envolvidos na fraude do INSS

Empresas e sócios são acusados de serem intermediárias de pagamentos de vantagens indevidas.

A Advocacia-Geral da União (AGU) pediu à Justiça Federal o bloqueio de bens de mais seis empresas e oito pessoas investigadas por descontos irregulares em benefícios de aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). O órgão entrou com pedido de mudança na ação cautelar ajuizada na quinta-feira (8) contra as associações investigadas.

A medida atende a pedido da Controladoria-Geral da União (CGU), que identificou a necessidade de incluir novas pessoas jurídicas e físicas no pedido de indisponibilidade de bens e ativos financeiros. Com base na Lei nº 12.846/2013, conhecida como Lei Anticorrupção, a AGU também solicitou o bloqueio das atividades financeiras e a suspensão dos sigilos bancários e fiscal dos investigados, reporta Welton Maximo da Agência Brasil.

As empresas e seus sócios que figuram no novo pedido são acusados de serem intermediárias de pagamentos de vantagens indevidas a agentes públicos vinculados ao INSS e a outras pessoas físicas a elas relacionadas. Até o momento, informou a AGU, o repasse de valores indevidos a esses agentes públicos está estimado em R$ 23,8 milhões.

“As investigações em curso revelam fortes indícios de que as empresas mencionadas participaram diretamente da intermediação de valores milionários”, informou a AGU na petição de aditamento. “Essa engenharia financeira sustentava o esquema criminoso, que consistia em repassar os valores indevidamente descontados pelas associações e pagar vantagens ilícitas a agentes públicos que permitiam ou facilitavam esses descontos.”

Em relação ao bloqueio de bens dos sócios das empresas citadas, a AGU baseia-se no argumento de que “as pessoas jurídicas foram utilizadas como instrumento para práticas ilícitas de natureza penal, administrativa e civil, servindo como meio para captação de vantagens provenientes de recursos indevidamente extraídos dos benefícios de aposentados e pensionistas”.

No caso dos agentes públicos investigados na Operação Sem Desconto, a AGU instaurou procedimento preparatório para ajuizar ação por improbidade administrativa.

Na petição original da ação cautelar proposta na quinta-feira, a AGU requereu, além dos R$ 23,8 milhões, o bloqueio de R$ 2,56 bilhões em bens móveis e imóveis e a quebra de sigilos bancário e fiscal de 12 entidades associativas e seus dirigentes.

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Pastor Nikolas Ferreira, o pilantra mirim

O pastor mirim, Nikolas Ferreira, deputado federal pelo PL-MG, já foi penalizado por divulgar informações criminosamente falsas.

Em 2024, o STF manteve uma multa de R$ 30 mil, aplicada pelo TSE por ele ter espalhado notícias falsas contra Lula durante as eleições de 2022, atribuindo a ele e ao PT informações fraudulentas, como confisco de bens e números falsos sobre a pandemia.

Isso reforça a percepção de que ele é um pastor picareta e um deputado com amplo histórico de compartilhar conteúdo criminoso o que dá peso às acusações de que ele é pau mandado de Bolsonaro e, por isso, distorce fatos sobre o caso do INSS.

Sobre a fraude do INSS, postagens nas redes mostram que o vigarista mirim, Nikolas, em maio de 2025, publicou um vídeo acusando o governo Lula de inação diante do escândalo e alertando que Bolsonaro pretendia impedir descontos ilegais.

Essas afirmações, no entanto, foram contestadas por outros usuários e figuras públicas, que argumentaram que ele tentou culpar Lula por um esquema que teria começado sob o governo do seu chefe, Bolsonaro.

Sobre o escândalo do INSS, há consenso em algumas fontes de que o esquema de descontos indevidos em benefícios de aposentados e pensionistas teve origem no governo Bolsonaro.

Posts no X, como os de @lazarorosa25 e @pesquisas_elige, citam que a “engenharia criminosa” foi montada no governo anterior, e o governo Lula teria agido para desmantelá-la. Jorge Messias, advogado-geral da União, é citado afirmando que o governo Lula desbaratou uma fraude, com a Polícia Federal investigando e prendendo os envolvidos.

O resto é acusação criminosa de Nikolas, o pastorzinho vigarista que cobra uma baba do chefe para fazer filminho para livrar sua cara.

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Não demora a mídia dirá que o miliciano Queiroz era gerente da quadrilha de peculato de Lula e depositava na conta

Queiroz foi investigado, principalmente por práticas de “rachadinha” no gabinete de Flávio Bolsonaro, o 01, que já já a mídia dirá que é o filho mais velho de Lula e que é sua cara.

O fato concreto é que o esquema de fraudes no INSS, durante o governo Bolsonaro, foi marcado por falhas normativas, falta de fiscalização e restrições políticas que facilitaram a ação de quadrilhas.

Dito isso, fica claro o esquema montado no INSS foi feito pela tropa de Bolsonaro.

Quando a mídia tenta jogar essa sujeira no colo de Lula, mostra que os jornalões e congêneres são tão ou mais pilantras que os cangaceiros bolsonaristas de seu governo.

Trocando em miúdos, as raízes do problema estão no período anterior, justo no governo Bolsonaro com convênios fraudulentos, vazamentos de dados e ausência de investigações.

No governo Lula, as investigações seguem para apurar a totalidade dos desvios e garantir a devolução dos valores aos aposentados prejudicados.

Durante o governo Bolsonaro não houve operações para desmantelar o esquema. A falta de prioridade no combate à corrupção, aliada ao pareamento de órgãos como a PF e o INSS, criou um ambiente propício à pratica de fraudes.

Mas a mídia ignora tudo para atacar, de maneira criminosa, o governo Lula.

A base foi estabelecida no governo Bolsonaro, com R$ 706,2 milhões descontados em 2022, um aumento de 32% em relação a 2021.

As investigações da Polícia Federal (PF) e da Controladoria-Geral da União (CGU) indicam que os descontos ilegais foram realizados em 2019, primeiro ano do governo Bolsonaro.

Associações e sindicatos, muitas vezes de fachada, firmaram Acordos de Cooperação Técnica (ACTs) com o INSS para descontar mensalidades diretamente dos benefícios, sob a justificativa de oferecer serviços como assistência jurídica ou descontos em planos de saúde.

No entanto, 97% dos beneficiários entrevistados pela CGU afirmaram nunca ter autorizado esses descontos.

Tentar jogar isso no colo do Lula é aquele malabarismo clássico de narrativa da direita.

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Vídeo: Lula destaca desmonte de quadrilha criada em 2019 para explorar aposentados

“Tanto a CGU [Controladoria Geral da União] como a Polícia Federal foram a fundo na investigação para chegar no coração da quadrilha. Se tivesse feito um carnaval um ano atrás, possivelmente tivesse parado no carnaval, como acontece em todas as denúncias. Você faz um show de pirotecnia numa semana, na outra semana esquece. Não! Resolvemos desmontar uma quadrilha que foi criada em 2019. E vocês sabem quem governava o Brasil em 2019. Vocês sabem quem era ministro da Previdência e quem era chefe da Casa Civil em 2019. Poderíamos ter feito um show de pirotecnia, mas a gente não quer uma manchete de jornal. A gente quer apurar e aquelas entidades que roubaram vão ter seus bens congelados e vamos repatriar o dinheiro para que a gente possa pagar as pessoas”, diz o presidente Lula ao explicar que a apuração tem sido feita com seriedade e sem pular etapas.

Com isso, o líder brasileiro mostrou firmeza ao dizer que o esquema de fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) criado na gestão anterior à sua [Bolsonaro] foi desbaratado.

“As vítimas não serão prejudicadas. Quem vai ser prejudicado são aqueles que um dia ousaram explorar o aposentado e o pensionista brasileiro, criando entidades e fazendo promessas possivelmente nunca cumpridas para esse povo”, completa.

Leia mais: Líderes da base provam que fraude no INSS começou no governo Bolsonaro

As afirmações aconteceram em coletiva de imprensa ainda na Rússia antes de o presidente e comitiva seguirem viagem rumo à China.

O presidente também fez questão de mostrar sua indignação com o caso ao ressaltar que os envolvidos serão descobertos. Com Vermelho.

“Eles [os fraudadores] não foram no cofre do INSS, foram no bolso do povo. É isso que nos deixa revoltados. É por isso que vamos a fundo para saber quem é quem nesse jogo. E se tinha alguém do governo passado envolvido nisso. Eu não tenho pressa. O que eu quero é que a gente consiga apurar para apresentar ao povo brasileiro a verdade e somente a verdade. Porque eu não estou atrás de um show de pirotecnia. Eu estou atrás de apurar a verdade. Quem foi que assaltou o bolso dos aposentados e pensionistas? O que eu sei é que eles não terão prejuízo”, sentencia.

Repercussão

A fala do presidente foi destaca em suas redes sociais: “Os responsáveis pelas fraudes no INSS serão identificados e punidos.”